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Contributos para o Plano Estratégico de Gestão de Ativos de um Sistema Multimunicipal de Abastecimento de Água

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Academic year: 2021

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Dissertação submetida para satisfação parcial dos requisitos do grau de MESTRE EM ENGENHARIA CIVIL —ESPECIALIZAÇÃO EM HIDRÁULICA

Orientador: Professor Doutor Fernando Francisco Machado Veloso Gomes

Coorientadora: Mestre Lígia Maria Bandeira Ramos (AdDP)

(2)

Tel. +351-22-508 1901 Fax +351-22-508 1446

 miec@fe.up.pt

Editado por

FACULDADE DE ENGENHARIA DA UNIVERSIDADE DO PORTO Rua Dr. Roberto Frias

4200-465 PORTO Portugal Tel. +351-22-508 1400 Fax +351-22-508 1440  feup@fe.up.pt  http://www.fe.up.pt

Reproduções parciais deste documento serão autorizadas na condição que seja mencionado o Autor e feita referência a Mestrado Integrado em Engenharia Civil - 2017/2018 - Departamento de Engenharia Civil, Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto, Porto, Portugal, 2018.

As opiniões e informações incluídas neste documento representam unicamente o ponto de vista do respetivo Autor, não podendo o Editor aceitar qualquer responsabilidade legal ou outra em relação a erros ou omissões que possam existir.

Este documento foi produzido a partir de versão eletrónica fornecida pelo respetivo Autor.

(3)

Aos meus pais, à minha família e à Maria, a mulher da minha vida.

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(5)

AGRADECIMENTOS

Porque sem tal não era possível a realização da presente dissertação, começo por agradecer a quem ficou encarregue da coordenação do meu trabalho.

Ao Professor Doutor Fernando Francisco Machado Veloso Gomes, por ter acedido ao meu convite e pela disponibilidade desde logo demonstrada, mesmo tratando-se de uma temática pouco usual nas suas orientações. Coincidindo com o semestre em que deu por encerradas as suas funções de lecionar aulas, um sincero obrigado, pelos seus conselhos, sabedoria e contributos transmitidos, foi uma honra e um privilégio.

À Engenheira Lígia Maria Bandeira Ramos, pela forma como me recebeu e orientou na empresa, jamais o esquecerei. A disponibilidade que sempre demonstrou, os seus valiosos conhecimentos e sugestões fizeram a diferença na realização deste trabalho.

À Águas do Douro e Paiva, S.A., concretamente à sua Administração, pela disponibilidade em me acolher e por me ter concedido a autonomia e ferramentas necessárias à concretização do trabalho. Às Engenheiras Raquel Caetano e Teresa Bastos, com quem partilhei sala ao longo dos últimos meses, pela ajuda, amizade, ambiente criado e suporte fundamental na empresa.

A toda a Direção de Gestão de Ativos e Engenharia da AdDP, pelas preciosas colaborações, em especial aos Engenheiros José Benevides Rego Costa e Alexandre Fortunato.

A todos os colaboradores da Águas do Douro e Paiva, S.A., que sempre me fizeram sentir integrado como se já fizesse parte da empresa há muito tempo.

À Entidade Reguladora dos Serviços de Águas e Resíduos, pelo esclarecimento de dúvidas que surgiram no decorrer deste trabalho.

À Engenheira Dídia Covas e restante equipa que colaborou na elaboração do mais recente Guia Técnico da ERSAR, pela permissão em utilizar dados e elementos do referido Guia, ainda em processo de consulta pública.

A todos os amigos que, direta ou indiretamente, contribuíram para a elaboração deste trabalho, pela amizade e compreensão.

Aos meus familiares, concretamente, às minhas irmãs, aos meus sobrinhos, às minhas avós e ao meu cunhado, pelo apoio e carinho que sempre senti.

Aos meus pais, pela compreensão, paciência, motivação e dedicação por tudo o que fizeram por mim. Obrigado por nunca desistirem de me fazer acreditar que tudo seria possível e pelos valores e exemplo de vida que sempre me incutiram.

Por último, um agradecimento muito especial para a pessoa mais importante da minha vida, Maria Barros. Por estar sempre presente, pelo seu amor e carinho incondicional, pela confiança nas minhas capacidades e orgulho sempre demonstrado, pelo encorajamento e apoio nos momentos mais complicados, sem os quais não teria sido possível chegar até aqui.

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(7)

RESUMO

A presente dissertação tem como finalidade contribuir para a elaboração do Plano Estratégico de Gestão de Ativos (GA) de um Sistema Multimunicipal de Abastecimento de Água, conforme as indicações da ERSAR (Entidade Reguladora dos Serviços de Águas e Resíduos) e segundo a série das normas portuguesas ISO 55000 (International Organization for Standardization).

Hoje em dia, a GA é uma temática cada vez mais em foco, utilizada a nível empresarial a uma escala mundial. Tem como objetivo, otimizar a gestão da vida útil das infraestruturas, assegurando elevados níveis de serviço ao cliente, através do equilíbrio entre três vertentes: Custo, Desempenho e Risco. Em Portugal, no que diz respeito à gestão de Sistemas de Abastecimento de Água (SAA), a Gestão de Ativos tem sido aliada e assemelhada à Gestão Patrimonial das Infraestruturas (GPI), desenvolvida e divulgada pelo Laboratório Nacional de Engenharia Civil (LNEC) e ERSAR.

A Entidade Gestora (EG) do presente caso de estudo, Águas do Douro e Paiva, S.A. (AdDP), graças aos avultados investimentos na construção de infraestruturas de abastecimento de água que realizou ao longo dos últimos anos, encontra-se dotada uma vasta rede de infraestruturas, capaz de responder às solicitações e realizar o serviço de abastecimento de água com qualidade. Contudo, com o passar do tempo, as infraestruturas envelhecem e evidenciam desgastes estruturais e deterioração dos seus equipamentos, podendo conduzir a uma prestação de um serviço de menor qualidade

Neste sentido, torna-se necessário a introdução de um Plano Estratégico de GA, um sistema integrado e uma mudança de paradigma na gestão da EG. O investimento em infraestruturas deixa de ser a principal prioridade, priorizando a sua capacidade operacional e longevidade, através de linhas estratégicas e programas de manutenção/substituição baseados em critérios bem definidos.

O presente caso de estudo, com um horizonte temporal de planeamento de 15 anos (ano 2033), inicia-se pela recolha e definição de dados bainicia-ses, onde inicia-se definem três Objetivos Estratégicos que derivam do princípio da “sustentabilidade”, nove Critérios de Avaliação com base na Missão e Visão da EG e dezoito Métricas de Avaliação selecionadas na perspetiva da GA e onde a EG tem intervenção direta sobre determinada métrica.

Tendo por base, os valores de referência e metas, a médio e longo prazo (2023 e 2033), definidas para cada métrica, é efetuado o diagnóstico ao nível do planeamento estratégico, adotando o código do sistema de avaliação de qualidade de serviço da ERSAR (ERSAR, 2010), complementado com a realização de análises SWOT (Strengths, Weaknesses, Opportunities, Threats), com o objetivo de sintetizarem os elementos chave para a gestão da EG e prepararem as opções estratégicas da mesma. Ao longo deste trabalho, apresentam-se análises globais e parciais, previsões e avaliações futuras, referentes às Métricas, Idade relativa das infraestruturas e Índice de Valor da Infraestrutura (IVI). O estudo aprofundado destas, justifica-se pelo facto de considerarem todos os tipos de infraestruturas avaliadas e uma vez que o seu cálculo, facilmente permite a simulação e previsão da situação futura, permitindo à EG planear o seu investimento a longo prazo.

Finalizada a fase do diagnóstico, são apresentadas as possíveis linhas estratégicas, infraestruturais e não-infraestruturais, a adotar pela EG, com o objetivo de minimizar os pontos fracos, fazer face às ameaças, maximizar os aspetos positivos e aproveitar as oportunidades, detetadas no diagnóstico ao nível do planeamento estratégico.

PALAVRAS-CHAVE: Plano Estratégico, Gestão de Ativos, Abastecimento de Água, Idade relativa das infraestruturas, Índice de Valor da Infraestrutura.

(8)
(9)

ABSTRACT

This dissertation aims to contribute to the elaboration of the Strategic Asset Management Plan (SAMP) of a multi-municipal water supply system, in accordance with the directives of the Portuguese Regulatory Authority for Water and Waste Services (ERSAR) and with the series of Portuguese standards ISO 55000 (International Organization for Standardization).

Nowadays, AM is an increasingly topical issue at a corporate level on a global scale. The purpose of AM is to optimize the lifespan of infrastructure, ensuring the costumers’ needs are met and balancing three different aspects: cost, performance, and risk.

Regarding the management of water supply systems (WSS), asset management has been equated in Portugal to Infrastructure Asset Management (IAM), according to standards set by the National Civil Engineering Laboratory (LNEC) and ERSAR.

