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Mariana Ferreira de Azevedo Silva Mestrado em Reabilitação Psicomotora 2016

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Academic year: 2019

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Reabilitação Psic

Relatório de Estágio elabo

Psicomotora – Ram

Orientador

Júri:

Presidente:

Professora D

Vogais:

Professora D

Professor Do

sicomotora, Saúde Mental e Envel

Casa de Saúde da Idanha

borado com vista à obtenção do Grau de Mestre

amo de Aprofundamento de Competências Pro

dor: Professor Doutor Marco Paulo Maia Ferreir

Doutora Maria Margarida Marques Rebelo Esp

Doutora Ana Sofia Pedrosa Gomes dos Santos

Doutor Marco Paulo Maia Ferreira

Mariana Ferreira de Azevedo Silva

2016

velhecimento

stre em Reabilitação

rofissionais

reira

Espanha

(2)

Ramo de Aprofundamento de Competências Profissionais – Casa de Saúde da Idanha

"Aqueles que passam por nós, não vão sós, não nos deixam sós. Deixam um pouco de si, levam um pouco de nós."

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AGRADECIMENTOS

Ciente que só com o apoio e contributo de várias pessoas foi possível atravessar esta etapa, ultrapassando todos os desafios e barreiras, agradeço...

Em primeiro lugar à orientadora local, Dr.ª Ana Antunes, pela transmissão de conhecimentos teóricos, sempre relacionados com a prática e intervenção psicomotora. Por toda a disponibilidade, companheirismo e por ter sempre acreditado nas minhas capacidades e competências enquanto profissional. Quero ainda agradecer, por todas as palavras ditas, por todas as sugestões e correções feitas para o melhoramento das minhas intervenções.

Ao orientador da faculdade, o Professor Doutor Marco Ferreira, por todo o apoio e estímulo ao longo de todo o ano, como pelas sugestões, críticas e dedicação na orientação deste trabalho.

A todos os colaboradores da Casa de Saúde da Idanha, terapeutas, enfermeiros, e auxiliares, que de forma direta e indireta, apoiaram esta etapa, recebendo-me de braços abertos, e em especial às equipas do Serviço de Gerontopsiquiatria e Reabilitação Cognitiva e do Serviço de Lesão Cerebral, que acompanharam o meu crescimento de perto.

A todos os utentes, participantes e não participantes nas sessões que planeie, pela recetividade demostrada de maneira própria e individual, que sem dúvida se revelaram como um incentivo extra.

A todas as minhas colegas de estágio, que passaram pela Casa de Saúde da Idanha, em estágio de outras áreas, mas essencialmente à Mariana Freitas e Marta Tavares, alunas de Licenciatura de Reabilitação Psicomotora, pelo companheirismo genuíno, pela partilha de dúvidas e receios, mostrando-se sempre interessadas em novos conhecimentos e práticas psicomotoras.

À minha família, em especial aos meus pais, que de perto me deram alento nas alturas de desânimo, apoiando-me neste ano especial, nunca deixando de acreditar em mim e no meu futuro.

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Ramo de Aprofundamento de Competências Profissionais – Casa de Saúde da Idanha

RESUMO

O presente relatório descreve as atividades no âmbito do Ramo de Aprofundamento de Competências Profissionais, do Mestrado em Reabilitação Psicomotora, na Faculdade de Motricidade Humana. Desta forma, tem como objetivo primordial apresentar o desempenho prático no âmbito do estágio decorrido na Casa de Saúde da Idanha, na área da Lesão Cerebral e Gerontopsiquiatria e Reabilitação Cognitiva. Este documento é constituído pelo enquadramento institucional, seguido do enquadramento teórico, focado na Saúde Mental, Envelhecimento normal e patológico e na Intervenção psicomotora nestas áreas. Como parte integrante do relatório, estão presentes dois Estudos de Caso, individual e de grupo, com as avaliações iniciais, planos e processos de intervenção psicomotora, assim como as avaliações e reflexões críticas finais. O objetivo destas intervenções focou-se na promoção da autonomia e funcionalidade psicomotora de cada um dos utentes, tendo-se revelado resultados positivos na avaliação final, validando-se o papel fundamental que a Psicomotricidade tem no envelhecimento patológico, permitindo suavizar a detiorizaçao cognitiva, sensorial, psicomotora e social inerente ao envelhecimento. É ainda apresentado o Projeto Jardim Terapêutico para Pessoas com Demências. Por fim, é possível afirmar que os objetivos iniciais do estágio foram cumpridos, tendo sido uma experiência enriquecedora, onde houve espaço para ter autonomia de intervenção e aprofundar e adquirir novos conhecimentos na área da Psicomotricidade da saúde mental e envelhecimento.

Palavras-chave: Casa de Saúde da Idanha; Saúde Mental; Saúde mental de adultos; Intervenção psicomotora; Terapia Psicomotora; Psicomotricidade; Envelhecimento; Envelhecimento Patológico; Perturbações Neurocognitivas; Estudos de Caso; Projeto.

ABSTRACT

This report describes the internship activities carried out under the branch of deepening professional skills of the master degree in Psychomotor Rehabilitation, in the Faculty of Human Kinetics. Thus primarily aims to present the activities carried out in the stage of the scope passed in Casa de Saúde da Idanha, in the area of brain lesion and gerontopsychiatry and cognitive rehabilitation. This document is constituted by the institutional framework, followed by the theoretical framework focused on mental health, normal and pathological aging and psychomotor intervention in these areas. As part of the report, are present two case studies, individual and group with the evaluations and final critical reflections. The purpose of these interventions focused on the promotion of autonomy and psychomotor functionality of each of the users, with proven positive results in the final evaluation, validating the key role that the psychomotor therapy has on pathological aging, allowing smooth cognitive deterioration, sensory, psychomotor and social inherent to aging. It is also presented the Therapeutic Garden Project for people with dementia. Finally, it is possible to assert that the initial objectives of the stage have been accomplished, being an enriching experience where there was space to have autonomy of intervention as the possibility of acquiring and deepening new knowledge in the area of psychomotor mental health and aging.

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LISTA DE ABREVIATURAS, ACRÓNIMOS E SIGLAS

ABVD - Atividades básicas de vida diária

AIVD - Atividades instrumentais de vida diária

AVC – Acidente vascular cerebral

AVD’s – Atividades de vida diária

CR – Cadeira de rodas

CSI - Casa de Saúde da Idanha

DGS – Direção geral de saúde

DID - Dificuldade Intelectual e Desenvolvimental

EGP – Exame geronto psicomotor

EGP - Examen Géronto Psychomoteur

IHSCJ - Congregação de Irmãs Hospitaleiras do Sagrado Coração de Jesus

MI’s – Membros inferiores

MID – Membro inferior direito

MIE – Membro inferior esquerdo

MS’s – Membros superiores

MSD – Membro superior direito

MSE – Membro superior esquerdo

PC - Paralisia Cerebral

RACP - Ramo de Aprofundamento de Competências Profissionais

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Ramo de Aprofundamento de Competências Profissionais – Casa de Saúde da Idanha

ÍNDICE

INTRODUÇÃO ... 1

ENQUADRAMENTO DA PRÁTICA PROFISSIONAL ... 2

ENQUADRAMENTO INSTITUCIONAL ... 2

Congregação das Imãs Hospitaleiras do Sagrado Coração de Jesus ... 2

Casa de Saúde de Idanha – Apresentação Geral ... 2

Missão, Visão e Valores ... 2

Organização Geral – Organograma ... 3

Serviços e Projetos de Intervenção... 4

Unidades e Residências ... 5

População-Alvo... 6

Equipa Técnica ... 7

Horário e Funcionamento ... 7

Acessibilidade e Infraestruturas ... 7

Acessibilidade ... 8

Infraestruturas ... 8

ENQUADRAMENTO TEÓRICO ... 9

Psicomotricidade: a teoria que fundamenta a prática ... 9

Avanços e Progressos em Psicomotricidade ... 9

Práticas e Metodologias em Psicomotricidade ...10

Saúde Mental e Envelhecimento ...12

Saúde Mental: a perspetiva atual ...12

O Processo de Envelhecimento ...13

O Envelhecimento Patológico ...18

Práticas de Psicomotricidade na Saúde Mental / População Idosa ...22

ENQUADRAMENTO DO ESTÁGIO NA CASA DE SAÚDE DA IDANHA ...27

ENQUADRAMENTO DA PRÁTICA DA REABILITAÇÃO PSICOMOTORA NA CASA DE SAÚDE DE IDANHA ...27

Serviço de Psicomotricidade ...27

Organização e Horário de Estágio ...28

Espaços de Intervenção Psicomotora ...29

Instrumentos de Observação e Avaliação ...31

Índice de Barthel ...31

Índice de Lawton ...31

Examen Géronto Psychomoteur...32

ESTUDO DE CASO INDIVIDUAL ...34

História de Vida ...34

Historia Clínica...34

Enquadramento das Patologias ...35

Rotina Diária ...36

Avaliação Inicial ...36

Perfil Psicomotor ...38

Plano de Intervenção Psicomotora ...39

Processo de Intervenção ...42

Avaliação Final ...43

Discussão de Resultados ...45

Reflexão Critica sobre o Estudo de Caso Individual ...49

ESTUDO DE CASO DE GRUPO ...52

Instrumento de Avaliação ...52

Intervenção em grupo: Relevância em Psicomotricidade ...54

Plano de Intervenção psicomotora ...55

(7)

