INTRODUÇÃO E OBJETIVOS
Bibliografia 1 – Escobar CG, et al. Gastroenterite aguda em crianças internadas na área de Lisboa. Acta Pediatr Port (2013); 44(4):155-62 2 – Lima RM, Dias JA. Gastroenterite Aguda. Nascer e Crescer (2010); nº2: 85-90. 3 – Shane AL, et al. 2017 Infectious Diseases Society of America Clinical Practice Guidelines for the Diagnosis and Management of Infectious Diarrhea. Clinical Infectious Diseases (2017); 65(12):e45-e80. 4 - Direção-Geral da Saúde. Doenças de declaração obrigatória 2013-2016 (2017); vol I: 11,21
A gastroenterite aguda (GEA) é um motivo frequente e recorrente de vinda ao serviço de urgência, por vezes com necessidade de internamento.1 Maioritariamente é de etiologia viral mas 20-30% resultam de infeção bacteriana.2 Propomo-nos a caracterizar etiológica e epidemiologicamente as GEA bacterianas num serviço de pediatria e avaliar as taxas de resistência aos antibióticos (AB) dos principais agentes.
MÉTODOS
RESULTADOS
Análise retrospectiva dos processos clínicos de doentes com diagnóstico de GEA e pedido de coproculturas entre julho de 2015 e junho de 2018, com posterior identificação dos agentes isolados e respectiva análise dos testes de sensibilidade aos antibióticos (TSA).
CONCLUSÃO Gráficos
3 ANOS DE GASTROENTERITES AGUDAS BACTERIANAS NUM SERVIÇO DE PEDIATRIA
Miguel Paiva Pereira1; Mónica Cró Braz1; Maria Favila Menezes2*,3; Ana Serrão Neto1*
1Centro da Criança e do Adolescente (*Coordenadora) 2Serviço de Patologia Clínica (*Coordenadora)
Hospital CUF Descobertas 3Centro de Medicina Laboratorial Germano de Sousa
Foram identificados 90 agentes em 87 coproculturas. Isolaram-se 58 Campylobacter e 32 Salmonella. Registou-se um aumento da incidência de GEA a Campylobacter ao longo do período estudado e uma diminuição progressiva de Salmonella. Entre os Campylobacter, o jejuni foi o serotipo mais frequente e apresentou taxa de resistência de 96,6% à ciprofloxacina, 79,31% às tetraciclinas e 100% sensibilidade aos macrólidos. Os serotipos de Salmonella mais frequentes foram a enteritidis e a typhimurium que revelaram taxas de resistência à ampicilina de 23,5% e 69,2%, respetivamente. A Salmonella typhimurium foi resistente ao trimetoprim/sulfametoxazol em 30,8% dos casos.
O Campylobacter e a Salmonella continuam a ser os agentes etiológicos mais frequentes nas GEA bacterianas. Esta casuística está de acordo com os dados nacionais e europeus3,4 que revelam
uma tendência crescente da incidência de GEA a Campylobacter, nomeadamente em idade pediátrica. Estes microorganismos apresentam taxas de resistência elevadas a alguns antibióticos,
um dado preocupante, que deve ser considerado na decisão de iniciar de antibioterapia empírica e de qual a antibioterapia a instituir.
56%
41%
3%
Serotipos Salmonella
Salmonella enteritidis Salmonella Typhimurium Salmonella schwarzengrund
5 15 25
Nº doentes
Isolamentos por período de 12 meses
Salmonella Campylobacter Total
0 20 40 60 80
Ampicilina TMP/SFMX Cefotaxima AmoxiClav Ceftazidima
(%) Resistências Salmonella typhimurium
45% 52%
3%
Serotipos Campylobacter
Campylobacter jejuni Campylobacter sp Campylobacter coli
0 50 100
Ciprofloxacina Tetraciclina Eritromicina
(%) Resistências Campylobacter jejuni
0 5 10 15
jan fev mar abr mai jun jul ago set out nov dez
Nº doentes
Isolamentos por mês
Salmonella Campylobacter Total Idade 4 meses a 17 anos
(mediana 6 anos)
Género 41♀ (47,13%) 46♂ (52,87%)
Clínica
87 Diarreia (100%) 34 Disenteria (39,08%) 20 Febre (22,99%) 12 Dor abdominal (13,79%)
12 Vómitos (13,79%) 1 Cefaleia (1,15%)
AB [após TSA]
22 (25,29%) [16 (72,73%)]