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LÍLIAN BARBOSA DA SILVA DIAGNÓSTICO DA PRODUÇÃO DE LEITE DA MICRORREGIÃO DE OURO PRETO DO OESTE - RO PARA PROPOSIÇÕES NA "ATER"

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Campus Descalvado

LÍLIAN BARBOSA DA SILVA

DIAGNÓSTICO DA PRODUÇÃO DE LEITE DA MICRORREGIÃO DE

OURO PRETO DO OESTE - RO PARA PROPOSIÇÕES NA "ATER"

DIAGNOSTIC OF MILK PRODUCTION OF THE MICROREGION OF

OURO PRETO DO OESTE – RO FOR PROPOSITIONS IN TECHNICAL

ASSISTANCE AND RURAL EXTENSION

Descalvado, SP 2014

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Lílian Barbosa da Silva

DIAGNÓSTICO DA PRODUÇÃO DE LEITE DA MICRORREGIÃO DE OURO PRETO DO OESTE - RO PARA PROPOSIÇÕES NA "ATER"

Orientador: Prof. Dr. Vando Edésio Soares

Coorientadora Prof.ª. Dr.ª Liandra Maria Abaker Bertipaglia

Dissertação de Mestrado apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Produção Animal da Universidade Camilo Castelo Branco, como complementação dos créditos necessários para obtenção do título de Mestre em Produção Animal.

Descalvado, SP 2014

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AGRADECIMENTOS

Agradeço primeiramente a meus pais, José Barbosa da

Silva e Gesabel Fazolin da Silva, que me deram a

oportunidade de viver neste mundo e me ensinar os

caminhos de Deus e o amor d’Ele por mim.

A minha irmã Nivea da Silva Zamaro, com seu esposo

Alessandro Zamaro e a linda Alice Zamaro, que fizeram

com que acreditasse que o mestrado seria possível e

apenas mais uma etapa em minha vida, mesmo com

grandes lutas que diriam o contrario.

As minhas amigas que amo tanto: Maiana Caroline de

Paula, Quelen Priscila da Cruz de Cristo, Guerda

Tiziane Adao e Monique Eves que, apesar da distancia,

estiveram ao meu lado orando e dando forças para

continuar em meio às adversidades.

A Maiane Brasileiro e Junior Batista que, através de

seus conselhos e orações, me influenciaram a dar um

passo a mais em busca dos meus ideais e de Jesus.

Ao meu futuro marido, Romilson Pereira, o grande amor

da minha vida, que esteve presente nas horas em que

necessitei de sua presença.

A EMATER-RO e meus colegas de trabalho de Ouro Preto

do Oeste, Laide, Bruna, Rute, Monica, Veronica,

Luciana, Luciene, Rayne, Janinny, Milton, Benedito,

Marcio, Rodrigo, Polaco, Amancio, que permitiram a

obtenção

de

conhecimento,

experiência

e

possibilidades para realizar a conclusão de meu

experimento.

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“Todas as coisas contribuem para o bem daqueles que amam a Deus. ” Romanos 8:28

“O temos de Deus é o princípio da sabedoria. ” Provérbios 9:10

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DIAGNÓSTICO DA PRODUÇÃO DE LEITE DA MICRORREGIÃO DE

OURO PRETO DO OESTE - RO PARA PROPOSIÇÕES NA "ATER"

RESUMO

A principal atividade exercida na Microrregião de Ouro Preto do Oeste é a bovinocultura de leite, que tem a agricultura familiar como principal executora da atividade. Sendo esta a principal fonte de renda dos agricultores, o acompanhamento, através da assistência técnica e extensão rural, se torna indispensável, visto que a especialização deste público ainda é deficiente. Uma tecnologia útil é a escrituração zootécnica, a qual permite a avaliação do sistema de produção adotado, pelo uso da análise dos índices obtidos. Este estudo objetivou caracterizar, nos seis municípios que compreendem a região de estudo, as propriedades leiteiras da agricultura familiar, quanto aos índices zootécnicos encontrados, para propor base científica à comunidade que assessora os sistemas leiteiros. Foram utilizados dados zootécnicos, coletados junto a EMATER-RO, no período de 2008 a 2012, que após tabulados foram submetidos à análise paramétrica e multivariada. Por meio dos métodos da análise de cluster e de componentes principais foi possível caracterizar os municípios, os quais foram subdivididos em quatro grupos, correlacionando as variáveis que separam os municípios, permitindo então sua caracterização. Para ações futuras na microrregião se faz mister incluir índices econômicos, sociais, administrativos e de gestão para a implementação da atividade leiteira.

Palavras-chave: agricultura familiar, análise multivariada, assistência técnica,

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DIAGNOSTIC OF MILK PRODUCTION OF THE MICROREGION OF

OURO PRETO DO OESTE – RO FOR PROPOSITIONS IN TECHNICAL

ASSISTANCE AND RURAL EXTENSION

ABSTRACT

The main activity during micro-region of Ouro Preto do Oeste is the dairy cattle, which has the family farm as the main executor of activity. Being the main source income of farmers is necessary monitoring through technical assistance and rural extension, given that the specialization of this audience is still deficient. A useful technology is the zootechnical bookkeeping, which allows the evaluation of the production system adopted through the analysis of the resulting index. This study aimed to characterize the six counties that comprise the study area, the referential properties of dairy farming family, as the performance indexes found. We used production data, collected from EMATER - RO, in the period 2008-2012, after which tabulated underwent parametric and multivariate analysis. Through the methods of cluster analysis and principal components was possible to characterize the zootechnical indices were grouped into four groups, correlating the variables that separate municipalities. For future actions in micro mister is made to include economic, social, administrative and management levels for the implementation of the activity.

Key-words: farms properties, dairy cattle, multivariate analysis, technical assistance,

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LISTA DE FIGURAS

Figura 1: Número de unidades produtivas de pecuária de leite do Estado de

Rondônia. ... 5 Figura 2: Número de vacas em lactação por unidades produtivas de Rondônia... 5 Figura 3: Mapa de representativo do Estado de Rondônia. ... 15 Figura 4: Mapa de representativo da Microrregião de Ouro Preto do Oeste

compreendendo os seis municípios. Fonte: Caviglia-Harris (2010) ... 16 Figura 5: Modelo da Ficha de Acompanhamento Técnico utilizada para coleta das informações. ... 17 Figura 6: Variáveis obtidas pela ficha de acompanhamento técnico, utilizada para coleta das informações. ... 17 Figura 7: Fluxograma por distância euclidiana dos seis municípios em função dos índices zootécnicos de propriedade produtoras de leite da microrregião de Ouro Preto do Oeste, Rondônia, Brasil, 2008-2012. ... 23 Figura 8: Fluxograma por distância euclidiana de seis municípios em função de índices zootécnicos de propriedade produtoras de leite da microrregião de Ouro Preto do Oeste, Rondônia, Brasil, 2008-2012. ... 24 Figura 9: Gráfico bidimensional dos índices zootécnicos das propriedades leiteiras da microrregião de Ouro Presto do Oeste, Rondônia, Brasil, 2008-2012. ... 26

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LISTA DE TABELAS

Tabela 1: Ranking de produção de leite por Estado. ... 4 Tabela 2: Volume de produção de leite diário nos 10 municípios maiores produtores em Rondônia, 2012. ... 4 Tabela 3: Principais indicadores produtivos e reprodutivos para rebanhos leiteiros bovinos. ... 9 Tabela 4: Medias dos índices zootécnicos da produção de leite do período de 2008 a 2012, dos municípios da microrregião de Ouro Preto do Oeste, Rondônia, Brasil.... 20 Tabela 5: Resultados das comparações múltiplas das variáveis observadas em propriedades rurais da microrregião de Ouro Preto do Oeste, Rondônia, Brasil, 2008-2012. ... 21 Tabela 6: Contribuição dos componentes da análise de componentes principais aos autovalores e percentual de variância explicada. Ouro Preto do Oeste, Rondônia, Brasil, 2008-2012. ... 25

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LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

ACP – Análise dos Componentes Principais ATER – Assistência Técnica e Extensão Rural

AF – Análise Fatorial

AP – Área de Pastagens por litro de leite

CP – Componentes Principais DLD – Duração da Lactação

DRP – Diagnóstico Rural Participativo

EMATER – Associação de Assistência Técnica e Extensão Rural

FAO – Food and Agriculture Organization

IBG – Instituto Brasileiro De Geografia E Estatística IDARON – Instituto de Defesa Agrosilvopastoril de Rondônia

