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Biblioteca Digital do IPG: Relatório de Estágio Profissional - Farmácia Moderna na Guarda - Centro Hospitalar Tondela em Viseu

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Academic year: 2021

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(1)

TPG

folitécnico

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RELATÓRIO DE ESTÁGIO

Licenciatura em Farmácia

Relatório de Estágio Profissional

Andrela Filipa Brazalizo Almeida Lopes

(2)

Escola Superior de Saúde

Instituto Politécnico da Guarda

RELATÓRIO DE ESTÁGIO PROFISSIONAL

ANDREIA FILIPA BRAZALIZO ALMEIDA LOPES CURSO FARMÁCIA- 1º CICLO

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Escola Superior de Saúde

Instituto Politécnico da Guarda

CURSO FARMÁCIA 1º CICLO 4º ANO

RELATÓRIO DE ESTÁGIO PROFISSIONAL

ANDREIA FILIPA BRAZALIZO ALMEIDA LOPES ORIENTADOR: MÁRCIO RODRIGUES SUPERVISORAS: DIRETORA TÉCNICA DA FARMÁCIA MODERNA Dra. ANA RAQUEL SÁ MORAIS

LOPES DE ANDRADE TÉCNICA DE FARMÁCIA DO CENTRO HOSPITALAR TONDELA-VISEU CÁTIA OLIVEIRA

Julho | 2017

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AGRADECIMENTOS

Gostaria de agradecer a toda a equipa da farmácia Moderna, bem como a toda a equipa do Centro Hospitalar Tondela-Viseu, pela transmissão dos seus conhecimentos, bem como a sua disponibilidade de esclarecer dúvidas. Um especial agradecimento às minhas orientadoras Dra. Ana Raquel Lopes de Andrade e técnica de farmácia Cátia Oliveira pela sua supervisão, disponibilidade e compreensão no esclarecimento de dúvidas, bem como pela transmissão dos seus conhecimentos. Não poderia deixar de agradecer ao meu professor orientador Márcio Rodrigues por toda a orientação e ajuda essencial para a realização do estágio profissional. Um agradecimento a todos os docentes da ESS-IPG que tornaram possível a realização deste estágio. A todos o meu muito obrigado!

(5)

PENSAMENTO

“Para o trabalho que gostamos, levantamo-nos cedo e fazemo-lo com alegria.” William Shakespeare

“Escolha um trabalho que você ame e não terás que trabalhar um único dia em sua vida.” Confúcio

(6)

RESUMO

O presente documento está dividido em três capítulos. O primeiro capítulo diz respeito ao estágio curricular realizado em farmácia comunitária, o segundo capítulo diz respeito ao estágio realizado em farmácia hospitalar e o terceiro e último capítulo é referente ao projeto de investigação.

O estágio em farmácia comunitária, realizado na Farmácia Moderna na cidade da Guarda, decorreu no período de 3 de outubro de 2016 a 12 de janeiro de 2017, cumprindo um mínimo de 420 horas, segundo o horário estipulado na farmácia.

O estágio em farmácia hospitalar decorreu no Centro Hospitalar Tondela-Viseu- unidade de Viseu, entre 6 de março e 8 de junho de 2017, cumprindo também um mínimo de 420 horas, segundo o horário estipulado pelos serviços farmacêuticos.

O projeto de investigação apresenta como tema principal o uso de antiácidos e protetores da mucosa gástrica pela população, assim como o papel do técnico de farmácia no aconselhamento e informações prestadas sobre esses medicamentos.

Os antiácidos e protetores da mucosa gástrica estão disponíveis no mercado há muitos anos. Apesar de atualmente existirem medicamentos ainda mais eficazes, muitas pessoas compram antiácidos e protetores da mucosa gástrica não sujeitos a receita médica para alívio de sintomas gastrointestinais, considerando-os suficientemente eficazes. Foi realizado um estudo observacional, do tipo descritivo e transversal, em duas farmácias comunitárias, nos distritos da Guarda e de Viseu. Nomeadamente a Farmácia Moderna na Guarda e a Farmácia Mouro em Viseu.

Palavras-chave: Antiácidos; Farmácia Comunitária; Farmácia Hospitalar; Protetores

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LISTA DE SIGLAS

ADM - Assistência na Doença aos Militares

ADSE - Assistência na Doença aos Servidores do Estado AFP - Associação de Farmácias de Portugal

AINES - Anti-inflamatórios não Esteróides ANF - Associação Nacional de Farmácias AO - Assistente Operacional

BPF - Boas Práticas Farmacêuticas CCF - Centro de Conferência de Faturas CHTV - Centro Hospitalar Tondela- Viseu

CNPEM - Código Nacional de Prescrição Eletrónica de Medicamentos DCI - Denominação Comum Internacional

DF - Dispepsia Funcional DM - Dispositivos Médicos

DRGE - Doença do Refluxo Gastroesofágico DU - Dose Unitária

EP - Estágio Profissional ESS - Escola Superior de Saúde FC - Farmácia Comunitária FDS - Fast Dispensing System FEFO - First Expire, First Out FF - Forma Farmacêutica

FHNM - Formulário Hospitalar Nacional do Medicamento FM - Farmácia Moderna

FSA - Faça Segundo a Arte HDL - High Density Lipoproteins HST - Hospital São Teotónio

IBP - Inibidores da Bomba de Protões IMC - Índice de Massa Corporal INE - Índice Nacional de Estatística

INFARMED - Autoridade Nacional do Medicamento e Produtos de Saúde, I.P. IPG - Instituto Politécnico da Guarda

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IVA - Imposto sobre o Valor Acrescentado LASA - Look-Alike, Sound-Alike

LDL - Low Density Lipoproteins MFH - Manual de Farmácia Hospitalar MG - Medicamento Genérico

MM - Medicamento Manipulado

MNSRM - Medicamento Não Sujeito a Receita Médica MSRM - Medicamento Sujeito a Receita Médica PV - Prazo de Validade

PVF - Preço de Venda à Farmácia PVP - Preço de Venda ao Público

RCM - Resumo das Características do Medicamento SA - Serviço de Aprovisionamento

SAMS - Serviço de Assistência Médico-Social do Sindicato dos Bancários SF - Serviços Farmacêuticos

SFH - Serviços Farmacêuticos Hospitalares

SGICM - Sistema de Gestão Integrada do Circuito do Medicamento SGQ - Sistema da Gestão da Qualidade

SNC - Sistema Nervoso Central SNS - Serviço Nacional de Saúde

TDT - Técnico de Diagnóstico e Terapêutica TF - Técnico de Farmácia

UC - Unidade Curricular

UCIC - Unidade de Cuidados Intensivos Coronários UCIM - Unidade De Cuidados Intermédios Médicos UCIP - Unidade De Cuidados Intensivos Polivalentes UMDC - Unidade de Monitorização do Doente Critico UP - Úlcera Péptica

(9)

ÍNDICE DE TABELAS

Tabela 1 - Valores de referência da pressão arterial em adultos. ... 43 Tabela 2 - Valores de referência da glicémia. ... 44 Tabela 3 -Valores de referência do colesterol total, Low Density Lipoproteins (LDL) e High

Density Lipoproteins (HDL) e triglicéridos... 44

Tabela 4 - Mapa semanal da distribuição tradicional. ... 64 Tabela 5 - Mapa da distribuição individual por dose unitária ... 73 Tabela 6 - Valores da média, mediana, moda e desvio padrão respeitantes às idades dos inquiridos. ... 95 Tabela 7 – Percentagem de consumo de antiácidos e/ou protetores da mucosa gástrica. ... 97 Tabela 8 – Distribuição dos antiácidos e protetores da mucosa gástrica consumidos pela amostra ... 99 Tabela 9 - Informações transmitidas pelos profissionais de farmácia. ... 106 Tabela 10 - Aconselhamento de medidas adicionais. ... 106 Tabela 11 - Situações que justificam o uso de antiácidos e protetores da mucosa gástrica. .. 108 Tabela 12 - Razões dos antiácidos e protetores da mucosa gástrica não serem prejudiciais à saúde. ... 109 Tabela 13 - Razões dos antiácidos e protetores da mucosa gástrica serem prejudiciais à saúde. ... 109 Tabela 14 - Obtenção dos conhecimentos acerca dos antiácidos e protetores da mucosa gástrica. ... 110

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ÍNDICE DE GRÁFICOS

Gráfico 1- Circuito do medicamento e outros Produtos de Saúde. ... 54

Gráfico 2 - Distribuição da amostra relativamente ao género. ... 95

Gráfico 3- Distribuição da amostra de acordo com a faixa etária. ... 96

Gráfico 4- Distribuição da amostra por habilitações literárias. ... 96

Gráfico 5- Distribuição do consumo de antiácidos e protetores da mucosa gástrica por género. ... 97

