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MEDITANDO
PARA A
VIDA
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO
V 1.1
1
2
PRINCÍPIOS
UNIVERSAIS
6
3
A POSTURA PARA A
MENTE
4
RESPIRAÇÃO PARA
ESTAR PRESENTE
VOLTAR-SE PARA O
CENTRO
NO INFINITO DA
MEDITAÇÃO
5
INTRODUÇÃO
I
niciei as minhas práticas de yoga e meditação
em 1983 e desde então estudei, pratiquei e
venho me aperfeiçoando nas práticas da
meditação.
A meditação faz parte da minha vida, sempre
percebi que é algo naturalmente do nosso centro e
devemos praticar o silêncio interior. Meditar nos
mantêm em equilíbrio.
Nascemos com a capacidade de meditar, e por
várias razões devemos praticar todos os dias, como
expressão da nossa Essência.
Atualmente a ciência revela os benefícios fisiológicos
e mentais, ao encontro de questões significativas e
profundas da espiritualidade. A meditação vai além
do corpo e mente, envolve diversos aspectos do
humano, é sobre o viver no infinito interior do
humano.
N
e s t e e - b o o k vo u c o m p a r t i l h a r m i n h a s
experiências, percepções e técnicas que são
acessíveis por qualquer pessoa desde que
assumam uma prática regular diária de 15 minutos ou
mais. Quando eu digo todos sem exceção é isso
mesmo que quero dizer, porque ao longo dos tempos
observei várias pessoas que diziam que eram
incapazes de ficar cinco minutos parados, mas todas
elas sem exceção, conquistaram o silêncio interno e
meditaram. Revelaram que mesmo as pessoas que se
acham agitadas, elétricas, possuem a capacidade de
uma pausa para olhar pra dentro e passear no infinito
da meditação. O ir e vir deste estado é questão de
treino, e é a prática regular que proporciona essa
capacidade de fazer essa “viagem" ao interior com
muita facilidade.
Onde a teoria se encaixa na prática?
Vamos começar abordando alguns entendimentos
básicos sobre a meditação, e seguir até as técnicas
funcionais. A teoria e a prática se misturam numa só
ação a serviço da meditação.
Continuação…
PRINCÍPIOS UNIVERSAIS
P
recisamos compreender que ao me referir a concentração da meditação, não é uma
concentração comum como popularmente conhecemos. Estudar ou trabalhar concentrado numa
atividade tem muitas qualidades, mas não se refere a concentração que nos conduz a
meditação. Por exemplo, a concentração numa atividade de trabalho, praticamente todos os sentidos
estão sendo utilizados. A concentração é necessária para o trabalho, mas não acalma a mente e nos
leva ao equilíbrio do corpo e mente em direção a nossa meditação. Na concentração comum a mente
cansa, há um desgaste e depois é necessário se recuperar no campo físico, mental e energético. A
prática regular da meditação, ao contrário do desgaste, nos revitaliza podendo até mesmo diminuir a
necessidade de dormir muito para se recuperar, é comum a prática proporcionar saciedade e
revitalização em diversos níveis.
Para obter a verdadeira concentração da meditação, é preciso antes ter a capacidade de abstrair os
sentidos, porque os sentidos geram pensamentos, memórias e de certa forma agitam a mente e
precisamos justamente o contrário. Sabemos que não tem como não pensar, a mente possui a função
de pensar, mas devemos diminuir a quantidade de pensamentos para obter a real concentração.
A
gora vamos ver o caminho para se obter uma mente com clareza, forte e estável. Vamos na fonte, onde milhares de anos atrás era registrado no texto “Yoga Sutras de Patañjali” um passo a passo para o caminho da meditação. Os sutras ou aforismos de Patañjali, é um texto antigo que foi escrito para o humano, aquele que possui forças e fraquezas, certezas e dúvidas, sente alegria e tristeza, medo e coragem, raiva e amor, é para todos nós que em essência somos iguais. Patañjali conhecia a mente e revelou como funciona e como tratá-la. Sabe-se que a mente quer pensar e o pensamento pode ser controlado, como o exercício da atenção onde você alimenta a mente com o que deseja, assim como uma mãe faria com sua cria. Ela controla o que o filho vai se alimentar. Mesmo que o filho queira experimentar outros alimentos, a mãe, insistentemente, direciona para alimentar somente de acordo com o seu desejo. Assim devemos tratar nossos pensamentos, alimentá-lo somente com o que desejamos. Veremos a seguir alguns passos para a meditação.A
respiração precede a abstração dos sentidosAssumimos nossa respiração como quem na inspiração toma a vida, e na expiração libera tudo o que não é mais necessário, assim é a respiração que vincula de forma profunda sua função de nos trazer para perto, aproximar a nossa Essência ao corpo e relacionar tudo internamente. A respiração nos faz presente, retornamos e as especulações, imaginações e distrações que nos distancia do nosso interior, se desfaz na onda do movimento do ir e vir da respiração.
Compreendemos que enquanto a respiração for irregular, a mente também será instável. A respiração calma e regular, vai refletir numa mente estável e calma. Assuma a respiração e depois deixe-a fluir de forma espontânea.
O
que precede a respiração é a postura do corpo.O corpo ao se movimentar também gera pensamentos, se o corpo se mantêm firme, estável, o corpo colabora para a mente também estar firme e estável. Devemos assumir uma postura simples e agradável onde podemos nos manter sentados, imóveis, ao menos 15 minutos com conforto, tempo suficiente para uma prática regular e básica para o iniciante. Ao conhecer as principais posturas utilizadas na meditação, você aprende a reeducar o corpo e pouco a pouco conquista o tempo necessário na postura para meditar.
-A
ntes da sua conquista da postura para meditar.Temos algumas condições relevantes para se sentir mais confiante no controle da mente e seguir com as práticas para conquistar uma concentração real.
São princípios que motivam, disciplinam ou orientam o comportamento humano, refletindo na essência dos valores universais.
⁃
não usar a agressão (físico, verbal e mental);⁃
ser verdadeiro, compromisso com a verdade;⁃
não roubar, não pegar o que não é oferecido;⁃
voltar-se para a sabedoria;⁃
não se apegar (objetos e pessoas).Também fazem parte uns conjuntos de valores que pertencem aos domínios da essência humana.
⁃
a purificação da mente;⁃
o contentamento (santoṣa);⁃
a austeridade ou o esforço sobre si próprio (tapas);⁃
o estudo das escrituras e de si próprio (svādhyāya);⁃
e a consagração ou fé ao Absoluto (īśvarapraṇidhāna).PRÁTICA
Uma vez compreendido que os ítens mencionados acima influem no humano, a nossa primeira prática é: ao perceber que os pensamentos e ações contrários aos preceitos acima se manifestam, você deve usar o pensamento contrário
T
odos esses itens acima colaboram expressivamente para estabilizamos a nossa mente para a profunda concentração. Alguns passos desse caminho da meditação, podem dar a impressão de ser difícil ou distante, mas a força da disciplina é muito maior. O mais importante é que aos poucos, a própria prática vai moldá-lo e vai nos familiarizar com o essencial.Essencialmente temos o estado meditativo dentro de nós, simplesmente essa percepção foi encoberta pela falta de orientação ou uma vida muito agitada. Vale lembrar que não importa a sua condição do momento, pratique e verá em pouco tempo uma grande transformação na vida.