Processo de Intervenção ...57

Exemplo de Plano de Sessão ...58

Dados da Observação e da Intervenção Psicomotora: Percurso Individual ...59

Utente 1 – IL ...59

Utente 2 – JC ...59

Utente 3 – IB ...60

Utente 4 – AA ...61

Utente 5 – YB ...62

Utente 6 – BC...63

Utente 7 – EF ...64

Utente 8 – TS ...64

Utente 9 – MC ...65

Utente 10 – BV ...66

Apreciação Global do Processo de Intervenção...67

Reflexão Crítica sobre o Estudo de Caso de Grupo ...68

PRÁTICAS DE REABILITAÇÃO PSICOMOTORA EM DIFERENTES CONTEXTOS DE INTERVENÇÃO: CASOS ACOMPANHADOS ...70

Snoezelen ...70

Unidade 14 ...70

Co-terapia ...71

Unidade 7 ...72

Piscina Mira-Sintra ...74

Tanque Terapêutico ...74

ATIVIDADES COMPLEMENTARES DE FORMAÇÃO ...75

Reuniões de Equipa ...75

Pensar Consentido Hospitaleiro – Sessões Mensais ...75

Semana da Maria José Récio (Unidade 14) ...76

Jogos Tradicionais ...76

Seminário de Ética: Segurança e Autodeterminação ...77

Reflexão de Natal ...77

Reflexão da Páscoa ...77

Festa do fecho do centenário da morte de S. Bento Menni ...77

Sessão Cientifica: Critérios Fundacionais em S. Bento Menni ...77

Apresentação do estudo de caso – Equipa U14 ...77

PROJETO: JARDIM TERAPÊUTICO PARA PESSOAS COM DEMÊNCIA ...79

ASPETOS MOTIVACIONAIS ...79

PERTINÊNCIA DO PROJETO ...79

OBJETIVO DO PROJETO ...80

PROJEÇÃO DO JARDIM ...81

Organização do Jardim Terapêutico ...81

REFLEXÃO CRÍTICA ...84

(IN) CONCLUSÃO ...85

BIBLIOGRAFIA ...87

ANEXOS ...95

ANEXO 1–INFRAESTRUTURAS DA CSI ...96

ANEXO 2–ÍNDICE DE BARTHEL ...97

ANEXO 3–ÍNDICE DE LAWTON ...98

ANEXO 4–EXAMEN GERONTO PSYCHOMOTEUR ...99

ANEXO 5–AVALIAÇÃO AM-ÍNDICE DE BARTHEL ... 103

ANEXO 6–AVALIAÇÃO AM–ÍNDICE DE LAWTON ... 104

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Ramo de Aprofundamento de Competências Profissionais – Casa de Saúde da Idanha

ANEXO 10–INSTRUMENTO DE AVALIAÇÃO DO ESTUDO CASO DE GRUPO ... 127

ANEXO 11–DESCRIÇÃO DOS UTENTES DO ESTUDO CASO DE GRUPO ... 129

ANEXO 12–AVALIAÇÃO INICIAL E FINAL DO ESTUDO CASO DE GRUPO ... 132

ANEXO 13–PLANO DE SESSÃO EM SNOEZELEN ... 133

ANEXO 14–PLANO DE SESSÃO GRUPO MAIS DEPENDENTE ... 134

ANEXO 15-PLANO DE INTERVENÇÃO DE CO-TERAPIA ... 135

ANEXO 16–PLANO DE SESSÃO TANQUE TERAPÊUTICO ... 136

ANEXO 17–ATIVIDADES SEMANA DA MARIA JOSÉ RÉCIO ... 137

ANEXO 18–JOGOS TRADICIONAIS NA CLÍNICA PSIQUIÁTRICA DE SÃO JOSÉ ... 138

ANEXO 19–PROGRAMA SEMINÁRIO DE ÉTICA ... 139

ANEXO 20–SLIDES DA APRESENTAÇÃO DO ESTUDO DE CASO SNOEZELEN ... 140

ÍNDICE DE FIGURAS

FIGURA 1-ORGANOGRAMA DA CSI ... 3

FIGURA 2-VISTA AÉREA DA CSI ... 7

FIGURA 3-MAPA CSI ... 8

FIGURA 4–SALA TERAPÊUTICA (U7) ...29

FIGURA 5–SALA TERAPÊUTICA (U14) ...29

FIGURA 6–SALA DE SNOEZELEN E DE ARRUMAÇÃO ...30

FIGURA 7–TANQUE TERAPÊUTICO...30

FIGURA 8-COMPARAÇÃO ENTRE A AVALIAÇÃO INICIAL E FINAL DA RA ...45

FIGURA 9-COMPARAÇÃO GERAL ENTRE A AVALIAÇÃO INICIAL E FINAL ...67

FIGURA 11-PROTÓTIPO FINAL DO JARDIM TERAPÊUTICO ...83

FIGURA 10-JARDIM DA CSI ...83

ÍNDICE DE TABELAS

TABELA 1–HORÁRIO DE ESTÁGIO ...28

TABELA 2–COTAÇÃO TOTAL DO ÍNDICE DE BARTHEL (SEQUEIRA,2010) ...31

TABELA 3–COTAÇÃO TOTAL DO ÍNDICE DE LAWTON (SEQUEIRA,2010) ...31

TABELA 4–SEMANA-TIPO DA RA ...36

TABELA 5-PERFIL PSICOMOTOR DA RA ...39

TABELA 6-PLANO DE INTERVENÇÃO DA RA ...40

TABELA 7-TOTALIDADE DE UTENTES NO GRUPO ...52

TABELA 8–PLANO DE INTERVENÇÃO DO ESTUDO DE CASO GRUPO ...55

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INTRODUÇÃO

O presente relatório surge no âmbito do Mestrado em Reabilitação Psicomotora, da Faculdade de Motricidade Humana, resultante da escolha do Ramo de Aprofundamento de Competências Profissionais (RACP) no 2º ano.

Importa referir que o RACP apresenta alguns objetivos gerais, que serviram de base para toda a prática e elaboração do presente relatório, tais como, estimular o domínio do conhecimento aprofundado no âmbito da Reabilitação Psicomotora dirigida às pessoas com situações de deficiência, perturbações e desordens/distúrbios, nas suas vertentes científica e metodológica, promovendo uma competência reflexiva multidisciplinar; desenvolver a capacidade de planeamento, gestão e coordenação de serviços e/ou programas de Reabilitação Psicomotora e desenvolver a capacidade para prestar um contributo inovador na conceção e implementação de novos conhecimentos e novas práticas, bem como desenvolver novas perspetivas profissionais e políticas, visando o desenvolvimento do enquadramento profissional e científico da área. Acrescenta-se ainda que tem como objetivo específico, proporcionar aprendizagem e treino direcionados para o exercício da atividade profissional e facilitar a inserção do mestrando no mercado de trabalho, através do ganho de competências no domínio da intervenção pedagógico-terapêutica, na relação com outros profissionais e com a comunidade (Martins, Simões e Brandão, 2014-15).

O presente estágio decorreu na Casa de Saúde da Idanha (CSI), instituição de solidariedade social, pertencente às Irmãs Hospitaleiras do Sagrado Coração de Jesus, sendo os seus principais objetivos prevenir, tratar e reabilitar adultos, na área da saúde mental, psiquiatria e dificuldades intelectuais, bem como prestar cuidados a famílias, colaboradores e sociedade em geral.