Thanks to large investments in recent years, the company which is the object of the present case study, Águas do Douro e Paiva, S.A. (AdDP), has a vast network of infrastructure which provides a high-quality water supply service. However, over time, infrastructural wear might lead to a lower-high-quality service.

Thus, an integrated and systematic SAMP becomes necessary, accompanied by a paradigm shift in the management of the company. Investment in infrastructure is no longer the main priority, which is instead given to operational capacity and longevity, through strategies and programs of maintenance/replacement based on well-defined criteria.

The case study sets a 15-year planning horizon (until 2033) and begins with the collection of basic data. It defines three strategic objectives derived from the principle of sustainability; nine evaluation criteria based on the mission and vision of the company; and eighteen evaluation metrics selected from an AM perspective and upon which the company has direct intervention.

Based on the reference values and on the medium (2023) and long term (2033) targets for each metric, a diagnosis is made at the strategic planning level, adopting ERSAR’s system of service quality assessment (ERSAR, 2010) complemented by various SWOT analyses. The aim is to highlight key elements and to prepare strategic management options.

Throughout this work we present overall and partial analyses and forecasts pertaining to various metrics, to the relative age of infrastructures and to the infrastructure value index (IVI). Their in-depth study is justified by the fact that they consider all types of assessed infrastructures and because their estimation allows to simulate and predict future developments, thus aiding the company to plan investment in the long run.

After the diagnosis, we present possible infrastructural and non-infrastructural strategic lines which can be adopted by the company. Their aim is to minimize weaknesses, address threats, maximize positive aspects, and seize the opportunities detected in the diagnosis.

KEYWORDS: strategic planning, asset management, water supply, relative age of infrastructure, infrastructure value index.

(10)
(11)

ÍNDICE GERAL

AGRADECIMENTOS……….. i

RESUMO……….. iii

ABSTRACT………... v

1.INTRODUÇÃO

... 1

1.1.ENQUADRAMENTO GERAL DO TEMA... 1

1.2.OBJETIVOS E METODOLOGIA... 3

1.3.ORGANIZAÇÃO DA DISSERTAÇÃO... 4

2. A GESTÃO DE ATIVOS

……….. 5

2.1.INTRODUÇÃO AO CONCEITO………. 5

2.2.IMPORTÂNCIA DA GESTÃO DE ATIVOS NUMA ENTIDADE GESTORA……… 6

2.3. O PROCESSO E RELAÇÃO DA GESTÃO DE ATIVOS COM A GESTÃO PATRIMONIAL DE INFRAESTRUTURAS………. 8

2.4.ASÉRIE ISO55000………. 10

3.

CASO

DE

ESTUDO:

ENQUADRAMENTO

E

DEFINIÇÃO DE OBJETIVOS ESTRATÉGICOS - ÁGUAS

DO DOURO E PAIVA, S.A.

……… 13

3.1.CARACTERIZAÇÃO DA ENTIDADE GESTORA……… 13

3.1.1.BREVE APRESENTAÇÃO……… 13

3.1.2.ORGANIZAÇÃO……….. 14

3.1.3.REDE DE INFRAESTRUTURAS……… 15

3.2.ÂMBITO E HORIZONTE DO PLANO………... 17

3.3.VISÃO E MISSÃO………... 17

3.4.DEFINIÇÃO DE OBJETIVOS E SISTEMA DE AVALIAÇÃO………. 19

(12)

3.4.3.MÉTRICAS DE AVALIAÇÃO (MT)………... 21

3.4.4.VALORES DE REFERÊNCIA……… 27

3.4.5.METAS……….. 29

4. CASO DE ESTUDO: DIAGNÓSTICO

– ÁGUAS DO

DOURO E PAIVA, S.A.

……….. 31

4.1.AVALIAÇÃO DA SITUAÇÃO DE REFERÊNCIA………. 31

4.2.ANÁLISE DA MT10-IDADE RELATIVA DAS INFRAESTRUTURAS……….. 36

4.2.1ANÁLISE GLOBAL E PARCIAL………... 38

4.2.2.PREVISÃO E AVALIAÇÃO DA SITUAÇÃO FUTURA……… 41

4.3.ANÁLISE DA MT11-ÍNDICE DE VALOR DA INFRAESTRUTURA (IVI)………... 44

4.3.1.ANÁLISE GLOBAL E PARCIAL……….. 47

4.3.2.ANÁLISE GLOBAL E PARCIAL PARA CADA TIPO DE INFRAESTRUTURA……… 50

4.3.2.1. Captações (tipo superficial)……….. 50

4.3.2.2. Condutas Adutoras………. 51

4.3.2.3. Estações Elevatórias……….. 52

4.3.2.4. Estações de Tratamento de Água……… 53

4.3.2.5. Reservatórios……….. 54

4.3.3.PREVISÃO E AVALIAÇÃO DA SITUAÇÃO FUTURA……… 56

4.4.ANÁLISES SWOT……… 59

4.4.1.GERAL DA ENTIDADE GESTORA –ÁGUAS DO DOURO E PAIVA,S.A.……….. 60

4.4.2.SISTEMAS DE ABASTECIMENTO……… 61

4.4.3.INFRAESTRUTURAS………... 62

5. CASO DE ESTUDO: FORMULAÇÃO DE LINHAS

ESTRATÉGICAS

– ÁGUAS DO DOURO E PAIVA, S.A.

….. 65

5.1.FORMULAÇÃO DE LINHAS ESTRATÉGICAS INFRAESTRUTURAIS PARA A GESTÃO DE ATIVOS……… 66

5.2.FORMULAÇÃO DE LINHAS ESTRATÉGICAS NÃO-INFRAESTRUTURAIS PARA A GESTÃO DE ATIVOS ………. 67

(13)

6. SÍNTESE E CONCLUSÕES

………... 69

6.1.SÍNTESE DE CONCLUSÕES GERAIS……….. 69

6.2.RECOMENDAÇÕES PARA DESENVOLVIMENTOS FUTUROS DA METODOLOGIA ADOTADA……… 71

BIBLIOGRAFIA

………... 73

(14)
(15)

ÍNDICE DE FIGURAS

Fig. 1.1. Avaliação da qualidade do serviço de abastecimento de água “em alta” (RASARP - Relatório Anual dos Serviços de Águas e Resíduos em Portugal, ERSAR, 2017)

Fig. 2.1. Esquema de ciclo de vida dos ativos infraestruturais (AdP, 2014)

Fig. 2.2. Equilíbrio entre o Custo, Desempenho e Risco (APDA, 2017)

Fig. 2.3. Balance Scorecard da Gestão de Ativos para o Grupo AdP (AdP, 2014)

Fig. 2.4. Visão integrada da Gestão Patrimonial de Infraestruturas (Alegre, 2007)

Fig. 2.5. Níveis de planeamento (ERSAR, 2010)

Fig. 2.6. Processo do Plano Estratégico (LNEC, 2015)

Fig. 2.7. Relação entre objetivos e metas

Fig. 2.8. Principais atributos da Gestão de Ativos

(http://www.abraconee.com.br/palestras/enconsel%202016/Palestra_Noberto.pdf)

Fig. 2.9. Série das Normas Portuguesas da ISO 55000 (ERSAR, 2017)

Fig. 2.10. Relação entre os elementos chave de um Sistema de Gestão de Ativos (NP ISO 55000, 2016)

Fig. 2.11. Elementos da ISO 55001

(http://www.abraconee.com.br/palestras/enconsel%202016/Palestra_Noberto.pdf)

Fig. 3.1. Fases do Sistema de Abastecimento de Água

(http://www.ersar.pt/pt/setor/caracterizacao/abastecimento-de-agua)

Fig. 3.2. Acionistas da Águas do Douro e Paiva, S.A. (AdDP, 2017)

Fig. 3.3. Estrutura funcional (AdDP, 2017)

Fig. 3.4. Mapa do Sistema Multimunicipal de Abastecimento à área Sul do Grande Porto (AdDP, 2017)

Fig. 3.5. Sustentabilidade da água

(https://www.cdc.gov/features/worldwaterday/index.html)

(16)

Fig. 4.1. Resultado das métricas avaliadas

Fig. 4.2. Vidas úteis médias (Covas, D. et al., ERSAR, 2017, em consulta pública)

Fig. 4.3. Análise por Sistema de abastecimento: MT 10 - Idade relativa das infraestruturas Fig. 4.4 Análise por Subsistema de abastecimento: MT 10 - Idade relativa das infraestruturas Fig. 4.5 Análise por Tipo de infraestrutura: MT 10 - Idade relativa das infraestruturas

