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Teoria Macroeconômica II

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Academic year: 2021

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(1)

M´arcio Garcia PUC-Rio

(2)

Objetivo: estudar efeitos de pol´ıticas macroeconˆomicas em economias nas quais h´a trocas relevantes entre residentes e n˜ao-residentes: transa¸c˜oes de bens e servi¸cos (conta-corrente) e ativos (conta de capitais)

(3)

O Brasil ´e uma economia aberta?

E os EUA?

Pode um pa´ıs exportar mais do que seu PIB?

(4)

Trˆes no¸c˜oes distintas de abertura:

1 Abertura nos mercados de bens:

escolha entre bens dom´esticos e importados tarifas / cotas ...

2 Abertura dos mercados financeiros:

escolha entre ativos dom´esticos e estrangeiros controle de capitais

integra¸c˜ao dos mercados financeiros mundiais / mobilidade de capitais

3 Abertura nos mercados de fatores:

liberdade para as firmas escolherem onde instalar suas f´abricas e para os trabalhadores escolherem onde trabalhar.

(5)

Abertura nos mercados de bens: 0 20 40 60 80 100 120 % d o P IB Corrente de Comércio ((X+M)/PIB)

(6)

Abertura nos mercados de bens:

Exporta¸c˜ao de Bens e Servi¸cos como Porcentagem do PIB

Estados Unidos 13,5% Jap˜ao 14,7% Alemanha 51,8% Reino Unido 31,8% Su´ı¸ca 52,3% ´ Austria 57,2% B´elgica 86,1% Luxemburgo 177,3% Brasil 12,6%

(7)

Pode-se inferir da tabela acima que os EUA tˆem mais restri¸c˜oes ao com´ercio do que B´elgica ou Luxemburgo?

N˜ao. GEOGRAFIA e TAMANHO s˜ao as causas da diferen¸ca.

Jap˜ao: isolamento geogr´afico explica em boa parte o baixo coeficiente de exporta¸c˜oes.

B´elgica (5% do PIB dos EUA) e Luxemburgo (0.3% do PIB dos EUA) s˜ao pequenos e n˜ao conseguem produzir a mesma variedade de bens que os pa´ıses “continentais”.

(8)

internacional que efetivamente ocorre.

Exemplo: em 2012, custo em US$ de exportar uma tonelada de soja para Shangai:

Davenport, IOWA Sorriso, Mato Grosso

pre¸co local 458.68 392.10

custo de transp. interno 43.98 123.31

custo de transp. mar´ıtimo 53.08 50.50

custo total 555.74 565.91

Produ¸c˜ao e exporta¸c˜ao de soja (em mil toneladas):

EUA Brasil

produ¸c˜ao 90605 75500

exporta¸c˜ao 40859 29951

(9)

O grau de abertura de uma economia n˜ao ´e s´o medido pelo com´ercio internacional que efetivamente ocorre.

Muitas empresas est˜ao expostas a concorrˆencia estrangeira, mas sendo competitivas, conservam sua fatia no mercado interno

Temos que levar em considera¸c˜ao os mercados que est˜ao expostos `a competi¸c˜ao internacional, sem que necessariamente haja importa¸c˜oes. Uma medida melhor do grau de abertura deve ser a propor¸c˜ao do produto agregado composto de bens comerci´aveis (tradables).

Bens comerci´aveis: aqueles que concorrem com bens estrangeiros tanto nos mercados dom´esticos como nos externos.

(10)

Por que exporta¸c˜oes podem superar o PIB? Exemplo: considere um pa´ıs que

importe US$ 1 bilh˜ao de bens intermedi´arios

transforme esses bens intermedi´arios em finais apenas com trabalho sal´arios = US$ 200 milh˜oes e n˜ao h´a lucros nessa atividade

valor dos produtos finais: US$ 1,2 bilh˜oes exporta US$ 1 bilh˜ao

consome US$ 200 milh˜oes

PIB= C + G + I + X − Q = 0, 2 + 0 + 0 + 1 − 1 = 0, 2 bilh˜oes Conclus˜ao: X /PIB = 1/0, 2 = 5

onde Q ´e importa¸c˜oes e X ´e exporta¸c˜oes.

(11)

Como a abertura dos mercados de bens afeta o equil´ıbrio no mercado de bens?

Em uma economia fechada, concentramo-nos na decis˜ao de consumir ou poupar.

Agora, h´a adicionalmente a decis˜ao de se comprar bens dom´esticos ou importados.

A vari´avel chave para esta ´ultima decis˜ao ´e o pre¸co dos bens estrangeiros em termos dos bens dom´esticos, que ´e a taxa real de cˆambio.

Ao contr´ario da taxa nominal de cˆambio, a taxa real n˜ao ´e diretamente observ´avel.

(12)

Taxa nominal de cˆambio: ´e o pre¸co relativo das moedas de dois pa´ıses.

e = moeda nacional

moeda estrangeira Se e ↑: desvaloriza¸c˜ao ou deprecia¸c˜ao nominal Se e ↓: valoriza¸c˜ao ou aprecia¸c˜ao nominal

Aten¸c˜ao: alguns pa´ıses adotam a conven¸c˜ao contr´aria. N´os mesmos j´a o fizemos. H´a cem anos, a taxa de cˆambio era cotada em libras por mil-r´eis. Assim, veja sempre como ´e definida a taxa de cˆambio.

(13)

Taxa real de cˆambio: ´e o pre¸co relativo dos bens de dois pa´ıses. Ex.: pegue os pre¸cos de dois carros similares no Brasil e nos EUA:

Hyundai nos EUA: US$30.000 por um carro. Gol no Brasil: R$40.000 por um carro. Suponha que: e = 2R$/US $ .

A que taxa trocamos carros americanos por brasileiros? Pre¸co do Hyundai em reais: R$60.000

Pre¸co do Gol em reais: R$40.000 Taxa de troca: 3/2.

(14)

Taxa real de cˆambio: ´e o pre¸co relativo dos bens de dois pa´ıses.

ε = e × P

∗ P onde PP∗ ´e raz˜ao do n´ıvel de pre¸cos.

Se a taxa de cˆambio real (ε) ´e elevada, os bens estrangeiros s˜ao relativamente caros e os bens dom´esticos relativamente baratos.

Se a taxa de cˆambio real (ε) ´e baixa, ent˜ao os bens estrangeiros s˜ao relativamente baratos e os bens dom´esticos s˜ao relativamente caros.

(15)

Cˆambio real vs. nominal. 0 0,5 1 1,5 2 2,5 3 3,5 4 -12 8 28 48 68 88 108 ju l/ 94 ja n/ 95 ju l/ 95 ja n/ 96 ju l/ 96 ja n/ 97 ju l/ 97 ja n/ 98 ju l/ 98 ja n/ 99 ju l/ 99 ja n/ 00 ju l/ 00 ja n/ 01 ju l/ 01 ja n/ 02 ju l/ 02 ja n/ 03 ju l/ 03 ja n/ 04 ju l/ 04 ja n/ 05 ju l/ 05 ja n/ 06 ju l/ 06 ja n/ 07 ju l/ 07 ja n/ 08 ju l/ 08 ja n/ 09 ju l/ 09 ja n/ 10 ju l/ 10 ja n/ 11 ju l/ 11 ja n/ 12 ju l/ 12 ja n/ 13 ju l/ 13 ja n/ 14 ju l/ 14

(16)

O que ocorre ap´os uma deprecia¸c˜ao real? ε ↑⇒ X ↑, Q ↓

O que ocorre ap´os uma aprecia¸c˜ao real? ε ↓⇒ X ↓, Q ↑

(17)

Cˆambio real: ε = e × P ∗ P Note que se ε = 1, P = eP∗

Teoria da paridade do poder de compra (Purchasing Power Parity, PPP): Com livre mobilidade de bens e servi¸cos: no longo prazo, ε = 1 Problema: como medir ε?

Cestas de bens utilizadas para calcular P∗e P s˜ao diferentes. Por exemplo: IPCA no Brasil vs. CPI nos EUA.

Solu¸c˜ao: ´ındice Big Mac,

“Cesta de bens” que comp˜oe o Big Mac (carne, p˜ao, gergelim, alface, cebola, ...) ´e constante ao redor do mundo.