Desta forma, o presente relatório irá retratar de forma sucinta o trabalho desenvolvido ao longo do período de estágio, apresentando uma estrutura definida e lógica, constituída por três grandes partes. A primeira é relativa ao enquadramento da prática profissional, onde surge o enquadramento institucional, com a caracterização da instituição e da população atendida, e posteriormente o enquadramento teórico com temas associados à saúde mental, envelhecimento normal e patológico e o papel preponderante que a Psicomotricidade apresenta nestas áreas. Na segunda parte surge o enquadramento do estágio na CSI, com apresentação do serviço de Psicomotricidade da instituição, assim como da organização do respetivo estágio e descrição dos espaços utilizados. Para além disso, é nesta fase que surgem os dois estudos de caso analisados, um individual e um de grupo, assim como todos os outros restantes casos acompanhados e respetivas atividades complementares de formação que enriqueceram de forma positiva este período de formação. No último grande capítulo, é apresentado um projeto hipotético desenvolvido durante o presente estágio, apoiado na elaboração de um jardim terapêutico para pessoas com demência.

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Ramo de Aprofundamento de Competências Profissionais – Casa de Saúde da Idanha

ENQUADRAMENTO DA PRÁTICA PROFISSIONAL

Enquadramento Institucional

A intervenção de um profissional da área da Reabilitação Psicomotora é sempre realizada num determinado local, cujos objetivos, formas de atuar perante a população com deficiência e a comunidade em geral, os recursos materiais e humanos, irão determinar, em parte, o trabalho efetuado por esses mesmos profissionais. Assim, torna-se pertinente estudar e analisar todas estas características da instituição onde o pretorna-sente estágio decorreu, ou seja na Casa de Saúde de Idanha (CSI).

Congregação das Imãs Hospitaleiras do Sagrado Coração de Jesus

Importa inicialmente compreender e conhecer que a Congregação das Irmãs Hospitaleiras do Sagrado Coração de Jesus (IHSCJ) foi fundada em 31 de maio de 1881, em Ciempozuelos – Espanha, por Bento Menni (1841-1914) juntamente com Maria Josefa Récio (1846-1883) e Maria Angustias Giménez (1849-1897 - IHSCJ, 2014a).

As Irmãs Hospitaleiras do Sagrado Coração de Jesus surgiram nos finais do século XIX com o objetivo apostólico de continuar na Igreja e para o mundo a missão sanadora e salvífica de Jesus, preferencialmente a favor das pessoas com dificuldade intelectual e desenvolvimental (DID) e com deficiências físicas e psíquicas, com uma atenção especial aos mais pobres (IHSCJ, 2014b).

As Irmãs vivem da caridade hospitaleira em estado de Congregação religiosa e numa perspetiva especificamente cristã, desenvolvendo a missão através de várias estruturas assistenciais e de acompanhamento, especialmente no âmbito da saúde mental. Pretendem cuidar e sanar as pessoas que sofrem, com uma atenção integral e personalizada, que articula técnica e humanidade, ciência e caridade (IHSCJ, 2014b).

Casa de Saúde de Idanha – Apresentação Geral

A CSI foi o primeiro Centro de Assistência da Congregação das IHSCJ, tendo sido fundada por S. Bento Menni em 1894 (Irmãs Hospitaleiras, 2014a). Em finais de 2009 edificou-se uma nova infraestrutura na CSI, sendo esta a atual. Um novo edifício que permitiu reorganizar, qualificar e especializar os serviços de saúde prestados. Esta nova estrutura permitiu uma diferenciação de serviços e de projetos, com maior especialização de respostas quer no âmbito da Saúde Mental, quer no âmbito da Rede Nacional de Cuidados Continuados Integrados (RNCCI - CSI, 2013b).

A CSI expande os seus objetivos na prestação de cuidados de saúde com base num modelo assistencial hospitaleiro que abarca várias vertentes: preventiva, terapêutica e reabilitadora centrada no utente. Assim, este modelo baseia-se numa metodologia de intervenção que inclui diagnóstico, planeamento, implementação e avaliação do processo individualizado de cuidados, liderado por equipas interdisciplinares (CSI, 2014a).

Missão, Visão e Valores

Após a compreensão da evolução histórica da Congregação e da CSI, parece relevante, para uma melhor compreensão do funcionamento da própria, apresentar os objetivos e os princípios fundamentais pela qual se rege.

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psiquiatria, tendo em con eficácia, nunca esquecend integral (CSI, 2014a).

Quanto à visão, intervenção especializada, evolução, para que haja necessidade inerente da po nos aspetos médicos e so espiritual de cada utente (C A CSI define-se c Sensibilidade perante pe Acolhimento libertador; Saú Ética em toda a atuação; C

Por fim, é important qualidade é um objetivo da compromisso dos Centros Assim, este compromisso e dinâmica de melhoria cont adequadamente às expe profissionais, voluntários, e

Organização Geral –

Antes de iniciar compreender o funcionam sucinta, a CSI é representa uma Diretora de Enfermage figura 1, através do cronogr

onta práticas clínicas de referência, com to ndo a individualidade e afetividade do utente

, a CSI, procura ser uma instituição de a, inserida na comunidade, que busca es aja uma contínua adequação sistemática

população. Assim, procura a evolução na ass sociais que englobam a componente física, (CSI, 2014a).

com base em alguns valores institucio

pessoas excluídas; Serviço aos doentes aúde integral; Qualidade profissional; Human ; Consciência histórica (CSI, 2014a).

ante também mencionar a política de qualidad da CSI, interligado à missão das IHSCJ, que s os Assistências, dos profissionais e das equi o exprime-se na prestação de cuidados de sa ntínua, nos vários níveis de intervenção de f petativas de todos os envolvidos, como , entidades parceiras e financiadoras (CSI, 201

– Organograma

r a descrição pormenorizada dos serviç mento geral da CSI, enquanto instituição. P ntada por uma Superiora, um Diretor Gerente,

gem e por uma Diretora Administrativa, tal com ograma da instituição.

toda a qualidade e te como ser humano

e saúde com uma estar em constante a e progressiva à assistência prestada, a, social, psíquica e

cionais, tais como: es e necessitados; anidade na atenção;

ade, uma vez que a só é atingido com o quipas (CSI, 2014a). saúde globais, numa e forma a responder o utentes, famílias,

014a).

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Ramo de Aprofundamento de Competências Profissionais – Casa de Saúde da Idanha

Serviços e Projetos de Intervenção

A CSI, tal como já se evidenciou, é um estabelecimento de saúde que tem como principais áreas de intervenção a saúde mental e psiquiatria, e abrange sete valências, designadamente Psiquiatria (unidades de internamento e unidades residenciais – curto, médio e longo internamento), Psicogeriatria/Gerontopsiquiatria (unidades de médio e longo internamento), Deficiência Mental (Irá utilizar-se a denominação DID para substituir Deficiência Mental daqui em diante - unidades de internamento prolongado e unidades residenciais), Cuidados Continuados Integrados (unidade de cuidados paliativos e unidade de média duração e reabilitação), Ambulatório (consultas de diversas especialidades médicas e terapêuticas, tais como Psiquiatria, Psicologia no Adulto e Adolescente, Gerontopsiquiatria, Consulta do Sono, Terapia da Fala, Psicomotricidade, Nutrição, Fisiatria, Apoio no Luto, Cuidados Paliativos/Dor e Hiperatividade de Défice de Atenção no Adulto, tendo ainda apoio domiciliário em cuidados paliativos), Área de Dia (o utente passa o dia numa unidade e regressa ao domicílio no final do dia)e Reabilitação Profissional (POLISERCOOP - Cooperativa de Solidariedade Social na área de lavandaria e apoio domiciliário) (CSI, 2014c).

Estas diferentes áreas estão organizadas pelos diversos edifícios da CSI, tendo uma cor associada. Assim, nas instalações antigas existem todas as residências internas, os cuidados paliativos e unidades de DID. O edifício amarelo, destina-se a unidades de DID e Psiquiatria de longo internamento, enquanto o edifício verde inclui unidades de Psicogeriatria, Gerontopsiquiatria e Reabilitação. Por fim, no edifício laranja, existe unidade Psiquiatria de agudos e o Ambulatório.

Atualmente existem diversos projetos de intervenção na CSI, que foram descritos com auxílio da Dr.ª Ana Antunes e com recurso às informações fornecidas pelo site da CSI (2014b).