Gráfico 6- Distribuição do consumo de antiácidos e protetores da mucosa gástrica por categoria de idade. ... 98

Gráfico 7- Distribuição do consumo de antiácidos e protetores da mucosa gástrica por habilitações literárias. ... 99

Gráfico 8 - Distribuição dos consumidores de antiácidos/protetores da mucosa gástrica tendo em conta o que fazer de imediato perante um episódio de dores de estômago. ... 100

Gráfico 9 – Respostas à questão “o que fazer de imediato perante um episódio de dores de estômago” distribuído por género... 101

Gráfico 10 - Frequência com que os inquiridos recorre a antiácidos/protetores da mucosa gástrica. ... 101

Gráfico 11 - Frequência da toma de antiácidos/protetores da mucosa gástrica... 102

Gráfico 12 - Tempo de tratamento médio da toma de antiácidos/protetores da mucosa gástrica. ... 102

Gráfico 13 - Alteração da dose sem aconselhamento. ... 103

Gráfico 14 - Decisão de tomar os antiácidos e protetores da mucosa gástrica. ... 104

Gráfico 15 - Distribuição da alteração da dose sem aconselhamento de acordo com a decisão de tomar antiácidos e protetores da mucosa gástrica. ... 105

Gráfico 16 - Aconselhamento no ato da compra de antiácidos e protetores da mucosa gástrica. ... 105

Gráfico 17 - Classificação do conhecimento da amostra acerca do consumo de antiácidos e protetores da mucosa gástrica. ... 107

Gráfico 18 - Classificação do uso de antiácidos e protetores da mucosa gástrica como sendo prejudiciais à saúde. ... 108

(11)

ÍNDICE

INTRODUÇÃO ... 13

CAPÍTULO 1- FARMÁCIA COMUNITÁRIA... 15

1 – CARACTERIZAÇÃO DA FARMÁCIA MODERNA – GUARDA ... 15

1.1–HORÁRIODEFUNCIONAMENTOERECURSOSHUMANOS ... 15

1.2–CARACTERIZAÇÃODASINSTALAÇÕES ... 15

1.2.1 – Espaço Exterior ... 15

1.2.2 – Espaço Interior ... 16

1.3–SISTEMAINFORMÁTICO ... 20

2 – GESTÃO DE MEDICAMENTOS E OUTROS PRODUTOS DE SAÚDE ... 22

2.1–APROVISIONAMENTOEGESTÃODESTOCKS ... 22

2.2–ENCOMENDASDEMEDICAMENTOSEOUTROSPRODUTOS FARMACÊUTICOS ... 23

2.2.1 – Realização de Encomendas ... 23

2.2.2 – Receção de encomendas ... 24

2.3–ARMAZENAMENTODOSPRODUTOSADQUIRIDOS ... 26

2.4–CONFERÊNCIADEPRAZOSDEVALIDADEEDEVOLUÇÕES ... 26

3 – PREPARAÇÃO DE MEDICAMENTOS MANIPULADOS E PREPARAÇÕES EXTEMPORÂNEAS ... 28

3.1–ACONDICIONAMENTOEROTULAGEMDEMM ... 29

3.2–PREÇODOSMM ... 30

3.3–PREPARAÇÃOEXTEMPORANÊAS ... 31

4 – DISPENSA DE MEDICAMENTOS E OUTROS PRODUTOS DE SAÚDE ... 32

4.1–SISTEMASDECOMPARTICIPAÇÃOEENTIDADESCOMPARTICIPADORAS .. 32

4.2–DISPENSADEMSRM... 32

4.3–DISPENSADEMEDICAMENTOSPSICOTRÓPICOSEESTUPEFACIENTES ... 36

4.4 – DISPENSA DE MEDICAMENTOS MANIPULADOS ... 36

4.5–DISPENSADEMNSRM ... 37

4.5.1 – Produtos de cosmética e de higiene corporal ... 37

4.5.2 – Medicamentos homeopáticos ... 38

4.5.3 – Medicamentos e produtos de uso veterinário ... 38

(12)

4.5.5 – Outros produtos dispensados na FM ... 40

5 – PROCESSAMENTO E CONFERÊNCIA DO RECEITUÁRIO ... 41

6 – OUTROS SERVIÇOS E CUIDADOS DE SAÚDE PRESTADOS PELA FARMÁCIA ... 43

6.1–MEDIÇÃODEPARÂMETROSBIOQUÍMICOSEFISIOLÓGICOS ... 43

7 – VALORMED ... 45

8- BIBLIOGRAFIA ... 46

CAPÍTULO 2 - FARMÁCIA HOSPITALAR ... 48

1 – CARACTERIZAÇÃO DO CENTRO HOSPITALAR TONDELA-VISEU, E.P.E. .. 48

1.1–CARACTERIZAÇÃODOSSERVIÇOSFARMACÊUTICOSDOCHTV-UNIDADE DEVISEU ... 50

1.1.1 – Espaço físico da farmácia hospitalar ... 51

1.1.2 – Recursos humanos e horário de funcionamento ... 52

1.1.3 – Sistema informático ... 52

2 – CIRCUITO DO MEDICAMENTO E OUTROS PRODUTOS DE SAÚDE ... 54

2.1–SELEÇÃOEAQUISIÇÃODEMEDICAMENTOSEOUTROSPRODUTOSDE SAÚDE ... 54

2.2.1 – Emissão de rótulos identificativos ... 58

2.2.2 – Controlo de prazos de validade ... 58

2.2.3 – Devoluções aos fornecedores... 58

2.2.4 – Empréstimos de medicamentos e outros produtos de saúde ... 59

2.3–ARMAZENAMENTODEMEDICAMENTOS... 60

2.4–DISTRIBUIÇÃODEMEDICAMENTOSEPRODUTOSDESAÚDE ... 62

2.4.1 – Distribuição tradicional ... 63

2.4.2 – Distribuição individual diária em dose unitária ... 68

3 – FARMACOTECNIA ... 75

3.1–PREPARAÇÃODEFORMULAÇÕESNÃOESTÉREIS ... 75

3.2–PREPARAÇÃODEFORMULAÇÕESESTÉREIS ... 77

3.3–PREPARAÇÃODEMEDICAMENTOSCITOTÓXICOS... 78

3.4–REEMBALAGEM ... 82

4- BIBLIOGRAFIA ... 84

(13)

CAPÍTULO 3 - USO DE ANTIÁCIDOS E PROTETORES DA MUCOSA GÁSTRICA POR PARTE DA POPULAÇÃO E O SEU ACONSELHAMENTO E INDICAÇÃO

POR PARTE DOS PROFISSIONAIS DE FARMÁCIA ... 86

RESUMO ... 86

ABSTRACT ... 87

INTRODUÇÃO ... 88

DISPEPSIAFUNCIONAL ... 88

DOENÇADOREFLUXOGASTROESOFÁGICO ... 88

ÚLCERAPÉPTICA ... 89

ANTIÁCIDOSEPROTETORESDAMUCOSAGÁSTRICA ... 90

OBJETIVOS DO ESTUDO ... 93 MATERIAIS E MÉTODOS ... 94 RESULTADOS E DISCUSSÃO ... 95 CONCLUSÃO ... 111 BIBLIOGRAFIA ... 112 ANEXOS ... 113

(14)

13

INTRODUÇÃO

Este relatório foi realizado no âmbito da Unidade Curricular (UC) de Estágio Profissional (EP), pela discente Andreia Filipa Brazalizo Almeida Lopes, aluna do 4ºano do curso de Farmácia-1ºciclo, da Escola Superior de Saúde (ESS), do Instituto Politécnico da Guarda (IPG). O EP no primeiro semestre decorreu numa Farmácia Comunitária (FC), mais especificamente na Farmácia Moderna (FM) da Guarda, no período de 3 de outubro de 2016 a 12 de janeiro de 2017, cumprindo um mínimo de 420 horas, segundo o horário estipulado na farmácia. O referido estágio contou com a orientação do docente Márcio Rodrigues e supervisão no local pela diretora técnica Dra. Ana Raquel Sá Morais Lopes de Andrade.

