• Nenhum resultado encontrado

UNIVERSIDADE DO ESTADO DE SANTA CATARINA - UDESC CENTRO DE ARTES - CEART PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ARTES VISUAIS

N/A
N/A
Protected

Academic year: 2019

Share "UNIVERSIDADE DO ESTADO DE SANTA CATARINA - UDESC CENTRO DE ARTES - CEART PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ARTES VISUAIS"

Copied!
40
0
0

Texto

(1)

PATRICIA PERUZZO LOPES

O revelar de um acervo:

cinquenta anos de produção fotográfica de Arthur Adriano Peruzzo

Florianópolis, Santa Catarina

(2)

UNIVERSIDADE DO ESTADO DE SANTA CATARINA - UDESC

CENTRO DE ARTES - CEART

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ARTES VISUAIS

PATRICIA PERUZZO LOPES

O revelar de um acervo:

cinquenta anos de produção fotográfica de Arthur Adriano Peruzzo

Dissertação de Mestrado Dissertação apresentada como requisito parcial para obtenção do título de Mestre em Artes Visuais, área de concentração Ensino das Artes Visuais ao Programa de Pós-Graduação em Artes Visuais do CEART/ UDESC.

Orientadora: Profª Drª Sandra Regina Ramalho e Oliveira

Florianópolis, Santa Catarina

(3)

PATRICIA PERUZZO LOPES

O revelar de um acervo:

cinquenta anos de produção fotográfica de Arthur Adriano Peruzzo

Dissertação apresentada como requisito parcial para obtenção do título de Mestre em Artes Visuais, área de concentração Ensino das Artes Visuais ao Programa de Pós-Graduação em Artes Visuais do CEART/ UDESC.

Banca Examinadora

Orientadora: ___________________________________________________

Profª DrªSandra Regina Ramalho e Oliveira

Universidade do Estado de Santa Catarina - UDESC

Membro: ______________________________________________________

Profª Drª Letícia Borges Nedel

Universidade Federal de Santa Catarina - UFSC

Membro: ______________________________________________________

Profª Drª Neli Klix Freitas

Universidade do Estado de Santa Catarina - UDESC

Florianópolis, Santa Catarina

(4)

A Arthur Adriano Peruzzo, pelos exemplos de vida e por

(5)

AGRADECIMENTOS

Aos meus pais, pelo incentivo.

A Salete Teresinha Peruzzo, pela dedicação, amizade e por suas valiosas contribuições nesta pesquisa.

A Maria de Lurdes Peruzzo Brescianini, Rosane Helena Peruzzo de Pádua, Adriana Lídia Peruzzo pela colaboração e envio de imagens fotográficas referentes às pequenas coleções dos objetos que constituem o acervo da família Peruzzo.

Aos demais membros da família Peruzzo, tios, sobrinhos, primos, netos que cooperaram contando suas histórias e memórias.

A Fabricio L. Lasota Moro, companheiro de todas as horas.

A minha orientadora, Profª Drª Sandra Regina Ramalho e Oliveira, por seus conhecimentos e por sua atuação e dedicação como professora.

As Professoras Letícia Borges Nedel e Neli Klix Freitas por ter aceito o convite para participar da Banca de Defesa deste trabalho.

(6)

Para exercer essa faculdade do cérebro (que é a Memória), deve-se escolher, em pensamento, lugares distintos, depois formar para si imagens das coisas que se quer reter e finalmente organizar essas imagens em diversos lugares. Então a ordem dos lugares conserva a ordem das coisas, pois as imagens lembram as próprias coisas. Os lugares são tabuinhas de cera nas quais se escreve; as imagens são as letras que nelas se traçam.1

(7)

RESUMO

Neste estudo, revelo imagens e objetos fotográficos, procedo à análise das fotografias e dos demais artefatos sob a perspectiva das distintas coleções que constituem o acervo do fotógrafo Peruzzo, tangenciando temas como a memória, a história da fotografia e a história através da fotografia. Parto da seleção, organização e análise de um conjunto de categorias temáticas e distintas tipologias de fontes de pesquisa, próprias para o estudo do ato fotográfico. Os materiais que compõem estas categorias e fontes fazem parte de cinquenta anos da produção fotográfica de Arthur Adriano Peruzzo na região do meio-oeste do Estado de Santa Catarina. Sua atuação deu-se entre a década de quarenta e a década de noventa do século XX, sobretudo na cidade de Joaçaba. Importante se faz ressaltar que o estudo não se refere apenas a um saber-fazer, a técnica, ou a um querer-saber-fazer, a paixão. Suas fotografias, com seus negativos em chapas de vidro e suas reproduções em papel; assim como os artefatos fotográficos utilizados em seu metier, como as câmeras e os objetos usados no estúdio Foto-Amador, contam a história da época em que a fotografia, em seu formato analógico, ainda representava uma novidade nos meios artísticos, culturais e sociais. A pesquisa apresenta, entre nomes conhecidos pelo público, o de um fotógrafo ainda desconhecido, cuja produção ainda não foi revelada integralmente, pois se encontra preservada em acervo particular mantido por sua família.

Palavras-Chave: Fotografia Catarinense. Fotografia no Século XX. Memória. Acervo Fotográfico. Ensino de Arte.

(8)

ABSTRACT

In this study I reveal images and photographic objects and I proceed to the analysis of the photographs and other artifacts from the perspective of different collections of acquis Photographer Peruzzo. I also get through tangential topics such as memory, the history of photography and history through photographies. Left selection, organization and analysis of a set of themes and different types of research sources, suitable for the study of the photographic act. The materials that make up these categories and sources are part of fifty years of photographic production made by Arthur Adriano Peruzzo in the Midwestern region of the State of Santa Catarina. His performance was between the forties and the nineties of the twentieth century, especially in the city of Joaçaba. Important to note that the study does not only refer to a know-how, technique, or a want-to-do, the passion. His photographs, with their negative glass plates and their reproduction on paper, as well as photographic artifacts used in their

metier, cameras and objects used in the studio Photo-Amador, tells the story of the time when the photograph was in its analog form and was still representing a new form of expression in the artistic, cultural and social environment. The research presents between names known to the public, to a photographer still unknown, whose production has not yet been fully revealed, as is preserved in private collection kept by his family.

(9)

LISTA DE IMAGENS

Imagem 1: Fotografia de criança na Rua Getúlio Vargas, em Joaçaba (SC) 18

Imagem 2: Negativo em chapa de vidro de uma criança pequena no sofá 19

Imagem 3: Negativos no formato 135 em base de acetato 19

Imagem 4: Caixilhos em madeira para acondicionar negativos em chapa de vidro 19

Imagem 5: Envelope do estabelecimento comercial Foto-Amador 19

Imagem 6: Banqueta em madeira utilizada no estúdio Foto-Amador 24

Imagem 7: Tocha de luz utilizada em estúdio fotográfico 24

Imagem 8: Fotografia de criança em P&B 25

Imagem 8 A: Fotografia de criança, colorida manualmente com pigmentos 26

Imagem 9: Câmera fotográfica Olympus 35 mm 27

Imagem 10: Vista da cidade de Rio de Janeiro no século XIX 46

Imagem 11: Vista da cidade de São Paulo no século XIX 46

Imagem 12: Vista estereoscópica da cidade de São Paulo na década de 1890 47

Imagem 13: Verso de três modelos de Carte-de-visite 47

Imagem 14: Retrato no formato Carte-de-visite 48

Imagem 15: Retrato no formato Cabinet 48

Imagem 16: Retrato no formato Carte-de-visite 49

Imagem 17: Retrato no formato Cabinet 49

Imagem 17 A: Fotografia da família de Arthur A. Peruzzo, com seus pais e irmãos 96