O Programa de Atividades Produtivas e Criativas tem como principal objetivo proporcionar aos utentes a participação em atividades ocupacionais que sejam significativas, segundo o ponto de vista individual, promovendo a independência através do exercício das mesmas em ateliês. Os utentes são colocados nos ateliês após avaliação da Terapia Ocupacional que estabelece um horário semanal com o utente, segundo a sua área de interesse. Os nomes destes ateliês denunciam o trabalho desenvolvido em cada um deles (CSI, 2014b): Encontro com as palavras (escrita e leitura, bem como o uso de computador); Giroflé das cores (trabalhos manuais desenvolvidos essencialmente com feltro); Artes e utilidades (produção de artigos de decoração com aproveitação de material reciclado); Expressão plástica (pinturas em papel de cenário, em telas, entre outros; Palhacinhos (produção de bonecos em tecido); Bijutaria (acessórios, como malas, cachecóis, porta-moedas, brincos, colares, entre outros); Animação de sombras e marionetas (são feitas sombras chinesas e fantoches/marionetas); Música e expressão (utilização de diversos instrumentos musicais e canções); Docinhos (são feitos diversos tipos de doces); Trabalhos manuais: (produzem artigos como marcadores, fios de massas, etc.); Louvores 1 e 2 (louvores, almofadas de cheiro e artigos croché); Tapeçaria (criação de tapetes de arraiolos); Cantinho dos avós (frequentado por utentes de psicogeriatria, que participam em atividades de contos de histórias e pintura).

Existe um Programa de Alivio à Família/Cuidador da pessoa com demência, que tem lugar na Unidade Maria Josefa (unidade 14) e na Unidade de Lesão Cerebral (unidade 10) tendo como objetivo um internamento máximo de três meses do utente, para que a família possa descansar e aliviar a sobrecarga implícita no processo de cuidar dos seus familiares com quadro demencial (CSI, 2014b).

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quando é necessário tendo em conta as necessidades das famílias, sendo a Enfermeira Chefe da unidade, a responsável pela implementação do programa.

O Programa de Estimulação Sensorial – Snoezelen tem como principal objetivo a estimulação sensorial dos utentes com base no fornecimento de diversos estímulos, que podem ser visuais, auditivos, olfativos ou táteis, de forma a proporcionar um momento de relaxação e simultaneamente despertar os sentidos (CSI, 2014b).

Quanto ao Programa de Reabilitação Cognitiva – Rehacom, este tem como principal objetivo a reabilitação cognitiva através de um software que engloba uma enorme diversidade de jogos, que proporcionam uma adaptação individual ao utente, através do estabelecimento do nível de dificuldade. Este programa é aplicado pelo serviço de psicologia ou por profissionais devidamente qualificados para tal (CSI, 2014b).

O Programa de Hidroterapia e Educação Física Adaptada tem lugar em três espaços distintos, nomeadamente no tanque terapêutico da CSI, no ginásio da CSI e na piscina municipal de Mira Sintra. O programa de hidroterapia engloba duas vertentes, sendo elas a adaptação e terapia no meio aquático no tanque terapêutico e a natação adaptada em Mira Sintra (CSI, 2014b).

Ainda existem os Programas lúdico-recreativos e os Programas de animação cultural, que consistem em atividades programadas para os utentes, saídas ao exterior para atividades desportivas ou simplesmente lúdicas. Estas atividades podem ocorrer dentro ou fora da CSI.

Para além destas valências e programas, a CSI proporciona também diversas atividades a realizar no exterior da instituição, tais como os jogos tradicionais (um dia/ano), campos de férias (10 dias/ano), fim-de-semana hospitaleiro (3 dias/ano), experiência de missão hospitaleira (entre 10 a 15 dias/ano), retiro hospitaleiro (3 dias/ano) e acompanhamento pessoal (CSI, 2014b).

Unidades e Residências

A CSI tem atualmente uma capacidade para 525 utentes, com camas divididas em 17 unidades de internamento (curto, médio e longo internamento), 4 residências internas e 4 residências comunitárias de apoio ligeiro (CSI, 2014a). Todas as residências e unidades estão distribuídas pelas diversas valências já mencionadas: Psiquiatria (174 camas), DID (132 camas), Psicogeriatria e Gerontopsiquiatria (164 camas) Cuidados Integrados (31 camas) e Lesão Cerebral e Reabilitação (24 camas).

Tendo em conta a informação disponibilizada pela Dr.ª Ana Antunes numa visita realizada à CSI e também pelos planos de gestão da instituição (CSI, 2013b), pode descrever-se as diferentes unidades e residências da seguinte forma:

Unidade 1 e 2: Unidades de curto internamento, mistas, localizadas na ala da psiquiatria. Têm lotação de 30 e 12 utentes, respetivamente, onde os utentes são internados para controlo de sintomas;

Unidade 3,4 e 5: Unidades de longo internamento, na ala da psiquiatria, com capacidade máxima de 29, 29 e 30, respetivamente, com utentes com diagnóstico de esquizofrenia e depressões profundas;

Unidade 6: Situada na ala da DID, com capacidade para 29 utentes, de ambos os géneros, com necessidade de apoio pervasivos, i.e. precisam de supervisão constante nas atividades de vida diária (AVD’s);

Unidade 8, 9, 10, 11 e 12: São unidades de psicogeriatria, no entanto apenas a 8 e a 10 são mistas, sendo as restantes exclusivamente femininas, com uma lotação máxima que varia entre os 24 e os 30 utentes;

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Ramo de Aprofundamento de Competências Profissionais – Casa de Saúde da Idanha

Unidade 13: Unidade que pertence à RNCCI e é de média duração com lotação de 21 utentes;

Unidade 14: Unidade de gerontopsiquiatria e reabilitação cognitiva, com utentes de ambos os géneros, com lotação de 26 utentes, que permanecem cerca de 3 meses na unidade. Existem camas para alívio ao cuidador, como já foi demonstrado nos diversos projetos de intervenção;

Unidade 15 e 16: Situada na ala da DID, longo internamento, com lotação para 40 e 22 utentes do género feminino, respetivamente, que necessitam de apoio pervasivos;

Unidade 17: Unidade de cuidados paliativos, atualmente com 10 camas, para utentes com doenças terminais, desde os 18 anos de idade;

Residência do Sol: Residência na área da DID, de longo internamento, com capacidade para 20 utentes do género feminino, que não necessitam de supervisão constante nas AVD’s, sendo autónomas em muitas tarefas diárias, i.e., necessitam apenas de apoio moderado/intermitente;

Residência das Flores: Residência para utentes do género feminino com DID, com a lotação de 12 pessoas, tendo necessidade de apoio extensivo, i.e., acompanhamento regular em contextos específicos;

Residência Girassol: Funcionamento e características similares que a Residência das Flores, com a diferença de ser para 10 utentes do género feminino com DID, com necessidade de apoios limitados, tendo assim uma auxiliar apenas em horas específicas (07h30 – 15h30). As utentes cozinham todas as refeições e são autónomas nas lidas domésticas, sendo que algumas trabalham na Polisercoop, enquanto outras frequentam os ateliês, sendo os quartos de duas, três e cinco pessoas;

Residência das Estrelas: Residências com capacidade de 20 utentes do género feminino, com perturbações psiquiátricas, distribuídas por quartos de duas pessoas, sendo necessária a supervisão por parte de duas auxiliares, nas AVD’s; – Projeto Laço Verde: É constituído por quatro residências sociais em Belas, cada

uma com capacidade de seis utentes. Estas habitações são ocupadas por utentes do género feminino, com competências suficientes para se enquadrarem na sociedade e nas AVD’s de uma forma autónoma e adequada, tendo apenas necessidade de uma supervisão casual de uma equipa multidisciplinar.

População-Alvo

Após a abordagem dos diversos serviços que a instituição presta, é importante referir qual a população a que se dirigem, quais as condições de ingresso, bem como é feita a seleção e o encaminhamento para as diversas áreas disponíveis na CSI.

Como já foi visível através da descrição de serviços, a CSI tem utentes essencialmente com algum diagnóstico ao nível da saúde mental, DID, e/ou população idosa, recebendo, atualmente utentes desde os 18 anos de idade (CSI, 2014a).

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Equipa Técnica

Para salvaguardar o atingir dos objetivos propostos, o desenvolvimento dos projetos, bem como os valores estabelecidos, a CSI tem uma equipa multidisciplinar que reúne cerca de 380 colaboradores, como 20 Médicos, 95 Enfermeiros, quatro Psicólogos, quatro Assistentes Sociais, dois Psicomotricistas, quatro Terapeutas Ocupacionais, um Terapeuta da Fala, sete Fisioterapeutas e dois Auxiliares de Fisioterapia, duas Assistentes Sociais, um Higienista Oral, um Animador Social, 19 Monitores, 136 Ajudantes de Enfermaria e diversos auxiliares de apoio geral e pessoal administrativo (CSI, 2013b).