(18)

Hip´otese: no longo prazo, ε = 1 e e = P/P∗

Pergunta: o real est´a apreciado ou depreciado? Em julho de 2011, Pre¸co do Big Mac nos EUA: US$4.07

Pre¸co do Big Mac no Brasil: R$9.50

Taxa de cˆambio nominal (25 de julho): e = 1.54R$/US$ Pre¸co do Big Mac no Brasil em d´olares: US$6.16 (9.5/1.54) PPP do d´olar no Brasil: 2.34 (9.5/4.07)

taxa nominal de longo prazo

(19)

Hip´otese: no longo prazo, ε = 1 e e = P/P∗

Pergunta: o real est´a apreciado ou depreciado? Em julho de 2012, Pre¸co do Big Mac nos EUA: US$4.33

Pre¸co do Big Mac no Brasil: R$10.08

Taxa de cˆambio nominal (25 de julho): e = 2.04R$/US$ Pre¸co do Big Mac no Brasil em d´olares: US$4.94 (10.08/2.04) PPP do d´olar no Brasil: 2.33 (10.08/4.33)

taxa nominal de longo prazo

(20)

Hip´otese: no longo prazo, ε = 1 e e = P/P∗

Pergunta: o real est´a apreciado ou depreciado? Em janeiro de 2014, Pre¸co do Big Mac nos EUA: US$4.62

Pre¸co do Big Mac no Brasil: R$12.40 Taxa de cˆambio nominal: e = 2.36R$/US$

Pre¸co do Big Mac no Brasil em d´olares: US$5.25 (12.40/2.36) PPP do d´olar no Brasil: 2.68 (12.40/4.62)

taxa nominal de longo prazo

(21)

Hip´otese: no longo prazo, ε = 1 ou e = P/P∗

Pergunta: o yuan chinˆes est´a apreciado ou depreciado? Em julho de 2012,

Pre¸co do Big Mac nos EUA: US$4.33 Pre¸co do Big Mac na China: Yuan 15.65

Taxa de cˆambio nominal (25 de julho): e = 6.39Yuan/US$ Pre¸co do Big Mac na China em d´olares: US$2.45 (15.65/6.39) PPP do d´olar na China: 3.61 (15.65/4.33)

taxa nominal de longo prazo

(22)

Hip´otese: no longo prazo, ε = 1 ou e = P/P∗

Pergunta: o yuan chinˆes est´a apreciado ou depreciado? Em janeiro de 2014,

Pre¸co do Big Mac nos EUA: US$4.62 Pre¸co do Big Mac na China: Yuan 16.60 Taxa de cˆambio nominal: e = 6.05Yuan/US$

Pre¸co do Big Mac na China em d´olares: US$2.45 (16.60/6.05) PPP do d´olar na China: 3.59 (16.60/4.62)

taxa nominal de longo prazo

(23)
(24)

Pre¸cos podem estar distorcidos por tarifas, impostos, margem de lucro, ...

Pre¸cos podem refletir componentes non-tradables, como sal´arios e alugu´eis.

Efeito Balassa-Samuelson:

Hip´otese 1: pa´ıses ricos s˜ao mais produtivos no setor de bens comerci´aveis

Hip´otese 2: trabalho ´e um fator de produ¸c˜ao que n˜ao migra livremente entre pa´ıses

O sal´ario no setor n˜ao-comerci´avel ´e maior nos pa´ıses ricos Pre¸cos dos bens n˜ao-comerci´aveis (non-tradables) s˜ao maiores nos pa´ıses ricos

P e P∗ incluem ambos os setores

Resultado: desvios persistentes da PPP no longo prazo Em particular, pa´ıses menos produtivos no setor de bens comerci´aveis tendem a ter uma moeda mais depreciada

(25)
(26)

Taxa real de cˆambio multilateral:

ε = e × P

∗ P

Id´eia: calcular P∗usando n˜ao s´o apenas um ´unico pa´ıs, mas diversos parceiros comercias.

Por que? A taxa de cˆambio real reflita a composi¸c˜ao do com´ercio internacional.

Como? P∗ ´e uma m´edia ponderada dos n´ıveis de pre¸cos nos diversos parceiros comerciais.

Como peso de pondera¸c˜ao, por exemplo, poder-se-ia usar a participa¸c˜ao relativa de cada pa´ıs no com´ercio internacional.

(27)

demanda dom´estica por bens 6= demanda por bens dom´esticos

Por quˆe?

Bens domesticamente produzidos podem usar insumos importados. Os estrangeiros tamb´em demandam bens dom´esticos.

A demanda dom´estica pode incluir bens finais importados.

Demanda por bens dom´esticos:

(28)

Demanda por bens dom´esticos:

Z ≡ C + I + G − εQ + X Dois ajustes em rela¸c˜ao a economia fechada:

1 Subtrair as importa¸oes

exprimir a quantidade importada em termos da quantidade dos bens dom´esticos

ou seja: um conversor de quantidade de bens estrangeiros (Q) em quantidade de bens dom´esticos

esse conversor, como se viu, ´e a taxa de cˆambio real (ε), que ´e o pre¸co dos bens estrangeiros em termos dos bens dom´esticos εQ = importa¸c˜oes em termos dos bens dom´esticos

2 Adicionar as exporta¸oes

(29)

Determinantes de C , I e G :

Poucas altera¸c˜oes em rela¸c˜ao `a an´alise de uma economia fechada. A taxa de cˆambio real deve afetar a composi¸c˜ao do consumo e do investimento (privado e do governo), mas n˜ao o total.

Portanto, podemos continuar a descrever C , I e G como j´a v´ınhamos fazendo.

Demanda dom´estica:

C + I + G = C (Y − T ) + I (Y , r ) + G onde ∂C /∂(Y − T ) > 0 ; ∂I /∂Y > 0; ∂I /∂r < 0.

(30)

Determinantes das importa¸c˜oes (Q): Q = Q(Y , ε) ∂Q/∂Y > 0 e ∂Q/∂ε < 0

Determinantes das exporta¸c˜oes (X ): X = X (Y∗, ε) ∂X /∂Y∗> 0 e ∂X /∂ε > 0

(31)
(32)

Curva DD: demanda dom´estica, C (Y − T ) + I (Y , r ) + G hip´otese padr˜ao: inclina¸c˜ao positiva menor que 1

Curva AA: demanda dom´estica por bens dom´esticos, C (Y − T ) + I (Y , r ) + G − εQ(Y , ε)

(33)
(34)

Curva ZZ: demanda por bens dom´esticos, C (Y − T ) + I (Y , r ) + G − εQ(Y , ε) + X (Y∗, ε)

curva ZZ ´e paralela `a curva AA pois X n˜ao depende de Y

Exporta¸c˜oes l´ıquidas, NX = X (Y∗, ε) − εQ(Y , ε) fun¸c˜ao decrescente do produto.

YTB ´e o n´ıvel de produto tal que NX = 0. se Y < YTB, NX > 0 (super´avit comercial) se Y > YTB, NX < 0 (d´eficit comercial) qual ´e a rela¸c˜ao de NX e ε? Amb´ıgua:

∂NX ∂ε = ∂X ∂ε − ε ∂Q ∂ε − Q > ?< 0

(35)

Em equl´ıbrio: produto dom´estico = demanda Y = Z ou seja

Y = C (Y − T ) + I (Y , r ) + G − εQ(Y , ε) + X (Y∗, ε)

A equa¸c˜ao acima determina o produto como uma fun¸c˜ao de todas as vari´aveis que tomamos como dadas: impostos, taxa de cˆambio real e produto estrangeiro.

(36)
(37)

Coment´arios:

Economia aberta, equil´ıbiro implica Y = ZZ

(38)

Efeito de um aumento dos gastos do governo.

Hip´otese: no equil´ıbrio incial, NX = 0 e Y = YTB

Curva ZZ se desloca paralelamente para cima.

(39)
(40)

O que mudou em rela¸c˜ao `a economia fechada?

H´a um efeito via balan¸ca comercial.

Como G n˜ao entra diretamente na determina¸c˜ao de Q ou X , a rela¸c˜ao NX = X − εQ n˜ao se mexe.

Ou seja: a curva NX n˜ao se move, mas ocorrer´a um movimento sobre a curva.

Movimento do produto de Y para Y0 ocasiona o aparecimento de um d´eficit comercial.

(41)

Efeito sobre o produto ´e menor do que em uma economia fechada. Por que?

quanto menor a inclina¸c˜ao da demanda (ZZ), menor ser´a o multiplicador

vimos que ZZ ´e menos inclinada que DD

ou seja, ceteris paribus, o multiplicador em uma economia aberta ´e menor

Intui¸c˜ao: um aumento da demanda recai, agora, s´o parcialmente sobre bens dom´esticos, o restante recai sobre bens estrangeiros.

Portanto: com um aumento de gastos,

o efeito sobre a demanda por bens dom´esticos ´e menor do que ocorreria em uma economia fechada similar

como parte da demanda que cresceu ser´a atendida por importa¸c˜oes, enquanto as exporta¸c˜oes permanecem inalteradas, haver´a uma deteriora¸c˜ao da balan¸ca comercial

(42)

Quanto mais aberta for a economia, menor ser´a o efeito sobre o produto e maior ser´a o efeito adverso sobre a balan¸ca comercial.

A B´elgica, por exemplo, tem Q/PIB = 0.7, e assim, quando a demanda aumenta, cerca de 70% do aumento ser´a atendido por importa¸c˜oes e s´o 30% por produ¸c˜ao dom´estica. Ou seja, a pol´ıtica fiscal expansionista na B´elgica tende a deteriorar a balan¸ca comercial e a n˜ao expandir muito o produto.

Nos EUA, onde Q/PIB = 0.13, aumentos na demanda tamb´em estar˜ao associados a deteriora¸c˜oes na balan¸ca comercial

(43)

Efeitos de um aumento da demanda externa. Y∗ Hip´otese: no equil´ıbrio incial, NX = 0 e Y = YTB Curva ZZ se desloca paralelamente para cima. Curva NX se desloca paralelamente para cima.

O aumento de produto externo causa um aumento no produto interno.

∆Y∗⇒ ∆X ⇒ ∆Y

(44)
(45)

Aumentos tanto na demanda interna quanto na externa conduzem ao aumento do produto, entretanto, produzem efeitos opostos sobre a situa¸c˜ao comercial do pa´ıs.

Um aumento na demanda externa, ao contr´ario da demanda interna, melhora a balan¸ca comercial.

Por que d´eficits comerciais sucessivos s˜ao ruins?

pa´ıs acumula muita d´ıvida para com o resto do mundo pagamentos de juros cada vez mais altos

(46)

Choque de demanda em um pa´ıs afeta os outros pa´ıses. Efeito ser´a mais forte quanto maior os la¸cos comerciais.