Imagem 18: Câmera fotográfica Technika 98

Imagem 19: Conjunto de lápis grafite das marcas Koo-I-Nor e Toison D’Or 98

Imagem 20: Fotografia de criança, colorida manualmente com pigmentos 99

Imagem 21: Fotografia de criança em P&B 100

Imagem 22: Anúncio do Foto-Amador 103

(10)

Imagem 24: Interior de uma das lojas Zás Color 104

Imagem 25: Inauguração da loja Zás Color em Chapecó (SC) 104

Imagem 26: Auto-retrato de Arthur Adriano Peruzzo 109

Imagem 27: Auto-retrato de Arthur Adriano Peruzzo 110

Imagem 28: Auto-retrato de Arthur Adriano Peruzzo 110

Imagem 29: Fotografia de bebê com dedicatória (frente) 111

Imagem 29 A: Fotografia de bebê com dedicatória (verso) 111

Imagem 30: Fotografia de Arthur Peruzzo com dedicatória (frente) 111

Imagem 30 A: Fotografia de Arthur Peruzzo com dedicatória (verso) 111

Imagem 31: Fotografia de menina durante a primeira comunhão 112

Imagem 32: Fotografia de menina durante a primeira comunhão 112

Imagem 33: Fotografia de jovens moças 113

Imagem 34: Fotografia de Elídia Vicari Peruzzo 114

Imagem 35: Fotografia dos filhos do fotógrafo, em estúdio 115

Imagem 36: Fotografia dos filhos do fotógrafo, na praia 116

Imagem 37: Fotografia em estúdio 117

Imagem 38: Fotografia de jovens na praia 118

Imagem 39: Capa de álbum fotográfico 119

Imagem 40: Detalhe da capa álbum fotográfico 119

Imagem 41: Álbum fotográfico, décadas de 40-50 (séc. XX) 120

Imagem 42: Álbum fotográfico, décadas de 40-50 (séc. XX) 120

Imagem 43: Detalhes do interior do álbum 121

Imagem 44: Detalhes do interior do álbum 121

Imagem 45: Fotografia da lembrancinha de aniversário de criança 121

Imagem 46: Fotografia de bebê 122

Imagem 47: Fotografia de bebê 122

(11)

Imagem 49: Fotografia de menina, colorida manualmente com pigmentos 124

Imagem 50: Fotografia de criança em P&B 125

Imagem 51: Fotografia de menina durante a primeira comunhão, em estúdio 127

Imagem 52: Fotografia de meninas durante a primeira comunhão, na igreja 128

Imagem 53: Fotografia de menina durante a primeira comunhão, em estúdio 129

Imagem 54: Fotografia de menina durante a primeira comunhão, em estúdio 129

Imagem 55: Fotografia de menino durante a primeira comunhão, em estúdio 130

Imagem 56: Fotografia de Batizado 131

Imagem 57: Fotografia de Batizado 131

Imagem 58: Fotografia de jovem debutante 132

Imagem 59: Fotografia de jovem debutante 132

Imagem 60: Fotografia de casamento 133

Imagem 61: Fotografia de casamento 133

Imagem 62: Fotografia de menina, em estúdio 135

Imagem 63: Fotografia de Arthur A. Peruzzo, em estúdio 136

Imagem 64: Fotografia de casal, em estúdio 136

Imagem 65: Fotografia de família, em estúdio 137

Imagem 66: Negativo em chapa de vidro dos noivos no dia do casamento 138

Imagem 67: Fotografia da lembrancinha de casamento 138

Imagem 68: Fotografia da inauguração da Rádio RC-7 140

Imagem 69: Detalhe da fotografia da inauguração da Rádio RC-7 140

Imagem 70: Vista aérea da cidade de Joaçaba (SC) 141

Imagem 71: Fotografia de ponte situada em Joaçaba (SC) 142

Imagem 72: Fotografia de ponte situada em Joaçaba (SC) 142

Imagem 73: Fotografia de paisagem 143

Imagem 74: Fotografia de paisagem 144

(12)

Imagem 76: Fotografia da casa dos pais do fotógrafo em Veranópolis (RS) 144

Imagem 77: Envelopes do estúdio Foto-Amador 146

Imagem 78: Envelopes do estúdio Foto-Amador 147

Imagem 79: Capa do livro “Pinheiro Seco: os italianos de Vila Flores” 147

Imagem 80: Foto da parte interna do livro, a segunda imagem foi feita por A. Peruzzo 147

Imagem 81: Negativo em chapa de vidro 148

Imagem 82: Envelope com negativo em chapa de vidro 149

Imagem 83: Negativo em chapa de vidro 150

Imagem 84: Prensa para imprimir em relevo o nome do estúdio Foto-Amador 152

Imagem 85: Flash usado nas câmeras de médio formato 152

Imagem 86: Cartucho para negativos de grande formato em base de acetato 152

Imagem 87: Objetivas (lentes) e filtros usados nas câmeras fotográficas 154

Imagem 88: Objetivas (lentes) e filtros usados nas câmeras fotográficas 154

Imagem 89: Filmes no formato 120 156

Imagem 89 A: Filmes no formato 135 157

Imagem 90: Envelope com os tipos de filmes e seus tamanhos de ampliação em papel 158

Imagem 91: Embalagem de papel fotográfico Kodak 164

Imagem 92: Embalagem de papel fotográfico Ilford 164

Imagem 93: Câmera Rolleiflex 165

Imagem 94: Câmera Technika 165

Imagem 95: Câmera Kapsa 166

Imagem 96: Câmera Rio 400 Kodak 166

Imagem 97: Caixilhos de madeira para câmera de grande formato 167

Imagem 98: Caixilhos de madeira para câmera de grande formato 167

Imagem 99: Câmera de grande formato feita em madeira 168

(13)

SUMÁRIO

INTRODUÇÃO

- A fotografia como possibilidade para ampliar o repertório visual da sociedade 16

- Porque pesquisar a fotografia além dos limites das áreas centrais do Brasil 20

- Possíveis relações entre a Fotografia, a Arte e a Educação sob o ponto de vista de uma arte-educadora 22

- Apresentando os procedimentos de pesquisa 31

- A organização da narrativa 33

CAPÍTULO I 1. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA 1.1. Breve panorama histórico da Fotografia 37

1.2. A função social, cultural e artística da imagem fotográfica 45

1.3. A dualidade presente na Fotografia: entre os artefatos e o registro visual 61

1.4. Acervo fotográfico e outros acervos ou uma coleção de coleções 66

1.5. Incursões acerca dos temas fotografia e memória 77

1.6. Considerações sobre a memória e sua importância para o desenvolvimento humano 82

1.6.1. Jacques Le Goff e os “homens-memória” 83

1.6.2. Maurice Halbwachs: entre lembranças e memórias 87

1.6.3. Pierre Nora e os “lugares de memória” 89

1.6.4. Lev S. Vygotsky e a cultura como fator determinante para constituição da memória 92

CAPÍTULO II 2. A POÉTICA 2.1. Arthur A. Peruzzo e a difusão do saber-fazer através de seus descendentes 95

2.2. A poética do fotógrafo Peruzzo por meio de suas categorias temáticas 105

2.3. As categorias temáticas 109

(14)