O EP é uma importante vertente de formação, que permite ao estudante aprender no seio de uma equipa multidisciplinar de saúde e em contacto direto com o utente/doente. Como referido no Decreto-Lei n.º 564/99 de 21 de dezembro o conteúdo funcional de um Técnico de Farmácia (TF) é o desenvolvimento de atividades no circuito do medicamento, tais como análises e ensaios farmacológicos, interpretação da prescrição terapêutica e de formas farmacêuticas, sua separação, identificação e distribuição, controlo da conservação, distribuição e stocks de medicamentos e outros produtos, informação e aconselhamento sobre o uso de medicamentos. Segundo isto, o perfil de um TF pressupõe a existência de um profissional competente, ativo, consciente e responsável, uma vez que a sua área de intervenção é o medicamento e o utente. Sendo por isso muito importante para a formação do caracter técnico do curso a realização de estágios ao longo do curso de licenciatura.

Os principais objetivos de acordo com o plano de estágio foram:

 Favorecer, em contexto real, as aprendizagens desenvolvidas ao longo do curso, de modo a que o perfil do estudante vá de encontro às competências necessárias no âmbito da sua formação;

 Preparar o estudante para dar respostas às exigências da sociedade, promovendo a socialização e integração profissional.

No final do estágio o aluno deve demonstrar diferentes competências tais como:  Capacidade científica e técnica na realização de atividades subjacentes à

profissão de TF, nas diversas áreas de intervenção profissional;  Aplicar os princípios éticos e deontológicos subjacentes à profissão;

(15)

14  Desenvolver e avaliar planos de intervenção adequadamente integrados numa

equipa multidisciplinar;

(16)

15

CAPÍTULO 1- FARMÁCIA COMUNITÁRIA

1 – CARACTERIZAÇÃO DA FARMÁCIA MODERNA – GUARDA

A FM localiza-se na Avenida São Miguel, Edifício 2B (Facheira), Guarda-Gare, sendo esta uma ótima localização, uma vez que, se localiza numa área residencial ficando a poucos metros do centro de saúde. Esta é uma das quatro farmácias pertencentes ao grupo Videira Lopes – Saúde, Unipessoal, Lda, sendo a diretora técnica desta a Dra. Ana Raquel Videira Lopes de Andrade.

1.1 – HORÁRIO DE FUNCIONAMENTO E RECURSOS HUMANOS

A FM encontra-se aberta de segunda a sábado, em horário contínuo, das 8h30 às 22h00, estando de serviço permanente, de 10 em 10 dias, de acordo com o estipulado entre as farmácias da cidade da Guarda.

A FM é constituída por uma equipa técnica que conta com seis farmacêuticos sendo um deles a diretora técnica a Dra. Ana Raquel Videira Lopes de Andrade, seis técnicos de farmácia e uma auxiliar de limpeza.

Uma correta gestão dos recursos humanos e dos horários de funcionamento assumem um papel importante para a criação de uma equipa multidisciplinar e cooperativa, contribuindo para a realização eficaz dos objetivos estabelecidos.

1.2 – CARACTERIZAÇÃO DAS INSTALAÇÕES

1.2.1 – Espaço Exterior

Segundo as Boas Práticas Farmacêuticas para a Farmácia Comunitária (BPF) a farmácia [1]:

 Deve garantir a acessibilidade a todos os potenciais utentes, incluindo crianças, idosos e cidadãos portadores de deficiência

(17)

16  Apresentar um aspeto exterior característico e profissional, facilmente visível e

identificável.

Posto isto, a FM está devidamente assinalada com um letreiro nominativo e o sinal de cruz verde, sendo que na porta principal constam informações como o nome da farmácia e da diretora técnica, farmácias de serviço permanente e o horário de funcionamento.

A FM apresenta ainda um postigo para atendimentos noturnos e duas montras, que são remodeladas, de modo a transmitir informações aos utentes como por exemplo produtos sazonais, novos produtos, entres outros. Estas encontram-se separadas por uma porta automática, que dá acesso à farmácia através de uma rampa de modo a auxiliar o acesso a utentes com deficiências motoras.

1.2.2 – Espaço Interior

O espaço físico interno de uma farmácia está sujeito a legislação tanto a nível da área como a nível das diversas divisões. Segundo a deliberação nº1502/2014, de 3 de julho uma farmácia deve ter uma área útil total de no mínimo 95m2, devendo conter obrigatoriamente e separadamente um armazém com pelo menos 25m2, um laboratório com pelo menos 8m2, uma zona de atendimento ao público com pelo menos 50m2, instalações sanitárias com pelo menos

5m2 e ainda um gabinete de atendimento personalizado com pelo menos 7m2. As farmácias podem ainda dispor de divisões facultativas como o gabinete da direção técnica e a área de recolhimento que é o caso da FM, que conta ainda com mais dois gabinetes de atendimento privado [2].

A FM está dividida em dois pisos, sendo que no primeiro piso encontra-se a área de atendimento ao público, zona de receção, gabinete de atendimento personalizado, armazém, zona de recolhimento e instalações sanitárias. O segundo piso é composto pelo gabinete da direção técnica, pelo laboratório, dois gabinetes de atendimento privado e um outro armazém.

Segundo as BPF deverão ainda estar implementados sistemas de segurança que protejamos utentes, farmacêuticos, colaboradores e medicamentos, especialmente nas noites de serviço. Portanto, a FM apresenta câmaras de vigilância com gravação de imagem, bem como o aviso de que o público está a ser filmado, existem ainda sistemas de proteção que impedem a intrusão e o furto, um sistema de alarme de incêndio e sinalizadores de saída [1].

(18)

17  Área de atendimento ao Público

Uma das principais atividades de uma FC é a dispensa de medicamentos e outros produtos de saúde. A área de atendimento ao público é uma área ampla, bem iluminada, calma e acolhedora.

Ao longo desta área pode encontrar-se lineares expositores e gôndolas de acesso ao público com produtos de venda livre. Estes devem ter em conta a circulação dos utentes de maneira a criar zonas quentes; isto é, locais mais expostos aos utentes, que se devem aproveitar para expor produtos sazonais ou produtos menos solicitados. Posto isto, nas gôndolas centrais, que se encontram estrategicamente localizadas, encontram-se produtos de higiene oral; higiene íntima; contracetivos de barreira, lubrificantes e estimulantes sexuais; calçado ortopédico e produtos sazonais.

Esta área apresenta lineares laterais com produtos de dermocosmética, organizados pelas diferentes marcas (Avéne®, Uriage®, Bioderma®, Caudalie®, Roger & Gallet®, La Roche Posay®, Lierac®, Mustela®, entre outras), e ainda lineares laterais para produtos ortopédicos, produtos de nutrição infantil e puericultura, produtos para grávidas e pós-parto e produtos de podologia.

Esta está equipada ainda com um esfigmomanómetro digital, para medição da pressão arterial, e uma balança que permite obter os valores de peso e altura, indicando também o índice de massa corporal (IMC).

Devido à elevada quantidade de clientes a FM implementou um sistema de senhas, com o objetivo de promover um atendimento ao público mais organizado. O atendimento pelos profissionais de saúde é feito nos oito balcões que a farmácia possui, sendo que atrás destes e fora do alcance dos utentes existem lineares com medicamentos não sujeitos a receita médica (MNSRM) destinados ao aconselhamento farmacêutico e dispensa ao público, bem como produtos capilares, suplementos multivitamínicos; medicamentos homeopáticos, produtos de nutrição e dietética e produtos fitoterapêuticos. Na parte inferior dos lineares atrás dos balcões, existem armários com gavetas destinados à arrumação dos MNSRM para reposição dos lineares, bem como contracetivos orais, testes de gravidez, termómetros, entre outros.

A FM conta ainda com um espaço infantil equipada com bancos, uma mesa e brinquedos destinados ao entretenimento das crianças aquando o atendimento dos familiares.

(19)

18  Área de Armazenamento

O armazenamento de medicamentos e outros produtos de saúde é feito em diversas zonas da farmácia.

Relativamente aos medicamentos sujeitos a receita médica (MSRM), encontram-se armazenados numa sala anexa à zona de atendimento encontrando-se em gavetas telescópicas organizadas por ordem alfabética de nome comercial e por forma farmacêutica (FF) (comprimidos e cápsulas; gotas orais e auriculares; gotas e pomadas oftálmicas; pomadas, cremes e geles; medicamentos injetáveis; supositórios, enemas e pomadas retais; medicamentos de uso vaginal; soluções orais em ampolas bebíveis; aerossóis; granulados; medicamentos de uso vaginal; medicamentos injetáveis; dispositivos para auto controlo da diabetes mellitus; medicamentos de uso veterinário; suplementos vitamínicos e produtos de uso externo). Existem ainda gavetas destinadas ao armazenamento de reservas pagas de produtos e medicamentos; estando organizadas segundo o último dígito no número de reserva.