Fig. 4.6. Previsão futura: MT 10 - Idade relativa das infraestruturas

Fig. 4.7. Previsão futura por Sistema de abastecimento: MT 10 - Idade relativa das infraestruturas Fig. 4.8. Previsão futura por Subsistema de abastecimento: MT 10 - Idade relativa das

infraestruturas

Fig. 4.9. Previsão futura por Tipo de infraestrutura: MT 10 - Idade relativa das infraestruturas Fig. 4.10. Valores de referência e avaliação do IVI (RASARP, ERSAR, 2017)

Fig. 4.11. IHPC, IPC e fator de atualização para o ano de 2016 (Covas, D. et al., ERSAR, 2017, em consulta pública)

Fig. 4.12. Análise por Sistemas de abastecimento: MT 11 - Índice de Valor da Infraestrutura (IVI) Fig. 4.13. Análise por Subsistemas de abastecimento: MT 11 - Índice de Valor da Infraestrutura

(IVI)

Fig. 4.14. Análise por Tipo de infraestrutura: MT 11 - Índice de Valor da Infraestrutura (IVI) Fig. 4.15. Previsão futura: MT 11 - Índice de Valor da Infraestrutura (IVI)

Fig. 4.16. Previsão futura por Sistema de abastecimento: MT 11 - Índice de Valor da Infraestrutura (IVI)

Fig. 4.17. Previsão futura por Subsistema de abastecimento: MT 11 - Índice de Valor da Infraestrutura (IVI)

(17)

ÍNDICE DE QUADROS

Quadro 3.1. Rede de infraestruturas da Entidade Gestora

Quadro 3.2. Sistemas e Subsistemas de Abastecimento da Entidade Gestora

Quadro 3.3. Horizontes temporais no âmbito do presente trabalho (ERSAR, 2017, adaptado)

Quadro 3.4. Visão e Missão da Entidade Gestora (AdDP, 2017)

Quadro 3.5. Objetivos estratégicos (ERSAR, 2017, adaptado)

Quadro 3.6. Critérios de avaliação (ERSAR, 2017, adaptado)

Quadro 3.7. Relação dos objetivos estratégicos com os critérios e métricas de avaliação (ERSAR, 2017, adaptado)

Quadro 3.8. Métricas de avaliação (ERSAR, 2017, adaptado)

Quadro 3.9. Valores de referência das métricas de avaliação (ERSAR, 2017, adaptado)

Quadro 3.10. Metas de avaliação (ERSAR, 2017)

Quadro 4.1. Avaliação da situação de referência Quadro 4.2. Vidas úteis consideradas

Quadro 4.3. Quantidade de infraestruturas avaliadas

Quadro 4.4. Análise global: MT 10 – Idade relativa das infraestruturas Quadro 4.5. Análise parcial: MT 10 – Idade relativa das Infraestruturas Quadro 4.6. Previsão futura: MT 10 - Idade relativa das infraestruturas Quadro 4.7. Análise global: MT 11 – Índice de Valor da Infraestrutura (IVI)

Quadro 4.8. Análise por Sistemas e Subsistemas de Abastecimento: MT 11 - Índice de Valor da Infraestrutura (IVI)

Quadro 4.9. Análise por Tipo de infraestrutura: MT 11 - Índice de Valor da Infraestrutura (IVI) Quadro 4.10. Análise global de Captações: MT 11 - Índice de Valor da Infraestrutura (IVI) Quadro 4.11. Análise parcial de Captações: MT 11 - Índice de Valor da Infraestrutura (IVI)

Quadro 4.12. Análise global de Condutas Adutoras: MT 11 - Índice de Valor da Infraestrutura (IVI) Quadro 4.13. Análise parcial de Condutas Adutoras: MT 11 - Índice de Valor da Infraestrutura (IVI) Quadro 4.14. Análise global de Estações Elevatórias: MT 11 - Índice de Valor da Infraestrutura

(18)

Quadro 4.16. Análise global de Estações de Tratamento de Água: MT 11 - Índice de Valor da Infraestrutura (IVI)

Quadro 4.17. Análise parcial de Estações de Tratamento de Água: MT 11 - Índice de Valor da Infraestrutura (IVI)

Quadro 4.18. Análise parcial de Reservatórios: MT 11 - Índice de Valor da Infraestrutura (IVI) Quadro 4.19. Análise global de Reservatórios: MT 11 - Índice de Valor da Infraestrutura (IVI) Quadro 4.20. Previsão futura: MT 11 - Índice de Valor da Infraestrutura (IVI)

Quadro 4.21. Previsão futura por Sistema de abastecimento: MT 11 - Índice de Valor da Infraestrutura (IVI)

Quadro 4.22. Previsão futura por Subsistema de abastecimento: MT 11 - Índice de Valor da Infraestrutura (IVI)

Quadro 4.23. Previsão futura por Tipo de infraestrutura: MT 11 - Índice de Valor da Infraestrutura (IVI)

Quadro 4.24. Análise SWOT: Geral da Entidade Gestora – Águas do Douro e Paiva, S.A. Quadro 4.25. Análise SWOT: Sistemas de Abastecimento

Quadro 4.26. Análise SWOT: Infraestruturas

Quadro 5.1. Formulação de linhas estratégicas infraestruturais Quadro 5.2. Formulação de linhas estratégicas não-infraestruturais

(19)

SÍMBOLOS

AAxx Métrica de avaliação de Abastecimento de Água nº xx, código proveniente dos Guias Técnicos da ERSAR

CSi Custo de substituição da infraestrutura [€]

dAAxx Variável de Abastecimento de Água nº xx, código proveniente dos Guias Técnicos da ERSAR

i Infraestrutura [-] H Altura manométrica [m]

MT xx Métrica de avaliação nº xx, com xx = 01,02,…,18 n Número total de infraestruturas [-]

Pe Potência hidráulica de escoamento [kW]

Q Caudal [m3/s]

Qi Caudal médio diário associado a cada infraestrutura nos últimos 5 anos [m3/dia]

Ri Risco associado a cada infraestrutura [-]

Vi Valor atual da infraestrutura [€]

Vri Vida útil remanescente da infraestrutura [anos]

Vui Vida útil estimada da infraestrutura [anos]

(20)

ACRÓNIMOS

AA Abastecimento de Água

AdP Águas de Portugal

AdDP Águas do Douro e Paiva, S.A.

APDA Associação Portuguesa de Distribuição e Drenagem de Águas

BSI British Standard Institute

CA Conduta Adutora

CC Construção Civil

EE Estação Elevatória

EG Entidade(s) Gestora(s)

ERSAR Entidade Reguladora dos Serviços de Águas e Resíduos ETA Estação de Tratamento de Água

ETC Especificação Técnica

FT Ficha Técnica

FOFA Forças, Oportunidades, Fraquezas, Ameaças

GA Gestão de Ativos

GPI Gestão Patrimonial de Infraestruturas

IAM Institute of Asset Management

ICI Índice de Conhecimento Infraestrutural

IGPI Índice de Gestão Patrimonial de Infraestruturas IVI Índice de Valor da Infraestrutura

ISO International Organization for Standardization

LR Levantamento e Reposição de Pavimento

MT Métrica

MTVF Mean Time Between Failure

LNEC Laboratório Nacional de Engenharia

NP Norma Portuguesa

PAS 55 Publicly Available Specification

RASARP Relatório Anual dos Serviços de Águas e Resíduos em Portugal

RH Recursos Humanos

RR Reservatório

(21)

SAA Sistema de Abastecimento de Água SIG Sistema de Informação Geográfica

SWOT Strengths, Weaknesses, Opportunities, Threats TMEF Tempo Médio Entre Falhas

(22)

ABREVIATURAS

C.C Construção Civil Equip Equipamento et al. “e outros” Fig. Figura

(23)
(24)
(25)

1

INTRODUÇÃO

1.1. ENQUADRAMENTO GERAL DO TEMA

Até meados da década de 1990, a situação do Serviço público de Abastecimento de Água em Portugal, apresentava bastantes deficiências, nomeadamente baixos níveis de cobertura, resultando na falta de água em algumas zonas. Embora, em 1986, a entrada de Portugal para a União Europeia (anteriormente designada por Comunidade Económica Europeia), tenha dotado o Estado Português de meios financeiros para investimentos no setor, o serviço continuava incapaz de responder às solicitações impostas e por conseguinte, realizar um serviço com uma qualidade aceitável. De facto, só em 1993, o Governo se comprometeu com a reorganização do sector de forma a garantir um acesso universal e contínuo da população aos serviços e elevados níveis de qualidade de serviço. Efetivamente, contribuiu para a melhoria das condições sanitárias da população portuguesa, produzida pelo aumento da esperança média de vida, redução drástica da mortalidade infantil, entre outras.

Atualmente, em Portugal, os Sistemas de Abastecimento de Água (SAA) já se encontram construídos e em operação. Por conseguinte, os maiores desafios atuais prendem-se com a necessidade de melhorar o desempenho dos sistemas existentes, no que diz respeito à eficiência de funcionamento e à qualidade do serviço que prestam aos utilizadores (Alegre e Covas, 2010).