2.3.2. Álbuns de Família 118

2.3.3. Eventos Religiosos e Sociais (Batizados, Primeira Comunhão, Formaturas, Casamentos, Bodas) 126

2.3.4. Fotografias em Estúdio 134

2.3.5. Fotojornalismo 139

2.3.6. Paisagens Urbanas 140

2.3.7. Paisagens Rurais 142

CAPÍTULO III 3. A TÉCNICA 3.1. Classificação das fontes fotográficas de acordo com sua tipologia 145

3.1.2. Fontes Escritas 145

3.1.2.1. Fontes Manuscritas 145

3.1.2.2. Fontes Escritas Impressas 147

3.1.3. Fontes Iconográficas 148

3.1.3.1. Fontes Iconográficas originais 150

3.1.3.2. Fontes Iconográficas impressas 151

3.1.4. Fontes Orais 151

3.1.5. Fontes-Objetos 151

3.2. As questões técnicas e suas especificidades nas Fontes-Objetos 153

3.2.1. A função e os tipos de lentes ou objetivas para câmeras fotográficas 153

3.2.2. Os filmes fotográficos usados no formato analógico 156

3.2.3. Os processos químicos utilizados nas revelações das películas fotográficas 160

3.2.4. Os papéis fotográficos e suas especificações 162

3.2.5. A variedade dos modelos de câmeras fotográficas 164

CAPÍTULO IV 4. CONSIDERAÇÕES FINAIS 170

(15)

ANEXOS 183

(16)

INTRODUÇÃO

A fotografia como possibilidade para ampliar o repertório visual da sociedade

A fotografia caracteriza-se como fração do registro visual de realidades diversas, selecionadas conforme a visão de mundo de seus autores e editores, inseridos em sua perspectiva sociocultural e vinculados à sua condição histórica e política. De acordo com Kossoy (2009, p.138-139), “a representação fotográfica reflete e documenta, em seu conteúdo, não apenas uma estética inerente à sua expressão”, mas também, uma “estética de vida ideologicamente preponderante, num particular contexto social e geográfico, num momento preciso da história”.

E, para entender como a fotografia, desde sua invenção há cerca de cento e setenta anos, modificou e ampliou o repertório visual de toda sociedade, é necessário pesquisar como os componentes econômicos, sociais, políticos, culturais, estéticos, científicos e tecnológicos desenvolveram-se em cada região e espaços específicos, alterando as relações de visualidade, as quais os indivíduos estavam habituados a interagir, dentro de múltiplos contextos.

Na contemporaneidade, a fotografia tem sido analisada sob prismas tecnológicos, artísticos e estéticos, mas não podemos nos esquecer de conectá-los à realidade sociocultural dos diferentes povos e à história de cada país e de suas diferentes regiões, com suas particularidades específicas, de acordo com cada época. Se compararmos as fotografias produzidas em São Paulo, ao longo do tempo, veremos que elas são de ordem diferente das realizadas em Salvador, no que se refere, em especial, às temáticas e às técnicas empregadas por cada fotógrafo.

Para que possamos compreender a dimensão do impacto que a fotografia exerceu nas diferentes localidades, é necessário pesquisar além dos limites das áreas centrais onde se desenvolveu a fotografia no Brasil; no século XIX, inicialmente, estas áreas compreendiam os Estados do Rio de Janeiro e São Paulo; na capital fluminense, a autoria dos registros fotográficos ‘oficiais’ era atribuída a Marc Ferrez2 e na capital

(17)

paulista, grande parte da autoria dos registros da cidade era atribuída a Militão Augusto de Azevedo3, que embora nascido na capital do Estado do Rio de Janeiro, atuou como fotógrafo desde muito jovem na cidade de São Paulo. Data de 1862 a primeira série de vistas da cidade paulista. Kossoy (2002, p. 71) relata que as fotografias de Militão “atestavam o câmbio histórico e social da provinciana Paulicéia; que suas vistas testemunhavam a transição do ‘antigo’ para o ‘moderno’, do ‘atraso’ para o ‘progresso’”.

Ao constatar que existem, além das áreas centrais ou hegemônicas, outros locais onde a fotografia se desenvolveu no Brasil, devemos nos questionar e investigar acerca dos tipos de documentos e objetos, das fontes orais, escritas e iconográficas que podem colaborar para uma reflexão sobre como esta técnica contribuiu para formar um novo ideário estético em regiões distantes desses centros cuja produção já é conhecida.

Isto justifica, pesquisar como a fotografia se desenvolveu no Estado de Santa Catarina, em uma específica região, como o meio-oeste catarinense. Esta não é, portanto, a história da fotografia no país; trata-se de um recorte, pois o foco se dirige para uma região interiorana e ainda pouco explorada. Pretende-se examinar como um acervo particular de um fotógrafo pode refletir, além da sua estética, a vida em sociedade em dado lugar e época.

É necessário tentar compreender, através de hipóteses, como as produções do fotógrafo Arthur Adriano Peruzzo e da história do Foto-Amador, estabelecimento fotográfico criado por ele na cidade de Joaçaba na década de quarenta, modificaram as relações de visualidade entre as pessoas e as imagens produzidas neste local, a documentação fotográfica no Brasil. Cf. KOSSOY, B. Dicionário Histórico-Fotográfico Brasileiro: fotógrafos e ofício da fotografia no Brasil (1833-1910). São Paulo: Instituto Moreira Salles, 2002, p. 137.

(18)

partir do advento da fotografia. Será observado como os cenários, os trajes e as poses dos retratados criavam realidades distintas do cotidiano de uma cidade interiorana. Por exemplo, parece incompatível o uso de vestidos brancos ou em cores claras nas pessoas fotografadas, em uma cidade, que na década mencionada, sequer possuía pavimentação nas ruas (Fig. 01). Nesta imagem vemos a fotografia de uma criança na Rua Getúlio Vargas em Joaçaba, parte da rua era pavimentada e parte ainda era de terra. Esta foto foi feita no ano de 1959.

Fig.01 De acordo com Kossoy,

O que há por trás do olhar e da pose da personagem deste retrato? O que existe nas fachadas das casas, naquela janela semicerrada, naquele grupo de pedestres reunidos, no movimento da rua que vejo nesta vista fotográfica, enfim, que escapa à minha compreensão? Seja enquanto documento para investigação histórica, objeto de recordação ou elemento de ficção a fotografia esconde dentro de si uma trama, um mistério. É por detrás da aparência, que se esconde o enigma que pretendemos decifrar. (KOSSOY, 2002, p. 57)

(19)

Fazem parte deste acervo fotográfico muitos dos negativos em vidro (Fig. 02) e em base flexível (Fig. 03), como as películas em rolo e em tiras feitas a partir de celulose, os caixilhos de madeira onde eram colocadas as chapas de vidro (Fig. 04), as câmeras fotográficas de diversos tamanhos e formatos utilizados pelo fotógrafo Peruzzo ao longo de sua carreira; a prensa com seu nome gravado em relevo para fotografias em papel, os álbuns fotográficos, os lápis para retocar as chapas de vidro, o ampliador do laboratório fotográfico, além de documentos pessoais e profissionais (Fig. 05) relativos aos estabelecimentos criados e dirigidos por ele como o Foto-Amador e as empresas Joaçaba-Color e Zás Color.