Nesta sala existe ainda um frigorífico destinado ao armazenamento dos medicamentos termolábeis (medicamentos que devem ser armazenados em temperaturas no intervalo de 2ºC a 8ºC), de modo a garantir a estabilidade, qualidade e preservação destes medicamentos. Este encontra-se organizado por ordem alfabética do nome comercial independentemente da sua FF. Junto a esta sala existe um armário com prateleiras deslizantes destinadas ao armazenamento de outros produtos como por exemplo: material de penso (compressas, ligaduras, etc.); material de tratamento de feridas (Betadine®, soro, água oxigenada, etc.); produtos de higiene dentária;

chás medicinais; entre outros.

O armazenamento dos medicamentos genéricos (MG) na FF de comprimidos e cápsulas encontram-se ao longo do corredor de acesso ao armazém do primeiro piso, armazenados em prateleiras por ordem alfabética de denominação comum internacional (DCI).

No armazém do primeiro piso encontram-se prateleiras destinadas ao armazenamento de diversos produtos: produtos sazonais; excedentes dos MSRM e MG; material de penso e ainda todos os xaropes e suspensões orais organizados por ordem alfabética do nome comercial. No armazém do segundo piso encontram-se armazenados os produtos de ortopedia, puericultura e dispositivos médicos.

Relativamente aos medicamentos psicotrópicos e estupefacientes encontram-se armazenados num armário fechado no gabinete da direção técnica.

(20)

19 O gabinete de atendimento personalizado é um espaço que se encontra resguardado da área de atendimento, é uma sala ventilada, com isolamento de som, de modo a evitar a ruídos ou perturbações que impeçam a comunicação do farmacêutico com o utente. Nesta deve ser possível, proporcionar aos utentes mais privacidade na avaliação de alguns casos e aconselhamentos específicos, sem interrupções e sem a possibilidade de ser ouvida por terceiros.

Segundo as BPF, “Enquanto espaço de saúde, a farmácia pode oferecer serviços de determinação dos parâmetros bioquímicos e fisiológicos dos utentes”. Posto isto, o gabinete de atendimento é o local onde são avaliados os parâmetros bioquímicos e fisiológicos através da medição dos triglicéridos, colesterol, glicémia e pressão arterial. A realização destes testes é realizada através de alguns equipamentos como o Reflotron® e material de apoio necessário à avaliação [1].

Segundo as BPF, “A administração de vacinas deve ser realizada por farmacêuticos aptos para realizar tal procedimento”, sendo o gabinete o espaço utilizado para a administração de vacinas, como é o exemplo da vacina da gripe (Influvac®). Sendo depois registada no livro de registos toda a informação acerca do processo de vacinação (lote da vacina, data de administração, nome da utente, rubrica do farmacêutico).

O gabinete encontra-se ainda equipado com material de primeiros socorros, para a realização de pequenos curativos e em casos de acidentes [1].

Laboratório

De acordo com a portaria 504-2004, de 2 de julho “As operações de preparação, acondicionamento, rotulagem e controlo deverão efetuar-se num espaço adequado, concebido para estes fins e localizado no interior da farmácia ou do serviço farmacêutico hospitalar, adiante designado por laboratório”. Posto isto, o laboratório da FM localiza-se no segundo piso, devidamente equipado com um exaustor, lavatório, uma bancada para a realização de medicamentos manipulados (MM), uma balança analítica, um armário com vários equipamentos como varetas de vidro, almofarizes, espátulas, pipetas graduadas, entre outros [3].

Este ainda é munido como uma balança milimétrica e um pórfiro. O laboratório conta ainda com um outro armário destinado ao armazenamento das matérias-primas organizadas por prazo de validade (PV). Também existem as fichas de preparação de medicamentos

(21)

20 manipulados, e os registos dos controlos e calibrações dos aparelhos de medida encontrando-se esta informação arquivada por um período mínimo de cinco anos.

Outras áreas da FM

A FM tem ainda outras áreas como é o caso do gabinete da direção técnica que está equipado com material de escritório bem como o armário dos psicotrópicos e estupefacientes e uma mesa de reuniões. Nesta área encontra-se ainda a biblioteca da farmácia que como referido no Decreto-Lei n.º 75/2016 de 8 de novembro, “as farmácias têm de dispor nas suas instalações obrigatoriamente a Farmacopeia Portuguesa e de outros documentos indicados pelo INFARMED”, a FM para além da Farmacopeia Portuguesa tem livros técnico-científicos como o Prontuário Terapêutico, Índice Nacional Terapêutico, entre outros [4].

Conta ainda com uma zona de recolhimento equipada com uma pequena cozinha, um armário para guardar os pertences pessoais dos profissionais da farmácia e ainda com duas instalações sanitárias.

1.3 – SISTEMA INFORMÁTICO

O sistema informático utilizado na FM é o SPharm® desenvolvido pelo grupo SoftReis que se encontra implementado no mercado nacional desde 1995. O SPharm® é um programa

que se encontra orientado para o aumento da produtividade dos colaboradores, minimizando os tempos de trabalho e facilitando as tarefas habituais. Este encontra-se de acordo com a legislação em vigor [5].

O SPharm® atua em todo o circuito do medicamento, permitindo a gestão do medicamento desde a sua receção à sua dispensa ao utente. Sendo assim este sistema apresenta funcionalidades tais como: a realização, transmissão aos fornecedores e a receção das encomendas, controlo de stocks, rotatividade dos medicamentos e dos produtos existentes na farmácia e devoluções aos fornecedores [5].

Relativamente às vendas de medicamentos o SPharm® permite a dispensa de medicamentos mediante receita médica ou não, sendo a realização de vendas suspensas com base na lei, e só em casos excecionais. No caso das vendas mediante receita médica, este sistema permite a automatização de portarias, despachos e todos os sistemas de comparticipação. Em caso de dúvidas este sistema disponibiliza ainda informações relativa aos medicamentos como

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21 a posologia, o resumo das características do medicamento (RCM) e ainda alguns dados científicos, emitindo alertas aquando a existência de interações com outros medicamentos. É possível ainda o processamento de varias receitas em simultâneo para o mesmo utente, a consulta e a anulação da venda. De modo a um melhor acompanhamento e aconselhamento o SPharm® permite ainda a criação de fichas de clientes onde se podem consultar dados relativos ao utente como o contacto, o subsistema de comparticipação, possibilidade de venda a crédito com emissão de um alerta na venda seguinte e ainda os registos de venda, o que permite a visualização da medicação habitual do utente [5].

É neste sistema que se realiza também a gestão da contabilidade e manutenção do receituário. É ainda de salientar que o acesso ao SPharm® só é permitido segundo uma password

(23)

22

2 – GESTÃO DE MEDICAMENTOS E OUTROS PRODUTOS DE SAÚDE

2.1 – APROVISIONAMENTO E GESTÃO DE STOCKS

O aprovisionamento e gestão de stocks é um processo fundamental, prevenindo a rutura de stocks, de modo a satisfazer as necessidades dos utentes.

Na FM a gestão dos stocks é feita com base na análise e previsão das vendas, procura, sazonalidade e bonificações e campanhas dos laboratórios. Devido à elevada variedade de produtos farmacêuticos e dispositivos médicos, o SPharm® permite criar uma ficha individual do produto (ANEXO I) onde constam informações como o stock mínimo e máximo definido com base na sua rotatividade, PV, fornecedor preferencial, stock atual, preço de venda à farmácia (PVF), preço de venda ao público (PVP), imposto sobre o valor acrescentado (IVA), entre outras informações.

Para a aquisição de produtos farmacêuticos é necessária a seleção dos fornecedores ou armazenistas. Estes são selecionados tendo em conta o horário de entrega da encomenda e número de entregas diárias, as condições de pagamento, o número de armazéns e a sua proximidade, as bonificações, bom estado dos produtos entregues, a facilidade de contacto e a baixa frequência de erros.

Os principais fornecedores da FM são: Alliance Healthcare, Cooprofar, Agroviseu e Cofanor. Destes quatro fornecedores a FM trabalha diariamente com dois deles a Cooprofar e a Alliance Healthcare, sendo que para cada fornecedor ou armazenista existem horários definidos para efetuar e receber as encomendas. A Cooprofar é o fornecedor principal com armazéns localizados na Guarda e em Gondomar dado que realiza cinco entregas diárias (9h30, 11h30, 13h30, 17h30 e 20h30), sendo que em casos de emergência o carro da farmácia pode deslocar-se ao armazém da Guarda para levantar os produtos, depois de confirmação por via telefónica da disponibilidade ou não do produto em falta no armazém da Guarda. Este é o principal fornecedor devido à sua localização geográfica, o que possibilita uma rápida entrega dos produtos e ao seu elevado número de entregas diárias. A Alliance Healthcare com armazéns no Porto e em Castelo Branco realizam apenas duas entregas diárias sendo a entrega do armazém do Porto às 8h30 e a entrega do armazém de Castelo Branco às 16h30.