Entretanto: considere o seguinte exemplo,

Recess˜ao generalizada num grupo de pa´ıses que comercializam Os pa´ıses poderiam aumentar a demanda dom´estica. Entretanto:

pequeno aumento no produto grande d´eficit comercial

Ou os pa´ıses poderiam esperar que os outros aumentem a demanda dom´estica. Neste caso:

produto aumentaria

melhora na balan¸ca comercial

Mas se todos os pa´ıses esperarem, recess˜ao continuar´a. Problema de coordena¸c˜ao. Se todos os pa´ıses coordenarem suas pol´ıticas econˆomicas, sair-se-ia da recess˜ao.

(47)

Efeito de uma atua¸c˜ao coordenada: produto aumentaria

balan¸ca comercial n˜ao mexeria muito

“melhora” na balan¸ca comercial fruto do choque externo “piora” na balan¸ca comercial fruto do choque interno

Evidˆencia: apesar do esfor¸co ret´orico do G7, pouca macrocoordena¸c˜ao entre pa´ıses.

Pa´ıses que n˜ao est˜ao em recess˜ao relutariam em fazer a sua parte. Problema do carona: uma vez que todos est˜ao coordenando, pode ser ´otimo n˜ao coordenar.

Durante a grande depress˜ao (anos 30), n˜ao havia coordena¸c˜ao, e o com´ercio internacional caiu em 2/3.

(48)
(49)
(50)

Taxa real de cˆambio: ´e o pre¸co relativo dos bens de dois pa´ıses.

ε = e × P

∗ P

pre¸co dos bens estrangeiros em termos do bem dom´estico

Considerando pre¸cos fixos (externo e interno), uma deprecia¸c˜ao nominal reflete-se igualmente numa deprecia¸c˜ao real.

Qual ´e o efeito de uma deprecia¸c˜ao real sobre o balan¸co comercial e o produto?

(51)

Deprecia¸c˜ao e a balan¸ca comercial:

NX = X − εQ = X (Y∗, ε) − εQ(Y , ε) Uma deprecia¸c˜ao real afeta a balan¸ca comercial em 3 lugares:

As exporta¸c˜oes aumentam. A deprecia¸c˜ao torna os bens internos relativamente mais baratos.

As importa¸c˜oes diminuem. A deprecia¸c˜ao torna os bens externos relativamente mais caros.

O pre¸co relativo dos bens externos importados, Q, aumenta.

∂NX ∂ε = ∂X ∂ε − ε ∂Q ∂ε − Q > ?< 0

(52)

∂NX ∂ε = ∂X ∂ε − ε ∂Q ∂ε − Q > ?< 0

Para uma deprecia¸c˜ao melhorar a balan¸ca comercial as exporta¸c˜oes devem aumentar o suficiente e as importa¸c˜oes devem diminuir o suficiente para compensar o aumento do pre¸co das importa¸c˜oes.

Condi¸c˜ao de Marshall-Lerner: uma deprecia¸c˜ao real conduz a um aumento nas exporta¸c˜oes l´ıquidas.

(53)

Derivando a condi¸c˜ao de Marshall-Lerner quando NX = 0: NX = X − εQ = 0 ⇒ X = εQ

Efeito de uma mudan¸ca pequena na taxa real de cˆambio de ∆ε, ∆NX ≈ ∆X − ε∆Q − Q∆ε Dividindo por X ∆NX X ≈ ∆X X − ε∆Q X − Q∆ε X Como NX = 0, ou seja, X = εQ, ∆NX X ≈ ∆X X − ε∆Q εQ − Q∆ε εQ Logo ∆NX X ≈ ∆X X − ∆Q Q − ∆ε ε

(54)

Derivando a condi¸c˜ao de Marshall-Lerner quando NX = 0. Se taxa real de cˆambio aumenta ∆ε: ∆NX X ≈ ∆X X − ∆Q Q − ∆ε ε Primeiro termo ´e positivo se ∆ε > 0.

Segundo termo ´e negativo se ∆ε > 0.

Condi¸c˜ao de Marshall-Lerner: ∆NX > 0 se e somente se ∆X X − ∆Q Q > ∆ε ε

Exemplo: suponha que ∆εε = 1% implique ∆XX = 0.9% e ∆QQ = −0.8%. Como (0.9%) − (−0.8%) = 1.7% > 1%, a condi¸c˜ao de de

(55)

Supondo que a condi¸c˜ao de Marshall-Lerner ´e v´alida, os efeitos da deprecia¸c˜ao s˜ao semelhantes aos efeitos de um aumento do produto externo.

Deprecia¸c˜ao aumenta NX e desloca tanto a ZZ como a NX para cima.

O produto aumenta e a balan¸ca comercial melhora.

Diferen¸ca entre ∆Y∗> 0 e ∆ε > 0: Na deprecia¸c˜ao, os habitantes do pa´ıs ficam mais pobres. Os produtos externos s˜ao mais caros e as pessoas precisam pagar mais para obter esses bens.

(56)
(57)

Em meados de 2011 ...

Deteriora¸c˜ao da economia global: busca por ativos seguros. Geralmente, ativos sem risco denominados em d´olar.

D´ıvida alta nos EUA / pol´ıticas que geram deprecia¸c˜ao do cˆambio. Euro: problemas semelhantes.

Alternativas? ouro franco su´ı¸co

(58)
(59)

Taxa de cˆambio (franco su´ı¸co / Euro):

(60)

Aprecia¸c˜ao real da moeda diminui o produto e piora a balan¸ca comercial.

06 de setembro de 2011: o Banco Nacional Su´ı¸co estabeleceu um m´ınimo para a taxa de cˆambio nominal.

No comunicado a imprensa:

“The Swiss National Bank (SNB) is therefore aiming for a substantial and sustained weakening of the Swiss franc. With immediate effect, it will no longer tolerate a EUR/CHF exchange rate below the minimum rate of CHF 1.20. The SNB will enforce this minimum rate with the utmost determination and is prepared to buy foreign currency in unlimited quantities.”

(61)

Suponha que um governo queira melhorar seu d´eficit comercial sem alterar seu produto.

Apenas uma deprecia¸c˜ao n˜ao funcionaria pois reduziria o d´eficit mas aumentaria o produto.

Apenas uma contra¸c˜ao fiscal n˜ao funcionaria pois reduziria o d´eficit mas diminuiria o produto.

(62)

Suponha que a economia esteja em equil´ıbrio com produto Y e com d´eficit comercial (NX < 0).

1o passo: realizar uma deprecia¸c˜ao suficiente para eliminar o d´eficit comercial no n´ıvel inicial do produto Y . Curva ZZ deslocaria para ZZ’, aumentando o produto.

2o passo: reduzir os gastos do governo de forma a deslocar ZZ’ de volta para ZZ.

(63)
(64)

Na medida que os governos se preocupam tanto com produto quanto com a balan¸ca comercial, eles devem usar combina¸c˜oes de pol´ıticas fiscais e cambiais.

Super´avit comercial D´eficit comercial

Produto baixo ε?, G ↑ ε ↑, G ?

(65)

Os efeitos de uma deprecia¸c˜ao cambial n˜ao s˜ao instantˆaneos.

Leva tempo para os consumidores perceberem os novos pre¸cos relativos, para as empresas trocarem seus fornecedores etc.

Assim, no in´ıcio, pode haver uma deteriora¸c˜ao na balan¸ca comercial. Por quˆe?

O efeito inicial tende a se refletir mais nos pre¸cos que nas quantidades o que implica uma deteriora¸c˜ao inicial da balan¸ca comercial.

NX = X − εQ

Se a condi¸c˜ao de Marshall-Lerner for satisfeita, a resposta nas

importa¸c˜oes e exporta¸c˜oes, com o decorrer do tempo, ser´a mais forte que o choque negativo de pre¸cos e h´a uma melhora na balan¸ca comercial.

(66)

Evidˆencia emp´ırica para pa´ıses da OCDE: processo leva de 6 meses a 1 ano.

Implica¸c˜ao de pol´ıtica: deprecia¸c˜ao exerce um efeito inicial contracionista sobre o produto.

(67)

Da equa¸c˜ao de equil´ıbrio no mercado de bens temos que: Y = C + I + G − εQ + X Y − C = I + G + NX Y − C − T | {z } Spriv = I + G − T + NX NX = Spriv+ T − G | {z } Spub −I NX = Spriv+ Spub− I Spriv: poupan¸ca privada

(68)

Da equa¸c˜ao de equil´ıbrio no mercado de bens temos que: NX = Spriv + Spub− I

Coment´arios:

super´avit comercial tem que corresponder ao excesso de poupan¸ca sobre o investimento

super´avit comercial implica o pa´ıs emprestar ao resto do mundo. d´eficit comercial tem que corresponder a um excesso de

investimento sobre a poupan¸ca

(69)

Se o pa´ıs investe mais do que poupa, Spriv + Spub< I

estar´a tomando emprestado do resto do mundo, o que equivale a dizer que importa liquidamente recursos reais do exterior.

A condi¸c˜ao

NX = Spriv + Spub− I

costuma ser utilizada como base para modelos que projetam requisitos de poupan¸ca externa (chamados modelos de hiatos).

(70)

NX = Spriv+ Spub− I ⇐⇒ I = Spriv+ Spub− NX

O que esta equa¸c˜ao diz:

Um aumento no investimento deve se refletir num aumento da poupan¸ca privada ou p´ublica, ou em uma deteriora¸c˜ao da balan¸ca comercial.

Um aumento no d´eficit fiscal deve se refletir em um aumento da poupan¸ca privada, ou em uma diminui¸c˜ao do investimento, ou em deteriora¸c˜ao da balan¸ca comercial.