IEP – Intervalo entre Parto

IN – Índice de Natalidade

IPC – Idade a Primeiro Cria

MDA – Ministério do Desenvolvimento Agrário MSR – Mirante da Serra

NU – Nova União

OP – Ouro Preto do Oeste PIC – Projeto de Colonização

PLHD – Produtividade Litro por Hectare Por Dia

PLL – Preço do Leite por Litro

PM – Produção Media Por Vaca Por Dia

PT – Produção Total Dia

RO – Rondônia

TL – Taxa de Lotação

TM – Taxa de Mortalidade de Bezerros

TN – Taxa de Natalidade

TP – Teixeirópolis UA – Unidade Animal

UP – Urupá

VL – Número de Vacas em Lactação

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SUMÁRIO

RESUMO ... i

ABSTRACT ... ii

LISTA DE FIGURAS... iii

LISTA DE TABELAS ... iv

LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS ... v

SUMÁRIO ... vi

1. INTRODUÇÃO ... 1

1.1. Objetivo geral ... 2

1.2. Objetivo específico ... 2

2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA ... 3

2.1. Panorama do leite no Brasil e Rondônia ... 3

2.2. Perfil da região de estudo ... 5

2.3. Índices zootécnicos ... 8 2.4. Ferramenta Estatística ... 13 3. MATERIAL E MÉTODOS ... 15 4. RESULTADOS ... 19 5. DISCUSSÃO ... 27 6. CONCLUSÃO ... 30 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ... 31

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1. INTRODUÇÃO

O Estado de Rondônia é destaque em atividade leiteira na região Norte, com produção acima de 2,2 milhões de litros de leite e 9ª posição de maior bacia leiteira no ranking brasileiro (IBGE, 2011). Um dos municípios de destaque no Estado de Rondônia na atividade leiteira é Ouro Preto do Oeste, com 33,74% de produção leiteira do Estado (IDARON, 2014), contribuindo diretamente com o desenvolvimento da agropecuária no Estado de Rondônia e, principalmente, da agricultura familiar, perfil identificado como quase totalidade das unidades produtivas de leite em Rondônia.

O crescimento econômico, produtivo e social de propriedades rurais é sensivelmente modificado pelo sistema de produção adotado e grau de tecnificação utilizado. Segundo Smith et al. (2002), o sistema produtivo leiteiro é constituído pelo conjunto de manejos ou práticas agropecuárias e pelos fatores fixos e variáveis que, ao serem integrados de forma mais ou menos organizada em processo produtivo, definem níveis de produção e eficiência que podem alcançar a exploração.

Os altos custos de produção da atividade leiteira se agravam, predominantemente devido à alta dos insumos, requerendo do produtor de leite o aumento de produção e melhoria de produtividade, já que o preço do leite tem crescimento lento e é uma variável aleatória contínua.

Cada vez mais, decisões precisam ser tomadas com agilidade, rapidez e precisão com base em informações que proporcionem agilidade no processo produtivo (POZZEBON et al., 1996 apud LOPES JUNIOR, 2010). Portanto o conhecimento dos indicadores zootécnicos e produtivos de um rebanho é essencial para medir o desempenho técnico das atividades rurais. A rentabilidade da atividade pecuária está diretamente ligada aos índices obtidos, uma vez que todos eles influenciam diretamente na produção e, consequentemente, nos lucros do produtor (LOPES et al., 2009).

Uma boa forma de identificar se a atividade exercida é eficiente ou não, é compará-la com a de outros produtores semelhantes. Porém, a escassez de dados impossibilitam a análise do desempenho em propriedades rurais no Estado de Rondônia, dificultando a predição do sistema produtivo a ser utilizado e as ações

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cabíveis ao produtor rural e ao assessoramento técnico de órgãos de assistência técnica e extensão rural - ATER.

Com o objetivo de maximizar a análise técnica em propriedades rurais leiteiras na microrregião de Ouro Preto do Oeste e demais regiões do Estado de Rondônia, foram estimados os índices zootécnicos relevantes para o desenvolvimento econômico da microrregião estudada e sua competitividade na atividade leiteira rondoniense frente às demais regiões produtoras de leite do país, dada a sua importância.

1.1. Objetivo geral

Caracterizar, por meio de técnicas estatísticas, a microrregião de Ouro Preto do Oeste de acordo com os índices zootécnicos observados em propriedades leiteiras, para propor uma base teórica e auxiliar a assistência técnica e extensão rural.

1.2. Objetivo específico

• Levantar preço recebido por litro de leite, área de pastagem utilizada, número de vacas em lactação, produção de leite por dia, produção média de leite por vaca por dia, produtividade de leite por hectare por dia, taxa de lotação, duração de lactação, intervalo entre partos, idade a primeira cria, taxa de natalidade e taxa de mortalidade de bezerros das propriedades produtoras de leite da microrregião de Ouro Preto do Oeste, Rondônia, visando melhorar a eficácia das intervenções junto aos produtores.

• Submeter as informações obtidas a uma análise estatística, a fim de identificar possíveis relações entre as informações colhidas nas propriedades e seu município.

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2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

2.1. Panorama do leite no Brasil e Rondônia

O leite bovino é um alimento relevante na mesa do brasileiro, fato comprovado quando o aumento do consumo se dá pelo aumento da renda da população, mesmo o consumo sendo menor do que em outros países, média de 43,7 kg per capita ao ano (ZOCCAL, SIQUEIRA, 2013). De acordo com Zoccal e Siqueira (2013), o maior aumento do consumo no país, quando a renda familiar se eleva, acontece na Região Norte, que passa de 16,8 kg para 37 7 kg per capita ao ano, acréscimo de 120%, demonstrando a necessidade deste produto no Estado.

Na última etapa da campanha de vacinação contra febre aftosa, realizada no 2º semestre de 2013, a Agência Nacional de Defesa Sanitária Agrosilvipastoril do Estado de Rondônia (IDARON, 2013), constatou-se aproximadamente 3,7 milhões de cabeças bovinas pertencentes ao rebanho leiteiro e mais de 86 mil propriedades rurais, das quais a produção de leite é realizada em cerca de 40 mil unidades produtivas (BRITO et al., 2011).

De acordo com o IBGE (2011), o Estado de Rondônia é responsável por 2,61% da produção nacional, com a quarta maior taxa de crescimento no Brasil (Tabela 1). A maior produção estadual concentra-se na região central do Estado, correspondente a 51,38% da produção leiteira, onde a microrregião de Ji-Paraná (compreende um conjunto maior de municípios, onze, dentre os quais inclui a microrregião de Ouro Preto e Jaru) têmm destaque com produção média de 80 litros por dia (OLIVEIRA, 2007). O principal destino é o processamento na forma de

mozzarella, para restaurantes de São Paulo, Manaus e estados do Nordeste.

Os dez municípios rondonienses mais produtores de leite (Tabela 2) representam 40% de toda a produção do Estado, com destaque para Jaru (6,34%), seguido por Ouro Preto do Oeste (6,05%). Porém, em termos de produtividade ocupam a 52ª e a 33ª posições, respectivamente, perdendo para Vilhena, que ocupa a primeira posição (IDARON, 2013).

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Tabela 1: Ranking de produção de leite por Estado.

ESTADO VOLUME DE PRODUCAO (litros) TAXA DE CRESCIMENTO

% total 2010 2011

Minas Gerais 8.388.039 8.767.932 0,045 27,3

Rio Grande do Sul 3.633.834 3.896.650 0,072 11,8

Paraná 3.595.775 3.930.428 0,093 11,7 Goiás 3.193.731 3.365.703 0,054 10,4 Santa Catarina 2.381.130 2.573.337 0,081 7,8 São Paulo 1.605.657 1.593.515 -0,008 5,2 Bahia 1.238.547 1.354.714 0,094 4,0 Pernambuco 877.420 964.769 0,1 2,9 Rondônia 802.969 841.092 0,047 2,6

Fonte: IBGE, 2011, adaptada de IDARON (2013).

Em Rondônia, das cerca de 40.000 unidades produtivas da pecuária de leite, 73,6% possuem até 10 vacas de leite, 22,3% entre 11 e 30 vacas, 3,1% entre 31 e 50 vacas e apenas 1% tem mais de 50 vacas (Figura 1). Considerando o número de vacas ordenhadas por dia, tem-se que 33,9% das vacas em lactação são ordenhadas nas unidades produtivas com até 10 vacas, 44,2% nas unidades produtivas com 11 a 30 vacas, 13,4% nas unidades com 31 a 50 vacas e 8,6% nas unidades com mais de 50 vacas (Figura 2).

Tabela 2: Volume de produção de leite diário nos 10 municípios maiores produtores em Rondônia,

2012.