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23 2.2 – ENCOMENDAS DE MEDICAMENTOS E OUTROS PRODUTOS FARMACÊUTICOS

2.2.1 – Realização de Encomendas

Na FM as encomendas podem ser realizadas por via eletrónica, via telefónica e por encomendas diretas.

As encomendas por via eletrónica são realizadas diariamente nos horários estipulados com os fornecedores pelo responsável das encomendas. Como referido anteriormente, cada produto tem um stock mínimo e máximo, o que permite ao sistema gerar uma proposta de encomenda com base nas entradas e saídas do produto, quando atingido o stock mínimo desse mesmo produto. No menu de confirmação da proposta de encomenda, o responsável pelas encomendas verifica a proposta tendo acesso a informação como o nome do produto, código nacional, FF, laboratório, quantidade encomendada, stock mínimo e máximo, stock atual, PV, fornecedor preferencial, último PVP, último PVF, IVA e as vendas do produto no último mês. Isto permite uma comparação de preços e bonificações dos vários fornecedores, podendo o responsável alterar na proposta a quantidade e o fornecedor pretendidos. Depois de verificada e alterada a proposta de encomenda, procede-se ao envio da encomenda aos respetivos fornecedores.

As encomendas por via telefónica são realizadas quando ocorre rutura brusca do stock de medicamentos necessários durante o atendimento ou produtos não sujeitos a receita médica pedidos pelos utentes. Estas são realizadas através de um telefonema para o armazenista, em que este nos informa se têm o medicamento ou se este se encontra esgotado, quando vão enviar o produto e quando este será entregue na farmácia, confirmando o PVP no caso de MSRM e o PVF no caso de produtos de venda livre. A encomenda de poucos produtos pode ser ainda realizada através das lojas online dos armazenistas, que permite uma rápida conferência do

stock do armazenista e uma encomenda mais rápida. No caso de pedidos urgentes, como

referido anteriormente, as encomendas podem ser realizadas através da deslocação ao armazém da Cooprofar sediado na cidade da Guarda, procedendo primeiro à confirmação telefónica da disponibilidade ou não do produto, de modo a uma satisfação mais eficaz do utente.

As encomendas diretas aos laboratórios são realizadas através de reuniões prévias com os delegados dos laboratórios farmacêuticos, que depois de definidas as condições é realizada a encomenda pelo departamento de compras sediado no escritório central em Mangualde e enviadas por uma transportadora ou armazenista para a farmácia. Estas encomendas são

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24 realizadas quando se pretendem adquirir grandes quantidades de produtos, são utilizadas no caso de MG, MNSRM, dispositivos médicos, material de penso e produtos de cosmética.

Em casos de rutura de stock de produtos urgentes ou de produtos esgotados no mercado, pode ser realizado um pedido de empréstimo às outras farmácias do grupo. Este é realizado através de um telefonema à farmácia do grupo, que posteriormente emite a fatura e envia através do motorista para a FM.

2.2.2 – Receção de encomendas

A FM recebe encomendas ao longo do dia, nos horários estipulados com os fornecedores. As encomendas chegam à farmácia acondicionadas em contentores, identificados com o nome da farmácia, código e fatura/guia de remessa com o respetivo duplicado. Aquando a chegada destas à farmácia o responsável pela receção deve confirmar o destinatário e o número de contentores.

Na fatura/guia de remessa devem constar as seguintes informações: identificação da farmácia e do fornecedor, hora, data e local de expedição e de entrega e número da fatura. Relativamente aos produtos farmacêuticos devem constar na fatura (ANEXO II) o código, designação (nome comercial, dosagem, forma farmacêutica, laboratório e tamanho da embalagem), quantidade pedida, quantidade enviada, bonificações e descontos atribuídos, valor unitário, PVF, PVP no caso dos MSRM, uma vez que já têm o preço estipulado, o IVA que pode ser de 6% ou 23%; podem ainda aparecer os produtos encomendados que se encontram esgotados. No final a fatura apresenta o preço total de custo para a farmácia.

Para a receção da encomenda no sistema SPharm®, no menu principal existe uma “área de fornecedores”, de seguida entra-se no menu de “receção de encomendas”, onde se digita o código do fornecedor. Após introduzir o código do fornecedor podem visualizar-se todas as encomendas pendentes para esse mesmo fornecedor, onde se verifica se a encomenda a rececionar se encontra nessa lista e importa-se a encomenda, depois surge a encomenda com os produtos a rececionar, tornando mais fácil para o responsável controlar os produtos para os quais já foi dada entrada e os que ainda faltam.

Na existência de produtos termolábeis estes devem ser os primeiros a ser rececionados e armazenados de imediato no frigorífico; se não for possível a receção imediata da encomenda, estes produtos devem ser armazenados e o responsável deve anotar no duplicado da fatura o PV

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25 e a quantidade rececionada, de modo aquando a receção da encomenda no sistema seja possível confirmar estes dados.

Procede-se então à leitura ótica dos produtos, verificando sempre o estado em que se encontram as embalagens, o PV, PVP e a quantidade rececionada, pois uma vez que o PV seja inferior aos dos produtos existentes em stock ou quando o stock está a zero e o PVP seja diferente, estes dados devem ser alterados. No caso de produtos que não existam no sistema informático da farmácia, quando se procede à leitura ótica do código de barras o sistema lança um alerta de produto inexistente e abre o menu de criação de ficha de produto, aqui deve-se preencher o código do produto, IVA, nome do produto stock mínimo e máximo e ainda a subfamília estatística de modo a automatizar as margens do produto. No final, é conferido o que está no sistema com a fatura, confirmando a quantidade pedida e enviada, PVP, PVF, e no caso dos medicamentos de venda livre é necessário calcular o PVP segundo as margens estipuladas pela farmácia. Depois de verificados os dados anteriores, confirma-se a receção preenchendo-se o número da fatura, data da receção e compara-se os totais com e sem IVA que constam na fatura com os totais que aparecem no computador, sendo que se estiver tudo conforme finaliza-se a receção da encomenda. Quando se finaliza a receção procede-se à impressão de etiquetas com o código de barras dos produtos que não apresentem o PVP na cartonagem do produto, mais comum em MNSRM e produtos de venda livre. Aquando a colagem das etiquetas na embalagem dos produtos, deve ter-se em atenção não omitir informações importantes da embalagem como o PV, lote e composição. No final da receção a fatura é datada, rubricada e arquivada numa gaveta específica de cada fornecedor, separadas por originais e duplicados. No final do mês ou quinzenalmente, dependendo dos fornecedores, são conferidas por um responsável e arquivadas num dossier organizado por fornecedor, ano e mês.

A receção de medicamentos psicotrópicos, estupefacientes e benzodiazepinas no sistema informático é feita de igual forma aos outros medicamentos, estes apesar de virem discriminados na fatura/guia de remessa juntamente com os outros medicamentos e produtos farmacêuticos, devem ser acompanhados de um documento (Requisição de substâncias e suas preparações compreendidas nas tabelas I, II, III e IV, com exceção da II-A), anexas ao Decreto-lei nº15/93 de 22 de janeiro, com retificação a 20 de fevereiro, que é enviado para a farmácia em duplicado. Esta requisição (ANEXO III) deve conter o nome da substância ativa, nome comercial, dosagem, quantidade enviada e o número de unidades por embalagem. No caso das benzodiazepinas, as requisições devem ser armazenadas numa gaveta própria separadas originais dos duplicados, no caso dos psicotrópicos e estupefacientes o original é anexado a

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26 uma fotocópia da fatura e armazenado numa gaveta situada em cima do armário dos psicotrópicos e estupefacientes, o duplicado é armazenado na gaveta dos duplicados juntamente com os duplicados das benzodiazepinas. Os duplicados devem ser assinados pela Diretora técnica, ou sua legal substituta e reencaminhados para o fornecedor, os originais devem ser armazenados na farmácia nu período mínimo de 5 anos [6].

Quanto à receção de matérias-primas estas devem ser acompanhadas de um certificado de análise, que é depois arquivado num dossier no laboratório.