O pa´ıs que tem alta taxa de poupan¸ca dom´estica (privada e p´ublica), deve ter uma alta taxa de investimento ou um grande super´avit comercial.

(71)

NX = Spriv + Spub− I O que esta equa¸c˜ao n˜ao diz:

se um d´eficit fiscal se refletir´a em um d´eficit comercial, ou em um aumento da poupan¸ca privada, ou em uma queda do investimento Para responder essa pergunta, devemos resolver explicitamente para o produto e seus componentes, usando as hip´oteses que fizemos sobre o consumo, investimento, exporta¸c˜oes e importa¸c˜oes.

Para tal pode-se usar tanto:

Y = C (Y − T ) + I (Y , r ) + G − εQ(Y , ε) + X (Y∗, ε) quanto

NX = S + (T − G ) − I

(72)

NX = S + (T − G ) − I

Argumento falacioso: “´E claro que um pa´ıs n˜ao pode reduzir seu d´eficit comercial atrav´es de uma deprecia¸c˜ao. Veja a equa¸c˜ao acima. Ela mostra que o d´eficit comercial ´e igual ao investimento menos a poupan¸ca, p´ublica e privada. Por que uma deprecia¸c˜ao deveria afetar o investimento ou a poupan¸ca? Se n˜ao afeta nem I nem S + (T − G ), como ent˜ao afetar´a NX ?”

Sabemos que o argumento ´e falso, pois, quando vale a condi¸c˜ao de Marshall-Lerner, uma deprecia¸c˜ao leva a um aumento no produto e a uma melhora na balan¸ca comercial (NX sobe).

(73)

NX = S + (T − G ) − I

O que est´a errado com argumento?

Uma deprecia¸c˜ao afeta sim a poupan¸ca e o investimento. J´a que afeta positivamente a demanda por bens dom´esticos, elevando o produto.

Um produto maior leva ao aumento da poupan¸ca em rela¸c˜ao ao investimento e redu¸c˜ao do d´eficit comercial.

(74)

Algebricamente: em equil´ıbrio, Y = C (Y − T ) + I (Y , r ) + G − εQ(Y , ε) + X (Y∗, ε) Hip´oteses: C = c0+ c1(Y − T ) I = b0+ b1Y − b2r Q = q1Y − q2ε X = x1Y∗+ x2ε Logo: Y = C (Y − T ) + I (Y , r ) + G − εQ(Y , ε) + X (Y∗, ε) Y = c0+ c1(Y − T ) + b0+ b1Y − b2r + G − ε(q1Y − q2ε) + x1Y∗+ x2ε (1 − c1− b1+ εq1)Y = c0− c1T + b0− b2r + G + q2ε2+ x1Y+ x2ε

(75)

Y = c0− c1T + b0− b2r + G + q2ε 2+ x1Y+ x2ε 1 − c1− b1+ εq1 Logo (verifiquem): ∂Y ∂ε = x2+ 2q2ε − q1Y 1 − c1− b1+ εq1 O que o ocorre com a poupan¸ca:

S = Y − C − T = Y − c0− c1(Y − T ) − T = −c0+ (1 − c1)(Y − T ) Logo ∂S ∂ε = ∂S ∂Y ∂Y ∂ε = (1 − c1) ∂Y ∂ε

(76)

O que o ocorre com o investimento: I = b0+ b1Y − b2r Logo ∂I ∂ε = ∂I ∂Y ∂Y ∂ε = b1 ∂Y ∂ε Como NX = S + (T − G ) − I , ∂NX ∂ε = ∂S ∂ε |{z} =(1−c1)∂Y∂ε +∂(T − G ) ∂ε | {z } =0 − ∂I ∂ε |{z} =b1∂Y∂ε = (1 − c1− b1)∂Y ∂ε

Hip´otese: 1 − c1− b1> 0, caso contr´ario o multiplicador seria negativo. Conclus˜ao: um aumento no produto por conta da deprecia¸c˜ao ocasiona um aumento da poupan¸ca privada maior que o aumento no investimento.

(77)

Exerc´ıcio: Uma desvaloriza¸c˜ao do cˆambio real sempre eleva as

exporta¸c˜oes e as exporta¸c˜oes l´ıquidas. Verdadeiro ou Falso? Justifique.

Exerc´ıcio: Comente a seguinte prescri¸c˜ao de pol´ıtica econˆomica: “Se um pa´ıs tem elevado d´eficit em conta corrente, uma poss´ıvel solu¸c˜ao ´e cortar os gastos p´ublicos.” Tal prescri¸c˜ao ´e correta?

(78)

fixa e igual a 1 e o consumo, o investimento, os gasto do governo e os impostos s˜ao dados por: C = 20 + 0, 6(Y − T ), I = 20, G = 20, T = 20. As importa¸c˜oes e exporta¸c˜oes s˜ao dadas por Q = 0, 4Y e X = 0, 4Y∗, onde o asterisco representa uma vari´avel estrangeira.

a. Resolva para a renda de equil´ıbrio da economia interna, dado Y∗. Qual ´e o multiplicador desta economia? Se estiv´essemos numa economia fechada (de modo que exporta¸c˜oes e importa¸c˜oes fossem iguais a zero) qual seria o multiplicador? Por que os dois multiplicadores s˜ao diferentes?

b. Imagine que a economia estrangeira tenha as mesmas equa¸c˜oes que a economia interna (remova o asterisco de todas as vari´aveis que o tˆem e acrescente `aquelas que n˜ao o tˆem). Use os dois conjuntos de equa¸c˜oes para resolver a renda de equil´ıbrio de cada pa´ıs. Agora, qual ´e o multiplicador de cada pa´ıs? Por que ´e diferente do multiplicador da economia aberta acima?

(79)

c. Considere que cada pa´ıs tem como objetivo um n´ıvel de produto de 125. Qual ´e o aumento de G necess´ario para que cada um desses pa´ıses alcance seu objetivo, na hip´otese que o outro pa´ıs n˜ao altere G ?

d. Qual ´e o aumento comum de G necess´ario para alcan¸car a meta relativa ao produto?

e. Por que ´e t˜ao dif´ıcil alcan¸car na pr´atica a coordena¸c˜ao (como o aumento comum de G visto no item anterior)?

(80)

Exerc´ıcio (Prova 2013): Descreva a dinˆamica da Curva J e explicite as etapas em que a deprecia¸c˜ao cambial exerce efeito maior sobre pre¸cos (quantidades) relativamente a quantidades (pre¸cos). Relacione o predom´ınio do efeito sobre pre¸cos (quantidades) com a validade (ou invalidade) da condi¸c˜ao de Marshall-Lerner. (Deve-se deixar clara a condi¸c˜ao de Marshall-Lerner na resposta.)

(81)

Final do s´eculo XX:

o aumento das transa¸c˜oes internacionais com ativos

grau de abertura financeira alto, assim como no in´ıcio do s´eculo Em 2005:

volume di´ario das transa¸c˜oes de cˆambio no mundo era de US$1,9 trilh˜ao (90% envolvendo d´olares)

m´edia anual da soma das exporta¸c˜oes e importa¸c˜oes dos EUA era de US$ 3,3 trilh˜oes (em m´edia, 9 bilh˜oes di´arios ou 0,5% do volume de transa¸c˜oes com d´olar).

maioria das transa¸c˜oes est´a associada a compra e venda de ativos Abertura financeira:

permite a um pa´ıs tomar emprestado (e emprestar) isolando seu consumo de choques na sua produ¸c˜ao

empr´estimos em moeda e vendas de t´ıtulos privados de d´ıvida tornam-se instrumentos corriqueiros no mercado de cˆambio movimentos de capitais s˜ao mais importantes

(82)

entre os residentes de um pa´ıs e o resto do mundo (n˜ao-residentes).

1 Balan¸ca comercial (Exporta¸c˜ao - Importa¸c˜ao) 2 Balan¸ca de servi¸cos

3 Rendas

4 Transferˆencias Unilaterais

5 Conta Corrente ou Transa¸oes Correntes 6 Conta Capital e Financeira

Saldo do BOP = BC + BS + Rendas + TU (saldo de transa¸c˜oes correntes) + Conta de Capital e Financeira = Varia¸c˜oes nas reservas internacionais

D´eficit no balan¸co de pagamentos: residentes est˜ao efetuando mais pagamentos a estrangeiros do que est˜ao recebendo destes. Significa que a soma dos saldos das contas correntes e de capital ´e negativa.

(83)

MOSTRAR PLANILHA

Dispon´ıvel no site:

(84)

Hip´oteses:

perfeita mobilidade de capitais

apenas a moeda dom´estica serve para liquidar transa¸c˜oes no pa´ıs

Escolha relevante entre ativos dom´esticos e estrangeiros: ativos que rendem juros e n˜ao moeda

(85)

Exemplo: t´ıtulos de renda fixa

Vocˆe pode investir R$1.00 em um t´ıtulo brasileiro que rende it. Ganho: 1 + it

Vocˆe pode investir R$1.00 em um t´ıtulo americano que rende it∗. Como cada R$1.00 ´e trocado por U$1/Et, o ganho esperado ´e:

1 Et(1 + i ∗ t)E e t+1 onde Ee

(86)

Em t, R$1.00 ⇒ Em t + 1, R$(1 + it) Investe em um t´ıtulo de renda fixa nos EUA:

Em t, R$1.00 = U$1 Et ⇒ Em t + 1, U$ 1 Et(1 + i ∗ t) = R$ 1 Et(1 + i ∗ t)E e t+1 Hip´oteses:

livre movimenta¸c˜ao de capitais

indiferen¸ca entre ativos (de mesmo risco)

Se os investidores retem apenas os t´ıtulos com maior rentabilidade esperada, ambos os t´ıtulos devem ter o mesmo rendimento esperado. Rela¸c˜ao de (n˜ao) arbitragem:

(1 + it) = (1 + it∗)E e t+1 Et

(87)

Reescrevendo: (1 + it) = (1 + it∗)E e t+1 Et = (1 + it∗)  1 +E e t+1− Et Et 

Aproxima¸c˜ao logar´ıtmica: se x ´e um n´umero pequeno, ln(1 + x ) ≈ x

Logo

it≈ it∗+

Et+1e − Et Et

taxa de juros interna ´e aproximadamente igual a taxa de juros externa mais a taxa de deprecia¸c˜ao esperada da moeda nacional.