Município Produção diária

(L) por município % por Município

1 Jaru 160.256 6,34

2 Ouro Preto do Oeste 152.845 6,05

3 Ji-Paraná 110.876 4,39

4 Urupá 93.486 3,7

5 Cacoal 91.690 3,63

6 Nova Mamoré 91.590 3,63

7 Governador Jorge Teixeira 89.915 3,56

8 Buritis 86.505 3,42 9 Espigão D'oeste 80.477 3,19 10 Machadinho D'oeste 76.886 3,04 1.034.526 40,95 2.526.379 75.791.355 Fonte: IDARON (2013).

Produção diária total Produção diária do Estado Produção mensal do Estado

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Figura 1: Número de unidades produtivas de pecuária de leite do Estado de Rondônia. Fonte: IBGE, 2009, adaptado de Brito et al. (2011)

Figura 2: Número de vacas em lactação por unidades produtivas de Rondônia. Fonte: IBGE, 2009, adaptado de Brito et al. (2011)

De acordo com o IBGE (2011), a média de produção total de leite por vaca no Brasil é de 1.559 litros e no Estado de Rondônia a média é cerca de 30% menor (1.091 litros/lactação). A baixa produtividade pode ser explicada pelos baixos investimentos na atividade leiteira, pouca utilização de insumos e pouca mão-de-obra, além do caráter misto do rebanho (SANTANA, 2003).

2.2. Perfil da microrregião

A cadeia produtiva do leite é associada, principalmente, às pequenas propriedade rurais com base familiar. Brito et al. (2011) afirmam que 96% das propriedades leiteiras de Rondônia possuem até 30 vacas, com uma média de 13,4 vacas em lactação, confirmando que a produção de leite ocorre principalmente nos pequenos

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lotes rurais. A mão-de-obra utilizada na produção de leite em Rondônia é tipicamente familiar, com a participação de 54% dos filhos, 30% das filhas maiores de 12 anos, e 57% das esposas, que executam algum trabalho na produção de leite, sendo o gestor caracterizado por uma idade média do produtor de 48 anos, 4 anos de média escolar e 77,5% são oriundos de outros estados (SEBRAE, 2002).

As unidades familiares de Rondônia são caracterizadas como sistemas de produção extensiva, com média de 48,45 hectares, 61,18 cabeças, com capacidade de suporte de 1,26 UA/ha, produção média de 77 litros/dia, que tem por objetivo gerar renda e não subsistência alimentar, uma vez que a produção de leite e os derivados fabricados na empresa rural são direcionados à venda, destinando-se uma pequena quantidade ao consumo da família (SOUZA et al., 2009).

De acordo com a FAO (2014), a agricultura familiar pode ser definida como a organização das produções agrícola, florestal, pesqueira, pastoril e aquícola por uma família e predominantemente dependente de mão-de-obra, tanto de mulheres quanto de homens. Há necessidade continua da preservação da agricultura familiar à segurança alimentar mundial, por auxiliar no impulso das economias locais, especialmente quando combinada com políticas específicas destinadas a promover a proteção social e o bem-estar das comunidades.

Zoccal e Carneiro (2008) afirmam que o crescimento da Região Norte se deu pelo ingresso de novos produtores, assentados da reforma agrária ou participante de projetos de colonização. O primeiro Projeto Integrado de Colonização (PIC) a ser lançado em Rondônia, em 1971, pelo Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agraria (INCRA), com uma meta inicial de assentar 500 famílias; no entanto, em 1974, cerca de 4000 lotes foram distribuídos a famílias de imigrantes (Oliveira, 2002 apud Caviglia-Harris, 2010).

O rápido fluxo de imigrantes em Rondônia tem sido atribuído a uma combinação de fatores, incluindo o abandono de projetos de colonização ao longo da rodovia Transamazônica e os solos relativamente férteis da região central Rondônia (LEITE E FURLEY, 1981; COY, 1987; MARTINE, 1990; BROWDER, 2002

apud CAVIGLIA-HARRIS, 2010).

A disponibilidade de terras férteis e estrutura para o desenvolvimento da atividade leiteira na região, tornou o leite um dos principais produtos para a geração de renda, já que esta atividade proporciona renda mensal e animais que servem como poupança. As oportunidades para a inserção de cunho familiar em uma bacia

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leiteira, bem como de acesso a terra e ao crédito, ainda são entraves aos agricultores que enfrentam dificuldades resultantes das mudanças na regulamentação do setor, que impõem cada vez mais a necessidade de eficiência técnica e produtiva para a permanência na atividade (ALTAFIN et al., 2011).

Brose (1999) destacou que as intervenções das políticas públicas para o produtor rural visa assegurar a suscetibilidade da agricultura familiar brasileira, principalmente com investimentos de crédito rural e assistência técnica e extensão rural. A necessidade destes serviços é devido à baixa qualificação dos agricultores para a produção leiteira, carência de ATER e pouca disponibilidade de tecnologias, além das variáveis no setor lácteo com tendência de queda no preço do produto e grandes variações climáticas na zona tropical.

De acordo com relatório realizado pelo SEBRAE (2002), existe dependência de conhecimento dos produtores de leite e falta de orientação técnica para manejo geral dos rebanhos de Rondônia. A falta de especialização do agricultor pode ser uma das variáveis que explicam a qualidade genética inferior do rebanho leiteiro e a baixa frequência de utilização de suplementos alimentares, com conversão alimentar insuficiente (GOMES, 2002; STOCK, 2001 apud SOUZA et al., 2009).

O objetivo da ATER no Brasil pretende melhorar a renda e a qualidade de vida das famílias rurais, por meio do aperfeiçoamento dos sistemas de produção, de mecanismo de acesso a recursos, serviços e renda, de forma sustentável (MDA, 2011).

Os aspectos sociais da cadeia produtiva do leite demanda atenção especial em função da falta de organização dos produtores, que caracteriza o setor com poder de barganha pequena pelo produtor rural, apresentando pouco poder para influenciar o preço do leite. Neste cenário, o aumento da eficiência dos sistemas de produção de leite torna-se essencial, visto que os sistemas de produção adotados por pequenas e médias propriedades de cunho familiar caracterizam-se por sistemas de baixo nível de capitalização e baixo uso de tecnologia (OLIVEIRA, 2007). Souza et al. (2009) afirmam que investimentos em máquina representam menos de 2% do total, indicando que há baixo nível de tecnologias mecânicas no sistema de produção adotado.

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Portanto, em qualquer sistema de produção, há atividades lucrativas e também as não lucrativas, o que há de se considerar é seu planejamento e diagnóstico.

2.3. Índices zootécnicos

Em nível de produção leiteira, a baixa produtividade associada a baixos rendimentos tem ocorrido porque as tecnologias adotadas não estão sendo aplicadas para minimizar os efeitos provocados pelas restrições do sistema de produção e os custos da tecnologia adotada são incompatíveis com as possibilidades de retorno (SOUKI et al., 1999).

A escrituração zootécnica, sendo uma tecnologia simples e barata, pode ser utilizada para avaliar a eficiência produtiva e reprodutiva do rebanho. O uso desta tecnologia deve auxiliar e permitir a rápida tomada de decisões pelos produtores e assessoramento técnico, com base nos dados registrados e interpretações corretas que otimizem a eficiência produtiva. A eficiência pode ser entendida como uma comparação entre os valores de produtividade ótimos e os valores observados (SOUZA, 2003).

A reprodução é um dos principais fatores que afetam a produção e os aspectos econômicos (PFEIFER et al., 2011). A baixa produtividade dos rebanhos bovinos leiteiros no Brasil deve-se essencialmente ao mau desempenho reprodutivo, devido à idade à primeira cria tardia, longo intervalo de partos e a qualidade genética inferior dos animais, resultando em baixa produção por lactação, lactações curtas e baixa persistência na produção (FERREIRA, 1991).

Em geral, o manejo reprodutivo é realizado sem o controle dos dados e resultados. O sistema de acasalamento é realizado predominantemente por monta natural, com pouco uso de controle e critérios para utilização de cruzamentos direcionados para a aptidão leiteira, o que compromete a qualidade e a produtividade do rebanho.

Lopes et al. (2009) dizem que índices zootécnicos, como idade a primeira cria, taxa de natalidade, taxa de descarte e taxa de mortalidade possuem

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significativa importância e podem influenciar na evolução de rebanhos, assim como na rentabilidade de sistemas de produção de leite.