Esta equipa multidisciplinar é responsável pelos serviços terapêutico-assistenciais e pelos serviços sócio terapêuticos. Os serviços terapêutico-assistenciais englobam os serviços médicos, tais como Psiquiatria, Neurologia, Clínica geral, Ginecologia, Otorrinolaringologista, Estomatologia e Higiene Oral; Serviços de Enfermagem, de Psicologia, Serviço Social, de Nutrição, de Terapia Ocupacional, de Medicina Física e Reabilitação/ Terapia da Fala, Psicomotricidade e Atividade Física Adaptada. Por outro lado os serviços sócio terapêuticos dizem respeito ao serviço pastoral de saúde, voluntariado, receção e acolhimento, serviços de apoio geral, animação, ateliês de atividades produtivas e criativas, sala de estimulação sensorial snoezelen e tanque terapêutico (CSI, 2013b).

Importa referir que a CSI investe muito na formação dos seus colaboradores, através de formações, palestras, trocas de experiências, reflexões, entre outras ações que permitem aos colaboradores crescer do ponto de vista pessoal e profissional.

Horário e Funcionamento

Após a apresentação de toda a dinâmica da CSI e dos seus elementos constituintes, será apresentado o horário de funcionamento. As informações foram fornecidas pela orientadora de estágio, face à dificuldade em encontrar a respetiva informação no site da instituição, sendo por este motivo um tema pouco aprofundado.

A CSI é uma instituição que está sempre aberta, contudo a receção funciona entre as 08h00 e as 20h00. Deve ter-se em conta, que apesar deste horário de funcionamento, as visitas dispõem de uns horários específicos. Varia de unidade para unidade, tendo em conta a dinâmica de cada uma, sendo de forma geral entre as 12h00 e as 19h30. Por fim, importa referir que os ateliês, apenas funcionam de segunda a sexta-feira, entre as 9h00 - 12h30 e das 13h30 às 17h00.

Acessibilidade e Infraestruturas

De forma a contextualizar as infraestruturas e a acessibilidade da CSI, apresenta-se uma breve descrição relativa à forma de acesso à instituição, bem como a arquitetura dos espaços, edifícios e equipamentos. É importante realçar que estas informações foram obtidas por observação direta. Primeiramente é dado a conhecer o mapa geral da instituição (Figura 2 e 3) para, posteriormente, abordar a acessibilidade e os

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Ramo de Aprofun

Acessibilidade

Para quem não ten existência de transportes p paragem de Queluz ou Mo táxis mas também uma par parte dos autocarros para instituição, ficando a 100 mobilidade reduzida (e.g. c uma vez que os passeios s

Infraestruturas

A CSI é um espaço que permitem a sua utilizaç indivíduos, e.g.: rampas de andares superiores/inferior compridos e largos, existind para outras. Contudo não e pessoas com deficiência.

Para uma visão mai anexo 1 um conjunto de im acessibilidade. Salienta-se espaços utilizados no conte

undamento de Competências Profissionais – Casa

tenha transporte próprio, o acesso à CSI é s públicos: utilizando o comboio da linha de S

onte Abraão, onde estão disponíveis, não só aragem de autocarros da empresa Transporte ra a zona da CSI, permitem ir até à rua o 00 metros da sua entrada. Contudo, para . cadeira de rodas - CR), o percurso torna-s s são estreitos e irregulares, até à entrada na C

ço acessível a todos, apresentando determina ação, independentemente das capacidades e de acesso ao interior, elevadores que possib

iores dentro do edifício. Para além disso, o tindo ligações entre eles, facilitando a passage o existem lugares nos parques de estacionam

ais concreta do espaço anteriormente descrito imagens que ilustram as infraestruturas da CS

se que mais à frente serão apresentados ntexto da intervenção psicomotora no âmbito d

Figura 3 - Mapa CSI

sa de Saúde da Idanha

I é simplificado pela e Sintra e saindo na só, uma paragem de rtes de Lisboa. Maior onde se localiza a ara indivíduos com se mais demorado, a CSI.

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Enquadramento Teórico

Neste capítulo, será apresentado o enquadramento teórico, subdividido em três grandes áreas. Inicia-se com uma abordagem sobre os avanços em Psicomotricidade até à atualidade, seguida das práticas e metodologias desta área de intervenção. Posteriormente surge a área da saúde mental, referindo as principais preocupações da atualidade, ao mesmo tempo que se estabelece uma ponte entre o envelhecimento normal e patológico, tendo em conta as principais alterações no decorrer de cada um dos processos. Por fim, abordar-se-á a Psicomotricidade como meio de intervenção na área da saúde mental e envelhecimento, procurando descrever os diferentes fundamentos e metodologias utilizadas nestas áreas.

Psicomotricidade: a teoria que fundamenta a prática

A Psicomotricidade tem vindo a ser objeto de estudo desde há alguns anos, começando mais recentemente a ser compreendida e aceite pela comunidade científica, por diversos profissionais e instituições, valorizando-se desta forma a sua prática (re) educativa e terapêutica (Fonseca e Martins, 2001).

Avanços e Progressos em Psicomotricidade

O termo Psicomotricidade pode ser desdobrado em dois conceitos distintos, que se interrelacionam: psico - motricidade. Remetendo apenas para a motricidade, esta concerne a educação do movimento, estando ligada a mecanismos cerebrais e ao sistema nervoso. Quando se acrescenta o psico, formando a palavra Psicomotricidade, o conceito abrange a pessoa na sua globalidade, e não apenas na dimensão orgânica. Ou seja, há implicação de aspetos motores, psíquicos, sendo que estes últimos apresentam uma vertente cognitiva e emocional e têm em conta o sujeito inserido numa sociedade (Aragón, 2012; Rodríguez, 2002).

Em termos epistemológicos, a Psicomotricidade tem em conta diversos conceitos, como exercício físico, motricidade e corpo, essencialmente interligadas à análise das condições de adaptação e aprendizagem do homem (Fonseca, 2001a). Também associada a esta área surgem diversos autores que começaram a fundamentar o termo Psicomotricidade, como Tissié (1894), Dupré (1925), Wallon (1925-1934), Ajuriaguerra (1947), permitindo o reconhecimento institucional e a diferenciação da Psicomotricidade de outras áreas (Fonseca, 2001a). Desta forma a origem da Psicomotricidade baseia-se nas práticas do esquema corporal, que ainda hoje se mantêm (Fonseca, 2001a). Apesar de ao longo da história se ter feito o paralelismo entre a Psicomotricidade e a Educação Física, foi-se percebendo que enquanto a educação física privilegia o anatómico, fisiológico e morfológico, a Psicomotricidade sobrevaloriza o paralelismo psicofísico ou psicocinético (Fonseca, 2001a).

Segundo Martins (2001), é nos anos 70 que a intervenção psicomotora começa a ganhar algum estatuto, reconhecendo-se a importância da relação inseparável entre o corpo e a mente, bem como se destaca a relevância da componente relacional. De acordo com a Associação Portuguesa de Psicomotricidade (APP, 2012b), os anos 80 são o marco na história da Psicomotricidade em Portugal.

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com o meio envolvente, através de um ato motor, que ao mesmo tempo expressa a personalidade e revela sentimentos e emoções. Assim, segundo os mesmos autores, a Psicomotricidade baseia-se na conexão integral do homem, preocupando-se desta forma com a interação entre a cognição, emoção e movimento, bem como a capacidade de expressar-se e relacionar-se com o meio que o rodeia.

Tal como Rodríguez (2002) afirma, a Psicomotricidade é uma metodologia de intervenção que trabalha com o corpo, e o movimento do corpo não é dissociável do comportamento e cognição. Desta forma, a Psicomotricidade não se concentra apenas no produto final, mas sim em todos os processos que o anteveem, procurando melhorar as estruturas que integram, elaboram, planificam, verificam e regulam o movimento (Fonseca, 1976 cit in Fonseca, 2010). O sujeito aprende a dar respostas motoras adaptativas, previamente planificadas e programadas, através da organização das diferentes sensações, perceções e cognições (Fonseca, 2010). Segundo o mesmo autor, permite também colocar conscientemente, as interações das informações intra e extracorporais, permitindo mais uma vez respostas adaptativas.

Esta área de intervenção apresenta três âmbitos de atuação distintos, sendo eles o preventivo, educativo e reeducativo/terapêutico. No âmbito preventivo, a intervenção é ao nível da estimulação e desenvolvimento de competências. No âmbito educativo, objetiva-se promover o desenvolvimento psicomotor e o potencial de aprendizagem. Por fim, o âmbito reeducativo/terapêutico, é utilizado quando a funcionalidade e adaptabilidade da pessoa é comprometida, face do desenvolvimento motor, psicológico, afetivo e/ou cognitivo estarem afetados (Morais, Novais e Mateus, 2005; Rodríguez, 2002).