2.3 – ARMAZENAMENTO DOS PRODUTOS ADQUIRIDOS

Após a receção dos medicamentos e produtos de saúde no sistema informático, estes devem ser armazenados nos seus devidos locais, como foi descrito anteriormente. Na FM os produtos são armazenados segundo a ordem First Expire, First Out (FEFO), sendo que os medicamentos com um PV mais curto são armazenados à frente dos restantes, de modo a serem os primeiros a sair; isto permite uma melhor gestão de stocks e um melhor controlo dos PV.

Todos os locais de armazenamento, incluindo o frigorífico, possuem termohigrómetros, estes são aparelhos que medem a temperatura e humidade, de modo a garantir as devidas condições, sendo que todas as áreas de armazenamento, exceto o frigorífico devem estar a temperatura inferior a 25ºC e humidade inferior a 60%. Periodicamente são registados os valores de temperatura e humidade por uma empresa especializada.

2.4 – CONFERÊNCIA DE PRAZOS DE VALIDADE E DEVOLUÇÕES

Na FM, de três em três meses o SPharm® emite um mapa dos produtos com o PV inferior ou igual a três meses (ANEXO IV). Esta listagem é depois conferida manualmente, sendo retirados os produtos com o PV curto. Estes são armazenados numa prateleira destinada a produtos com o PV curto, tornando assim mais fácil para os profissionais dispensarem até o final do mês. Os PV que não estão corretos são alterados no sistema, de modo a manter o sistema atualizado, enquanto que os produtos que não se conseguem dispensar até ao final do mês, são devolvidos ao respetivo fornecedor ou armazenista. As devoluções aos fornecedores ou armazenistas não ocorrem só devido ao PV curto, estas podem ocorrer por diversos motivos como por exemplo, devido a embalagem e/ou produto danificado ou em mau estado de

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27 conservação, produtos pedidos e/ou enviados por engano, envio por parte dos fornecedores de quantidade superior à pedida e PV expirado. Podem também ser devolvidos produtos devidas a circulares do INFARMED ou armazenista, para retirar o produto do mercado.

Nestas situações é realizada uma nota de devolução (ANEXO V) no sistema para o fornecedor em questão, onde deve constar a designação do produto, quantidade a devolver, fornecedor, data e motivo da devolução e ainda o número da fatura. A nota de devolução é impressa em triplicado, dendo depois carimbadas e rubricadas, sendo que o triplicado fica arquivado num dossier próprio na farmácia, enquanto que o original e o duplicado seguem para o fornecedor juntamente com o produto. Quando o fornecedor aceita a nota de devolução, este pode realizar uma troca de produtos ou realizar uma nota de crédito para a farmácia.

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3 – PREPARAÇÃO DE MEDICAMENTOS MANIPULADOS E PREPARAÇÕES EXTEMPORÂNEAS

A preparação de medicamentos na farmácia comunitária tem sido cada vez menor, devido à grande oferta da indústria farmacêutica, no entanto em algumas situações ainda se justifica a preparação de MM. A preparação destes medicamentos é mais comum para pediatria e dermatologia.

A preparação de MM é feita no laboratório, esta deve seguir as Boas Praticas de Preparação de medicamentos manipulados que constam na Portaria nº 594/2004 de 2 de junho [3]. Devem ser garantidas normas de higiene como por exemplo:

 Proibição de comer e fumar no laboratório;

 Utilização de armários para guardar vestiário e objetos de uso pessoal;  Uso de roupa adequada ao tipo de preparação;

Afastamento temporário das atividades de preparação, de pessoas com doenças ou lesões de pele ou que sofram de doenças transmissíveis.

As matérias-primas depois de rececionadas são armazenadas como referido anteriormente, de acordo com o PV. Na FM é criado um “registo de movimento de matérias-primas”, neste devem-se registar informações como o nome e número da matéria-prima, fornecedor, quantidade rececionada, PV, lote, PVF e a data da receção.

Antes da preparação do MM, é necessária a verificação de alguns aspetos como:  A segurança do medicamento no que respeita a dosagens das substâncias ativas

e à inexistência de incompatibilidades e interações;  Que a área de trabalho se encontra limpa;

 Que são respeitadas as condições ambientais eventualmente exigidas pela natureza do medicamento a preparar;

 Disponibilidade de toas as matérias-primas, devidamente rotuladas e com o PV em vigor;

 Disponibilidade dos equipamentos necessários à manipulação, em bom estado de funcionamento e de limpeza;

 Disponibilidade dos documentos necessários à preparação do medicamento;  Disponibilidade dos materiais de acondicionamento do MM.

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29 A preparação do MM deve seguir procedimentos normalizados, devendo respeitar as boas práticas de manipulação. Depois da preparação do MM, a banca de trabalho e o material utilizado deve ser limpo, e deve ser realizada a ficha de produção do MM onde devem ser preenchidas informações como número e lote do MM, nome do utente e do médico prescritor, FF, nome das matérias-primas utilizadas e respetivo lote, PV, quantidade utilizada e PVP, sendo também anexada uma cópia da prescrição do MM. Devem ser ainda preenchidos no “registo de movimento de matérias-primas”, informações como lote do MM, data de preparação, quantidade de matéria-prima utilizada, quebras, quantidade de matéria-prima restante em armazém e assinatura do operador.

No final da preparação dos MM deve-se proceder a todas as verificações necessárias para garantir a boa qualidade do MM, incluindo no mínimo a verificação dos caracteres organoléticos e efetuar ensaios não destrutivos. Os produtos semiacabados devem satisfazer os requisitos estabelecidos na monografia da Farmacopeia Portuguesa para a respetiva FF. Deve ser ainda efetuada uma verificação final da massa ou volume do MM, que deverá corresponder à quantidade ou volume prescrito.

3.1 – ACONDICIONAMENTO E ROTULAGEM DE MM

Os MM devem ser acondicionados corretamente, dependendo das características do MM (FF e volume), através da seleção de uma embalagem que garanta as condições de conservação exigidas pelo MM. Na FM os pós são acondicionados em papéis medicamentosos, as soluções e suspensões orais são acondicionadas em frascos de âmbar e as pomadas, cremes e geles acondicionados em boiões de plástico opacos.

Relativamente à rotulagem, segundo a Portaria nº 594/2004 de 2 de junho, o rótulo deve conter informações como [3]:

 Nome do doente;

 Fórmula do MM prescrito pelo médico;  Número de lote;

 Prazo de utilização;

 Condições de conservação;

 Instruções especiais como: “Agite antes de usar”, “Uso externo”;  Via de administração;

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30  Posologia;

 Identificação da farmácia;

 Identificação do farmacêutico diretor técnico.

É muito importante definir um PV para o MM, este depende da FF e dos componentes do MM. O prazo de utilização dos MM deve obedecer às seguintes regras:

 Para soluções liquidas não aquosas e preparações sólidas: se a substância ativa for um produto industrializado, o prazo de utilização é de 25% do tempo restante para expirar o PV do mesmo, não podendo exceder os 6 meses;

 Para preparações líquidas aquosas: o prazo de utilização máximo é de 14 dias, quando conservadas no frigorífico;

 Restantes preparações: o prazo de utilização corresponde à duração do tratamento, num máximo de 30 dias.

3.2 – PREÇO DOS MM

Segundo a Portaria nº769/2004, de 1 de julho o PVP dos MM é calculado segundo a fórmula: Valor dos honorários + Valor das matérias-primas + Valor dos materiais de embalagem) × 1,3, acrescido o valor do IVA à taxa em vigor. Sendo que o valor dos honorários é calculado consoante a FF do produto acabado e as quantidades preparadas, tendo por base um fator que é atualizado automaticamente e anualmente na proporção do crescimento do índice de preços ao consumidor divulgado pelo Índice Nacional de Estatística (INE) para o ano anterior àquele a que respeita [7].

Relativamente ao cálculo do valor das matérias-primas este é determinado com base no valor de aquisição, em que será descontado o valor do IVA, multiplicado por um dos seguintes fatores:  Quilograma: 1,3;  Hectograma: 1,6;  Decagrama: 1,9;  Grama: 2,2;  Decigrama: 2,5;  Centigramas: 2,8.

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31 Os valores dos materiais de acondicionamento são determinados multiplicando o valor de aquisição, sem IVA, por um fator de 1,2.

3.3 – PREPARAÇÃO EXTEMPORANÊAS

As preparações extemporâneas são geralmente suspensões reconstituídas com água, preparadas no ato da dispensa, devido à sua reduzida estabilidades depois de reconstituída. No ato da dispensa destes medicamentos é importante informar o utente relativamente às suas condições de conservação, uma vez que a maior parte destes medicamentos apresentam a necessidade de armazenamento no frigorífico (2ºC a 8ºC) e dos seus cuidados de utilização como por exemplo agitar antes de utilizar. Em situações que o utente não tenciona inicializar de imediato a terapêutica, é necessário informar o utente como deve fazer a reconstituição ou solicitar-se o regresso do utente à farmácia para o profissional de farmácia proceder à reconstituição do medicamento. São exemplos destas preparações o Clavamox DT®, Clamoxyl®, entre outros.