Fig.02

Fig.03 Fig.04

(20)

Há muito material preservado para ser catalogado e pesquisado. Existe todo um acervo original e inédito a ser mostrado, a ser partilhado e (re) significado não só por pessoas que pesquisam e estudam sobre fotografia, mas por todos que desconhecem um acervo dessa natureza, o qual ainda não está inventariado e organizado. Em especial, o conteúdo deste acervo pode ser apropriado pelos professores de arte para resgatar o conceito de memória, os diferentes processos de criação de imagens e as diversas técnicas fotográficas entre os alunos.

Diante destas constatações, proponho, neste estudo, ao menos resgatar parte deste acervo fotográfico, como uma amostra, trazendo-o para o contexto sociocultural, histórico e acadêmico, ressignificando-o na contemporaneidade. Segundo Kossoy,

Na imagem fotográfica, encontram-se, indissociavelmente incorporados, componentes de ordem material que são os recursos técnicos, ópticos, químicos ou eletrônicos, indispensáveis para a materialização da fotografia e, os de ordem imaterial, que são os mentais e os culturais. Estes últimos se sobrepõem hierarquicamente aos primeiros e, com eles, se articulam na mente e nas ações do fotógrafo ao longo de um complexo processo de criação. (KOSSOY, 2002, p. 27)

Assim sendo, é possível contar aspectos da história e resgatar memórias a partir dos registros feitos pelo fotógrafo Arthur Adriano Peruzzo, dos anos 40 até os anos 90? Como se dá a narrativa dos acontecimentos elaborada pela linguagem fotográfica nesse período, a partir desse olhar específico e particular? Quais são as imagens que compõem a memória coletiva (memória de uma determinada cidade, Estado ou região) no século passado? É possível falar de uma história feita de imagens? Qual o papel do fotógrafo como criador de narrativas visuais?

Porque pesquisar a fotografia além dos limites das áreas centrais4 do Brasil

Através deste estudo, pretendo examinar alguns dados e documentos, como algumas fontes orais, escritas, iconográficas, além de objetos que colaborem para a investigação sobre a fotografia desenvolvida fora do eixo das grandes cidades

(21)

brasileiras, consideradas áreas centrais e mais urbanizadas, como Rio de Janeiro e São Paulo. Trata-se, mais precisamente, da região do meio-oeste catarinense, através das produções do fotógrafo Arthur Adriano Peruzzo, uma história que se confunde com a do Foto-Amador, estabelecimento fotográfico fundado por ele.

Pretendo, portanto, investigar o que ocorreu, em termos de fotografia em uma região ainda desconhecida, pesquisar além dos limites das áreas centrais do Brasil, nas quais se desenvolveu inicialmente a fotografia, e, consequentemente, sobre as quais se tem mais registros. De acordo com Kossoy (2009, p. 132), “as histórias regionais e nacionais, bem como monografias acerca da obra de fotógrafos do passado, têm sido revistas pelos autores mais antigos que se dedicaram ao tema”, o que faz com que esta pesquisa possa vir a contribuir para o conhecimento de processos relacionados à fotografia na área geográfica e histórica onde se encontra inserido seu objeto de estudo. Para Kossoy,

A fotografia é, ao mesmo tempo, uma forma de expressão e um meio de informação e comunicação a partir do real e, portanto, um documento da vida histórica. Neste sentido, ela ultrapassa aquelas abordagens estetizantes obrigando o historiador a situá-la e interpretá-la em sua estética peculiar, porém num contexto cultural mais amplo. (KOSSOY, 2009, p. 137)

Embora esta investigação não esteja sendo levada a efeito por uma historiadora, mas por uma estudiosa da visualidade, acredito que se o pesquisador estiver atento ao momento histórico e cultural dos fotógrafos, conseguirá perceber a repercussão que o resultado do seu trabalho, neste caso, as fotografias, teve no panorama social, político e artístico de um determinado período.

(22)

Pretendo ainda situar no respectivo período cronológico as diferentes técnicas e materiais utilizados pelo fotógrafo Arthur Adriano Peruzzo para tentar construir - ou reconstruir - uma narrativa visual, a partir da materialidade destes objetos. Kossoy propõe que,

Resgatar os fotógrafos do anonimato é tarefa decisiva, seja sob o ângulo da história social e cultural da fotografia, seja sob a perspectiva da memória histórica. Penso que todos aqueles envolvidos com a história da fotografia devem valorizar as histórias locais e regionais e apoiar levantamentos sistemáticos não só dos fotógrafos que atuaram nos lugares mais remotos, mas também de suas trajetórias e de suas produções. Esse me parece ser um caminho fértil para uma revisão historiográfica necessária. (KOSSOY, 2007, p. 70)

E, para contribuir de alguma forma para a revisão historiográfica acerca da fotografia, em especial, sobre a região do meio-oeste catarinense, aproprio-me das proposições de Kossoy para buscar desvelar uma produção fotográfica ainda desconhecida do público e mesmo entre os estudiosos da história da fotografia, da visualidade ou mesmo entre pesquisadores dos costumes interioranos brasileiros no século XX.

Possíveis relações entre a Fotografia, a Arte e a Educação sob o ponto de vista de

uma arte-educadora

Para relatar como esta relação começou, teria que buscar em minhas lembranças de infância, rememorar as primeiras vezes que visitei o Foto-Amador, uma espécie de loja - laboratório - estúdio fotográfico, criado por Arthur Adriano Peruzzo, meu avô materno, na cidade de Joaçaba, Santa Catarina. E, para tanto, teria que recordar quase vinte e cinco anos de histórias e de memórias.

(23)

objetos, como as câmeras e equipamentos fotográficos, muito estimulantes para as crianças brincarem e se distraírem.

Desde pequenos, tínhamos contato com o laboratório fotográfico e com os laboratoristas que lá trabalhavam, pois nós, ou seja, eu, meus irmãos e meus primos, podiam entrar na parte do laboratório do Foto-Amador e ficar observando como os funcionários trabalhavam no processo fotográfico, desde quando auxiliavam meu avô a fazer as fotografias no estúdio até quando levavam os filmes para o laboratório para revelar. O laboratório era um lugar pequeno, aos fundos da loja, e me lembro que tinha certo receio ao entrar lá por conta da sala escura que tinha somente algumas lâmpadas vermelhas5. Para uma criança pequena, com cerca de oito ou nove anos de idade, isto era um tanto assustador, mas era ao mesmo tempo fascinante ver como as imagens apareciam no papel fotográfico. Surgiam como um passe de mágica, imagens enegrecidas sobre um papel com fundo branco. Existem certas experiências que vivenciamos, as quais não nos esquecemos; e esta era uma delas.

Faziam parte do Foto-Amador, o laboratório fotográfico e a loja onde se vendiam desde câmeras fotográficas e filmes até os álbuns fotográficos; era também o lugar onde eram deixados os envelopes com os filmes em 35 mm que os clientes levavam para serem revelados e copiados; existia também um espaço destinado ao estúdio fotográfico, local com verdadeiros cenários que compunham o fundo infinito, além de mobiliários específicos como poltronas e banquetas de época (Fig. 06), onde meu avô fotografava as pessoas e fazia os retratos posados ou encenados por ocasião das comemorações e datas especiais como, para as moças, nas festas de debutantes; assim como quando havia casamentos na cidade, os noivos procuravam o fotógrafo Peruzzo para registrar, através de fotografias, o retrato dos noivos e cenas das cerimônias, principalmente as religiosas.