Implica¸c˜ao: a menos que os pa´ıses estejam dispostos a tolerar grandes varia¸c˜oes na taxa de cˆambio, as taxas de juros dos pa´ıses tendem a se mover em conjunto.

(88)

it≈ it∗+E e t+1− Et

Et Simplificando a nota¸c˜ao:

i ≈ i∗+E e− E E ⇐⇒ E = Ee 1 + i − i∗ Logo:

aumento da taxa de juros interna leva a uma diminui¸c˜ao (aprecia¸c˜ao) da taxa de cˆambio nominal

aumento da taxa de juros externa leva a um aumento (deprecia¸c˜ao) da taxa de cˆambio nominal

aumento da taxa de cˆambio esperada leva a um aumento (deprecia¸c˜ao) da taxa de cˆambio nominal

(89)

E = E e 1 + i − i∗ Intui¸c˜ao: arbitragem

se i aumenta, investidores trocam t´ıtulos americanos por brasileiros ou seja, vendem d´olares e compram reais (real aprecia)

se i∗ aumenta, investidores trocam t´ıtulos nacionais por estrangeiros

ou seja, vendem reais e compram d´olares (real deprecia) se Ee aumenta, investidores trocam t´ıtulos nacionais por estrangeiros

(90)
(91)

Hip´oteses:

livre movimenta¸c˜ao de capitais

indiferen¸ca entre ativos (de mesmo risco)

investidores retem apenas os t´ıtulos com maior rentabilidade Condi¸c˜ao de paridade n˜ao coberta das taxas de juros:

it≈ it∗+

Et+1e − Et Et O que estamos ignorando:

custos de transa¸c˜ao riscos cambial e de cr´edito

(92)

it≈ it∗+ Ee t+1− Et Et | {z } expectativa de deprecia¸c˜ao Condi¸c˜ao de paridade coberta das taxas de juros:

it ≈ it∗+ Ft− Et Et

| {z }

prˆemio a termo onde Ft ´e o pre¸co do “d´olar futuro”.

Prˆemio a termo = prˆemio de risco cambial + expectativa de deprecia¸c˜ao Ft− Et Et = Ft− Ee t+1 Et + Ee t+1− Et Et Por que Ee 6= Ft? Avers˜ao ao risco.

(93)
(94)
(95)
(96)
(97)

Se houver risco de cr´edito:

it≈ it∗+Ft− Et

Et + θt

onde θt ´e o “risco pa´ıs”.

Exemplo: EMBI+, calculado pela JPMorgan.

´ındice que reflete o comportamento dos t´ıtulos da d´ıvida externa de pa´ıses emergentes (denominados em d´olar)

corresponde `a m´edia ponderada dos prˆemios pagos por t´ıtulos brasileiros em rela¸c˜ao a pap´eis de prazo equivalente do Tesouro dos EUA

a cada 100 pontos expressos pelo EMBI+, os t´ıtulos do pa´ıs pagam uma sobretaxa de 1 p.p. sobre os pap´eis dos EUA

(98)
(99)

Mobilidade perfeita de capitais + ausˆencia de risco de cr´edito + indiferen¸ca ao risco leva a:

Iguala¸c˜ao dos retornos das diversas taxas de juros quando medidos na mesma moeda:

ln(1 + it) = ln(1 + it∗) + ln(Et(st+1)/st) (PDTJ=UIP) i = i∗ + (expectativa de deprecia¸c˜ao)

Mercado futuro de cˆambio ft Avers˜ao ao risco ft 6= Et(st+1) Assim temos:

ln(1 + it) = ln(1 + it∗) + ln(ft/st) (PCTJ=CIP) i = i∗ + (prˆemio a termo);

(100)

Com risco de cr´edito, temos:

ln(1 + it) = ln(1 + it∗) + ln(ft/st) + ln(1 + θt) θt≈ Risco Pa´ıs

ln(ft/st) = Prˆemio a Termo (Forward Premium) Reagrupando termos:

ln(1 + it) = ln[(1 + it∗).(1 + θt)] + ln(ft/st) [(1 + it∗).(1 + θt) − 1] = Cupom Cambial

(101)

Mercado futuro de DIXPr´e : Permite observar a taxa dom´estica de juros;

Mercado futuro de D´olar : Permite calcular o prˆemio a termo (Forward Premium);

Mercado de FRA de Cupom : Permite observar o Cupom Cambial;

OBS.: O Cupom Cambial igualar´a (estar´a arbitrado com) a ”diferen¸ca” entre a taxa do DI X Pr´e e o prˆemio a termo (Forward Premium), segundo a equa¸c˜ao: (1 + it) = (1 + it∗).(1 + θt).(ft/st)

(102)

Objetivo: entender os movimentos conjuntos do produto, da taxa de juros e da taxa de cˆambio.

Trˆes equa¸c˜oes:

1 Equil´ıbrio no mercado de bens (sob a hip´otese P = P∗):

Y = C (Y − T ) + I (Y , i ) + G + NX (Y , Y∗, E )

2 Equil´ıbrio no mercado de moeda:

M

P = YL(i )

3 Paridade n˜ao coberta da taxa de juros:

(1 + i ) = (1 + i∗)E e

E ⇒ E = E

e(1 + i∗) (1 + i )

(103)

Eliminando a taxa de cˆambio, reduzimos o sistema a duas equa¸c˜oes. Curva IS: Y = C (Y − T ) + I (Y , i ) + G + NX  Y , Y∗, Ee(1 + i ∗) (1 + i )  Curva LM: M P = YL(i )

(104)

Curva IS: Y = C (Y − T ) + I (Y , i ) + G + NX  Y , Y∗, Ee(1 + i ∗) (1 + i ) 

Qual ´e o efeito do aumento, via a curva IS, da taxa de juros sobre o produto?

1 i ↑⇒ I ↓⇒ Z ↓⇒ Y ↓

2 i ↑⇒ E ↓⇒ NX ↓⇒ Y ↓

Ambos os efeitos v˜ao no mesmo sentido.

Conclus˜ao: assim como numa economia fechada, a IS ´e negativamente inclinada.

(105)
(106)
(107)

Qual ´e o efeito do aumento dos gastos G ? a IS expande, mas a LM n˜ao se move

novo equil´ıbrio: Y e i s˜ao maiores, mas E menor (se aprecia).

Num primeiro momento:

G ↑⇒ Z ↑⇒ Y ↑⇒ demanda por moeda ↑⇒ i ↑ (M/P ´e fixo) ⇒ E ↓

Num segundo momento:

(108)

O que ocorre com os componentes de Y ? G aumenta por hip´otese

C aumenta porque Y aumenta

efeito em I ´e amb´ıguo pois Y ↑⇒ I ↑ mas i ↑⇒ I ↓ NX diminui, pois Y aumenta e E diminui (se aprecia)

Observe neste ´ultimo t´opico que o aumento do d´eficit fiscal leva a uma redu¸c˜ao da balan¸ca comercial. Se a balan¸ca comercial estivesse zerada, ter´ıamos que um d´eficit or¸cament´ario implicaria um d´eficit comercial.

(109)

Considere uma contra¸c˜ao monet´aria: curva LM se desloca para cima. M

P ↓⇒ Y ↓, i ↑, E ↓

Hist´oria: contra¸c˜ao monet´aria leva a um aumento na taxa de juros, tornando os t´ıtulos dom´esticos mais atraentes, desencadeando uma aprecia¸c˜ao. Tanto uma aprecia¸c˜ao do cˆambio como um aumento na taxa de juros diminuem a demanda e produto.

(110)
(111)

Hip´otese at´e ent˜ao: BC fixa M e deixa E flutuar `a vontade. Em v´arios pa´ıses, isso n˜ao ´e verdade.

Usa-se a pol´ıtica monet´aria para se atingir metas para o cˆambio (impl´ıcitas ou expl´ıcitas).

V´arios s˜ao os tipos e nomes dos regimes cambiais:

Cˆambio flutuante: EUA, Europa e o Jap˜ao. N˜ao h´a meta expl´ıcita para o cˆambio.

Cˆambio fixo: US$ - Argentina (at´e dez/2001) que adotava o d´olar como ˆancora cambial.