Ferreira (1991) afirma que a obtenção dos índices zootécnicos adequados na criação de bovinos de leite influencia na composição e evolução dos rebanhos, sendo a taxa de natalidade a maior responsável na evolução dos rebanhos, seguido pela idade a primeira cria, taxa de descarte e taxa de mortalidade. De acordo com o autor, Tabela 3, verificam-se alguns indicadores produtivos e reprodutivos importantes para os rebanhos leiteiros no Brasil.

Tabela 3: Principais indicadores produtivos e reprodutivos para rebanhos leiteiros bovinos.

Índices Ideal Bom Regular Média brasileira Intervalo entre partos (meses) 12,5 12,5-14 14-15,5 >19

Idade à Primeira cria (meses) 29-31 32-34 35-36 >42

Período de lactação (meses) 10-12 9-10 8-9 <8

Vacas em lactação (%) 80-83 70-79 60-69 <50

Produção vaca/ano 3,5-4 2,5-3,5 1,5-2,5 <1,5

Produção por dia 10-11 9-10 8-9 <3 Fonte: Adaptado de Ferreira (1991).

A raça com aptidão leiteira mais difundida no Brasil é a Girolando, que apresenta período de gestação de 285 dias, valor intermediário entre o Gir e Holandês, e a idade à primeira cria (IPC) encontra-se em torno de 410 dias (GIROLANDO, 2012). Considerando um período de gestação médio de nove meses, a IPC seria entre 25 e 28 meses (LOPES JUNIOR, 2010). No entanto Leite, Moraes e Pimentel (2001) apud Lopes Junior (2010) defendem que a idade à primeira cria deve ficar entre 22 e 25 meses.

Diversos autores citam a importância da IPC, sendo esta variável atribuída à eficiência reprodutiva (MOTA et al., 2004; OHI et al., 2010; LOPES et al., 2009), pois indica precocidade sexual pela redução do intervalo de gerações. A idade à primeira cria é um índice que tem chamado atenção de muitos

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pesquisadores, uma vez que animais com este índice baixo demonstram eficiência reprodutiva proporcionando maior longevidade.

Campos et al. (2005) citam que o IPC deve estar entre 24 a 33-34 meses de idade. Para Wolff et al. (2004) o peso ideal para primeira cobertura estaria em torno de 15-16 meses, embora o autor relate que novilhas muito precoces geralmente apresentam problemas de parto e a produção acaba sendo inferior à média.

O sistema de criação de bezerras deve fazer com que a novilha leiteira alcance a puberdade com 14 a 16 meses de idade, com peso médio de 350 kg (raças grandes) e 250 kg (raças pequenas), idade ao parto de 24 a 27 meses com peso médio de 500 a 550 kg (raças grandes) e 400 a 450 kg (raças pequenas), pois com essas proporções as novilhas de primeira cria mostrarão menos propensão a partos distócicos e terão condições de enfrentar a lactação sem desgaste físico acentuado, além de maior vida útil produtiva. Para isso, faz-se necessário ganho médio de 740 g/dia, em que os animais atingem peso médio à maturidade em torno de 650 kg, para raças grandes e 550 kg, para raças pequenas (FARIA, 1991).

A idade avançada ao primeiro parto, dias abertos e intervalos entre partos longos, reduzem a produção vitalícia dos animais e, consequentemente, diminuem a lucratividade da atividade leiteira (WOLFF et al., 2004), atrasando o desfrute do rebanho e consequentemente o melhoramento genético do mesmo. O IPC é influenciado por diversos fatores, tais como nutrição, manejo pré parto e pós parto, estresse, doenças, entre outros, e ainda são objetos de muitos estudos (BARTLETT et al., 1987).

De acordo com Mion et al. (2012) o índice considerado mais importante em termos de manejo sanitário, alimentar e reprodutivo do rebanho, por estar atrelado a todos os índices produtivos e reprodutivos da propriedade é o intervalo entre partos.

Para Ohi et al. (2003) o intervalo entre partos é constituído dos períodos de serviço e de gestação, sendo este último constante e, não influenciará diretamente o IP, mas sim o período de serviço (OHI 2010). Um período de serviço acima de 60 dias significa que o manejo pós-parto pode ser melhorado. Esse índice é importante, pois ele depende do intervalo entre partos.

Segundo revisão de Zambianchi, Freitas e Pereira (1999) o intervalo entre partos, em condições ideais, é entre 394 e 438 dias, tomando-se como parâmetro os

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bovinos da raça holandesa, pura por origem, dentre outros fatores e, deste modo promove o aumento da porcentagem de vacas em lactação, aumenta o número de bezerros e bezerras do rebanho e melhora a rentabilidade da atividade.

De acordo com Ribas et al. (1997), o intervalo entre partos é uma medida prática que traduz a eficiência reprodutiva do rebanho. Para Ribeiro et al. (2003), o ganho genético trazido pelo intervalo entre partos curto é devido a redução no intervalo de gerações e pela rápida reposição de animais, porém a produção de leite é poderá ser antagônica.

Para Mendonça e Magalhães (1990), os intervalos entre partos extensos acarretam baixa fertilidade do rebanho, diminuem o número de bezerros, alongam o intervalo entre gerações, com consequente prejuízo ao progresso genético pela seleção. Comentam ainda que o intervalo entre partos longo reduz a produção vitalícia dos animais e, consequentemente, diminui a lucratividade da atividade leiteira.

De acordo com Ferreira (1991), a redução do intervalo de partos garante o aumento na produção de leite e no número de bezerros nascidos no rebanho. No Brasil, a produção leiteira poderia ser elevada em até 50% com a redução do IP do rebanho nacional para próximo de 12 meses, o que representaria um acréscimo anual de cerca de 11 bilhões de litros de leite, além de um aumento expressivo do número de bezerros nascidos.

O longo IP prejudica por diminuir a produção da vaca por dia de IP, o número de vacas em lactação no rebanho, o número de animais para venda ou reposição e a produção de leite total do rebanho. A redução do IP para 12 meses propicia um acréscimo de 8,33% na produção de leite para cada mês a menos no IP (FERREIRA; MIRANDA, 2007).

A avaliação da real produtividade leiteira de uma vaca, não é só a mensuração da quantidade de leite produzida em uma lactação, pois quanto maior for o período de serviço, mais tempo essa fêmea levará para iniciar uma nova lactação após sua secagem. Sendo assim deve-se avaliar produção e reprodução conjuntamente, ou seja, leite produzido dividido pelos dias de intervalo entre partos (PALHANO et al., 2003 apud CORRÊA, 2010).

O período de lactação é uma variável que indica diretamente a produção leiteira do rebanho e reflete o período de lactação desde o parto até a secagem da vaca/novilha. A média da duração de lactação de bovinos especializados é de 305

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dias, sendo nas raças Europeu-Zebu pouco mais curta, em torno dos 280 dias (Girolando, 2012).

Bodisco e Abreu (1981) apud Quirino (1995) dizem que lactações curtas, com média de 5 meses, são responsáveis pelo baixo rendimento leiteiros e que raças nativas em regiões tropicais apresentam lactações mais curtas. Quanto mais curta a lactação, maior o período seco e, menor a percentagem de vacas em lactação no rebanho, diminuindo então a eficiência econômica e reprodutiva (MASSIÈRE, 2009).

Ohi et al. (2010) afirmam que a vaca que não der uma cria por ano acarretará perdas econômicas na propriedade, sugerindo como um dos indicadores de eficiência reprodutiva a taxa de natalidade, conceituada como o número, em percentuais, de partos ocorridos no rebanho de um total de matrizes existentes na propriedade. A taxa de natalidade é a maior responsável na evolução dos rebanhos, seguido pelo IPC, taxa de descarte e taxa de mortalidade (LOPES et al., 2009).

O intuito de bovinocultores de leite é de buscar valores o mais próximo possível de 100% para taxa de natalidade, visto que este índice é totalmente influenciado por fatores reprodutivos e manejo, e busca o máximo de nascimentos possíveis (LOPES et al., 2009). Para se obter padrões ideais de eficiência reprodutiva, ou seja, a produção de uma cria/ano, com intervalo de parto de 12 a 12,5 meses e período de lactação de 10 meses, é preciso que ocorra perfeita interação dos parâmetros genéticos, reprodutivos, sanitários e nutricionais (OHI et

al., 2010). As taxas mencionadas na literatura são muito baixas para se obter o lucro

máximo com a atividade leiteira, valores estes abaixo de 80% (FASSIO et al., 2006). Se os índices citados anteriormente forem satisfatórios, mas a taxa de mortalidade do rebanho for alta, o retorno econômico será prejudicado de igual forma, visto que, principalmente em pequenas propriedades, o animal perdido seria o lucro, devido ao alto custo de produção e leite. Em um sistema bem conduzido, a mortalidade é um fator muito importante, porque é influenciada por aspectos sanitários, que elevam os custos de produção (LOPES, et al., 2009).