(24)

Fig.06 Segundo Miriam L. Moreira Leite,

A atração dos retratos de família corresponde, pois, a uma necessidade de identificação com sua imagem. A necessidade de ver como os outros nos vêem e procurar as ligações com o eu interior, que se dissocia através da busca de semelhanças e contrastes nos outros e nas metamorfoses que o tempo inscreve naquele presente atual ou transcorrido. (LEITE, 2005, p. 36)

Para as moças que ansiavam fazer um ensaio, o que hoje chamaríamos de book

fotográfico, para seus quinze anos, havia toda uma pré-produção no estúdio, com a utilização de painéis de fundo, que constituíam os cenários e que criavam uma atmosfera de glamour de acordo com cada evento; tudo isto, além dos banquinhos e cubos, dos refletores e tochas de luz (Fig. 07), dos adereços e adornos, que também eram usados nestas composições, consistindo em verdadeiros cenários teatrais.

(25)

Desde muito jovem, pude acompanhar nas idas a cidade de Joaçaba, no período das minhas férias escolares de inverno, todas as etapas da produção fotográfica, desde quando os clientes procuravam meu avô para que ele fizesse as fotografias em estúdio ou em algum evento na cidade de Joaçaba, até quando, posteriormente levava o material para o laboratório, para revelar os negativos e produzir as imagens em papel fotográfico. Também presenciava as conversas de meu avô com seus clientes, quando ele lhes explicava detalhes sobre o resultado das imagens obtidas e lhes dava indicações sobre como cada um poderia melhorar e corrigir as pequenas incorreções de sub ou superexposição.

Acompanhava cada etapa, até a entrega final do material. Além de tudo, ainda posso mencionar o conhecimento que obtive ao poder ver e manipular as diferentes câmeras fotográficas, tanto no que diz respeito aos diversos modelos, tamanhos e fabricantes, bem como em relação às características de seus respectivos filmes fotográficos, e ainda até a noção dos tipos de papéis mais adequados, usados para as revelações e ampliações dos negativos fotográficos.

Lembro-me também de um ampliador antigo e enorme, que era usado para fazer as fotografias ampliadas em grande formato, em papel fotográfico; lembro ainda de uma pequena balança que era usada pelo meu avô para medir o peso e a quantidade dos químicos que eles utilizavam nos processos de revelação e colorização das imagens, numa época em que não existiam fotografias coloridas industrialmente.

(26)

Fig.08 A

No início, as fotografias impressas em papel fotográfico eram todas em preto e branco (Fig. 08), hoje chamadas simplesmente de P&B, mas alguns fotógrafos coloriam-nas com pigmentos químicos em pó ou líquidos, manualmente, uma a uma (Fig. 08 A). Pode-se dizer que este tipo de trabalho foi precursor das imagens fotográficas coloridas que conhecemos atualmente; embora com resultados análogos, os processos eram bem diferentes. A técnica da fotografia colorida impressa em papel remonta ao final da década de 60 do século XX, quando as empresas começaram a fabricar os filmes negativos coloridos, e então, foram criados os processadores, ampliadores e equipamentos próprios para revelação e ampliação a cores nos laboratórios fotográficos.

(27)

fotógrafo, marcaram muito minha trajetória como fotógrafa e como arte-educadora, desde quando eu tinha uns sete anos de idade, e influenciaram decisivamente nas minhas prioridades e escolhas profissionais e acadêmicas.

Outra lembrança que guardo em minhas memórias refere-se a minha primeira câmera fotográfica profissional, uma Olympus OM 40, câmera no formato 35 mm (Fig. 09), que foi dada pelo meu avô quando eu estava cursando a Faculdade de Artes Plásticas, em 1997, na FAAP, na cidade de São Paulo e não dispunha de um equipamento próprio para fazer as aulas práticas da disciplina Multimeios I - Fotografia.

Fig.09

Nesta disciplina, ministrada no segundo semestre da graduação do curso de Educação Artística - habilitação em Artes Plásticas, o objetivo era fazer com que os alunos experimentassem algumas etapas da produção fotográfica, como fazer fotografias e revelá-las em laboratório, aprender a usar as câmeras e manusear os filmes fotográficos, conhecer os processos e tempos de revelação de cada filme e papéis fotográficos. A faculdade dispunha de uma sala e de um laboratório próprios para esta prática, e isto remetia diretamente às experiências que tive na infância ao frequentar o laboratório do Foto-Amador.

(28)

hobby ou profissionalmente. Comecei a procurar e me interessar por novos cursos na área da fotografia; recordo que cursei os módulos básicos de fotografia na Casa da Fotografia Fuji e depois fui fazer a formação inicial para fotógrafos no SENAC, na unidade da Lapa, em São Paulo. Nesta época, também na cidade de São Paulo, realizava alguns ensaios e participava das caminhadas fotográficas propostas pelo fotógrafo André Douek, atividades mensais destinadas a discutir e proporcionar trocas teóricas acerca das técnicas, equipamentos, composições e produções fotográficas dos participantes.

Quando estava na metade do curso de graduação na FAAP, em 1998, tive a oportunidade de realizar alguns trabalhos free-lancer de montagem de exposições artísticas na Fundação Memorial da América Latina (FMAL), no espaço da Galeria de Arte Marta Traba; deste modo tive a chance de conhecer uma estudante de pedagogia que fazia mediação em outro espaço da FMAL, o Pavilhão da Criatividade, idealizado pelo antropólogo brasileiro Darcy Ribeiro, o qual na ocasião era organizado e coordenado pela fotógrafa inglesa, naturalizada brasileira, Maureen Bisilliat6.

Fui então convidada a fazer um estágio neste espaço cultural, em 1999, como arte-educadora, atendendo o público visitante, tanto de escolares como os turistas que estavam visitando este espaço expositivo. E de novo, de alguma forma, a fotografia estava presente em minha vida, através dos diálogos que mantinha com Maureen Bisilliat.

O contato diário com esta fotógrafa e com sua produção, durante o período de um ano em que estagiei nesta Instituição, por meio dos livros de fotografia editados por ela e também o contato com a produção de alguns vídeos feitos por Maureen em parceria com seu marido, Jacques Bisilliat, bem como o trabalho em parceria com os

6 Sheila Maureen Bisilliat (Englefieldgreen, Surrey, Inglaterra - 1931). Fotógrafa. Estuda pintura em Paris e Nova York, antes de se fixar definitivamente no Brasil em 1957, na cidade de São Paulo. Troca a pintura pela fotografia no início dos anos 1960, trabalhando na Editora Abril entre 1964 e 1972, na revista Realidade. É autora de livros de fotografia inspirados em obras de grandes escritores brasileiros.

Disponível em:

(29)

Irmãos Villas-Boas, sobre os estudos e pesquisas com as populações indígenas do Brasil, colaboraram para enriquecer meu repertório como fotógrafa e como arte-educadora. De certo modo, a fotografia sempre esteve presente na minha formação e também em meu cotidiano.

Após este estágio na FMAL, fui selecionada para fazer parte da equipe de arte-educadores para a exposição organizada pela Brasil Connects (Associação Brasil 500 anos Artes Visuais), na Fundação Bienal de São Paulo, mostra organizada entre abril e setembro de 2000, por Nelson Aguilar e Emanoel Araújo, com a coordenação de ação educativa por Mirian Celeste Martins e Gisa Picosque, em alusão aos quinhentos anos do descobrimento do país pelos portugueses.