A figura 1.1., demonstra, para os dados mais recentes disponibilizados pela ERSAR (Entidade Reguladora dos Serviços de Águas e Resíduos), a evolução da qualidade do serviço de abastecimento de água “em alta”, desde o ano de 2012 até 2016.

(26)

Em Portugal, existe uma agência reguladora do setor, a ERSAR e um elevado número de Entidades Gestoras (EG) dos serviços, com modelos de gestão direta, por delegação ou por concessão de serviço público. A atividade da ERSAR visa promover a otimização e a eficácia da prestação do serviço, bem como assegurar a sua sustentabilidade económica e financeira, promovendo também a garantia da qualidade do serviço prestado aos utilizadores (ERSAR, 2017).

A EG do presente caso de estudo, Águas do Douro e Paiva, SA (AdDP) é concessionária de um Sistema Multimunicipal de Abastecimento de Água “em alta”, ou seja, abastece exclusivamente EG de outros sistemas de abastecimento que são responsáveis por fornecer água aos clientes finais que residem na área de abrangência geográfica do sistema da AdDP (Boaventura, 2013).

Um SAA caracteriza-se pela sua complexidade e abrange uma multiplicidade de processos que se iniciam logo na fase de conceção e construção das infraestruturas para o abastecimento de água. As atividades deste setor compreendem um conjunto de etapas distintas com requisitos muito diferentes. Para atender a estas e outras exigências regulamentares, um número crescente de EG adotaram programas de Gestão de Ativos (GA) nos últimos anos. Efetivamente, hoje em dia, a GA é uma temática cada vez mais em foco, bastante utilizada a nível empresarial a uma escala mundial. Tem como principal objetivo otimizar a gestão da vida útil das infraestruturas, assegurando elevados níveis de serviço ao cliente, através do equilíbrio entre três vertentes: Custo, Desempenho e Risco.

O investimento numa solução de Gestão de Ativos permite às EG ganhos a médio e longo prazo, tendo em conta que poderão controlar todo o ciclo de vida dos seus ativos e assim prever e atuar sobre estes. Contudo, a implementação do processo de GA é vista como uma tarefa recente, desafiadora e o elevado custo das ferramentas e soluções (software) existentes, dificulta a sua concretização.

Na AdDP, EG do Grupo AdP (Águas de Portugal), desde o início do programa de investimentos que as preocupações com a Gestão de Ativos, presentes nas suas vertentes de conceção, construção e exploração, estiveram presentes. No entanto, devido ao enorme esforço de concretização dos planos de investimento esta materializou-se com práticas pontuais, não uniformes e de forma experimental (AdP, 2014).

De facto, a AdDP nos últimos anos, realizou avultados investimentos na construção de infraestruturas de abastecimento de água que resultam numa vasta rede capaz de responder às solicitações e realizar o serviço de abastecimento de água com qualidade. Contudo, com o passar do tempo, as infraestruturas envelhecem e evidenciam desgastes estruturais e deterioração dos seus equipamentos.

Neste sentido, torna-se necessário a introdução de um Plano Estratégico de GA, um sistema integrado e uma mudança de paradigma na gestão da EG. O investimento em infraestruturas deixa de ser a principal prioridade, priorizando a sua capacidade operacional e longevidade, através de linhas estratégicas e programas de manutenção/substituição baseados em critérios bem definidos.

(27)

1.2. OBJETIVOS E METODOLOGIA

A presente dissertação tem como objetivo principal, contribuir para a elaboração do Plano Estratégico de Gestão de Ativos de um Sistema Multimunicipal de Abastecimento de Água, conforme as indicações da ERSAR e segundo a série das normas portuguesas ISO 55000 (International Organization for Standardization), especifica para a GA.

Como objetivos parciais, o trabalho a desenvolver, pretende contribuir para a: ▪ Seleção de um sistema de avaliação inerente à Gestão de Ativos;

▪ Sensibilização da EG para investimentos em reabilitação/substituição de infraestruturas; ▪ Sustentabilidade da rede de infraestruturas e otimização processual;

▪ Integração de um Sistema de Gestão de Ativos garantindo o equilíbrio entre Custo, Desempenho e Risco;

▪ Obtenção da certificação em Gestão de Ativos.

No que diz respeito à gestão de Sistemas de Abastecimento de Água, a Gestão de Ativos tem sido aliada e assemelhada à Gestão Patrimonial das Infraestruturas (GPI), muito divulgada em Portugal pelas publicações do Laboratório Nacional de Engenharia Civil (LNEC) conjuntamente com a ERSAR. De facto, com a entrada em vigor, a 20 de agosto, dos Decretos-Lei nº 194/2009 e nº 195/2009, que regulamentam juridicamente os serviços municipais e multimunicipais, referindo que as entidades gestoras que sirvam mais de 30 000 habitantes são obrigadas a promover e a manter um sistema de GPI (Artigo 8ª, ponto 5, alínea b) do Decreto-Lei nº 194/2009), a GPI a passou a ser encarada como uma abordagem fundamental.

No grupo AdP, optou-se pela designação “Gestão de Ativos”, mas considera-se que ambas as temáticas envolvem o mesmo conceito.

Neste sentido, a base da metodologia utilizada na presente dissertação, provém da adaptação das publicações dos Guias Técnicos da ERSAR e AdP, relativamente à GPI e GA, respetivamente, aos objetivos e âmbitos do presente trabalho.

De forma a manter um padrão constante para todo o sistema de avaliação ao nível do planeamento estratégico, decidiu-se adotar o código do sistema de avaliação de qualidade de serviço da ERSAR (ERSAR, 2010). Efetivamente, é um instrumento sustentado no uso de indicadores de desempenho, o qual tem por objetivo determinar uma medida quantitativa da eficiência ou da eficácia do serviço prestado pelas EG.

A análise da rede de infraestruturas, teve por base a Especificação Técnica (ETC) relativa ao Código de Localização disponibilizada pela EG e abrange toda a informação existente e a que é possível aceder. O diagnóstico de toda a avaliação culminará com análises SWOT (Strengths, Weaknesses, Opportunities, Threats), com o objetivo de sintetizar os elementos chave para a gestão da EG e preparar as opções estratégicas da mesma. A realização destas análises privilegia o contributo da experiência adquirida dos trabalhadores da EG, requerendo uma troca e partilha de conhecimentos com diversas áreas, nomeadamente, com as Direções de Gestão de Ativos e Engenharia e a Exploração.

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1.3. ORGANIZAÇÃO DA DISSERTAÇÃO

A presente dissertação encontra-se dividida em 6 capítulos, de acordo com os âmbitos abordados e segue a orientação indicada:

Capítulo 1: Capítulo inicial de apresentação e descrição sumária do tema e âmbito geral da dissertação.

Capítulo 2: Capítulo onde a temática da Gestão de Ativos é definida, desenvolvida e contextualizada. É também abordada a Gestão Patrimonial de Infraestruturas, muito divulgada em Portugal pelo LNEC e ERSAR, que envolve o mesmo conceito da Gestão de Ativos.

Neste sentido, tratando-se de abordagens multidisciplinares, apresenta-se o equilíbrio fundamental entre Custo, Desempenho e Risco, assim como, os diferentes níveis de planeamento (Estratégico, Tático e Operacional) existentes.

Tendo em conta que presente dissertação, tem como finalidade contribuir para a elaboração e implementação do Plano Estratégico de Gestão de Ativos, é esquematizado o seu processo e estrutura a desenvolver.

Por fim, é apresentada a série IS0 55000, especifica para a Gestão de Ativos, transporta para a norma portuguesa em 2016.

Capítulo 3: O presente capítulo tem por objetivo, enquadrar e iniciar a análise ao caso de estudo previamente definido.

Primeiramente, a Entidade Gestora será alvo de exposição quanto à sua organização, estrutura e âmbito com o Plano Estratégico de Gestão de Ativos.

Em seguida, é apresentado o princípio da “sustentabilidade”, a Missão e Visão da EG que servirão como base para a definição dos objetivos estratégicos, critérios de avaliação e restante sistema de avaliação das métricas selecionadas.

Capítulo 4: Este capítulo tem como objetivo o diagnóstico e avaliação das métricas selecionadas, culminando com uma análise SWOT, com o objetivo de sintetizar os elementos chave para a gestão da Entidade Gestora e preparar as opções estratégicas da mesma. Ao longo deste capítulo, apresentam-se análises globais e parciais, e previsões e avaliações futuras, referentes às métricas: MT 10 - Idade relativa das infraestruturas e MT 11 – Índice de Valor da Infraestrutura. O estudo aprofundado destas métricas, justifica-se pelo facto de considerarem todos os tipos de infraestruturas avaliadas, assim como, os respetivos Sistemas e Subsistemas de Abastecimento. Além disso, o seu cálculo facilmente permite a simulação e previsão da situação futura, permitindo à EG planear o seu investimento a longo prazo.