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4 – DISPENSA DE MEDICAMENTOS E OUTROS PRODUTOS DE SAÚDE

4.1 – SISTEMAS DE COMPARTICIPAÇÃO E ENTIDADES COMPARTICIPADORAS

Existem várias entidades comparticipadoras, sendo o Serviço Nacional de Saúde (SNS) o organismo mais comum. Os utentes do SNS podem apresentar diferentes regimes de comparticipação: o regime geral que contempla todos os utentes do SNS e trabalhadores migrantes, o regime especial para pensionistas com o rendimento total anual que não exceda 14 vezes o ordenado mínimo nacional, os doentes profissionais e doentes crónicos especiais. A comparticipação por parte do estado é fixa e baseada na classificação farmacoterapêutica, esta divide-se em quatro escalões: escalão A (90%), escalão B (69%), escalão C (37%) e escalão D (15%). No entanto, a taxa de comparticipação pode ser maior em determinadas patologias ou grupos de doentes, estes são chamados os regimes excecionais [8].

Apesar do SNS ser o organismo mais utilizado, existem outras entidades comparticipadoras que surgem com frequentemente tais como a Assistência na Doença aos Servidores do Estado (ADSE) e a Assistência na Doença aos Militares (ADM). Podem ainda ocorrer casos em que o utente pode usufruir de complementaridade de comparticipações, de mais do que um organismo, ou seja, acrescenta outra comparticipação sobre a comparticipação do organismo primário, como é o exemplo dos SAMS (Serviço de Assistência Médico-Social do Sindicato dos Bancários). No caso de receitas com complementaridade de comparticipações, deve-se tirar fotocópia ao cartão de beneficiário e da receita médica, uma vez que na faturação a receita original é enviado para o organismo principal e a fotocópia da receita médica e do cartão de beneficiário segue para o organismo complementar [9].

4.2 – DISPENSA DE MSRM

Segundo o Decreto-Lei nº176/2006, de 30 de agosto, estão sujeitos a receita médica todos os medicamentos que preenchem uma das seguintes condições [10].

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33  Possam constituir um risco para a saúde do doente, direta ou indiretamente, mesmo quando usados para o fim a que se destinam, caso sejam utilizados sem vigilância médica;

 Possam constituir um risco, direto ou indireto, para a saúde, quando sejam utilizados com frequência em quantidades consideráveis para fins diferentes daqueles a que se destinam;

 Contenham substâncias, ou preparações à base dessas substâncias, cuja atividade ou reações adversas seja indispensável aprofundar;

 Destinam-se a ser administrados por via parentérica.

Os MSRM só são dispensados mediante a presença de uma receita médica, atualmente, existem três modelos de receita médica: as receitas manuais, receitas materializadas e as receitas desmaterializadas ou receitas sem papel. Segundo a Portaria 224/2015, de 27 de julho, as receitas só são válidas se apresentarem [11]:

 Número da receita;

 Local de prescrição ou respetivo código

 Identificação do médico prescritor, incluindo o número da cédula profissional e em alguns casos a especialidade;

 Nome e número de utente;

 Entidade financeira responsável e número de beneficiário;  Regime especial de comparticipação de medicamentos.

As receitas materializadas (ANEXO VI) para serem válidas além das informações referidas anteriormente devem ainda conter o DCI da substância ativa (dosagem, FF, dimensão da embalagem e número de embalagens); se aplicável a denominação comercial do medicamento; código nacional de prescrição eletrónica de medicamentos (CNPEM) ou outro código oficial identificador do produto; data da prescrição; assinatura autógrafa do prescritor; e se aplicável a exceção que impede o direito de opção (prescrição de medicamento com margem ou índice terapêutico estreito; reação adversa prévia ou continuidade de tratamento superior a 28 dias). Este tipo de receita pode ter até três vias, sendo que em cada receita podem ser prescritos até quatro medicamentos ou produtos de saúde distintos com um limite máximo de duas embalagens por medicamento ou um total máximo de quatro embalagens. No caso dos medicamentos se apresentarem em embalagem unitária, podem ser prescritos até quatro embalagens do mesmo medicamento.

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34 As receitas desmaterializadas (ANEXO VII) além do referido anteriormente só são válidas quando apresentam: a hora da prescrição, linhas de prescrição (tipo de linha, número da linha, identificada univocamente e constituída pelo número da prescrição e pelo número de ordem da linha de prescrição, tipo de medicamento ou produto de saúde prescrito, data do termo da vigência da linha de prescrição), DCI da substância ativa e data da prescrição. Nestas receitas cada linha só pode incluir um medicamento ou produto de saúde até um máximo de duas embalagens de cada. Neste tipo de receitas o utente pode não estar acompanhado da “guia de tratamento”, nesse caso é enviada uma mensagem para o telemóvel do utente com o número da receita, código de acesso e dispensa e código de direito de opção [12].

As receitas manuais (ANEXO VIII) só são válidas se apresentarem: vinheta identificativa do local de prescrição se for o caso; vinheta identificativa do médico prescritor; identificação da especialidade médica, se aplicável e contacto telefónico do médico prescritor; apresentar identificada a exceção para a prescrição manual (falência informática, inadaptação do prescritor, prescrição no domicílio ou até 40 receitas por mês); nome e número de utente; se aplicável, identificar o regime especial de comparticipação de medicamentos; DCI da substância ativa; assinatura autógrafa do prescritor e se aplicável a exceção que impede o direito de opção. Só é admitida uma via da receita manual [11].

Antes da dispensa de MSRM é necessária a verificação dos aspetos referidos anteriormente da prescrição médica por parte do profissional de farmácia. Esta deve ser corretamente avaliada de modo a interpretar e avaliar a prescrição médica, identificando possíveis problemas com o medicamento ou com a receita médica. Após a verificação da receita médica, procede-se à dispensa do medicamento com o auxílio do sistema informático SPharm®. No início da dispensa de medicamentos e outros produtos de saúde deve-se perguntar ao utente se possui cartão da farmácia, nesse caso é possível ao profissional de farmácia aceder a informações como o subsistema de comparticipação, últimas vendas possibilitando ao profissional de farmácia verificar qual a medicação que o utente faz habitualmente, tornando mais fácil e rápida a dispensa ao utente. A dispensa de MSRM no sistema informático depende do tipo de receita médica. Na dispensa de receitas manuais procede-se à leitura ótica do código de barras dos medicamentos ou digita-se o código manualmente, sendo necessário introduzir o código do respetivo organismo de comparticipação, procede-se depois à confirmação da dispensa introduzindo-se o número da receita médica. Antes de finalizar a dispensa é necessária a confirmação dos medicamentos procedendo-se novamente a leitura ótica do código de barras dos medicamentos de modo a evitar erros na dispensa, nas receitas manuais deve-se ainda imprimir no verso da receita o documento de faturação, que o utente deve assinar no local

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35 destinado para o efeito. Na dispensa das receitas materializadas inicia-se a dispensa com a introdução do número da receita e do código de acesso, procedendo depois à leitura ótica do código de barras dos medicamentos. Neste tipo de receitas o organismo de comparticipação aparece automaticamente, podendo assim finalizar a dispensa, confirmando novamente os medicamentos dispensados como referido anteriormente. Depois é necessário recortar a receita de modo a que o utente possa levar o guia de tratamento e a receita médica fique na farmácia depois de impresso o documento de faturação e ser devidamente assinado pelo utente. Quanto às receitas desmaterializadas a dispensa começa com a introdução do número da receita e código de acesso, permitindo ao profissional de farmácia aceder à lista de medicamentos que constam nessa receita. Depois são selecionadas apenas as linhas dos medicamentos que o utente quer, procedendo-se à leitura do código de barras dos medicamentos. Neste tipo de receitas o organismo de comparticipação aparece automaticamente, podendo depois finalizar-se a dispensa confirmando novamente os medicamentos dispensados. Neste tipo de receitas é importante assinalar no guia de tratamento com quantas embalagens e quais os medicamentos com que o utente fica na receita. Neste tipo de receita não é necessária a impressão do documento de faturação (ANEXO IX). Este documento deve conter impressas as seguintes informações: identificação da farmácia, número de registo dos medicamentos dispensados em carateres e código de barras, quantidade fornecida preço total de cada medicamento, valor total da receita, medicamentos, encargo do utente em valor por medicamento e respetivo total, comparticipação do estado em valor por medicamento e respetivo total e data da dispensa. Este deve ainda conter a informação em que o utente declara que:

 “Me foram dispensadas as N embalagens de medicamentos constantes na receita e prestados os conselhos sobre a sua utilização”

Pode ainda ser impressa informação, relativamente ao direito de opção, no entanto é só é impressa apenas quendo aplicável.