Trabalhei no módulo expositivo Carta de Pero Vaz de Caminha, Arte Popular e Negro de Corpo e Alma. Na parte da exposição dedicada ao Negro de Corpo e Alma

havia fotografias cedidas por diversas instituições culturais, por fundações e institutos, além de imagens fotográficas cedidas por arquivos públicos e coleções particulares, como por exemplo, imagens produzidas por Robert Mapplethorpe, Militão Augusto de Azevedo, Madalena Schwartz, Mario Cravo Neto, Pierre Verger e Walter Firmo, com quem tive a oportunidade de conversar sobre fotografia, nas vezes em que ele esteve presente na exposição, acompanhando as mediações feitas por arte-educadores.

Posteriormente, em janeiro de 2001, atuei como mediadora cultural na exposição do artista alemão “Georg Baselitz - Obra Gráfica: 1965 a 1992” 7, no Museu de Arte Brasileira (MAB-FAAP) e, no mesmo ano, de março a julho, trabalhei na exposição “Auto-Retrato: Espelho de Artista”8, coleção do Museu de Arte

7

Georg Baselitz - considerado um dos mais importantes artistas plásticos alemães do pós-guerra. A exposição reúne cerca de 80 gravuras. Entre elas, o visitante verá trabalhos que podem causar estranhamento visual, motivado pela inversão das imagens nas composições do artista alemão nascido em 1938. A exposição, com curadoria de Götz Adriani, é organizada pelo Instituto de Relações Culturais com o Exterior da Alemanha e chegou ao Brasil por meio do Instituto Goethe em parceria com o MAB-FAAP. Disponível em: <http://www.faap.br/museu>. Acesso em: 01/09/2012.

(30)

Contemporânea da Universidade de São Paulo (MAC-USP), com a curadoria de Kátia Canton e coordenação de ação educativa por Amanda Pinto da Fonseca Tojal, na

Galeria de Arte do SESI do Centro Cultural FIESP. Nesta mostra, havia fotografias feitas

por fotógrafos e artistas contemporâneos, como Alex Flemming, Lourdes Colombo, Keila Alaver, Dora Longo Bahia, Sandra Cinto, entre outros artistas. Novamente, a fotografia fazendo-se presente em minha trajetória.

Após estas experiências, com mediação cultural, em São Paulo, resolvi mudar minha vida, pois participei de um concurso público estadual para poder lecionar nas escolas de educação básica em Santa Catarina no final de 2001 e, no ano seguinte, estava de mudança para Florianópolis, onde me estabeleci e comecei a dar aulas de artes para o Ensino Fundamental I no norte da ilha de Santa Catarina, especificamente no bairro dos Ingleses9. Foram quatro anos trabalhando com esta faixa etária, depois iniciei as aulas com alunos do Ensino Fundamental II e do Ensino Médio em diferentes escolas, públicas e particulares, na cidade de Florianópolis.

Em 2005, tive a oportunidade de pedir uma transferência de área e de cargo e foi assim que deixei de estar vinculada a Secretaria de Estado da Educação para fazer parte da equipe de funcionários da Secretaria de Estado do Turismo, Cultura e Esporte, onde escolhi trabalhar no Museu da Imagem e do Som de Santa Catarina - MIS/SC, especialmente por minha formação e atuação como fotógrafa e como mediadora cultural.

Neste museu, atuo no Setor Educativo, e tenho a oportunidade de fazer mediações para os diversos públicos que freqüentam os espaços expositivos da Instituição. Nos últimos seis anos, no setor no qual trabalho, pude atender grupos de escolares de Florianópolis, São José, Biguaçu, Palhoça e Curitiba, além do público que chamamos de “visitantes espontâneos” em diferentes exposições fotográficas e demais exposições, como instalações multimídias e audiovisuais, a partir do acervo do MIS/SC.

9

(31)

Quando iniciei minha atividade como mediadora nesta Instituição estava acontecendo uma exposição fotográfica, com coordenação e curadoria de Fernando Romero, alusiva a construção da estrada de ferro entre os Estados do Rio Grande do Sul e Santa Catarina, a qual mostrava também a situação dos trabalhadores locais e a modificação nas cidades por onde esta estrada atravessava; estas imagens foram reproduzidas em papel a partir dos negativos em chapas de vidro, que pertencem ao acervo do museu, e que foi doado pela família do fotógrafo alemão August Suiter.

Estes negativos também estavam expostos, assim como algumas câmeras que pertencem ao acervo da Instituição. Existem outras exposições fotográficas nas quais colaborei nas etapas de montagem, organização e, posteriormente, na mediação, como por exemplo, na exposição “Memorar”, do fotógrafo Márcio Henrique Martins e na exposição “Constante Efêmero”, do fotógrafo Danísio Silva.

Como pode ser constatado, a fotografia sempre esteve presente em minha vida, desde a infância, quando acompanhei os trabalhos realizados por meu avô, na cidade de Joaçaba, passando pela minha formação acadêmica na graduação na FAAP-SP, até a minha trajetória profissional como arte-educadora e mediadora cultural nas cidades de São Paulo e Florianópolis. Acredito que a motivação para realizar esta pesquisa, intitulada “O revelar de um acervo: cinquenta anos de produção fotográfica de Arthur Adriano Peruzzo” no Programa de Pós-Graduação em Artes Visuais - Mestrado na UDESC veio ao encontro de todas estas experiências que vivenciei no decorrer de toda uma vida.

Apresentando os procedimentos de pesquisa

(32)

processos que dele fazem parte. São estudos nos quais o pesquisador procura conhecer e interpretar a realidade sem interferir ou modificá-la.

Este estudo pode ser ainda considerado, dentro de uma pesquisa qualitativa, como exploratório. Sabia-se da ocorrência do fato, a produção fotográfica de Arthur Adriano Peruzzo, bem como da existência de um acervo, resultante dessa produção, disperso entre os membros da família, os quais também dispuseram de dados que foram coletados em entrevistas não estruturadas. Era necessário organizar e selecionar imagens, objetos e informações para poder refletir sobre eles.

Segundo Gil (2009), a pesquisa exploratória é aquela que tem como finalidade buscar maiores informações sobre o objeto de estudo. Seu principal objetivo é o aprimoramento de ideias, a confirmação de intuições e a descoberta de dados não previstos. Seu planejamento caracteriza-se por sua flexibilidade, possibilitando que sejam considerados os mais variados aspectos relacionados ao fato estudado, desde o levantamento bibliográfico, entrevistas e análise de exemplos.

Com este estudo, pretendo investigar o fenômeno fotográfico dentro de uma determinada região geográfica do país e de um Estado em particular. Este é o desafio, embora os dados disponíveis nem sempre possam ser suficientes. As etapas metodológicas são descritas a seguir:

- rastreamento de imagens, objetos e pertences, relativos à produção fotográfica de Arthur Adriano Peruzzo;

- localização, através de contatos e entrevistas informais com os familiares do fotógrafo, do que foi preservado de sua produção fotográfica original, procedendo à seleção de objetos de seu metier, seleção de documentos pessoais e profissionais, entre outros possíveis achados;

(33)

- organização das fontes que foram utilizadas nesta pesquisa: escritas, manuscritas, iconográficas - tanto os originais como as reproduções - depoimentos e demais objetos, como as câmeras e demais acessórios;

- exercício de interpretação dessa produção sob um ponto de vista contemporâneo, buscando ressignificá-la;

- geração de informações visando publicá-las em formato de textos, de livros ou em um site, para que sejam disseminadas, especialmente entre os professores de arte.