Mudan¸cas na taxa de cˆambio s˜ao raras

Quando tais mudan¸cas occorem, estas s˜ao chamadas de desvaloriza¸c˜oes e valoriza¸c˜oes

Sistema h´ıbridos: diferentes graus de compromisso com a meta de taxa de cˆambio

(112)

Sistema h´ıbridos: diferentes graus de compromisso com a meta de taxa de cˆambio

Minidesvaloriza¸c˜oes (crawling peg): se infla¸c˜ao ´e alta, fixar o cˆambio geraria aprecia¸c˜ao real cont´ınua

Bandas cambiais: cˆambio flutua mas dentro de um intervalo

Hist´oria do Euro:

O SME (Sistema Monet´ario Europeu) determinou a varia¸c˜ao das taxas de cˆambio na Uni˜ao Europ´eia de 1978 a 1998

Pa´ıses-membro concordaram em manter suas taxas de cˆambio dentro de bandas de varia¸c˜ao, em torno de uma paridade central Alguns pa´ıses deram um passo adiante e adotaram uma moeda comum, o euro, adotando uma taxa de cˆambio fixa entre eles

(113)

Sob mobilidade perfeita de capitais, independentemente do regime cambial, temos a condi¸c˜ao de paridade n˜ao coberta da taxa de juros:

(1 + i ) = (1 + i∗)E e E

Suponha um regime de cˆambio fixo cr´ıvel, tal que Ee = E = ¯E . Logo: (1 + i ) = (1 + i∗) ⇒ i = i∗

Curva LM:

M

P = YL(i

)

Conlus˜ao: como P e L(i∗) est˜ao fixos, se Y aumenta, o BC tem que aumentar M de forma a manter o cˆambio fixo.

(114)

S´INTESE: Com mobilidade perfeita de capitais e regime de cˆambio fixo, o BC desiste de ter a pol´ıtica monet´aria como instrumento de pol´ıtica econˆomica.

Por que? O regime de cˆambio fixo exige que i = i∗, logo o estoque nominal de moeda M deve se ajustar para garantir i = i∗.

Mais geral: ´e imposs´ıvel para um pa´ıs ter ao mesmo tempo os seguintes objetivos:

1 Fixar a taxa de cˆambio

2 Ter mobilidade perfeita de capital

3 Usar pol´ıtica monet´aria como instrumento de pol´ıtica econˆomica

Trade-off entre abertura do mercado de capitais, dependˆencia da pol´ıtica monet´aria e volatilidade de taxa de cˆambio nominal.

(115)

Entretanto: dois objetivos s˜ao sempre mutuamente consistentes.

Um pa´ıs pode ter mobilidade perfeita de capital e regime de cˆambio fixo, desde que abra m˜ao da pol´ıtica monet´aria.

i = i∗ e M

P = YL(i

)

Um pa´ıs pode ter mobilidade perfeita de capital e usar a pol´ıtica monet´aria como instrumento, desde que o cˆambio flutue.

(1 + i ) = (1 + i∗)E e

E e

M

P = YL(i )

Um pa´ıs pode usar a pol´ıtica monet´aria como instrumento e ter um regime de cˆambio fixo, desde que n˜ao permita a livre mobilidade de capitais (impondo controles, por exemplo)

i 6= i∗ e M

(116)

Dado que a pol´ıtica monet´aria deixa de ser uma op¸c˜ao sob cˆambio fixo, o que ocorre com a pol´ıtica fiscal?

Supondo um aumento nos gastos do governo, sob taxa de cˆambio flex´ıvel, o produto aumenta e a taxa de juros aumenta, o que aprecia a taxa de cˆambio.

Entretanto, sob cˆambio fixo, a moeda n˜ao pode apreciar e o banco central deve acomodar esse aumento de demanda por moeda com uma oferta maior.

Assim, a LM se desloca para a direita para manter a taxa de juros e a taxa de cˆambio constantes.

A pol´ıtica fiscal aciona a acomoda¸c˜ao monet´aria, eliminando o crowding out.

(117)
(118)

era fixa em rela¸c˜ao ao d´olar, no entanto, a taxa de juros mexicana era muito maior do que a taxa americana. Suponha mobilidade perfeita de capitais. Por que motivo a taxa de juros mexicana era mais elevada do que a americana? Sob que condi¸c˜ao, as taxas de juros deveriam ser iguais entre os dois pa´ıses?

Obs.: ignore considera¸c˜oes sobre avers˜ao ao risco e risco-pa´ıs.

Resposta: De acordo com a paridade descoberta da taxa de juros 1 + imex = (1 + ieua)

Ee

E ⇒ imex ≈ ieua+ Ee− E

E Logo: imex > ieua se

h´a expectativa de deprecia¸c˜ao da moeda mexicana em rela¸c˜ao ao d´olar: Ee > E

(119)

Exerc´ıcio (Prova 2011): Suponha que num mundo, com mobilidade pefeita de capitais, existam apenas dois pa´ıses. O pa´ıs 1 est´a em crise, tal que Y1< Yn, mas o pa´ıs 2 est´a operando no pleno emprego, Y2= Yn. Pode-se trocar uma unidade de moeda do pa´ıs 2 por E

unidades de moeda do pa´ıs 1. A taxa de cˆambio E flutua livremente, mas a taxa de cˆambio esperada, Ee, ´e fixa (tomada como dada). Suponha tamb´em que os pre¸cos s˜ao fixos (com P1= P2).

a) Derive a equa¸c˜ao de paridade descoberta da taxa de juros neste mundo, indexando as taxas de juros corretamente (i1para o pa´ıs 1 e i2 para o pa´ıs 2). Resposta: 1 + i1= (1 + i2)E e E ou i1≈ i2+ Ee−E E

(120)

Exerc´ıcio (Prova 2011, continua¸c˜ao): Para responder os itens b), c) e d), suponha que o pa´ıs 1 fa¸ca pol´ıtica monet´aria controlando a oferta de moeda, enquanto o pa´ıs 2 fa¸ca pol´ıtica monet´aria controlando a taxa de juros. Isto quer dizer que o Banco Central do pa´ıs 1 escolhe a oferta de moeda M1e deixa a taxa de juros i1 variar tal que M1/P1= L(Y1, i1), ao passo que o Banco Central do pa´ıs 2 fixa a taxa de juros i2e varia a oferta de moeda M2para satisfazer M2/P2= L(Y2, i2).

Crucial: Ee ´e fixo, logo estamos no livro do Blanchard, e n˜ao no modelo Mundell-Fleming, cuja a hip´otese ´e Ee= E .

b) Visando sair da recess˜ao, o pa´ıs 1 faz uma expans˜ao monet´aria. Explique, com aux´ılio de gr´aficos, o que acontece com a taxa de cˆambio, a taxa de juros e o produto do pa´ıs 1.

(121)

Resposta: IS do pa´ıs 1 incorporando a eq. de paridade descoberta da taxa de juros:

Y1= C (Y1− T1) + I (Y1, i1) + G1+ NX 

Y1, Y2, Ee1 + i2 1 + i1



Logo: mudan¸cas no cˆambio E n˜ao desloca essa curva. Como o pa´ıs 2 fixa i2e Ee ´e fixo,

(122)

taxa de juros e o produto de equil´ıbrio do pa´ıs 2 (supondo que o pa´ıs 2 n˜ao tenha mudado a sua pol´ıtica monet´aria)? Explique com aux´ılio de gr´aficos. Resposta: IS do pa´ıs 2: Y2= C (Y2− T2) + I (Y2, i2) + G2+ NX  Y2, Y1, 1 E 

IS do pa´ıs 2 incorporando a eq. de paridade descoberta da taxa de juros: Y2= C (Y2− T2) + I (Y2, i2) + G2+ NX  Y2, Y1, 1 Ee 1 + i1 1 + i2 

Note que existem dois efeitos sobre a IS do pa´ıs 2:

M1↑⇒ i1↓, E ↑⇒ NX2↓, logo a IS do pa´ıs 2 (independente da defini¸c˜ao) se desloca para a esquerda.

M1↑⇒ Y1↑⇒ NX2↑, logo a IS do pa´ıs 2 se desloca para a direita. Conclus˜ao: o deslocamento da IS ´e amb´ıguo.

(123)

Resposta (cont.): A curva IS do pa´ıs 2 se desloca para a esquerda (ou para direita), pressionando os juros para baixo (ou para cima). Como o pa´ıs 2 fixa i2e varia M2, o Banco Central contrai (ou expande) o estoque de moeda M2, deslocando a LM’ para esquerda (ou direita).

Exemplo no caso de uma contra¸c˜ao da IS:

O outro caso ´e similar.

Conclus˜ao: i2permanece fixo, mas o efeito em Y2´e amb´ıguo. Note que mudan¸cas em Y2ainda deslocaria a IS do pa´ıs 1, mas paremos por aqui ...

(124)

d) Explique a racionalidade econˆomica por tr´as desta fala da Dilma Rousseff: “Somos tamb´em afetados pelas pol´ıticas de rea¸c˜ao dos pa´ıses desenvolvidos `a crise, notadamente a expans˜ao monet´aria praticada por alguns bancos centrais, o que leva a uma esp´ecie de guerra cambial” (O Globo, 07/10/2011).

Resposta: o argumento s´o faz sentindo se o aumento da renda externa n˜ao for o suficiente para compensar o efeito da aprecia¸c˜ao do cˆambio nas exporta¸c˜oes l´ıquidas.

(125)

Exerc´ıcio: Considere uma pequena economia aberta IS-LM com taxa de cˆambio fixa onde o produto est´a em seu n´ıvel natural mas onde h´a um d´eficit comercial. Qual ´e a combina¸c˜ao adequada de pol´ıticas fiscais e monet´arias?

Exerc´ıcio: Verdadeiro ou Falso? Justifique.

Pol´ıticas fiscais expansionistas que deterioram o super´avit or¸cament´ario, fazem com que os t´ıtulos dom´esticos fiquem relativamente menos atrativos que os t´ıtulos estrangeiro, assim depreciando a taxa de cˆambio real.

(126)

Exerc´ıcio (Prova 2012): Considere que t´ıtulos brasileiros paguem i juros em um ano, t´ıtulos americanos paguem i∗e que a taxa de cˆambio seja E (real/d´olar).

a) Explique e derive a condi¸c˜ao de paridade descoberta da taxa de juros, colocando it em fun¸c˜ao de it∗, Et e Et+1e . Aproxime a equa¸c˜ao resultante utilizando logs.