Todo cuidado com o manejo sanitário deve ser tomado visando minimizar a porcentagem de animais mortos. O índice de mortalidade evidencia o correto manejo sanitário dos animais do rebanho. Em trabalho publicado por Santos et al. (2001), observou-se que a taxa de descarte de vacas leiteiras acima de 25% exige grande disponibilidade de novilhas e Lopes et al. (2009) observaram que esta

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variável quando atinge de 15% a 20% da atividade leiteira, pode onerar os custos ou diminuí-los, caso se consiga baixar o IPC, e assim, dispor de novilhas para comercialização.

Campos e Ferreira (2006) comentaram que a mortalidade depende do manejo e que, para efeito de cálculo, se consideram vacas em lactação (1%), vacas secas (1%), bezerras de zero a dois meses (4%), bezerras de dois a seis meses (2%), bezerras de seis a doze meses (1%), novilhas de 12 a 18 meses (1%) e novilhas de 18 a 24 meses (1%).

Em um rebanho aonde o número de matrizes é constante, a taxa de descarte deve ser igual à taxa de reposição, com descarte criterioso para que não haja perdas genéticas no rebanho. O descarte de vacas leiteiras é uma prática complexa e depende dos objetivos da propriedade, havendo a necessidade de considerar a idade da vaca, o estágio de lactação, o histórico e a sanidade, o nível de produção de leite e o desempenho reprodutivo (OHI et al., 2010).

2.4. Ferramenta Estatística

A tomada de decisões a partir de análise de indicadores zootécnicos é uma tecnologia barata e utilizada como ferramenta de avaliação de rebanho e sistemas de produções por diversos autores (CAMPOS; FERREIRA, 2006, LOPES, et al., 2009, CORRÊA, 2010, OHI et al., 2010).

Através da análise de variáveis, como os índices zootécnicos, por meio de cálculos estatísticos, é possível a análise dos fatores determinantes de um sistema de produção. A análise multivariada tem sido muito empregada na área de ciências agrárias, para classificar e estabelecer relações de similaridade entre grande quantidade de variáveis. A análise multivariada de dados refere-se a todos os métodos estatísticos que simultaneamente analisam múltiplas medidas de cada indivíduo ou objeto sob investigação, quando a análise estatística simples não consegue revelar sua estrutura (VICINI, 2005).

O propósito da análise multivariada é medir, explicar e predizer o grau de relacionamento entre variáveis (CARVALHO, 2001). A análise multivariada corresponde a um grande número de métodos e técnicas que utilizam, simultaneamente, todas as variáveis na interpretação teórica do conjunto de dados obtidos (NETO, 2004).

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A análise de cluster pretende organizar um conjunto de variáveis em grupos homogêneos de municípios, de tal modo que os indivíduos pertencentes a um grupo sejam o mais semelhante possível entre si e diferenciados dos restantes (REIS, 2000).

A análise de clusters é uma ferramenta complementar para detectar grupos homogêneos e agrupar de forma hierárquica os dados quando é necessário observar estrutura de agrupamentos (PESTANA & GAGEIRO, 2000 apud VICINI, 2005). A análise de cluster pretende organizar um conjunto de casos em grupos homogêneos, de tal modo que os indivíduos pertencentes a um grupo são os mais semelhantes possíveis entre si e diferenciados dos restantes (REIS, 2000).

A análise de componentes principais tem por objetivo descrever os dados contidos num quadro indivíduos-variáveis numéricos (VICINI, 2005). Este método possibilita a identificação das medidas responsáveis pelas maiores variações entre os resultados, sem perdas significativas de informações e transforma um conjunto original de variáveis em outro conjunto: os componentes principais (CP) de dimensões equivalentes (VICINI, 2005).

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3. MATERIAL E MÉTODOS

O estudo compreendeu o período de setembro de 2012 a janeiro de 2014, iniciando com a coleta de dados. As propriedades rurais analisadas são baseadas na agricultura familiar, as quais têm como principal fonte de renda a produção de leite bovino. As propriedades foram escolhidas por integrarem ao programa PROLEITE, executado pela Associação de Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado de Rondônia (EMATER-RO) e, também pela existência de escrituração de dados zootécnicos no período compreendido entre 2008 a 2011.

A pesquisa contemplou um número variável de produtores rurais, uma média de 44 produtores por ano, considerados referenciais na atividade leiteira, distribuídos nos municípios de Ouro Preto do Oeste (juntamente com seu distrito de Rondominas), Mirante da Serra, Nova União, Teixeirópolis, Urupá e Vale do Paraíso, denominada Microrregião de Ouro Perto do Oeste (Figura 3 e Figura 4).

Figura 3: Mapa de representativo do Estado de Rondônia. Fonte: Caviglia-Harris (2010)

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Figura 4: Mapa de representativo da Microrregião de Ouro Preto do Oeste compreendendo os seis

municípios. Fonte: Caviglia-Harris (2010)

Os dados coletados foram os seguintes: preço do leite por litro; área de pastagem (em hectares - ha); número de vacas em lactação; média de produção de leite por vaca; média de produção de leite total por dia; produtividade em litros de leite (hectare por dia); taxa de lotação animal por hectare de pastagem; duração de lactação em dia; intervalo entre parto (meses); idade a primeiro cria (meses); percentual de natalidade (%); e percentual de mortalidade em bezerros (%).

A forma de coleta de dados foi retrospectiva e interrogativa, e, em alguns produtores, por cópia do arquivo de anotações em planilhas eletrônicas de Excel® (Figura 5).

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Figura 5: Modelo da Ficha de Acompanhamento Técnico utilizada para coleta das informações. Fonte: EMATER-RO, 2011.

Após as coletas, os dados, dos anos de 2008 a 2012, foram tabulados em planilhas e os índices calculados obtendo-se as 12 variáveis avaliadas (Figura 6).

Figura 6: Variáveis obtidas pela ficha de acompanhamento técnico, utilizada para coleta das

informações.

Fonte: EMATER-RO, 2011.

As variáveis obtidas foram primeiramente submetidas à análise estatística descritiva e, posteriormente a análise multivariada, utilizando-se o software

STATISTICA® (data analysis software system), versão 8.0. StatSoft, Inc. (2007).

A análise estatística descritiva gerou os valores médios dos indicadores zootécnicos, no período de 2008 a 2012, e os resultados das comparações múltiplas dos índices zootécnicos das propriedades leiteiras por município da microrregião de Ouro Preto do Oeste do Estado de Rondônia, pelos testes de Tukey e Kruskal-Wallis (p<0,05).

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Para a análise multivariada, inicialmente, realizou-se o método de agrupamento de cluster, utilizando a distância euclidiana como critério de separação dos grupos, realizado em função da maior distância em que os grupos foram formados, sugeridos por VICINI (2005), para verificar os grupos formados no dendograma, ou seja, aquelas variáveis que possuírem as mesmas médias de produção irão formar grupos homogêneos, as variáveis que possuírem uma produção diferenciada das demais formarão grupos heterogêneos. Foi gerado o dendograma dos seis municípios, em função de índices zootécnicos de propriedade produtoras de leite, da microrregião de Ouro Preto do Oeste.

Após esta análise, efetuou-se o estudo da análise de componentes principais (ACP) e análise fatorial (AF), com a intenção de se obter quais as variáveis mais importantes, e entender o seu inter-relacionamento com os municípios estudados, gerando um gráfico bidimensional dos municípios em função dos índices zootécnicos das propriedades leiteiras da microrregião de Ouro Presto do Oeste.

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4. RESULTADOS

Podem ser visualizados, nas Tabelas 4 e 5, os valores médios dos índices zootécnicos no período de 2008 a 2012 e os resultados das comparações múltiplas dos índices zootécnicos das propriedades leiteiras por município, da microrregião de Ouro Preto do Oeste, do Estado de Rondônia.

Verifica-se, na Tabela 4, uma dinâmica crescente no valor do preço do leite no período, em todos os municípios amostrados, o que determinou uma diferença significativa (p<0,05). Na Tabela 5 observa-se que o valor pago pelo leite aos municípios foi padronizado, variando de R$ 0,56 (Mirante da Serra - MSR), R$ 0,57 em Ouro Preto do Oeste (OP) e, nos demais municípios, R$ 0,58 por litro de leite, sem diferenças significativas, ao nível de 5% (Teste de Kruskal-Wallis).