Para Kossoy (2009, p. 137), é importante que “novas abordagens metodológicas se avolumem de forma a contribuir decisivamente para que os estudiosos da área percebam os diferentes tratamentos que os antigos temas podem merecer”. É o que pretendo fazer, não apenas em relação aos temas, mas também no que se refere às imagens fotográficas e às suas circunstâncias, como aspecto dos retratados, cenários, aparatos técnicos e seus próprios usos e respectivos sentidos sociais. Este estudo também se nutre da história da fotografia, entrelaçando aportes dos estudos sobre Memória a fundamentos socioculturais.

A organização da narrativa

Conforme já exposto anteriormente, este estudo aborda aspectos da história da fotografia em Santa Catarina, a partir da trajetória do fotógrafo Arthur Adriano Peruzzo e de suas produções durante um período de cinquenta anos dedicado à fotografia, propiciando a apresentação de um acervo desconhecido, consistindo em uma contribuição inédita, especificamente no que se refere à memória e ao resgate de parte da história da fotografia neste Estado.

(34)

definido, como no início do século XX e também a partir da segunda metade do século XX.

Ainda, nesta introdução, explicito minhas relações com a Fotografia, com a Arte e com a Educação e faço considerações sobre a função social, artística e cultural da imagem fotográfica em uma sociedade. Apresento os procedimentos que pretendo utilizar nesta pesquisa e proponho a organização de como se constituirá esta narrativa. No primeiro capítulo, dedicado à fundamentação teórica, pretendo examinar

aspectos relacionados ao início da história da fotografia, desde o final do século XIX até

as primeiras décadas do século XX, fazendo uma síntese desta história, rememorando

algumas técnicas e de seus respectivos inventores na Europa, mais especificamente na

França. Abordo ainda aspectos que mostram como a fotografia se desenvolveu no

Brasil, com as pesquisas iniciais desenvolvidas por Hercules Florence em São Paulo. De

acordo com Fabris,

Produto novo num mercado de consumo dominado por técnicas seculares, a fotografia vale-se de seus atributos fundamentais - nitidez e veracidade - para articular um discurso que comprove suas vantagens em relação ao universo tradicional das artes plásticas. Deixando de lado suas inequívocas derivações do terreno da arte, o discurso elaborado pelos primeiros fotógrafos tende a sublinhar o caráter científico e exato da nova imagem, pois era nessa direção que caminhava o consumo visual da sociedade oitocentista. (FABRIS, 2009, p. 13)

Após a Revolução Industrial, a sociedade exigia novos formatos visuais quanto ao registro das imagens, a fotografia veio ao encontro destas necessidades, na medida em que multiplicava estes registros e tornava este processo acessível a uma parcela maior da população. Também neste capítulo, mostro a dualidade presente na fotografia e apresento os elementos constitutivos que lhe dão origem: a temática, o fotógrafo e a tecnologia. Exponho exemplos de elementos das coleções que constituem o acervo fotográfico de Arthur Adriano Peruzzo e faço incursões sobre os temas fotografia e memória, mostrando a importância destes assuntos quando nos referimos a uma sociedade em particular.

(35)

abordadas em suas produções, como os retratos, as poses encenadas para o estúdio, os registros das cenas do cotidiano, as fotografias de casamentos, os eventos religiosos como a primeira comunhão e os batizados, as paisagens urbanas e rurais e os álbuns fotográficos de família. Para tanto, mostro, através de reproduções, parte do acervo de imagens sobre papel fotográfico e em chapas de vidro até hoje preservadas pela família do fotógrafo. De acordo com Olga Rodrigues de Moraes von Simson

Desde os anos trinta e quarenta, com a “democratização” do registro fotográfico mediante o surgimento de máquinas fotográficas de operação muito simples e relativamente baratas, que permitiram a fixação rápida e fácil de “instantâneos”, a vida dos grupos sociais e dos indivíduos passou a ser registrada muito mais pela imagem do que pelos livros de memórias, cartas ou diários, e a memória individual e familiar passou a ser construída tendo por base o suporte imagético. (SIMSON, 2005, p.20)

Além de organizar as imagens em categorias temáticas, almejo contribuir para leitura de cada categoria temática, através de reflexões sobre as fotografias feitas por meu avô. Busco tecer comentários acerca da história do fotógrafo Peruzzo e sua atuação no mercado fotográfico por mais de cinquenta anos, desde o Foto-Amador até a criação e direção da empresa Joaçaba Color, posteriormente conhecida como Zás Color.

No terceiro capítulo, procuro fazer uma descrição dos acessórios, equipamentos e materiais empregados para a realização do ofício fotográfico, procedendo a uma classificação das fontes de acordo com sua tipologia, mostrando as questões técnicas e suas especificidades. Tento estabelecer uma correlação entre essa descrição e sua importância no desenvolvimento das produções fotográficas de Arthur Adriano Peruzzo.

(36)

de aula? E de que forma contextualizam e realizam atividades sobre esta produção fotográfica?

(37)

4.1. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

ABREU, R.; CHAGAS, M. (Orgs.). Memória e patrimônio: ensaios contemporâneos. 2ª ed. Rio de Janeiro: Lamparina, 2009.

BAETENS, J. A volta do tempo na fotografia moderna. In: SAMAIN, E. (Org.). O Fotográfico. 2ª ed. São Paulo: Editora Hucitec/Editora SENAC São Paulo, 2005, p. 223-233.

BARROS, A. Educando o olhar: notas sobre o tratamento das imagens como fundamento na formação do pedagogo. In: SAMAIN, E. (Org.). O Fotográfico. 2ª ed. São Paulo: Editora Hucitec/Editora SENAC São Paulo, 2005, p. 191-198.

BENJAMIN, W. Pequena História da Fotografia. In: ______. Magia e técnica, arte e política: ensaios sobre literatura e história da cultura. São Paulo: Brasiliense, 1994. ______. A Obra de Arte na Era de sua Reprodutibilidade Técnica. In: ______. Magia e técnica, arte e política: ensaios sobre literatura e história da cultura. São Paulo:

Brasiliense, 1994.

BEZZON, L. C. (Org.). Guia prático de monografias, dissertações e teses. Campinas:

Alínea, 2005.

BOURDIEU, P. Un Art Moyen: essai sur les usages sociaux de la photographie. Paris:

Minuit, 1965.

BUSSELLE, M. Tudo sobre Fotografia. 6ª ed. São Paulo: Pioneira, 1993.

CERQUEIRA, F. V.; PEIXOTO, L. da S.; GEHRKE, C. Fotografia e Memória Social: Etnografia de uma experiência em um núcleo rural de colonização italiana em Pelotas. In: MICHELON, F. F.; TAVARES, F. S. (Org.). Fotografia e Memória. Pelotas: Editora

Universitária da UFPEL, 2008, p. 163-209.

DUARTE, L. F. D. Memória e reflexividade na cultura ocidental. In: ABREU, R.; CHAGAS, M. (Orgs.). Memória e patrimônio: ensaios contemporâneos. 2ª ed. Rio de Janeiro:

Lamparina, 2009.

DUBOIS, P. O Ato fotográfico e outros ensaios. Tradução Marina Appenzeller.

Campinas: Papirus, 1994. (Coleção ofício arte e forma).

FABRIS, A. Fotografia e Arredores. Florianópolis: Letras Contemporâneas, 2009.

FERREIRA, M. Objetos, lugares de memória. In: MICHELON, F. F.; TAVARES, F. S. (Org.).

Fotografia e Memória. Pelotas: Editora Universitária da UFPEL, 2008, p. 17-41.