Capítulo 5: Capítulo onde são apresentadas as possíveis linhas estratégicas, infraestruturais e não-infraestruturais a adotar pela EG, com o objetivo de minimizar os pontos fracos, fazer face às ameaças, maximizar os aspetos positivos e aproveitar as oportunidades, detetadas no diagnóstico ao nível do planeamento estratégico.

Capítulo 6: Capítulo final onde se concretiza uma síntese das conclusões gerais acerca do trabalho realizado, bem como onde são descritas algumas sugestões e recomendações para desenvolvimentos futuros na perspetiva de complementar o estudo desenvolvido.

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2

A GESTÃO DE ATIVOS

2.1.INTRODUÇÃO AO CONCEITO

Existem diversas noções associadas à Gestão de Ativos. A própria designação do conceito varia muito, assumindo internacionalmente nomes como: “Asset Management, Total Asset Management, Comprehensive Asset Management, Strategic Asset Management, Strategic Infrastructure Management”, como outras tantas siglas (AdP – Águas de Portugal, 2014).

Entre as muitas definições de Gestão de Ativos existentes, destacam-se as seguintes:

▪ “Processo integrado de tomada de decisão, planeamento e controlo quanto à aquisição, uso, proteção e eliminação de ativos, com vista a maximizar o seu potencial de resposta em serviço e benefícios e a minimizar os riscos que lhes estão associados e os seus custos ao longo do seu ciclo de vida” (Bhagwan, 2009);

▪ “Atividade coordenada de uma organização para criar valor com os seus ativos, através do equilíbrio Risco – Custo – Desempenho, ao longo do respetivo ciclo de vida” (IAM – Institute of Asset Management, 2015).

De facto, a Gestão de Ativos é uma disciplina de gestão que acompanha todo o ciclo de vida dos ativos infraestruturais, isto é, “um conjunto dos bens, valores ou direitos passiveis de serem convertidos em dinheiro e que são propriedade de uma pessoa singular ou coletiva” (definição de “ativo” no Dicionário Priberam da Língua Portuguesa). Assim, como se pode observar na figura 2.1., a GA reflete uma estratégia de operação, manutenção, reabilitação e substituição de ativos da EG, baseada em níveis de serviço e económicos previamente definidos.

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A implementação de uma estratégia efetiva de Gestão de Ativos tem de ser articulada, integrada e suportada por todas as áreas funcionais da EG, devendo cada uma das mesmas, ter o processo de GA definido e implementado.

Nos últimos 20 anos, realizaram-se em Portugal avultados investimentos na construção de infraestruturas de abastecimento de água, tendo-se atingido um grau de qualidade, no que respeita ao serviço que é prestado às populações, assim como, a cobertura do território abastecido. Desta forma, hoje em dia, torna-se necessário uma mudança de paradigma na gestão das EG, uma vez que, a qualidade e a quantidade de investimento em infraestruturas deverão deixar de ser a principal prioridade, priorizando a sua capacidade operacional e longevidade, através de programas de manutenção/substituição baseados em critérios bem definidos (APDA – Associação Portuguesa de Distribuição e Drenagem de Águas, 2017).

Nesse sentido, é necessário que as EG se façam dotar de ferramentas e mecanismos de análise e apoio à decisão, de modo a otimizarem os seus investimentos, por forma a garantir a qualidade exigida, o equilíbrio das tarifas e a gestão adequada dos riscos operacionais.

2.2.IMPORTÂNCIA DA GESTÃO DE ATIVOS NUMA ENTIDADE GESTORA

O serviço de Abastecimento de Água envolve uma grande atividade económico-financeira, uma vez que os investimentos são contínuos, não se limitando ao período inicial de construção e execução das infraestruturas. De facto, as necessidades permanentes de recursos financeiros constituem um problema para as EG, mais ainda, num período onde a obtenção e oportunidade de financiamento de capital é limitada.

Efetivamente, com o passar do tempo, as infraestruturas envelhecem e evidenciam deterioração dos seus equipamentos e componentes, o que faz com que aumente o número de falhas e avarias e por conseguinte, resulta na prestação de um serviço de menor qualidade.

Desse modo, a Gestão de Ativos tem como principal objetivo otimizar a vida útil das infraestruturas, assegurando elevados níveis de serviço ao cliente. Este objetivo atinge-se através do equilíbrio entre Custo, Desempenho e Risco, como se pode observar na figura 2.2. (APDA, 2017):

▪ Custo – associado a todas as fases do ciclo de vida das infraestruturas; ▪ Desempenho – associado aos níveis de serviço assegurados pelos ativos;

▪ Risco – associado à probabilidade de falha dos ativos, com consequências para os objetivos delineados.

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Este equilíbrio é atingido quando se conjugam, simultaneamente, as três vertentes nas seguintes relações (Luís, 2015):

i) Desempenho/ Custo – passando de uma lógica de eficácia (“funcionar bem”) para uma lógica de eficiência (“funcionar bem minimizando os recursos empregues”), assumindo especial importância no domínio da eficiência hidráulica e energética;

ii) Desempenho/ Risco – avaliando a criticidade dos ativos e garantindo que os ativos mais críticos apresentam um nível de risco aceitável;

iii) Risco/ Custo – garantindo os pontos ótimos de manutenção e reabilitação tendo em consideração o risco de falha.

O conceito de Risco, é definido pelo produto da Probabilidade pela Consequência, associado a uma determinada ocorrência. Assim, é aquele onde a EG detém menos controlo dada a dificuldade em ser quantificado.

As Entidades Gestoras devem concentrar esforços na adoção de boas práticas que permitam executar investimentos “virtuosos” e sustentáveis, para assegurar um bom desempenho dos sistemas infraestruturais, ao mais baixo custo, com riscos controlados com vista a se atingirem os níveis de qualidade de serviço exigidos (AdP, 2014).

Nesse sentido, a implementação de um processo de Gestão de Ativos, como se observa na figura 2.3., seguindo o modelo proposto pela AdP, auxilia o processo da tomada de decisão sobre os orçamentos e planos de investimento e permite que a gestão das infraestruturas seja mais eficiente e sustentável.

Fig. 2.3. – Balance Scorecard da Gestão de Ativos para o Grupo AdP (AdP, 2014)

A Gestão de Ativos deve, por isso, ser composta por uma equipa independente e multidisciplinar, mas sempre com o envolvimento e supervisão da Administração da EG.

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2.3. O PROCESSO E RELAÇÃO DA GESTÃO DE ATIVOS COM A GESTÃO PATRIMONIAL DE INFRAESTRUTURAS

No que diz respeito à gestão de Sistemas de Abastecimento de Água, a designação Gestão Patrimonial de Infraestruturas (GPI), muito divulgada em Portugal, nomeadamente pelo Laboratório Nacional de Engenharia Civil (LNEC) e pela Entidade Reguladora dos Serviços de Águas e Resíduos (ERSAR), envolve o mesmo conceito da Gestão de Ativos. Efetivamente, as diversas publicações ao longo dos últimos anos, permitem uma uniformização na implementação das temáticas Gestão de Ativos/ Gestão Patrimonial de Infraestruturas pelas EG.

No grupo AdP, optou-se pela designação “Gestão de Ativos”, mas, no essencial, o conceito endereça a noção de suficiência (ad satis, no latim), aplicada à gestão das infraestruturas de um sistema (AdP, 2014).

De facto, a GPI é entendida como a gestão estratégica e sustentável do património infraestrutural. Trata-se de uma abordagem multidisciplinar, envolvendo três competências (Gestão, Informação e Engenharia) e visa assegurar o equilíbrio entre as três dimensões descritas no capítulo 2.2. (Custo, Desempenho e Risco) numa perspetiva a longo prazo, requerendo a intervenção coordenada entre os diferentes níveis de planeamento (Estratégico, Tático e Operacional), como se pode observar na figura 2.4. que se segue (ERSAR, 2010).

Fig. 2.4. – Visão integrada da Gestão Patrimonial de Infraestruturas (Alegre, 2007)

Toda esta conjuntura, o envolvimento e execução de todas as variáveis, requer uma estratégia geral que tem como finalidade auxiliar a EG a dar resposta às seguintes questões (ERSAR, 2010):

▪ Em que direção ir a longo prazo? ▪ O que fazer a médio prazo? ▪ Como fazer a curto prazo?

Nesse sentido, é proposto a adoção dos três níveis de planeamento mencionados e torna-se indispensável que se atue de acordo com a hierarquia definida. Assim, a figura 2.5., resume os principais aspetos dos diferentes níveis de planeamento.

(33)

Fig. 2.5. – Níveis de planeamento (ERSAR, 2010)

A presente dissertação tem como finalidade contribuir para a elaboração e implementação do Plano Estratégico de Gestão de Ativos. Pretende-se com este plano, sustentar e conferir coerência ao processo de decisão de gestão e melhorar o desempenho da EG, constituindo a adequada base para os posteriores planos a implementar (Tático e Operacional).