Assim a Psicomotricidade apresenta como objetivo estudar o comportamento motor pela sua expressividade, comunicação, relação, simbologia, compreendendo o impacto do comportamento motor no comportamento da pessoa e a importância que cada um dos fatores envolventes tem no movimento e na evolução do mesmo (Vila, 2006). Enfatiza a importância da experiência e consciência corporal e os aspetos relacionais da interação pessoal com o meio ambiente (Vila, 2006), sendo um meio privilegiado para reviver o bem-estar corporal, de forma a criar situações de relação e comunicação com os outros, com quem se estabelece vínculos afetivos e de pertença. Para além disso, é uma intervenção que permite e integração e a expressão de sentimentos reprimidos, permitindo que a pessoa utilize as suas potencialidades de raciocínio e destreza, para atingir os objetivos pretendidos e propostos (Castiglia, Pires, Boccardi, 2006). Em suma, o termo Psicomotricidade integra as interações cognitivas, emocionais, simbólicas e sensoriomotoras, na capacidade do sujeito ser e expressa-se num contexto psicossocial (Aragón, 2012).

Práticas e Metodologias em Psicomotricidade

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avaliação tem como principal objetivo detetar as características do potencial de aprendizagem do indivíduo, refletindo sobre as aquisições e capacidades adaptativas, assim como a flexibilidade e plasticidade das suas competências. Após obter-se a avaliação inicial e formular hipóteses explicativas dos resultados, determina-se o perfil intra-individual, onde se incluem as áreas fortes e menos fortes, que permite situar o indivíduo dentro de um perfil psicomotor (Fonseca, 2010).

De seguida, a delineação de objetivos e a formação do plano de intervenção é fundamental, pois visa satisfazer de uma forma planificada as necessidades da pessoa, compensando as suas áreas menos fortes, através da estimulação das áreas fortes, com base no observado no perfil intra-individual (Fonseca, 2010). Assim, através do estudo do perfil do indivíduo, devem estabelecer-se objetivos, identificar necessidades, planificar e hierarquizar os momentos de aprendizagem. Este processo envolve um planeamento individualizado de intervenção, onde a formulação de objetivos e a construção do plano de intervenção, que leva à planificação das atividades, diárias, mensais, anuais, que representam o currículo personificado de desenvolvimento de cada um (Fonseca, 2010).

Para o terapeuta, este processo é essencial para indicar a orientação e o motivo da intervenção, que ajuda posteriormente na seleção de métodos, estratégias, atividades, bem como materiais a serem utilizados (Ferrão e Rodrigues, 2005), que nunca deve ser uma escolha arbitrária, mas sim consciente e segundo as necessidades específicas, detetadas na avaliação inicial (Fonseca, 2010). O plano de intervenção não pode ser rígido, para que se consiga satisfazer as necessidades específicas do indivíduo, devendo estar sempre disposto a novas alternativas ou estratégias (Fonseca, 2010).

Após o processo de avaliação inicial, e a formulação de objetivos e apresentação do plano de intervenção, passa-se para a intervenção propriamente dita, que no início deve começar por aquisições motivadoras e significativas, que o indivíduo possa aprender com facilidade, tendo sempre em conta a estimulação das áreas menos fortes através do trabalho das áreas fortes (Fonseca, 2010). Devem sempre existir diversas opções de intervenção, de forma a facilitar o alcance dos resultados pretendidos e previamente definidos no plano de intervenção. Durante a intervenção devem ser utilizadas estratégias específicas, coerentes e interligadas, de modo a atingir os objetivos delineados (Ferrão e Rodrigues, 2005; Onofre, 2004).

Por fim, e não menos importante, a avaliação final, que permite avaliar a eficácia do processo de intervenção e das estratégias utilizadas, comparando com o anteriormente delineado no plano de intervenção (Fonseca, 2010).

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Saúde Mental e Envelhecimento

À semelhança de outros países desenvolvidos, também Portugal tem apresentado um aumento significativo no número de idosos, essencialmente pela consequência da manutenção das baixas taxas de natalidade e do previsível aumento da esperança média de vida (Sequeira, 2010). Pode afirmar-se que na última década agravou-se a diferença entre jovens e idosos, sendo que a percentagem de jovens recuou dos 16% para os 15%, enquanto a de idosos aumentou de 16% para 19%, de 2001 para 2011 (INE, 2011). Com o envelhecimento da população, verifica-se inevitavelmente um aumento da prevalência de problemas ao nível da saúde mental, tornando-se esta uma das causas principais de morbilidade (Passos, Sequeira, Fernandes, 2013). Segundo a World Health Organization (WHO, 2013), cerca de 20% dos adultos com mais de 60 anos sofrem de um problema de saúde mental, sendo que os mais prevalentes são a perturbação depressiva e a perturbação neurocognitiva. Assim, com tudo isto, antevê-se que o índice de dependência aumente nos próximos anos, podendo atingir os 57,8% em 2050, refletindo que mais de metade dos idosos estará numa situação de dependência (Sequeira, 2010).

Saúde Mental: a perspetiva atual

Segundo a WHO (2014), a saúde mental representa o estado de bem-estar em que cada indivíduo percebe o seu próprio potencial, utiliza as suas capacidades, lida com as pressões habituais da vida, trabalha de forma produtiva e frutífera, e é capaz de dar contributo para a sociedade. Desta forma, a WHO (2014) refere que a dimensão positiva da saúde mental abarca o estado completo de bem-estar físico, mental e social, não devendo focar-se apenas na ausência de uma doença / perturbação. Assim, a condição mental de cada um é determinada por um conjunto de fatores, sendo eles biológicos, individuais, familiares, sociais, económicos e ambientais (CCE, 2005).

O Ministério da Saúde, Alto Comissariado da Saúde e Coordenação Nacional para a Saúde Mental (2008) e a Comissão das Comunidades Europeias (CCE, 2005), revelam que as perturbações psiquiátricas e os problemas de saúde mental são atualmente a principal causa de incapacidade e uma das principais causas de morbilidade, sendo desta forma um dos fatores prioritários para uma melhor qualidade de vida. Segundo as informações recolhidas por Collins (et al., 2011) o cenário atual mostra que a esquizofrenia, a perturbação depressiva, a epilepsia, as demências, a dependência de álcool e de outras substâncias constituem 13% da totalidade de doenças, superando as doenças cardiovasculares e o cancro. A perturbação depressiva é a terceira principal que contribui para carga global de doenças. Para além disso, em cada sete segundos, alguém desenvolve uma demência. Desta forma, estima-se que em 2020, 1,5 milhões de pessoas morrerão a cada ano por suicídio, e entre 15 e 30 milhões irão tentá-lo.

Em Portugal o cenário apresentado não se afasta da realidade encontrada nos restantes países, contudo os grupos mais vulneráveis, como as mulheres, pessoas com carência socioeconómica e os idosos, apresentam um risco mais elevado comparativamente à Europa. A análise do sistema de saúde mental em Portugal tem vindo a mostrar aspetos positivos, contudo, salienta-se que apenas uma pequena parte das pessoas com problemas de saúde mental têm acesso a serviços públicos especializados nesta área (Ministério da Saúde, Alto Comissariado da Saúde e Coordenação Nacional para a Saúde Mental, 2008).

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diversas entidades da comunidade estejam envolvidas (Ministério da Saúde, Alto Comissariado da Saúde e Coordenação Nacional para a Saúde Mental, 2008).

O Processo de Envelhecimento

O envelhecimento dito normal, segundo Balcombe e Sinclair (2001) carateriza-se por alterações progressivas que ocorrem nas células, nos tecidos e nos órgãos, que iniciam no nascimento e continuam até à morte. Assim, é considerado pelos mesmos autores um período de mudança relacionado com a passagem do tempo que causam efeitos prejudiciais no organismo e na sua fisiologia, exercendo um impacto na capacidade funcional do indivíduo. Assim, o envelhecimento pode ser caraterizado como um processo fisiológico natural dos seres vivos, resultante da interação de múltiplos fatores endógenos e exógenos, que caraterizam a resposta biológica adaptativa (Oliveira, Rosa e Pinto, 2010).

O processo de envelhecimento está associado a um conjunto de alterações, nomeadamente sensoriais, cognitivas, psicomotoras e psicossociais que, direta ou indiretamente influenciam negativamente a vida da pessoa, e por sua vez, a sua qualidade de vida (Rodríguez, 2002). Desta forma, de seguida serão apresentadas as principais alterações que decorrem no processo de envelhecimento.