Resposta: ver slides para a deriva¸c˜ao da paridade descoberta da taxa de juros em logs.

it≈ it∗+E e t+1− Et

Et

Responda os itens abaixo utilizando a aproxima¸c˜ao em logs da paridade descoberta da taxa de juros. Suponha it= 11, 75% a.a., i∗= 1, 75% a.a. e Et = 2,00 reais/d´olar.

(127)

Exerc´ıcio (Prova 2012, continua¸c˜ao)

b) Qual dever´a ser a taxa de cˆambio esperada para um ano depois de acordo com a paridade descoberta da taxa de juros? H´a expectativa de aprecia¸c˜ao ou deprecia¸c˜ao?

Resposta: it ≈ it∗+E e t+1− Et Et ⇒ 0, 1175 = 0, 0175 +E e t+1− 2 2 ⇒ E e t+1= 2, 2

(128)

c) Uma opera¸c˜ao muito conhecida e utilizada no mercado financeiro ´e o carry trade. Esta consiste em pegar empr´estimos em pa´ıses com taxas de juros baixas (i∗) e aplicar em pa´ıses com taxas de juros altas (i ). Qual ´e o retorno esperado (em d´olar) dessa opera¸c˜ao segundo a paridade descoberta da taxa de juros?

Resposta: paridade descoberta da taxa de juros implica que o retorno esperado de dessa opera¸c˜ao ´e zero. Formalmente:

custo do empr´estimo de 1 U$: 1 + i∗. Em log: rendimento esperado de 1U$ no Brasil: (1 + i ) E

Ee t+1

. retorno esperado em dolar= (1 + i )EEe

t+1

− 1 + i∗= 0, segundo a paridade descoberta da taxa de juros.

Ou seja, em logs, custo i∗= 1, 75% ´e igual ao redimento esperado em dolar i −E

e t+1−Et

(129)

Exerc´ıcio (Prova 2012, continu¸c˜ao):

d) Se, no final de um ano, o real se apreciar 10%, vocˆe preferiria ter investido em t´ıtulos brasileiros ou americanos? Nesse caso, qual ser´a o retorno (em d´olar) de um investidor que tomou um empr´estimo nos EUA (`a taxa de juros i *) e comprou t´ıtulos brasileiros (que rendem i )? Resposta: brasileiros, pois al´em do juros, o investidor ganharia com a aprecia¸c˜ao do real (j´a que o esperado era uma deprecia¸c˜ao).

Formalmente: em logs

retorno efetivo em dolar =

= [retorno em real (= i ) + aprecia¸c˜ao efetiva (= 10%)] − − custo em dolar (= i∗) = 20%

(130)

escreveu no dia 01/10/2012 no Valor Econˆomico:

“O regime de metas para infla¸c˜ao pressup˜oe a existˆencia de autonomia operacional do BC e a “ritualiza¸c˜ao” do processo decis´orio sobre a taxa de juros. Al´em disso, tal regime ´e incompat´ıvel com a fixa¸c˜ao da taxa de cˆambio ...”

Explique, de forma sucinta, porque o regime de metas de infla¸c˜ao “´e incompat´ıvel com a fixa¸c˜ao da taxa de cˆambio”. Qual ´e a hip´otese impl´ıcita neste argumento?

Resposta: Sob o regime de cˆambio fixo, a taxa de juros ´e calibrada para gerar um fluxo de entrada ou sa´ıda de capitais consistente com a estabilidade do cˆambio. Consequentemente, a taxa de juros (e a pol´ıtica monet´aria, em geral) n˜ao pode ser usada para controlar infla¸c˜ao. Hip´otese impl´ıcita: mobilidade perfeita de capital.

(131)

Exerc´ıcio (Prova 2013) Sobre a evolu¸c˜ao do cˆambio no Brasil. a) O gr´afico abaixo apresenta a evolu¸c˜ao da taxa de cˆambio nominal (R$/US$) di´aria no Brasil entre 1997 e 2001. A linha pontilhada denota o dia em que houve a mudan¸ca para o regime de cˆambio flex´ıvel.

(132)

Exerc´ıcio (Prova 2013, cont.)

Note que antes da mudan¸ca de regime, o Brasil adotou um regime cambial semi-fixo (ou seja, h´ıbrido), que fixava uma trajet´oria de deprecia¸c˜ao suave (sem oscila¸c˜oes bruscas) para o cˆambio nominal ao longo do tempo. Por que um determinado pa´ıs gostaria de adotar um regime de cˆambio semi-fixo no qual a taxa nominal de cˆambio deprecia suavemente, ao inv´es de um regime no qual o cˆambio nominal ´e efetivamente fixo?

Resposta: se o pa´ıs em quest˜ao possui infla¸c˜ao relativamente alta, este gostaria de fixar uma trajet´oria de deprecia¸c˜ao suave (ao inv´es de efetivamente fixar o cˆambio) para evitar que o cˆambio real se aprecie ao longo do tempo.

(133)

Exerc´ıcio (Prova 2013, cont.)

O gr´afico abaixo apresenta a mesma s´erie para taxa de cˆambio nominal, por´em considerando o per´ıodo a partir de 2009.

(134)

Exerc´ıcio (Prova 2013, cont.)

Note que a partir de meados de maio de 2012 (linha tracejada), o cˆambio passou a variar entre 1.95 e 2.10 R$/US$, sugerindo uma pol´ıtica ativa de controle do cˆambio nominal. Mas como o governo brasileiro poderia controlar a taxa de cˆambio se o Banco Central conduz a pol´ıtica monet´aria visando estabilidade dos pre¸cos? Exemplifique.

Resposta: impondo controle de capitais (com livre mobilidade de capitais, se a pol´ıtica monet´aria visa estabilidade dos pre¸cos, n˜ao ´e poss´ıvel controlar o cˆambio). Exemplo: adotou-se IOF de 6% sobre investimentos estrangeiros em renda fixa.

(135)

Exerc´ıcio (Prova 2013, cont.)

c) Suponha que o Big Mac ´e uma boa aproxima¸c˜ao dos ´ındices de pre¸cos tanto no Brasil quanto nos EUA. Atualmente, o Big Mac custa US$4,37 nos EUA e R$11,25 no Brasil. A uma taxa de cˆambio nominal hoje de aproximadamente R$2/US$, o Real estaria apreciado ou depreciado em rela¸c˜ao ao d´olar? Justifique sua resposta.

Resposta: Apreciado. Note que o cˆambio real ´e 2 ×11,254,37 < 1, logo o Big Mac no Brasil ´e mais caro que nos EUA.

(136)

a) Note que a Paridade Coberta da Taxa de Juros ´e descrita por: i = i∗+ (F − E )/E ,

onde F ´e o pre¸co do d´olar futuro. Explique porque o prˆemio a termo, (F − E )/E , ´e uma composi¸c˜ao da expectativa de deprecia¸c˜ao e do prˆemio de risco cambial.

Resposta: Quando h´a incerteza, um investidor averso ao risco, ao comprar um t´ıtulo dom´estico, gostaria de se assegurar contra oscila¸c˜oes da taxa de cˆambio. Logo, ele tem que receber um prˆemio F − Ee por unidade de moeda externa para compensar o risco de oscila¸c˜ao do taxa de cˆambio no futuro. Ou seja,

F − E

E =

F − Ee E

| {z }

prˆemio de risco cambial

+ E

e− E E

| {z }

(137)

Exerc´ıcio (Prova 2013, cont.)

b) Observe o gr´afico abaixo. Nele, est˜ao representadas as cota¸c˜oes esperadas para o d´olar em diferentes horizontes de tempo, assim como as cota¸c˜oes de contratos de d´olar futuro para dois cen´arios (1 e 2)

alternativos. Em qual dos cen´arios, pode-se afirmar que existe maior incerteza quanto `a cota¸c˜ao futura do d´olar? Justifique sua resposta a partir dos conceitos mencionados no item (a).

Resposta: No cen´ario 2, pois quanto maior a incerteza, maior o risco de oscila¸c˜ao da taxa de cˆambio, e portanto, maior o prˆemio F − Ee que o agente tem que receber para investir no t´ıtulo dom´estico.

(138)

Exerc´ıcio (Prova 2014)

Considere que t´ıtulos brasileiros paguem i juros em um ano, t´ıtulos americanos paguem i∗ e que a taxa de cˆambio seja E (real/d´olar). Considere tamb´em que h´a perfeita mobilidade de capitais e cˆambio flutuante.

a) Explique e derive a condi¸c˜ao de paridade descoberta da taxa de juros, colocando it em fun¸c˜ao de it∗, Et e Et+1e .

Resposta: ver slides (precisava explicar a deriva¸c˜ao: arbitragem, mobilidade perfeita de capital, ...).

(139)

Exerc´ıcio (Prova 2014, cont.)

b) Utilizando o modelo IS-LM e a condi¸c˜ao de paridade descoberta da taxa de juros, analise o efeito de um aumento na expectativa do cˆambio em t + 1 (Ee

t+1) sobre o produto, a taxa de juros, a taxa de cˆambio e as exporta¸c˜oes l´ıquidas.

“Resposta”: Pela condi¸c˜ao de paridade descoberta, temos que um aumento de Ee

t+1deprecia o cˆambio para todos os n´ıveis de i e i∗. Considerando que a condi¸c˜ao de Marshall Lerner ´e v´alida, as exporta¸c˜oes aumentam e com isso, a IS se desloca para fora. NX , i e Y aumentam. E deprecia.