Deste modo, é o plano que apresenta o horizonte temporal de maior longevidade e como se pode observar na figura 2.6., visa dar resposta a um conjunto de questões essenciais e objetivas.

Fig. 2.6. – Processo do Plano Estratégico (LNEC, 2015)

Como é possível observar na figura 2.7., o plano estratégico inicia-se pela definição dos objetivos estratégicos e deve incluir a definição de metas a serem alcançadas, que condicionam as decisões relativas às necessidades e capacidades da EG, às ferramentas utilizar e aos dados que é necessário recolher para determinar as métricas selecionadas.

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2.4.ASÉRIE ISO55000

Decorria o ano de 2004, quando a PAS 55, “Publicly Available Specification” desenvolvida pela British Standard Institute (BSI), foi uma das primeiras abordagens a ser publicado sobre a temática da Gestão de Ativos. Esta norma, entretanto revista e atualizada, despertou desde logo bastante interesse no mercado e foi adotada e implementada em muitas indústrias, em muitos países, em diferentes contextos (APDA, 2017).

Já em 2014, a Organização Internacional de Normalização (International Organization for Standardization - ISO) desenvolveu a série das normas ISO 55000, especifica para a Gestão de Ativos e aplicável a qualquer tipo de ativo e não apenas a ativos físicos como a PAS 55. Na figura 2.8., destacam-se os principais atributos da Gestão de Ativos, herdados pela série ISO 55000 da PAS 55.

Fig. 2.8. – Principais atributos da Gestão de Ativos

(http://www.abraconee.com.br/palestras/enconsel%202016/Palestra_Noberto.pdf)

A série ISO 55000 foi transposta para a norma portuguesa em 2016 e é composta por três normas, como se pode observar na figura 2.9. (APDA, 2017):

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▪ NP ISO 55000 2016 - Gestão de Ativos, visão geral, princípios e terminologia; ▪ NP ISO 55001 2016 – Gestão de Ativos, sistemas de gestão e requisitos;

▪ NP ISO 55002 2016 – Gestão de Ativos, sistemas de gestão e linhas de orientação para a aplicação da ISO 55001.

A primeira, a ISO 55000, tem por objetivo proporcionar uma visão geral da temática de Gestão de Ativos e benefícios esperados. Neste contexto, são apresentados na figura 2.10., os elementos chave de um sistema de Gestão de Ativos, onde é possível observar a importância do Plano Estratégico de Gestão de Ativos, objetivo da presente dissertação.

Fig. 2.10. – Relação entre os elementos chave de um Sistema de Gestão de Ativos (NP ISO 55000, 2016) Já a ISO 55001, especifica os requisitos a estabelecer, implementar, manter e melhorar por forma a garantir um eficaz Sistema Gestão de Ativos, enquanto a ISO 55002 fornece as linhas de orientação a aplicar no referido sistema. Ambas estão estruturadas em 10 secções pré-definidas, sendo que as mais importantes estão esquematizadas na figura 2.11. que se segue.

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Fig. 2.11. – Elementos da ISO 55001

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3

CASO DE ESTUDO:

ENQUADRAMENTO E DEFINIÇÃO

DE OBJETIVOS ESTRATÉGICOS -

ÁGUAS DO DOURO E PAIVA, S.A.

O presente capítulo tem por objetivo, enquadrar e iniciar a análise ao caso de estudo previamente definido. Primeiramente, a Entidade Gestora será alvo de exposição quanto à sua organização, estrutura e âmbito com o Plano Estratégico de Gestão de Ativos. Em seguida, será apresentado o princípio da “sustentabilidade” que servirá como base para a definição dos objetivos estratégicos e restante sistema de avaliação das métricas selecionadas.

3.1. CARACTERIZAÇÃO DA ENTIDADE GESTORA 3.1.1.BREVE APRESENTAÇÃO

Apresenta-se a Águas do Douro e Paiva, sociedade anónima de capitais exclusivamente públicos, criada pelo Decreto-Lei 16/2017, de 01 de fevereiro, responsável pela construção, gestão e concessão do sistema multimunicipal de abastecimento do sul do Grande Porto, em regime de exclusivo e por um prazo de 20 anos. Resultou da cisão do sistema multimunicipal de abastecimento de água e de saneamento do Norte de Portugal.

Fig. 3.1. – Fases do Sistema de Abastecimento de Água (http://www.ersar.pt/pt/setor/caracterizacao/abastecimento-de-agua)

Na figura 3.1., pode-se observar o ciclo típico de um Sistema de Abastecimento de Água. A Águas do Douro e Paiva, S.A., apesar de não ser o distribuidor final ao consumidor, tem como objetivo a captação, o tratamento e o abastecimento de água para consumo público a 1,8 milhões de habitantes residentes

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Atualmente, a EG, ao nível da certificação de sistemas, detém cinco certificações (AdDP, 2017): ▪ ISO 9001: Certificação em Gestão da Qualidade

▪ ISO 14001: Certificação em Gestão Ambiental

▪ OHSAS 18001: Certificação em Saúde, Higiene e Segurança no trabalho ▪ SA 8000: Certificação em Responsabilidade Social

▪ ISO 50001: Certificação em Gestão da Energia

3.1.2.ORGANIZAÇÃO

Como se pode observar na figura 3.2., o Grupo AdP – Águas de Portugal detém 51% do capital social e os vinte Municípios acionistas detêm os restantes 49%.

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Já ao nível da estrutura funcional, a figura 3.3, esquematiza a sua disposição.

Fig.3.3. – Estrutura funcional (AdDP, 2017)

3.1.3.REDE DE INFRAESTRUTURAS

De forma a atender a todas necessidades e solicitações dos consumidores e realizar o serviço de abastecimento de água com elevada qualidade, a EG faz-se dotar de uma vasta rede de infraestruturas. Nesse sentido, apresenta-se no quadro 3.1., a constituição da mesma.

Quadro 3.1. – Rede de infraestruturas da Entidade Gestora

Tipo de Infraestrutura

Captação 7 (6 do tipo superficial e 1 do tipo subterrânea)

Cloragem/Recloragem 9

Conduta Adutora 95 (cerca de 496 Km de rede)

Estação Elevatória 25

Estação de Tratamento de Água 5

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A Entidade Gestora, é constituída por três Sistemas de Abastecimento de Água e cinco Subsistemas de Abastecimento de Água, que se organizam da forma indicada no quadro 3.2..

Quadro 3.2. – Sistemas e Subsistemas de Abastecimento da Entidade Gestora

Sistema Subsistema Baixo Tâmega Baixo Tâmega Ovil

Lever Lever Norte

Lever Sul

Vale do Sousa

Vale do Sousa Norte Vale do Sousa Paiva

Representa-se na figura 3.4., o mapa do Sistema atualizado, onde se pode observar toda a área de influência do Sistema Multimunicipal de Abastecimento de Água, concretamente, a Sul do Grande Porto.

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3.2. ÂMBITO E HORIZONTE DO PLANO

Hoje em dia, a Gestão de Ativos apresenta-se cada vez mais como fundamental para a sustentabilidade e otimização das EG. Nesse sentido, e uma vez que o presente caso de estudo se refere a um Sistema Multimunicipal de Abastecimento de Água, surge a necessidade da produção, implementação e monitorização de um Plano Estratégico de Gestão de Ativos.

Pretende-se com o contributo para elaboração deste plano, estabelecer objetivos estratégicos e metas a atingir para o para o período de 2018 a 2033. Estabelecem-se metas, quer a médio (5 anos) como a longo prazo (15 anos), respetivamente, 2023 e 2033.

Desta forma, apresenta-se no quadro 3.3., os horizontes temporais estabelecidos no âmbito do Plano Estratégico de Gestão de Ativos.

Quadro 3.3. – Horizontes temporais no âmbito do presente trabalho (ERSAR, 2017, adaptado)

Tipo Caracterização Horizonte de Planeamento Duração: 15 anos Aplicação: de 2018/01/01 a 2033/12/31 Horizontes de Análise (intervalos considerados)

Linhas estratégicas Infraestruturais: 1 a 15 anos

Linhas estratégicas não-Infraestruturais: 1 a 15 anos

3.3. VISÃO E MISSÃO

Indica-se no quadro 3.4., a Missão e Visão da Entidade da EG, definidas pela atual Administração da mesma.

Quadro 3.4. – Visão e Missão da Entidade Gestora (AdDP, 2017)

Missão

“Gerir o sistema de abastecimento de água em alta, garantindo a eficiência, a fiabilidade, a qualidade do serviço, a segurança do produto e o respeito pelos valores sociais e ambientais mais elevados”

Visão

“Sermos reconhecidos pela nossa eficiência, competência, sustentabilidade e criação de valor para a região”

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Para o Grupo AdP, a sustentabilidade é um valor central, uma opção estratégica de elevadíssima relevância para a concretização do grande desafio que constitui a garantia de universalidade e de continuidade dos serviços prestados (AdP, 2016). Nesse sentido, a figura 3.5., apresenta uma imagem elucidativa sobre a sustentabilidade de um bem tão essencial, como a água.