Envelhecimento Sensorial

De modo geral, as diminuições percetivas dizem respeito, em primeiro lugar, à deterioração dos órgãos sensoriais e das suas componentes primárias, estando posteriormente relacionadas com a degradação do meio de condução das informações e da ligação com o sistema nervoso central (Aubert e Albaret, 2001; Juhel, 2010). Assim, as alterações percetivas traduzem-se na perda ou diminuição das capacidades visuais, auditivas, táteis (Aubert e Albaret, 2001; Juhel, 2010), olfativas e gustativas (Aubert e Albaret, 2001; Boyce e Shone, 2006; Wickremaratchi e Llewelyn, 2006).

Juhel (2010) e Howarth e Shone (2006) referem que o aparelho auditivo é bastante sofisticado e sensível e que tem como principal função distinguir e analisar os sons através da transdução. Estima-se que entre 30 a 50% das pessoas com mais de 60 anos de idade, sofram de perda auditiva, mais conhecida por presbiacusia, que pode afetar a comunicação e as relações interpessoais (Juhel, 2010). As principais alterações auditivas focam-se essencialmente na dificuldade em localizar um som no espaço, compreender o discurso de outra pessoa, assim como é evidente uma dificuldade em discriminar diferentes sons ou ritmos (Aubert e Albaret, 2001; Juhel, 2010).

Ao nível do sistema visual, as alterações associadas à idade, podem também ter um grande impacto na saúde e bem-estar da população idosa (Adersen, 2012). Estas mudanças podem ocorrer a vários níveis, incluindo o nível ótico, processamento sensorial e processamento percetual (Adersen, 2012). Assim, são previstas algumas alterações visuais, sendo as mais frequentes durante o envelhecimento a diminuição da acuidade visual central e periférica, perda da visão dinâmica em detrimento da estática, dificuldade na diferenciação de contrastes e cores, bem como a diminuição da capacidade de focagem e a diminuição da capacidade de ver objetos próximos com precisão (Juhel, 2010). Aubert e Albaret (2001) acrescentam que há uma diminuição da sensibilidade visual, que por sua vez dificulta a adaptação a diferentes níveis de luminosidade.

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2010). Segundo Kalisch, Tegenthoff e Dinse (2008) as pessoas idosas experienciam mudanças nas sensações relacionadas com o sistema somatosensorial. Wickremaratchi e Llewelyn (2006) referem que com a idade as sensações de dor, vibração, temperatura e pressão são afetadas. Assim, as alterações táteis mais frequentes são as dificuldades em distinguir sensações térmicas, com maior probabilidade de sofrer de queimaduras, hipotermia ou congelação (Juhel, 2010; Kalisch, et al., 2008), diminuição da capacidade de detetar a vibração e a pressão, aumentando o risco de lesões, como úlceras, e por fim, a sensação propriocetiva diminuída, que pode levar a dificuldades na marcha, no equilíbrio e a uma instabilidade postural (Kalisch, et al., 2008).

Face à diminuição do número de células sensoriais na mucosa olfativa durante o envelhecimento (Boyce e Shone, 2006), também ao nível do olfato, há alterações que incidem na redução da sensibilidade a odores (Aubert e Albaret, 2001), influenciando a capacidade de discriminar cheiros (Boyce e Shone, 2006).

Por fim, ao nível gustativo, o envelhecimento normal conduz à perda do paladar devido a mudanças nas membranas das células gustativas (Boyce e Shone, 2006).

Envelhecimento Cognitivo

Com o processo de envelhecimento, começam a evidenciar-se alterações em termos cognitivos, que são causadas por alterações cerebrais durante o processo de envelhecimento (Juhel, 2010; Glisky, 2007).

Pereira (2004), Lemaire e Bherer (2005) referem que ocorre uma deterioração das células nervosas e diminuição da transmissão de impulsos entre as mesmas, que leva à diminuição da substância branca. Lemaire e Bherer (2005) acrescentam que a diminuição do peso do cérebro e da arborização dendrítica, a perda de neurónios, com efeito direto no hipocampo e alterações neuronais, são também algumas das mudanças cerebrais a nível anatómico advindas do processo de envelhecimento. Segundo Lemaire e Bherer (2005) a perda de neurónios não é igual em todas as áreas cerebrais, registando-se uma maior incidência no lóbulo frontal, lóbulo temporal e córtex visual, sendo que as outras zonas são menos afetadas pela morte dos neurónios. Salienta-se a perda significativa de células piramidais e granulares no hipocampo e amígdala, o alargamento dos ventrículos e a diminuição da substância negra (Lemaire e Bherer, 2005).

Segundo Phillips e Davidoff (2004) dadas as mudanças que ocorrem no envelhecimento do cérebro, não é surpreendente constatar que algumas alterações cognitivas ocorram concomitantemente. Essas alterações habituais na eficiência cognitiva normalmente incluem dificuldades de memória, nas funções executivas (resolução de problemas, multitarefas, atenção seletiva e pensando seletivo), e diminuição da velocidade de processamento (Phillips e Davidoff, 2004).

Segundo Spar e La Rue (2002), a atenção parece manter-se estável ou então sofre um ligeiro declínio, podendo surgir problemas em dividir e/ou dirigir a atenção. Segundo Rogers (2002), alguns tipos de atenção são mais afetados que outros, como é o caso da atenção seletiva (filtrar estímulos e centrar no que interessa), atenção sustentada (manter a atenção focalizada durante um período de tempo longo) e a atenção dividida (acompanhar mais que uma coisa em simultâneo), contrariamente à atenção focalizada (necessita de concentração para atingir um objetivo, eliminando estímulos externos) que parece ser a que se conserva durante mais tempo.

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2006). A memória de curto prazo, que tem capacidade limitada e mantém a informação consciente durante alguns segundos, também sofre alterações (Bataller e Moral, 2006), assim como a memória episódica, relacionada com a capacidade de recordar acontecimentos autobiográficos específicos (Marquié e Isingrini, 2001; Nyberg, Lövdén, Riklund, Lindenberg e Bäckman, 2012). A memória semântica, relacionada com informação factual (e.g. qual foi o primeiro rei de Portugal), tente a não sofrer alterações significativas, apesar de o acesso à informação ficar mais lentificado (Glisky, 2007). A

memória implícita (e.g. utilização dos talheres não é feita de forma explicita, recordando todos os procedimentos), comparativamente com a explícita, apresenta maior deterioração com o envelhecimento (Lemaire e Bherer, 2005). Quanto à memória processual (e.g. andar de bicicleta, tocar um instrumento), sofre poucas alterações com os processos de envelhecimento, uma vez que depois de a aprendizagem ser efetuada, o desempenho é basicamente automático (Glisky, 2007). A memória prospetiva, que diz respeito às ações a realizar ou às informações a recuperar posteriormente (e.g. lembrar-se de uma consulta), caso os idosos não tenham mais que uma tarefa simultânea ou não haja implicância de muita atenção, não sofre efeitos significativos com o envelhecimento (e.g. a probabilidade de se esquecerem de tomar os medicamentos a uma determinada hora aumenta se tiverem outras tarefas em simultâneo - Lemaire e Bherer, 2005). A

memória a longo prazo ou remota, com capacidade ilimitada (Bataller e Moral, 2006) é aquela que fica mais intacta, uma vez que se mantém estável ou sofre apenas pequenas alterações com envelhecimento (Spar e La Rue, 2002). Segundo Lemaire e Bherer (2005), a representação e a organização das informações na memória a longo prazo, não são alteradas pelo envelhecimento, mesmo que os mecanismos de ativação automática sejam executados mais lentamente.

Relativamente à linguagem, Spar e La Rue (2002) referem que os declínios dependem do grau de escolaridade, de alterações sensoriais e outras problemáticas. Segundo Pereiro, Juncos-Rabadán, Facal e Álvarez (2006) durante o processo de envelhecimento podem aparecer problemas no acesso ao léxico, de elaboração sintática e na estruturação do discurso. O conhecimento das palavras, a fluência, a nomeação e compreensão podem manter-se estáveis ou sofrer ligeiras alterações, sendo que onde se verificam mais dificuldades é no processamento de mensagens complexas, com tendência para que o idoso seja mais repetitivo e impreciso (Spar e La Rue, 2002).