O índice Área de Pastagem (AP), avaliado no início do levantamento (2008) e no final (2012), apresentou redução nos municípios de Mirante da Serra, Ouro Preto do Oeste, Teixeirópolis e Urupá e aumento em Nova União e Vale do Paraíso (Tabela 4). Entretanto, verificou-se, na Tabela 5, que VP é que apresenta a maior área de pastagem e TP a menor (<0,05).

O Número de Vacas em Lactação (VL) aumentou em quase todos os municípios, com exceção dos municípios de TP e UP, com destaque para NU, que acresceu 15 vacas no período de levantamento, que foi de 23 (2008) a 38 vacas leiteiras (2012) (Tabela 4). O maior rebanho apresentado foi em OP, com média de 31 vacas, na Tabela 5, contrário de UP.

A produtividade média diária de leite do rebanho da microrregião melhorou num contexto geral, de 2008 a 2012, com exceção de UP, que teve oscilação para menos da produtividade, em 2012, porém a média deste indicador supera os demais municípios (p<0,05), o qual apresentou a média de 5,78 L/vaca/dia, com desvio padrão de 0,53, para mais e para menos (Tabela 5).

A PT teve a mesma tendência, com exceção de TX e UP, o qual veio reduzindo sua produção de leite anualmente. Teixeirópolis veio aumentando esse índice de 2008 a 2011, porém reduziu-o em 2012, de 84,3 para 83,1 litros de leite (Tabela 4). Ouro Preto se destacou com produção de 146,14 L/dia no período estudado (Tabela 5).

A produtividade de leite por hectare dia apresentou melhoria apenas nos municípios de MSR e VP (Tabela 4), mesmo este apresentando a menor média para

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este indicador, contrário de UP que demonstrou superioridade com 5,78 L/ha/dia (Tabela 5).

Tabela 4: Medias dos índices zootécnicos da produção de leite do período de 2008 a 2012, dos

municípios da microrregião de Ouro Preto do Oeste, Rondônia, Brasil.

Municípios Período

Índices Zootécnicos / Médias

PLL AP VL PM PT PLHD TL DLD IEP IPC TN TM M ira nt e da S er ra 2008 0,5 25,1 16,9 3,6 71,6 2,4 2,7 275,6 16,1 40,1 63,1 1,0 2009 0,5 24,6 15,7 4,0 71,9 3,1 1,8 275,6 15,0 41,7 37,2 2,4 2010 0,6 16,5 19,0 3,9 73,0 3,8 3,9 281,9 15,9 43,7 56,2 7,4 2011 0,6 33,7 24,7 4,1 103,1 2,0 1,9 214,4 15,3 43,5 73,9 5,7 2012 0,7 15,7 26,3 4,1 122,4 6,3 4,0 275,9 16,1 42,7 65,7 4,1 N ov a U ni ão 2008 0,5 26,8 23,4 4,4 106,1 4,7 2,8 268,9 17,1 36,6 44,9 3,4 2009 0,5 25,3 24,1 4,4 101,1 5,2 3,1 282,0 14,6 42,1 54,0 6,6 2010 0,6 26,8 16,0 5,0 75,5 2,5 1,4 290,8 15,0 43,1 50,3 0,9 2011 0,6 36,0 43,8 4,6 52,1 2,5 3,2 276,8 13,9 43,5 59,6 1,6 2012 0,6 37,2 38,3 5,0 137,4 3,0 1,7 257,3 13,9 43,7 71,5 3,8 O ur o P re to d o O es te 2008 0,5 31,2 25,4 4,1 104,6 6,2 2,0 244,4 14,9 41,0 36,2 0,4 2009 0,5 17,5 27,7 4,4 121,9 2,9 2,2 255,7 14,3 43,0 52,5 2,4 2010 0,6 18,2 28,1 4,6 118,0 3,7 2,4 263,9 15,4 42,3 50,5 1,9 2011 0,6 24,1 45,8 5,1 197,9 4,5 2,6 247,5 14,6 42,8 59,1 1,8 2012 0,6 17,1 28,6 6,3 188,3 5,3 2,3 280,1 18,7 35,0 43,6 1,9 T ei xe iró po lis 2008 0,5 18,3 21,9 3,8 84,3 6,6 2,3 295,5 15,6 43,3 93,3 3,6 2009 0,5 16,0 23,6 4,4 107,5 6,1 3,8 288,8 15,7 43,5 74,8 2,7 2010 0,6 9,8 23,2 5,3 129,9 9,3 4,1 288,2 14,8 43,6 60,9 2,3 2011 0,6 10,0 30,0 8,9 267,0 0,9 3,0 264,0 12,0 47,9 74,0 12,1 2012 0,6 29,5 15,5 5,1 83,1 2,7 3,2 271,5 17,5 33,5 38,0 0,0 U ru pá 2008 0,6 19,5 21,7 5,6 125,9 10,5 2,7 275,4 14,3 42,3 67,1 2,3 2009 0,5 16,1 16,4 6,5 108,0 4,5 3,0 272,8 14,9 42,1 71,0 2,3 2010 0,6 14,1 17,6 5,5 107,0 4,8 3,6 262,1 15,4 42,5 88,8 4,1 2011 0,6 27,2 20,2 6,2 121,4 5,9 2,7 269,6 16,1 43,1 64,5 3,0 2012 0,6 34,5 20,0 5,2 85,9 3,2 1,4 280,5 16,6 29,5 42,0 1,5 V al e do P ar ai so 2008 0,5 37,5 25,3 4,1 109,7 3,5 1,9 231,6 14,0 43,2 80,1 2,6 2009 0,5 34,8 28,2 5,0 143,3 3,2 2,0 284,1 14,7 42,8 55,0 2,9 2010 0,6 39,6 27,9 4,4 122,0 3,1 2,0 258,8 14,2 43,1 69,1 2,1 2011 0,6 46,8 34,2 4,8 147,7 3,6 2,2 258,8 14,0 43,8 72,4 1,1 2012 0,7 48,8 27,7 5,7 143,2 3,9 2,7 260,7 13,6 45,4 71,3 6,4 PLL - Preço do Leite/ Litro; AP - Área de Pastagens/Leite; VL - Nº De Vacas em Lactação; PM - Produção Media/Vaca/Dia; PT - Produção Total Dia; PL - Produtividade Litro/ha/Dia; TL - Taxa de Lotação UA/há; DLD - Duração da Lactação Dias; IEP - Intervalo Entre Parto (meses); IPC – Idade a Primeira cria (meses); TN - Taxa De Natalidade %; TM - Taxa de Mortalidade Bezerros%.

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Tabela 5: Resultados das comparações múltiplas das variáveis observadas em propriedades rurais da microrregião de Ouro Preto do Oeste, Rondônia,

Brasil, 2008-2012.

Variáveis Municípios / Médias e Desvios padrões

Mirante da Serra Nova União Ouro Preto d'Oeste Teixeirópolis Urupá Vale do Paraíso

Preço do leite/ litro1 0,56 ± 0,07 a 0,58 ± 0,07 a 0,57 ± 0,05 a 0,58 ± 0,04 a 0,58 ± 0,04 a 0,58 ± 0,06 a

Área de pastagens/leite1 23,10 ± 7,36 bc 30,39 ± 5,70 b 21,62 ± 6,06 bc 16,72 ± 8,04 c 22,28 ± 8,45 bc 41,50 ± 6,03 a Nº de vacas em lactação1 20,51 ± 4,74 bc 29,11 ± 11,47 ab 31,14 ± 8,31 a 22,82 ± 5,16 abc 19,18 ± 2,13 c 28,65 ± 3,32 ab Produção média/vaca/dia1 3,92 ± 0,23 b 4,68 ± 0,29 ab 4,93 ± 0,87 ab 5,49 ± 2,00 a 5,78 ± 0,53 a 4,79 ± 0,62 ab Produção total dia1 88,41 ± 23,24 b 94,45 ± 32,31 ab 146,14 ± 43,47 a 134,36 ± 76,60 ab 109,60 ± 15,63 ab 133,21 ± 16,53 ab Produtividade litro/ha/dia1 3,52 ± 1,68 a 3,57 ± 1,28 a 4,55 ± 1,30 a 5,12 ± 3,34 a 5,78 ± 2,78 a 3,44 ± 0,30 a Taxa de lotação U.A./ha1 2,85 ± 1,04 ab 2,45 ± 0,83 ab 2,28 ± 0,22 b 3,27 ± 0,72 a 2,69 ± 0,80 ab 2,14 ± 0,31 b Duração da lactação dias1 264,70 ± 28,27 ab 275,15 ± 12,78 ab 258,31 ± 14,33 b 281,59 ± 13,22 a 272,08 ± 6,87 ab 258,80 ± 18,61 b Intervalo entre parto

meses1 15,67 ± 0,51 a 14,92 ± 1,28 a 15,59 ± 1,78 a 15,12 ± 2,00 a 15,46 ± 0,90 a 14,11 ± 0,42 a