(140)

Sob cˆambio fixo,

pol´ıtica monet´aria deixa de ser instrumento

pol´ıtica fiscal expande o produto, mas ao custo de uma deteriora¸c˜ao na balan¸ca comercial

Sob cˆambio flutuante,

pol´ıtica monet´aria expansionista reduz juros e deprecia o cˆambio pode-se expandir o produto, gerando uma melhora na balan¸ca comercial

sempre h´a a op¸c˜ao de conduzir a pol´ıtica monet´aria visando a estabilidade da taxa de cˆambio

Por que pa´ıses escolheriam um regime de cˆambio fixo? M´edio prazo: diferen¸cas entre os regimes desaparecem.

(141)

Motiva¸c˜ao:

Bretton Woods (1944-1973) - 44 pa´ıses fixaram a taxa de cˆambio Crise e dissolu¸c˜ao (1973)

Desde ent˜ao, arranjos variados

Qual o melhor regime cambial para um pa´ıs? no curto prazo, cˆambio flex´ıvel parace melhor an´alise de m´edio prazo (P e P∗ variam) cˆambio nominal x cˆambio real

Crises cambiais (1973, 1992, 1997, 1998, 1999, 2001, ...) Pr´os e contras dos diversos regimes cambiais

(142)

No m´edio prazo, mesma taxa de cˆambio real e mesmo n´ıvel de produto.

Discrepˆancia entre regimes desaparecem.

Como a taxa de cˆambio real pode se ajustar?

ε =EP

∗ P

No curto prazo: ajustes via E (alguma flexibiliza¸c˜ao caso o regime fosse cˆambio fixo)

(143)

Derivar a rela¸c˜ao de demanda agregada:

Y = C (Y − T ) + I (Y , r ) + G + NX (Y , Y∗, ε) Taxa real de juros:

r = i − πe

Taxa de cˆambio real sob regime de cˆambio fixo (E = ¯E ):

ε = ¯ E P∗

P

Paridade n˜ao coberta da taxa de juros sob regime de cˆabio fixo: i = i∗ Demanda agregada: Y = C (Y − T ) + I (Y , i∗− πe) + G + NX  Y , Y∗, ¯ E P∗ P 

(144)

Y = C (Y − T ) + I (Y , i∗− πe) + G + NX  Y , Y∗,E P¯ ∗ P 

Expressa o equil´ıbrio nos mercados de bens, financeiro e cambial. Simplificar a rela¸c˜ao de demanada agregada sob cˆambio fixo:

Y = Y E P¯

P , G , T 

as demais vari´aveis s˜ao supostas constantes. Efeitos:

deprecia¸c˜ao real do cˆambio aumenta Y aumento dos gastos aumenta Y aumento dos impostos diminui Y

(145)

Cadˆe a LM?

Sob regime de cˆambio fixo, n˜ao precisamos da LM para derivar a demanda agregada.

Taxa de juros nominal ´e determinada pela taxa de juros externa, i = i∗.

Entretanto, a rela¸c˜ao LM cont´ınua v´alida. M ajusta de forma a manter: M

P = YL(i

(146)

Y = Y E P¯

P , G , T 

Importante: note que ∂Y∂P < 0, entretanto o mecanismo de transmiss˜ao ´e distindo de uma economia fechada.

Economia fechada: P ↑⇒ M/P ↓⇒ i ↑⇒ Y ↓ (ajuste via oferta de liquidez real e taxa de juros).

Economia aberta com cˆambio fixo: P ↑⇒ E P¯P∗ ↓⇒ NX ↓⇒ Y ↓ (ajuste via cˆambio real).

(147)

Demanda agregada: Y = Y E P¯ ∗ P , G , T  Oferta agregada: P = Pe(1 + µ)F  1 −Y L, z 

Rela¸c˜ao entre o n´ıvel de pre¸cos e o produto que vem do equil´ıbrio no mercado de trabalho.

Lembrando os mecanismos:

se Pe sobe, W sobe (via curva FS), o que gera aumento em P (via curva FP)

se Y sobe, u cai, o que aumenta W (via curva FS), o que gera aumento em P (via curva FP)

(148)

Estudar duas pol´ıticas: dado que a economia est´a em recess˜ao,

1 ao fazer nada

(149)

Ajuste sem desvaloriza¸c˜ao:

Como produto ´e menor que o potencial, Y < Yn, o n´ıvel de pre¸cos ´e menor que o n´ıvel esperado, P < Pe.

Fixadores de sal´arios reveem expectativas, diminuindo os pre¸cos esperados, deslocando a oferta agregada para baixo.

Economia se move ao longo da curva da demanda agregada.

Em outras palavras: a queda do n´ıvel de pre¸cos leva a uma deprecia¸c˜ao cont´ınua da taxa real de cˆambio.

(150)
(151)

Ajuste com desvaloriza¸c˜ao pontual:

Dado P, a desvaloriza¸c˜ao nominal acarreta uma deprecia¸c˜ao real e isso aumenta a demanda agregada:

E ↑⇒ (EP∗/P) ↑⇒ NX ↑⇒ DA ↑

Uma desvaloriza¸c˜ao do tamanho certo pode levar a economia diretamente para equil´ıbrio de m´edio prazo.

Como:

Y = Y E P¯ ∗

P , G , T 

e G e T n˜ao mudaram, a taxa de cˆambio real de m´edio prazo (quando Y = Yn) ´e idˆentica ao caso anterior (ajuste sem desvaloriza¸c˜ao).

(152)
(153)

Argumentos a favor da desvaloriza¸c˜ao cambial:

uma desvaloriza¸c˜ao ajuda o produto a retornar ao seu n´ıvel natural mais rapidamente do que sem a desvaloriza¸c˜ao

Em geral, sempre que h´a recess˜ao e/ou grande d´eficit comercial, ocorrem press˜oes por desvaloriza¸c˜oes.

Argumentos contra a desvaloriza¸c˜ao cambial: no mundo real, calibrar a desvaloriza¸c˜ao ´e dif´ıcil

pode haver inicialmente efeito contracionista da desvaloriza¸c˜ao (curva-J)

P pode ser afetado pela desvaloriza¸c˜ao (Pass-Trough) - como o pre¸co dos importados aumentou, o pre¸co da cesta de consumo no pa´ıs ´e afetado tamb´em e deve crescer

desvalorizar sempre que h´a algum problema praticamente elimina as vantagens do cˆambio fixo

se governos mostram muito boa vontade com desvaloriza¸c˜oes, isso aumenta a probabilidade de ocorrerem crises cambiais

(154)

Suponha um pa´ıs com cˆambio fixo onde os agentes acreditem que vai haver uma desvaloriza¸c˜ao a qualquer momento. Por quˆe?

A moeda dom´estica pode estar sobrevalorizada. Necessidade de reduzir a taxa de juros interna.

Para o Banco Central manter a taxa de cˆambio, ele deve aumentar a taxa de juros interna:

it= it∗+ Ee

t+1− Et Et

(155)

Se h´a expectativas de desvaloriza¸c˜ao do cˆambio, para manter a taxa de cˆambio fixa, o BC deve aumentar a taxa de juros interna:

it= it∗+

Et+1e − Et Et

A rela¸c˜ao acima vale para todos os horizontes de tempo.

Isso traz uma consequˆencia ruim se a pol´ıtica monet´aria visa se opor a ataques especulativos.

Por exemplo, se os mercados financeiros acham que h´a uma

probabilidade de 50% de ocorrer uma desvaloriza¸c˜ao de 10% no pr´oximo mˆes (o que d´a uma deprecia¸c˜ao esperada de 5% em um mˆes)

A taxa de juros anual que mant´em o cˆambio fixo ´e 60% (12 meses × 5% ao mˆes) maior que anterior.

(156)

Taxa de cˆambio fixa: Et = E . Se os mercados esperam que esta paridade seja mantida: Et+1e = E e it = it∗.

Mas se a manuten¸c˜ao do regime de cˆambio fixo ´e questionada, quais s˜ao as alternativas do governo e do BC?

Tentar convencer os mercados de que a pol´ıtica ser´a mantida. Aumentar a taxa de juros interna mas n˜ao tanto quanto a equa¸c˜ao de paridade exige.

Haver´a sa´ıda de recursos do pa´ıs.

BC comprar´a moeda interna e vender´a moeda externa (reservas).

Ao fim e ao cabo, as reservas desaparecer˜ao.

Ap´os algum tempo (meses ou dias), a op¸c˜ao do governo ´e assumir taxas de juros altas ou atender `as expectativas e desvalorizar a moeda.

(157)

Mas adotar taxas de juros de curto prazo muito altas pode ter efeitos negativos sobre a demanda e o produto.

Aumentar os juros para contornar as expectativas de deprecia¸c˜ao ´e uma alternativa sustent´avel apenas se o mercado sup˜oe uma probabilidade pequena de desvaloriza¸c˜ao.

Note que a expectativa de que uma desvaloriza¸c˜ao da moeda v´a ocorrer pode acarretar a crise cambial, mesmo que n˜ao fosse inten¸c˜ao do governo desvalorizar a moeda.

(158)

apenas dois investidores que possuem a mesma quantidade de moeda dom´estica (6 unidades)

um governo que sustenta uma pol´ıtica de cˆambio fixo e possui reservas R

para vender a moeda, o investidor tem um custo de −1

se as reservas se esgotam, o governo desiste do cˆambio fixo, e desvaloriza a moeda em 50%

se ambos investidores vendem a moeda dom´estica, de forma que as reservas se esgotam, as reservas s˜ao divididas entre ambos os investidores

(159)

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