Durante o processo de envelhecimento, o raciocínio lógico apresenta um declínio variável na resolução lógica de problemas, começando a existir alguma redundância e desorganização, principalmente quando não são acontecimentos familiares (Spar e La Rue, 2002). Também a velocidade de processamento sofre alterações com o envelhecimento, existindo uma lentificação do pensamento e da ação, sendo a mudança mais constante no envelhecimento (Juhel, 2010; Spar e La Rue, 2002). Por fim, focando nas funções executivas, Banhato e Nascimento (2007) referem que no processo de envelhecimento as alterações nestas funções vão aparecendo de forma gradual, normalmente de forma mais lenta até aos 60 anos, tornando-se o processo mais acelerado a partir dos 70 anos. As principais alterações a este nível focam-se no declínio das componentes do planeamento e execução, na tomada de decisão, controlo inibitório, integração de pistas e iniciação do comportamento (Anstey e Low, 2004; Spar e La Rue, 2002). Segundo Carlson, Xue, Zhou e Fried (2009) existe uma relação entre a idade e as funções executivas e as alterações nestas funções precedem normalmente as da memória.

Envelhecimento Psicomotor

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Ramo de Aprofundamento de Competências Profissionais – Casa de Saúde da Idanha

psicomotoras que ocorrem no processo de envelhecimento, organizadas nos principais domínios, tendo em conta os fatores psicomotores e a divisão sugerida por Juhel (2010).

Iniciando pela tonicidade, importa referir que com o processo de envelhecimento, influenciado pelas alterações sensoriais e por problemas a nível psicológico, o geronte começa a apresentar dificuldade ao nível da flexibilidade e rigidez paratónica1 ao nível

dos membros, levando igualmente a uma diminuição dos mecanismos de referência propriocetiva (Fonseca, 2001; Juhel, 2010). Estes problemas podem levar quer a hipo ou hipertonicidade (Juhel, 2010). A este nível também se pode mencionar alterações na respiração, que deixa de ser consciente e controlada (Juhel, 2010).

Relativamente ao equilíbrio, há alterações sensoriais, como já se verificou, que acabam por influenciar negativamente o equilíbrio dos idosos (Aubert e Albaret, 2001; Juhel, 2010), nomeadamente por perdas ao nível do sistema visual, auditivos e das sensações quinestésicas e vibratórias (Juhel, 2010). Os gerontes tendem a reagir à perda de equilíbrio enrijecendo os músculos, em vez de utilizarem a flexibilidade, tornando difícil o controlo do equilíbrio, principalmente em situações inesperadas (Juhel, 2010). A alteração da postura nesta idade, também afeta o equilíbrio (Juhel, 2010), pois tal como refere Pereira (2004), as posturas desviantes caraterizam o padrão de flexão do tronco dos idosos, que leva a uma alteração do posicionamento do corpo e posterior interferência com o centro de gravidade e equilíbrio.

Mais concretamente ao nível do equilíbrio dinâmico, este necessita de informações intrínsecas e extrínsecas, de forma a reagir corretamente às perturbações da estabilidade, contudo no envelhecimento há perda de força muscular, vertigens, riscos inerentes às superfícies de deslocamento, aumento do tempo de reação, aumentando os desequilíbrios e o número de quedas prováveis. No que concerne ao equilíbrio estático, Aubert e Albaret (2001) e Modera (2005) referem que o apoio bipodal e unipodal sofrem alterações, consequência do aumento da frequência e amplitude das oscilações no plano vertical e ântero-posterior, do centro de gravidade.

Quanto à imagem e esquema corporal, são bastante influenciados pelas mudanças no corpo, que decorrem no processo de envelhecimento, como o desvio da coluna vertebral, alteração da postura, curva lombar mais acentuada, aumento da gordura ao nível da anca, abdómen, coxa e abdómen e as mudanças de elasticidade da pele (Juhel, 2010). Existe ainda uma influência da autoestima nos aspetos que envolvem a imagem e esquema corporal, afetando negativa ou positivamente a perceção que cada um tem do seu corpo (Juhel, 2010; Rodríguez, 2002).

No que concerne à estruturação espacial, as perdas espaciais, frequentemente, sucedem a deterioração do esquema corporal, visto que os principais referenciais são o EU corporal e o corpo movimenta-se e move-se no espaço (Fonseca, 2010; Juhel, 2010). Assim, face a todas estas alterações, juntamente com problemas de memória, perda de noções espaciais, de orientação espacial em grandes espaços e da diminuição da velocidade de integração espacial, faz com que a capacidade de movimento e locomoção fique afetada no geronte (Aubert e Albaret, 2001; Juhel, 2010).

Relativamente à estruturação temporal, que está associada a três componentes fundamentais, como consciência do momento, noção de simultaneidade e noção de sequência/sucessão, ligadas também ao ritmo, são componentes que vão sofrendo alterações com o envelhecimento (Juhel, 2010). A estruturação temporal é fundamental, uma vez que está associada a muitas atividades do dia-a-dia, onde é necessário ter em conta o tempo e a capacidade de sequencializar (Juhel, 2010). O facto de esta população começar a ter também tempos de resposta mais longos e demorados, faz com que em termos temporais, dificulte a organização de ações (Pereira, 2004). Importa salientar que esta capacidade encontra-se também associada à memória, i.e., o idoso orienta-se

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temporalmente segundo as experiências codificadas na sua memória, que o permitem situar no dia presente (Juhel, 2010).

Quanto à motricidade global, podem ser mencionadas algumas alterações, nomeadamente ao nível da coordenação, flexibilidade e locomoção, que sofrem modificações com o processo de envelhecimento (Juhel, 2010), afetando espacialmente tarefas que impliquem a coordenação rápida de movimentos (Aubert e Albaret, 2001). Para além disso, Aubert e Albaret (2001) referem ainda que a diminuição do tempo de reação, a falta de coordenação e a perda progressiva de massa muscular, associada à diminuição da amplitude articular, fazem com que a motricidade global seja afetada.

A coordenação motora é afetada, essencialmente porque exige uma representação mental do movimento e do esquema corporal, assim como orientação espácio temporal e perceção visual adequadas, que como já se verificou são afetadas, tendo influência direta na diminuição da coordenação motora (Juhel, 2010).

Quanto à locomoção, que depende de diversos sistemas, como muscular, ósseo, nervoso, cardíaco e respiratório, também é afetada com o envelhecimento (Juhel, 2010). O facto de existirem alterações sensoriais leva à necessidade de criar alterativas de recolha de informação sensorial, dependentes de um maior tempo de reação, de forma a corrigir a marcha caso apareçam obstáculos num percurso (Aubert e Albaret, 2001). Os mesmos autores referem que a marcha fica mais lenta, face à diminuição do comprimento e altura da passada, mais aumento da largura, influenciadas também pelo maior gasto energético ao longo da locomoção (Aubert e Albaret, 2001; Barreiros, 2006). Em suma, as principais alterações sentidas ao nível da marcha devem-se ao decréscimo da velocidade em cerca de 20%, maior sensibilidade às irregularidades e desníveis, menor amplitude articular dos tornozelos e ao desinvestimento postural (Aubert e Albaret, 2001; Juhel, 2010).

Por fim, relativamente à motricidade fina, que está relacionada com a coordenação dos movimentos oculares e a parte sensorial (Fonseca, 2010), começa a ter alguns problemas por volta dos 50 anos de idade (Juhel, 2010), sendo que a partir dos 60, os idosos perdem em média 2% a cada ano das suas capacidades de motricidade fina (Aubert e Albaret, 2001). Mais especificamente a sensibilidade vibratória começa a decrescer a partir dos 50 anos de idade, com enfoque principal nas extremidades inferiores (Juhel, 2010). Na motricidade fina, pode-se também incluir a componente da escrita, que com o envelhecimento, leva a dificuldades resultantes da perda de força muscular e diminuição da amplitude dos movimentos de pinça e de precisão (Aubert e Albaret, 2001). Segundo Fonseca (2001) começam também a aparecer dificuldades nos movimentos mais precisos e finos, face às dificuldades de preensão e oponência, associadas às dificuldade de coordenação ocular que é necessária às tarefas.

Envelhecimento Psicossocial

Segundo Moraes, Moraes e Lima (2010), este tipo de envelhecimento não é naturalmente progressivo, nem dependente unicamente da passagem do tempo, provindo de vários fatores, como a aceitação da realidade, a tolerância à dor ou perda de independência. Para Paúl (2005), a personalidade mantém-se relativamente estável no idoso, face a uma maturação intrínseca. Caso sejam visíveis mudanças a este nível, possivelmente são causadas por doenças cerebrais. O autor reforça a ideia, referindo que os idosos, não diferem dos jovens, perseverando o seu perfil de personalidade durante o tempo, sendo que o que o torna uma pessoa mais frágil e suscitável a algumas psicopatologias, advém da sua personalidade, quer seja jovem ou geronte.

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Figura 3 - Mapa CSI
Tabela 1 – Horário de estágio
Figura 5 – Sala Terapêutica (U14)
Figura 7 – Tanque Terapêutico
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Referências

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