Idade a 1º cria meses1 42,31 ± 1,50 a 41,81 ± 2,95 a 40,82 ± 3,35 a 42,36 ± 5,32 a 39,90 ± 5,82 a 43,67 ± 1,04 a Taxa de natalidade %2 59,22 ± 13,84 ab 56,07 ± 10,15 ab 48,39 ± 8,77 b 68,22 ± 20,45 a 66,66 ± 16,74 a 69,58 ± 9,13 a Taxa de mortalidade

bezerros%1 4,14 ± 2,55

a

3,27 ± 2,24 a 1,66 ± 0,77 a 4,14 ± 4,65 a 2,67 ± 0,99 a 3,03 ± 2,00 a

1: Valores seguidos pela mesma letra, minúscula na linha, não deferem entre si pelo teste de Kruskal-Walllis (p≥0,05) 2: Valores seguidos pela mesma letra, minúscula na linha, não deferem entre si pelo teste de Tukey (p≥0,05)

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A Taxa de Lotação diminuiu apenas nos municípios de NU e UP, e nos demais se mantiveram constantes (Tabela 4) no período, mas, na média o município de TP foi que apresentou o maior índice (3,27±0,72 U.A./ha), superando significativamente (p<0,05) VP (2,14±0,31 U.A./ha).

A Duração da Lactação em dias foi crescente na maioria dos municípios, com exceção dos municípios de NU e TP, com oscilações entre anos de levantamento (Tabela 4). Se visualizarmos a Tabela 5, estes municípios são os que apresentaram os maiores valores para esse quesito, seguidos por UP, MSR, VP e OPO, respectivamente.

O IEP praticamente não alterou no período do estudo, exceto em NU e VP, que diminuiu nestes municípios para este parâmetro, mesmo assim, as médias do período não diferiram (p≥0,05).

A IPC foi decrescendo em metade dos municípios, OP, TP e UP, a qual foi significativamente (p<0,05) menor em UP (39,90±5,82 meses), seguido por OP (40,82±3,35 meses) e, com maior valor de IPC o município de VP com 43,67 meses (±1,04 meses) (Tabela 5).

O município de OP, coincidentemente, foi o que apresentou a menor taxa de natalidade e mortalidade, 48,39±8,77% e 1,66±0,77% respectivamente. Vale do Paraiso apresentou a maior taxa de natalidade, sendo esta de 69,58% com variação de 9,13%, para mais e para menos. A maior taxa de mortalidade apresentou-se em TP e MSR, com a mesma taxa, sendo esta de 4,14% foi o município com maior taxa de mortalidade, médias quais não diferiram ao nível de 5%, no período de 2008 a 2012 (Tabela 4 e 5, respectivamente).

Com os índices zootécnicos levantados, nos municípios da microrregião de Ouro Preto do Oeste, geraram-se as Figuras 7 e 8, que ilustram o resultado das análises de grupamento, pelo método de cluster.

A figura 7 ilustra a relação entre as variáveis, que diferiram na análise descritiva. Traçando-se uma linha imaginária, arbitrariamente determinada na distância euclidiana intermediaria entre 50 a 100, denominada “Linha Fenon”, que representam as distâncias euclidianas de ligação entre as vaiáveis, observou-se a formação de 4 grupos.

Nota-se, na Figura 7, que as variáveis AP, VL,PM e TL foram responsáveis na formação do Grupo I, o qual apresentou grande variação no

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período de 2008 a 2012. O Grupo II foi formado em função da variável TN, o III pela PT e o grupo IV pela DL, os quais obtiveram pouca variação no período de estudo.

Tree Diagram for 7 Variables Single Linkage

Euclidean distances

0 50 100 150 200 250 300 350 400

Linkage Distance Duração da lactação dias

Produção total dia Taxa de natalidade % Taxa de lotação U.A./ha Produção média/vaca/dia Nº de vacas em lactação Área de pastagens/leite

Figura 7: Fluxograma por distância euclidiana dos seis municípios em função dos índices zootécnicos

de propriedade produtoras de leite da microrregião de Ouro Preto do Oeste, Rondônia, Brasil, 2008-2012.

Paralela à anterior, a Figura 8 agrupa os municípios de acordo com os indicadores zootécnicos, pela análise de cluster, formando-se quatro grupos de municípios, quando se considera a linha Fenon na distância euclidiana de 25. O grupo I é formado pelos municípios de MSR, NU e UP, seguido pelos grupos II, III e IV, formados isoladamente pelos respectivos municípios: TP, VP e OP. É correto afirmar que existe homogeneidade dentro de cada grupo e heterogeneidade entre os grupos, principalmente entre o grupo I e VI (Figuras 7 e 8). Isto é, as variáveis estão agrupadas por uma característica comum.

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Tree Diagram for 6 Cases Single Linkage Euclidean distances 15 20 25 30 35 Linkage Distance Vale do Paraiso

Ouro Preto do Oeste Teixeiropolis Urupa Nova União Mirante da Serra

Figura 8: Fluxograma por distância euclidiana de seis municípios em função de índices zootécnicos

de propriedade produtoras de leite da microrregião de Ouro Preto do Oeste, Rondônia, Brasil, 2008-2012.

Na Tabela 6, podem ser observados os componentes que assumem os maiores valores ou contribuição na análise dos Componentes Principais (ACP) e, que explicam 100% de toda a variância acumulada. O método consiste em selecionar aqueles componentes cujos valores próprios sejam superiores a um, ou que possuírem uma variância aproximadamente igual ou superior a 70%, conforme demonstrado a seguir. Embora existam diversos métodos para encontrar os autovalores, a ACP é a que melhor desempenha este papel, sem que o pesquisador possua um profundo conhecimento, pois dessa forma sempre se tem a garantia de se obter fatores únicos e não correlacionados (JOHNSON,1995 apud VICINI, 2005). No entanto, neste estudo utilizou-se apenas os componentes 1 e 2, que serão denominados CP1 e CP2, pois eles retêm o maior porcentual de variância na dimensão “biplot” (45,70% e 22,60% da variância, respectivamente). Além disso, são os dois maiores autovalores. De modo mais prático, pode-se dizer que para facilitar

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o entendimento da técnica estatística empregada, a argumentação ficou limitada nos componentes principais 1 e 2, com a variância acumulada de aproximadamente 70%, ou seja, as variáveis mais correlacionadas são aquelas que mais contribuem para a construção dos componentes da CP. Esse critério de seleção é sugerido por Kaiser (1960 apud VICINI, 2005).

Tabela 6: Contribuição dos componentes da análise de componentes principais aos autovalores e

percentual de variância explicada. Ouro Preto do Oeste, Rondônia, Brasil, 2008-2012.

Componentes Autovalores % da Variância Variância Acumulada %

1 3,199382 45,70546 45,7055

2 1,582188 22,60268 68,3081

3 1,290554 18,43649 86,7446

4 0,558746 7,98209 94,7267

5 0,369130 5,27328 100,0000

Na análise de Componentes Principais (CP), tem-se mais claramente o dimensionamento do espaço para agrupar os municípios, em função dos parâmetros (variáveis) gerando um gráfico “biplot” (Figura 9). Na projeção da distribuição dos municípios no gráfico observa-se que, nos extremos de cada quadrante, encontram-se componentes com propriedades específicas, ou encontram-seja, quanto mais a amostra estiver apresentada nas pontas, mais ela é discriminada e tem propriedades que outras não têm. Os que estiverem no centro do gráfico estão na média, ou seja, possuem características comuns e/ou similares.

Desta forma, utilizando-se a análise do gráfico “biplot” pode-se reconhecer qual ou quais são as variáveis que separam os municípios avaliados. No primeiro quadrante, os municípios de OP e VP foram discriminados pelos valores das variáveis PT e VL, formando um único grupo. No segundo quadrante, os municípios de Urupá e Teixeirópolis foram alocados em função das variáveis PM e TN. O município de NU foi discriminado pela variável AP, no terceiro quadrante. Ao analisar o quarto quadrante observa-se o município de Mirante da Serra, discriminado pelas variáveis TL e DL.

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Figura 9: Gráfico bidimensional dos índices zootécnicos das propriedades leiteiras da microrregião

de Ouro Presto do Oeste, Rondônia, Brasil, 2008-2012.