Fig.3.5. – Sustentabilidade da água

(https://www.cdc.gov/features/worldwaterday/index.html)

A base dessa estratégia assenta no conceito de simbioses, criando relações simbióticas com o ambiente, com os acionistas e colaboradores, com a comunidade e com as demais partes interessadas com as quais tem uma relação de estreita interdependência, como se verifica na figura 3.6. (AdP, 2016).

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3.4. DEFINIÇÃO DE OBJETIVOS E SISTEMA DE AVALIAÇÃO 3.4.1.OBJETIVOS ESTRATÉGICOS

A definição dos objetivos estratégicos para um adequado funcionamento da Gestão de Ativos, tem por base, o princípio da Sustentabilidade e visam abranger todo o processo e envolventes no âmbito do serviço de abastecimento de água “em alta”. Assim, estão indicados no quadro 3.5., os objetivos estratégicos delineados, assim como, a respetiva descrição dos mesmos.

Quadro 3.5. – Objetivos estratégicos (ERSAR, 2017, adaptado)

Objetivos estratégicos Descrição do objetivo

Objetivo 1 - Sustentabilidade social

Gerir um sistema de abastecimento de água “em alta”, pressupõe assegurar o abastecimento de água segura, com qualidade recomendável para consumo humano, em quantidade compatível com as necessidades e acessível a toda a comunidade.

Desta forma, pretende-se quantificar um conjunto de indicadores, que refletem a relação entre os utilizadores e a Entidade Gestora e a capacidade desta em servir toda a comunidade.

Objetivo 2 - Sustentabilidade da gestão

do serviço

Reconhecendo que os ativos infraestruturais são parte vital de uma Entidade Gestora de abastecimento de água, torna-se indispensável preservar a sua integridade e avaliar as suas capacidades para satisfazer as necessidades atuais e futuras dos utilizadores.

Neste sentido, este objetivo pretende avaliar se nas condições em que está a ser prestado o serviço, estão previstas medidas que garantam a sustentabilidade quer da prestação dos serviços como da própria Entidade Gestora.

Neste contexto, são também avaliadas métricas relativas à temática da Gestão de Ativos, considerada como fundamental para a sustentabilidade da gestão do serviço de abastecimento de água.

Objetivo 3 - Sustentabilidade

ambiental

Este objetivo reúne um conjunto de indicadores relativos à otimização e gestão eficiente dos recursos, garantindo desta forma, que a sua promoção contribui para uma eficaz sustentabilidade ambiental da Entidade Gestora.

Como se pode observar no quadro 3.5., decidiu-se manter os três objetivos previamente definidos pela ERSAR no seu Guia Técnico nº 22, intitulado “Guia de avaliação da qualidade dos serviços de águas e resíduos prestados aos utilizadores – 3ª geração do sistema de avaliação”, ERSAR, (2017), alterando apenas a designação do objetivo “Adequação da interface com o utilizador” para “Sustentabilidade social”, de forma a manter o princípio da Sustentabilidade mencionado.

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3.4.2.CRITÉRIOS DE AVALIAÇÃO

No seguimento dos objetivos estratégicos, surge a definição de critérios de avaliação para cada um dos objetivos. Os critérios estabelecem-se com base na missão e visão da Entidade Gestora e, de modo a permitir uma avaliação correta do seu desempenho, tendo sempre em vista a contínua melhoria da EG. Assim, indica-se no quadro 3.6., os critérios de avaliação adotados e a sua relação com os objetivos estratégicos.

Quadro 3.6. – Critérios de avaliação (ERSAR, 2017, adaptado)

Dos nove critérios de avaliação mencionados no quadro 3.6., cinco dos quais derivam do já referido Guia Técnico nº 22, ERSAR, (2017), sendo que os critérios 2.3. a 2.6., surgem no âmbito da presente dissertação.

Objetivos estratégicos Critérios de avaliação

Objetivo 1 – Sustentabilidade social

Critério 1.1:

Acessibilidade do serviço aos utilizadores Critério 1.2:

Qualidade do serviço prestado aos utilizadores

Objetivo 2- Sustentabilidade da gestão do serviço Critério 2.1: Sustentabilidade económico-financeira Critério 2.2:

Sustentabilidade e integridade infraestrutural

Critério 2.3: Qualidade da informação

Critério 2.4:

A Gestão de Ativos nos Recursos Humanos Critério 2.5: Certificação Critério 2.6: Sustentabilidade do Risco Objetivo 3 – Sustentabilidade ambiental Critério 3.1:

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3.4.3.MÉTRICAS DE AVALIAÇÃO (MT)

No contexto em que a presente dissertação se insere, estabeleceu-se que a seleção das métricas fosse realizada sempre na perspetiva da Gestão de Ativos e onde a Entidade Gestora tem intervenção direta sobre determinada métrica.

Desta forma, algumas métricas usuais nos Guias da ERSAR como por exemplo: Acessibilidade económica do serviço; Adesão ao serviço; Água não faturada e Resposta a reclamações e sugestões, não são alvo de investigação.

Assim, o quadro 3.7., reúne algumas métricas desenvolvidas pela ERSAR e pela AdP e implementadas nos seus Guias, mas também, um conjunto de métricas relacionadas com a Gestão de Ativos que, se considera fundamental instaurar.

Neste sentido, e de forma a colmatar algumas falhas na bibliografia existente, desenvolveram-se as métricas: MT10 -Idade Relativa das Infraestruturas; MT14 – Recursos Humanos afetos à Gestão de Ativos e, MT16 – Risco Infraestrutural

As métricas estão associadas a cada objetivo e critério de avaliação e, podem assumir a forma de indicadores, índices ou níveis. Em alguns casos, estão identificadas por um código (AAxx) e (dAAxx) que provêm da sua identificação nos Guias Técnicos da ERSAR.

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Quadro 3.7. – Relação dos objetivos estratégicos com os critérios e métricas de avaliação (ERSAR, 2017, adaptado)

Objetivos

estratégicos Critérios de avaliação Métricas

Objetivo 1 – Sustentabilidade

social

Critério 1.1:

Acessibilidade do serviço aos utilizadores

MT 01 - AA01 – Acessibilidade física do serviço

Critério 1.2:

Qualidade do serviço prestado aos utilizadores

MT 02 - AA03 –

Ocorrência de falhas no abastecimento MT 03 - AA04 –

Água segura MT 04 –

Capacidade de reserva de água tratada

Objetivo 2- Sustentabilidade da gestão do serviço Critério 2.1: Sustentabilidade económico-financeira MT 05 - AA06 – Cobertura dos gastos

Critério 2.2:

Sustentabilidade e integridade infraestrutural

MT 06 - AA09 – Reabilitação de condutas

MT 07 - AA10 –

Ocorrência de avarias em condutas MT 08 –

Tempo Médio Entre Falhas (TMEF) MT 09 -

Cumprimento do Plano de Inspeções MT 10 –

Idade relativa das Infraestruturas MT 11 –

Índice de Valor da Infraestrutura (IVI)

Critério 2.3: Qualidade da informação

MT 12 - dAA31 –

Índice de Conhecimento Infraestrutural (ICI) MT 13 - dAA32 –

Índice de Gestão Patrimonial de Infraestruturas (IGPI) Critério 2.4:

A Gestão de Ativos nos Recursos Humanos

MT 14 –

Recursos Humanos afetos à Gestão de Ativos Critério 2.5:

Certificação

MT 15 - dAA75 – Certificação de Gestão de Ativos Critério 2.6: Sustentabilidade do Risco MT 16 - Risco Infraestrutural Objetivo 3 – Sustentabilidade ambiental Critério 3.1:

Otimização e gestão eficiente dos recursos

MT 17 - AA12 – Perdas reais de água

MT 18 - AA13 –

Eficiência energética de instalações elevatórias

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No quadro 3.8. encontram-se as descrições do objetivo de cada métrica selecionada, assim como, a sua fórmula de cálculo e variáveis intervenientes. As métricas que derivam dos Guias da ERSAR e AdP, já se encontram completamente definidas nos seus Guias, enquanto as métricas que se decidiu desenvolver (MT 10, MT 14 e MT 16), tanto os seus objetivos e fórmulas de cálculo (quadro 3.8.), como valores de referência (quadro 3.9.) e metas (quadro 3.10.), foram definidas no âmbito da presente dissertação.

Quadro 3.8. – Métricas de avaliação (ERSAR, 2017, adaptado)

Métricas Objetivo Fórmula de cálculo

MT 01 - AA01 – Acessibilidade física

do serviço

[%]

Avaliar a acessibilidade do serviço, no que respeita à possibilidade de ligação deste à infraestrutura física da entidade gestora.