FLUSSER, V. Filosofia da caixa preta: ensaios para uma futura filosofia da fotografia. Rio de Janeiro: Relume Dumará, 2002.

(38)

GONÇALVES, J. R. S. O patrimônio como categoria de pensamento. In: ABREU, R.; CHAGAS, M. (Orgs.). Memória e patrimônio: ensaios contemporâneos. 2ª ed. Rio de Janeiro: Lamparina, 2009.

GOULART, P.; MENDES, R. Noticiario Geral da Photographia Paulistana: 1839-1900. São Paulo: Imprensa Oficial do Estado de São Paulo, 2007.

HALBWACHS, M. A Memória Coletiva. São Paulo: Centauro, 2006.

HEDGECOE, J. Guia Completo de Fotografia. Tradução Luis Eduardo Machado. São Paulo: Martins Fontes, 1996.

HOBSBAWM, E. J. Sobre história. Tradução Cid Knipel Moreira. São Paulo: Companhia

das Letras, 1998.

KOSSOY, B. Dicionário Histórico-Fotográfico Brasileiro: fotógrafos e ofício da fotografia no Brasil (1833-1910). São Paulo: Instituto Moreira Salles, 2002.

______. Fotografia & História. 2ª ed. rev. São Paulo: Ateliê Editorial, 2009.

______. Os Tempos da Fotografia: o efêmero e o perpétuo. São Paulo: Ateliê Editorial,

2007.

______. Realidades e Ficções na Trama Fotográfica. São Paulo: Ateliê Editorial, 2002.

KRAUSS, R. O Fotográfico. Barcelona: Gustavo Gili, 2002.

LANGFORD, M. Fotografia Básica. 4ª ed. Lisboa: Dinalivro, 1996.

LE GOFF, J. História e Memória. Tradução Bernardo Leitão et. al. 5ª ed. Campinas:

Editora da UNICAMP, 2003.

LEITE, M. Retratos de família: imagem paradigmática no passado e no presente. In: SAMAIN, E. (Org.). O Fotográfico. 2ª ed. São Paulo: Editora Hucitec/Editora SENAC São

Paulo, 2005, p. 33-38.

LEROI-GOURHAN, A. Le Geste et la Parole. Paris: Michel, 1964-1965, vol. II. Tradução

para o português. Lisboa: Edições 70, 1981-1983.

LONGHI, O.; RIGO, A. Pinheiro Seco: os italianos de Vila Flores. Porto Alegre: EST, 1981.

MARCONI, M. de A.; LAKATOS, E. M. Metodologia Científica. São Paulo: Atlas, 2010.

MICHELON, F. F.; TAVARES, F. S. (Org.). Fotografia e Memória. Pelotas: Editora

Universitária da UFPEL, 2008.

NORA, P. Les lieux de mémoire. vol. I- vol. III.Paris: Quarto Gallimard, 1997.

(39)

ROUILLÉ, A. A Fotografia: entre documento e arte contemporânea. Tradução Constancia Egrejas. São Paulo: Editora SENAC, 2009.

SAMAIN, E. (Org.). O Fotográfico. 2ª ed. São Paulo: Editora Hucitec/Editora SENAC São Paulo, 2005.

SIMSON, O. Imagem e memória. In: SAMAIN, E. (Org.). O Fotográfico. 2ª ed. São Paulo: Editora Hucitec/Editora SENAC São Paulo, 2005, p. 19-32.

SCHAEFFER, J.-M. A imagem precária: sobre o dispositivo fotográfico. Tradução Eleonora Bottmann. Campinas: Papirus, 1996.

SOULAGES, F. Estética da Fotografia: perda e permanência. Tradução Iraci D. Poleti e

Regina S. Campos. São Paulo: Editora SENAC, 2010.

VERNANT, J.-P. Mythe et pensée chez les grecs. Études de psychologie historique. Paris: Maspero, 1965.

VYGOTSKY, L. A Formação Social da Mente. 7ª ed. São Paulo: Martins Fontes, 2007.

YATES, F. A. The Art of Memory. Londres: Routledge and Kegan Paul, 1966.

Revistas

MENESES, U. T. B. Memória e Cultura Material: Documentos Pessoais no Espaço Público. Revista Estudos Históricos: Arquivos Pessoais. São Paulo, v. 11, n. 21, p.

89-102, 1998.

MESQUITA, C. D. Zás Color: o líder barriga-verde. FHOX. São Paulo, ano 6, n. 24, p.

36-37, mar./abr. 1995. Revistas Eletrônicas

GONÇALVES, J. Pierre Nora e o tempo presente: entre a memória e o patrimônio cultural. Revista Historiæ, Rio Grande, v. 3, n. 3, p. 27-46, 2012. Disponível em:

<http://www.seer.furg.br/hist/issue/current>. Acesso em: 26 abr. 2013.

HEYMANN, L. Q.; LACERDA, A. L. Entrevista com Ulpiano Toledo Bezerra de Meneses.

Revista Estudos Históricos, Rio de Janeiro, vol. 24, n. 48, p. 405-431, jul./dez. 2011.

Disponível em: <http://bibliotecadigital.fgv.br/ojs/index.php/reh>. Acesso em: 05 mar. 2013.

________. Os fazimentos do arquivo Darcy Ribeiro: memória, acervo e legado. Revista

Estudos Históricos, Rio de Janeiro, v. 2, n. 36, p. 43-58, jul./dez. 2005. Disponível em: < http://bibliotecadigital.fgv.br/ojs/index.php/reh>. Acesso em: 05 mar. 2013.

(40)

NEDEL, L. B.; SILVA, J. G. Patrimônio e Memória, convite para um diálogo. Revista Esboços, Florianópolis, v. 18, n. 26, p. 1-13, dez. 2011. Disponível em:

<http://www.periodicos.ufsc.br/index. php/esbocos>. Acesso em: 21 mar. 2013. NORA, P. Entre memória e história: a problemática dos lugares. Revista Projeto História, São Paulo, v. 10, p. 7-28, dez. 1993. Disponível em: <http://www.pucsp.br/projetohistoria>. Acesso em: 26 abr. 2013.

ANEXOS

Referências

Documentos relacionados

Deste modo, é possível afirmar que Helena Wong, Miguel Bakun, Leonor Botteri, Nego Miranda e Mazé Mendes, perceberam a cidade pelas suas dobras, pela inflexão

As análises de Bourdieu (2003), centradas no conceito de classe social, têm recebido críticas, não sendo, também, aplicadas a esta pesquisa, pois a questão de

Considerando esta condição, deste saber arte pública, o desenvolvimento da pesquisa se realizou e foi perpassada pela teoria lacaniana, apreendida como sistema de pensamento

Agora, em segundo lugar, o ensaio tem a ver com a construção de bordas, que está na base de que não existem idéias claras, não adianta você querer dar

Dissertação de Mestrado elaborada junto ao Programa de Pós-Graduação em Artes Visuais do CEART/UDESC, para obtenção do título de Mestre em Artes Visuais na linha

Esta comissão possuía mais uma função de controle político-ideológico do que propriamente uma função didática (FREITAG et al., 1989), já que os livros

Durante a realização da Oficina, nosso principal objeti- vo foi desenvolver, em parceria com os professores de Artes Visuais, uma proposta colaborativa de formação docente

O objeto deste estudo é a análise de uma experiência de pesquisa com público com deficiência visual e sua inclusão por meio da arte contemporânea, com foco nas