 “Não exerci direito de opção”

 “Exerci o direito de opção para medicamento com preço superior ao 5.º mais barato”

 “Exerci direito de opção por medicamento mais barato que o prescrito para continuidade terapêutica de tratamento superior a 28 dias”

É muito importante no ato da dispensa, sempre que aplicável questionar o utente sobre se quer adquirir o medicamento de marca ou se quer optar pelo medicamento genérico e informar e explicar como o utente deve tomar e armazenar o medicamento.

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36 4.3 – DISPENSA DE MEDICAMENTOS PSICOTRÓPICOS E ESTUPEFACIENTES

Na prescrição de medicamentos psicotrópicos e estupefacientes, não podem constar de receita materializada ou receita manual, onde sejam prescritos, outros medicamentos ou produtos de saúde. O processamento da receita médica é realizado dependendo do tipo de receita da forma descrita anteriormente. No ato da dispensa o sistema informático identifica os produtos, considerados psicotrópicos e estupefacientes, abrindo um menu de preenchimento obrigatório com informações acerca do médico prescritor (nome e código de identificação), informação do utente (nome e morada) informação do adquirente (nome, data e número do cartão de cidadão ou carta de condução, número do passaporte no caso de cidadãos estrangeiros e data de nascimento) e número da receita. Após a dispensa destes medicamentos o sistema informático para além do recibo de venda imprime um talão comprovativo da venda em duplicado com os dados do médico, utente e adquirente, referidos anteriormente, cada talão é anexado a uma cópia da receita médica, um deles é enviado para o INFARMED e o outro talão com a cópia da receita é ainda anexado à cópia da fatura sendo armazenada durante um mínimo de 3 anos no arquivo da farmácia.

4.4 – DISPENSA DE MEDICAMENTOS MANIPULADOS

A dispensa de MM no sistema informático é realizada da mesma forma que outros MSRM. No entanto os MM que são comparticipados pelo SNS são os que constam em anexo no Despacho nº18694/2010, de 16 de Dezembro. A esta lista podem ser acrescentados MM que cumpram as seguintes condições:

 Inexistência no mercado de especialidade farmacêutica com igual substância ativa, na FF pretendida;

 Existência de lacuna terapêutica a nível de medicamentos preparados industrialmente;

 Necessidade de adaptação de dosagens ou FF às carências terapêuticas de populações específicas, como é o exemplo da geriatria e da pediatria.

Os MM para serem comparticipáveis devem ser prescritos mediante indicação na receita médica da substância ativa, dosagem, excipientes e FF, e devem mencionar a palavra “Manipulado” ou “FSA”. A comparticipação destes medicamentos é de 30% do respetivo PVP [13].

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37 4.5 – DISPENSA DE MNSRM

Segundo o Despacho n° 17690/2007, de 23 de Julho a automedicação é a utilização de MNSRM de forma responsável, sempre que se destine ao alívio e tratamento de queixas de saúde passageiras e sem gravidade, com a assistência ou aconselhamento opcional de um profissional de saúde [14].

O profissional de saúde, no ato a dispensa e do aconselhamento deve questionar o utente, de modo a obter informações acerca de:

 Sintoma ou motivo de consulta ao profissional de farmácia;  Duração do problema de saúde;

 Existência de outros sinais ou sintomas associados ao problema de saúde que motivou a consulta do doente ao profissional de farmácia;

 Outros problemas de saúde manifestados pelo doente;  Medicação que o utente toma.

No entanto, existem grupos em que é necessário ter especial atenção como é o caso dos idosos, crianças, grávidas e mulheres a amamentar, podendo ser necessário desaconselhar a automedicação e encaminhar o utente para o médico.

4.5.1 – Produtos de cosmética e de higiene corporal

A FM apresenta uma vasta gama de produtos de cosmética ao dispor do utente. Como é o exemplo da Vichy®, Uriage®, Filorga®, Bioderma®, entre outras. Aquando a dispensa destes

produtos deve-se explicar ao utente como aplicar e outros conselhos adicionais, e ter-se em especial atenção no aconselhamento o tipo de pelo do utente.

Relativamente aos produtos de higiene corporal a FM apresenta também uma vasta gama de produtos, que conta com produtos como Lactacyd Pharma®, Saforelle®, Saugella®, Letifem®, entre outros.

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4.5.2 – Medicamentos homeopáticos

Um medicamento homeopático é um medicamento obtido a partir de substâncias denominadas stocks ou matérias-primas homeopáticas, de acordo com um processo de fabrico descrito na farmacopeia utilizada de modo oficial num estado membro, e que pode ter vários princípios [15].

Na FM os medicamentos homeopáticos são do laboratório Boiron®, existindo uma variedade de produtos. Estes medicamentos são usados em doenças comuns sendo exemplos de medicamentos homeopáticos e respetivas indicações os seguintes:

 Stodal® - tratamento da tosse;

 Oscillococcinum® - estados gripais;

 Homeovox® - perda de voz e rouquidão;

 Homeogene 9® - para as dores de garganta;

 Arnigel® - contusões e cansaço muscular;

 Cicaderma® - feridas e queimaduras;

 Camilia® - perturbações dos primeiros dentes.

4.5.3 – Medicamentos e produtos de uso veterinário

Segundo o decreto-lei nº 148/2008, de 29 de julho, um medicamento veterinário é toda a substância, ou associação de substâncias, apresentada como possuindo propriedades curativas ou preventivas de doenças em animais ou dos seus sistemas, ou que possa ser utilizada ou administrada no animal com vista a estabelecer um diagnóstico médico-veterinário ou, exercendo uma ação farmacológica, imunológica ou metabólica, a restaurar, corrigir ou modificar funções fisiológicas.

Na FM existem variados medicamentos veterinários desde desparasitantes externos das marcas Frontline®, Advantix®, desparasitantes internos da marca Drontal® e Strongid®, pilulas

como a Magecat® e Pilludog® e vacinas como a Tetradog®. E outros produtos como as coleiras

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4.5.4 – Dispositivos médicos

Um dispositivo médico é qualquer instrumento, equipamento, software, material ou artigo utilizado isoladamente ou em combinação, incluindo o software destinado pelo seu fabricante a ser utilizado especificamente para fins de diagnóstico ou terapêuticos e que seja necessário para o bom funcionamento do dispositivo médico, cujo principal efeito pretendido no corpo humano não seja alcançado por meios farmacológicos, imunológicos ou metabólicos, embora a sua função possa ser apoiada por esses meios, destinado a serem utilizados em humanos para fins de:

 Diagnóstico, prevenção, controlo, tratamento ou atenuação de uma doença;

 Diagnóstico, controlo, tratamento, atenuação ou compensação de uma lesão ou de uma deficiência;

 Estudo, substituição ou alteração da anatomia ou de um processo fisiológico;

 Controlo da conceção.

Os dispositivos médicos podem ser classificados em três classes:

 Classe I: dispositivos de baixo risco;

 Classe IIa e IIb: dispositivos de médio risco, sendo a classe IIa de baixo médio risco e a classe IIb de alto médio risco;

 Classe III: dispositivos de alto risco.

Na FM existe uma vasta gama de dispositivos médicos sendo exemplo de dispositivos médicos de classe I as fraldas e pensos de incontinência, meias de compressão, joelheiras, meias e pulsos elásticos para fins médicos, cadeiras de roda, canadianas, muletas, pensos oculares, seringas sem agulha, ligaduras. A FM apresenta dispositivos médicos de classe IIa como por exemplo: compressas de gaze hidrófila estéreis e não estéreis, pensos de gaze não impregnados com medicamentos, medidores de tensão com fonte de energia associada, termómetros com pilha ou outra fonte de energia associada, agulhas das seringas, lancetas e luvas cirúrgicas. Quanto aos dispositivos de classe IIb a FM apresenta por exemplo: canetas de insulina, preservativos masculinos, diafragmas, material de penso para feridas ulceradas extensas e crónicas, material de penso para queimaduras graves que atingem a derme e cobrem uma área extensa e material de penso para feridas de decúbito graves. Os dispositivos de classe III ao dispor dos utentes na FM são por exemplo: pensos com medicamentos, preservativos com espermicidas, dispositivos intrauterinos que não libertem progestagénios [16].

Referências

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