AP - Área de Pastagens/Leite; VL - Nº De Vacas em Lactação; PM - Produção Media/Vaca/Dia; PT - Produção Total Dia; TL - Taxa de Lotação UA/há; DLD - Duração da Lactação Dias; TN - Taxa De Natalidade %.

Por meio dos resultados apresentados pela análise de agrupamento, utilizando-se o método de Cluster, na Figura 7 e 8, será discutido a formação de quatro grupos, que apresentaram as características homogêneas dentro de cada um, no entanto, heterogêneas entre eles, coincidentemente, isso também pode ser observado na Figura 9.

Área de pastagens/leite Nº de vacas em lactação

Produção média/vaca/dia Produção total dia

Taxa de lotação U.A./ha Duração da lactação dias Taxa de natalidade %

Mirante da Serra Nova União

Ouro Preto do Oeste

Teixeiropolis Urupa Vale do Paraiso -2,0 -1,5 -1,0 -0,5 0,0 0,5 1,0 1,5 2,0 Fator 1=45,71% -2,0 -1,5 -1,0 -0,5 0,0 0,5 1,0 1,5 2,0 Área de pastagens/leite Nº de vacas em lactação Produção média/vaca/dia Produção total dia

Taxa de lotação U.A./ha Duração da lactação dias Taxa de natalidade %

Mirante da Serra Nova União

Ouro Preto do Oeste

Teixeiropolis Urupa Vale do Paraiso

I

II

III

IV

Fator 2=22,60%

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5. DISCUSSÃO

O setor leiteiro de Rondônia é caracterizado como de concorrência pura, ou seja, além de produzir um produto homogêneo, nenhum produtor, agindo isoladamente, apresenta poder para influenciar o preço do leite (BRITO et al., 2011). Assim, o preço do leite, que, na microrregião estudada, apresentou aumento gradativo no período de 2008 a 2012, pode ser explicado pela queda das importações de lácteos no mundo e ao patamar elevado dos preços dos derivados, que amplia a rentabilidade dos laticínios e, consequentemente, do pecuarista da microrregião de Ouro Preto d’Oeste; e pela demanda por produtos lácteos, especialmente a China, norte da África, Oriente Médio e Rússia FAO (2014).

Apesar de ter ocorrido uma crescente valorização do preço do litro de leite no período de 2008 a 2012, ainda está abaixo da média nacional. Tal constatação vem do fato que, em dezembro de 2012, os valores pagos aos produtores da microrregião do levantamento, eram em média de R$0,81/litro e o preço líquido médio Brasil, sem frete e impostos, foi de R$ 0,9602/litro, segundo CEPEA (2013). A diversificação de produtos lácteos e trabalho em parcerias (por meio de associações e/ou cooperativas) pode-se tornar a atividade mais rentável (SOUZA et al., 2009).

Em termos de média dos indicadores VL e DL, apresentados na Tabela 5, a microrregião demonstrou superioridade aos resultados encontrados no Estado de Rondônia por Brito et al. (2011), sendo, respectivamente, uma média de 13,4 vacas em lactação e período de lactação de 240 dias, o que tornam os resultados desta pesquisa superiores aos da literatura. A Duração da Lactação em dias foi crescente na maioria dos municípios, com exceção dos municípios de Nova União e Teixeirópolis, com oscilações entre anos de levantamento (Tabela 4), atingindo o que se espera para esta característica zootécnica de acordo com Ferreira (1991).

O município de Urupá foi o que apresentou superioridade em produtividade de leite/vaca/dia, em relação aos valores encontrados por Brito et al. (2011), 5,6 litros de leite/vaca/dia. A taxa de mortalidade se mostrou inferior ao encontrado por estes autores.

Em relatório apresentado pelo SEBRAE (2002), a média encontrada em área de pastagens, em Rondônia, para a bovinocultura de leite, é de 48,45 hectares, valor próximo ao município de VP. A capacidade de suporte e produção média de leite por dia, encontrados por Souza et al. (2009), é de 1,26 UA/ha, 77 litros/dia,

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respectivamente, são valores inferiores aos encontrados nas Tabelas 4 e 5, indicando melhor uso do solo e maior produção de leite. A diminuição na área de pastagens, o aumento de número de vacas lactantes, produção média/vaca/dia e produção total por dia, na maioria dos municípios, sugerem o aumento da taxa de lotação, consecutivamente o aumento da produtividade/ha/dia (OHI et al., 2010).

O trabalho encontrado para comparações dos demais índices zootécnicos, em Rondônia, é de Mendonça e Magalhães (1990), os quais encontraram valores superiores para TN (81,5%), DLD (304 dias), IEP (14,5 meses), IPC (32 meses) e inferiores para TM (6,8%), quando comparados aos resultados nas tabelas 4 e 5. Apenas o município de VP encontrou IEP menor que os valores encontrados por estes autores. O IEP é dito, por autores como Mion et al. (2012) e Wolff et al. (2004), como o indicador mais importante num rebanho leiteiro, o qual, de acordo com os resultados encontrados, necessita de reparos, na microrregião de Ouro Preto do Oeste. Para Ribeiro et al. (2003) o ganho genético trazido pelo IEP curto é devido a redução no intervalo de gerações e pela rápida reposição de animais, porém a produção de leite poderá ser antagônica.

A TN não demonstrou grandes variações de crescimento nos municípios estudados (Tabelas 4 e 5), sendo esta uma característica importante para a evolução do rebanho, sendo considerado por alguns autores característica mais relevante para este critério (Lopes et al., 2009).

Os municípios de TP e UP apresentaram-se como os municípios mais produtivos proporcionalmente, pois apesar de terem os menores índices de AP e VL estão entre os que apresentaram os melhores patamares para PM, PT, TN, TL e DLD. A constatação disto, pode ser plenamente confirmada pelos resultados apresentados na Figura 9, montados a partir dos Componentes 1 e 2 (CP1 e CP2) que junto retiveram 68,30% das informações do levantamento, que assim, corrobora com os resultados da Tabela 6.

Podem-se caracterizar os agrupamentos na Figura 8, dispostos bidimensionalmente na Figura 9, os quais se assemelham nos grupamentos, onde: o grupo representado pelo município de MS tem o índice TL=2,85±1,04, que o discrimina para o quarto quadrante, e o distancia de produção média/vaca/dia, sendo este um indicador a ser melhorado; NU é discriminado pelas variáveis AP=30,39±5,70 hectares, e VL=29,11±11,47 vacas, e distante de PT (terceiro quadrante); já os municípios UP e TP, no segundo quadrante, formaram um único

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grupo, principalmente pelos índices PM, respectivamente de 5,78 e 5,49 L/vaca/dia, TN (66% e 68%) e DLD=272,08±6,87 dias (UP) e DLD=281,59±13,22 dias (TP), que apresentam melhores valores destes índices zootécnicos; o outro grupo, representado pelos municípios de OP e VP, discriminou-se pela variável PT, de aproximadamente 146 e 133 litros de leite por dia, respectivamente, que os classificam e os distanciam das variáveis AP e TL. Comparações deste âmbito jamais foram realizadas na microrregião, deste modo, não existe discussão dos valores aqui apresentados.

A determinação de variáveis explicativas por meio de uma técnica de estatística multivariada, vem se tornando mais comuns para entender a diversidade do sistema de produção na área de ciências agrárias (SMITH et al., 2002; BARROZO e ARTES, 2003; LOPES JUNIOR, 2010). Em trabalho similar, Lopes Junior (2010) encontrou quatro grupos característicos de produtores quanto à gestão zootécnica e estrutura de propriedade, oferecendo subsídios para estudos de tipologias mais detalhados, bem como futura intervenção técnica, aprimorando as condições reais encontradas a campo.

A avaliação da performance produtiva do rebanho, pelo uso de indicadores zootécnicos, tem sido uma tecnologia indicada por diversos autores (OHI, et al., 2010; CAMPOS e FERREIRA, 2006; LOPES, et al. 2009. MION, et al, 2012.), além de ser útil, barata e eficaz, permitindo a identificação de gargalos na propriedade, definição de metas e monitoramento para o gestor solucionar os fatores que estão comprometendo a eficiência reprodutiva e produtiva do rebanho.

Diante da unificação destas informações, pode-se inferir que a formação dos grupos homogêneos irá facilitar o trabalho de orientação aos proprietários de cada propriedade produtora de leite dos municípios avaliados. As ações cabíveis ao produtor rural e ao assessoramento técnico podem ser comprometidas pela insuficiência de informações ou banco de dados em Rondônia.

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