▪ dAA11: Alojamentos com serviço efetivo [n.º] ▪ dAA12: Alojamentos com serviço disponível não efetivo [n.º]

▪ dAA13: Alojamentos existentes [n.º]

MT 02 - AA03 – Ocorrência de falhas

no abastecimento

[n.º/ (ponto de entrega. ano)]

Avaliar a qualidade do serviço prestado aos utilizadores, no que respeita à frequência de interrupções que se verificam no serviço prestado pela entidade gestora.

▪ dAA11: Alojamentos com serviço efetivo [n.º] ▪ dAA35: Falhas no abastecimento [(n.º falhas. n.º alojamentos servidos) / (ponto de entrega. ano)]

MT 03 - AA04 – Água segura

[%]

Avaliar a qualidade do serviço prestado aos utilizadores, no que respeita à qualidade da água fornecida pela entidade gestora.

▪ dAA37: Análises obrigatórias realizadas à qualidade da água [n.º/ano]

▪ dAA38: Análises realizadas aos parâmetros com valor paramétrico [n.º/ano]

▪ dAA39: Análises obrigatórias regulamentares à qualidade da água [n.º/ano]

▪ dAA40: Análises realizadas em cumprimento do valor paramétrico [n.º/ano]

MT 04 – Capacidade de reserva de água

tratada

[dias]

Avaliar a autonomia de fornecimento de água tratada pelos reservatórios de

adução ou de distribuição. ▪ dAA41: Água entrada no sistema [m 3/ano]

▪ dAA26: Capacidade de reserva de água na adução e na distribuição [m3]

MT 05 - AA06 – Cobertura dos gastos

[%]

Avaliar a capacidade da empresa para gerar meios próprios de cobertura dos encargos que decorrem do desenvolvimento da sua atividade.

▪ dAA80: Rendimentos tarifários [€/ano] ▪ dAA81: Outros rendimentos [€/ano] ▪ dAA82: Subsídios ao investimento [€/ano] ▪ dAA83: Gastos totais [€/ano]

MT 06 - AA09 – Reabilitação de

condutas

[%/ano]

Avaliar o nível de sustentabilidade da gestão do serviço em termos infraestruturais, no que respeita à existência de uma prática continuada de reabilitação das condutas por forma a assegurar a sua gradual renovação e uma idade média aceitável da rede.

▪ dAA16: Comprimento médio de condutas [km] ▪ dAA17: Condutas reabilitadas nos últimos cinco anos [km]

MT01 = [(dAA11 + dAA12) / dAA13] * 100

MT02 = (dAA35 / dAA11)

MT03 = [(dAA40 / dAA38) * (dAA37 /dAA39)] *100

MT04 = (dAA26 / dAA41) * 365

MT05 = (dAA80 + dAA81 + dAA82) / dAA83

(48)

MT 07 - AA10 – Ocorrência de avarias

em condutas

[n.º/ (100 km. ano)]

Avaliar o nível de sustentabilidade da gestão do serviço em termos infraestruturais, no que respeita à existência de uma frequência reduzida de avarias nas condutas.

▪ dAA15: Comprimento total de condutas [km] ▪ dAA36: Avarias em condutas [n.º/ano]

MT 08 – Tempo Médio Entre

Falhas (TMEF)

[horas]

Monitorizar falhas e avarias num

determinado tempo de funcionamento. ▪ M13: Tempo total de funcionamento [horas/ano] ▪ M14: Nº de falha de funções registadas [nº/ano]

MT 09 – Cumprimento do Plano de Inspeções

[%]

Avaliar se as inspeções planeadas, estão

a ser efetuadas. ▪ M9: Nº de ações de inspeção efetuadas [nº] ▪ M10: Nº de ações de inspeção planeadas [nº]

MT 10 – Idade relativa das

Infraestruturas

[%]

Avaliar uma dada infraestrutura, no que diz respeito ao rácio entre a sua idade e vida útil estimada.

▪ Idade: Idade da infraestrutura [anos] ▪ Vida útil: Vida útil da infraestrutura [anos]

MT 11 – Índice de Valor da Infraestrutura (IVI)

Avaliar o grau de envelhecimento das infraestruturas, permitindo à entidade gestora planear o investimento a longo prazo.

▪ dAA33: Valor atual da rede [€] ▪ dAA34: Custo de substituição [€]

MT 12 - dAA31 – Índice de Conhecimento Infraestrutural (ICI)

Avaliar o conhecimento que a entidade gestora detém das infraestruturas do serviço de abastecimento de água existentes na sua área de intervenção.

É determinado através da soma ponderada da pontuação de cada classe em análise, sendo atribuído um número predefinido de pontos a cada questão, podendo variar entre 0 e 200 pontos. As classes avaliadas são as seguintes:

▪ Classe A – Existência de planta das infraestruturas [58 pontos=29 %]

▪ Classe B – Informações registadas sobre as condutas e os ramais de ligação [57 pontos=28,5 %]

▪ Classe C – Informações registadas sobre as restantes infraestruturas [36 pontos=18 %]

▪ Classe D – Informações registadas sobre os equipamentos de medição [6 pontos=3 %]

▪ Classe E – Informações registadas relativas ao estado de conservação das infraestruturas [12 pontos=6 %]

▪ Classe F – Informações registadas relativas a intervenções na rede pública [12 pontos=6 %] ▪ Classe G – Interligação entre o SIG e outros sistemas de informação da EG e registo de fatores de risco [19 pontos=9,5 %] MT07 = (dAA36/ dAA15) * 100 MT08 = M13/M14 MT09 = M9/M10 *100 MT10 = (Idade/Vida útil) * 100 MT11 = dAA33/ dAA34

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MT 13 - dAA32 – Índice de Gestão

Patrimonial de Infraestruturas (IGPI)

Pretende avaliar o enquadramento da GPI na entidade gestora.

Podendo variar entre 0 e 200 pontos, é determinado através da soma da pontuação atribuída a um conjunto de questões com vista à avaliação da gestão patrimonial de infraestruturas (GPI) na entidade gestora relativamente a:

▪ Enquadramento de GPI na entidade gestora [6 pontos=3%]

▪ Documentação e comunicação [18 pontos=9%] ▪ Planeamento estratégico [69 pontos = 34,5%] ▪ Planeamento tático [79 pontos =39,5%] ▪ Planeamento operacional [28 pontos = 14%]

MT 14 – Recursos Humanos afetos à Gestão de

Ativos

[%]

Avaliar a percentagem de recursos humanos da Empresa inseridos na Direção de Gestão de Ativos e Engenharia.

▪ RH GA: Nº recursos humanos da Direção de Gestão de Ativos e Engenharia (AdDP + SIMDOURO) [nº] ▪ RH Total: Nº recursos humanos total (AdDP + SIMDOURO) [nº]

MT 15 - dAA75 – Certificação de Gestão de Ativos

Especificação de certificação relativa à atividade de abastecimento de água da entidade gestora segundo a Norma ISO 55001.

Se possui certificação ou não

MT 16 – Risco Infraestrutural

Avaliar o Risco associado a cada infraestrutura da EG.

▪ Ri: Risco associado a cada infraestrutura

▪ Qi: Caudal médio diário associado a cada infraestrutura nos últimos cinco anos [m3/dia]

MT 17 - AA12 – Perdas reais de água

[m3/ (km. dia)]

Avaliar o nível de sustentabilidade ambiental do serviço em termos da eficiência na utilização de recursos ambientais no que respeita às perdas reais de água (fugas e extravasamentos), enquanto bem escasso que exige uma gestão racional.

▪ dAA15: Comprimento total de condutas [km] ▪ dAA55: Perdas reais [m3/ano]

MT 18 - AA13 – Eficiência energética

de instalações elevatórias

[kWh/ (m3. 100 m)]

Avaliar o nível de sustentabilidade ambiental do serviço em termos da eficiência na utilização de recursos ambientais, no que respeita à adequada utilização dos recursos energéticos, enquanto bem escasso que exige uma gestão racional.

▪ dAA61: Consumo de energia para bombeamento (kWh/ano]

▪ dAA62: Fator de uniformização (m3/ano.100m] MT14 = (RH GA / RH Total) * 100

MT17 = dAA55 / (dAA15 * 365)

MT18 = (dAA61 / dAA62) MT16= (∑ Ri*Qi) / (∑ Qi)

Imagem

Fig. 2.3. – Balance Scorecard da Gestão de Ativos para o Grupo AdP (AdP, 2014)
Fig. 2.4. – Visão integrada da Gestão Patrimonial de Infraestruturas (Alegre, 2007)
Fig. 2.9. – Série das Normas Portuguesas da ISO 55000 (ERSAR, 2017)
Fig. 2.10. – Relação entre os elementos chave de um Sistema de Gestão de Ativos (NP ISO 55000, 2016)
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Referências

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