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Expansão urbana na Ride da Grande Teresina: os efeitos territoriais da política habitacional do Programa Minha Casa, Minha Vida

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EXPANSÃO URBANA NA RIDE DA GRANDE TERESINA: os efeitos territoriais da política habitacional do Programa Minha Casa, Minha Vida.

Dissertação de Mestrado apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Estudos Urbanos e Regionais da Universidade Federal do Rio Grande do Norte, para obtenção do título de Mestre em Estudos Urbanos e Regionais.

Área de Concentração: Dinâmicas Urbanas e

Regionais

Linha de pesquisa: Cidades e Dinâmica Urbana

Orientadora: Prof.ª Dr.ª Maria do Livramento Miranda Clementino

Co - orientador: Prof.ª Dr. Rodolfo Finatti

Natal/RN 2019

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Título: Expansão Urbana na Ride Da Grande Teresina: Os efeitos territoriais

da política habitacional Do Programa Minha Casa, Minha Vida.

Dissertação de Mestrado apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Estudos Urbanos e Regionais da Universidade Federal do Rio Grande do Norte, como parte das exigências para a obtenção do título de Mestre.

Aprovado:_15/04/2019

Natal/RN 2019

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A Meus pais, por todo exemplo de perseverança, honestidade e,

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AGRADECIMENTOS

Inicialmente, quero agradecer a Deus, por me conceder o dom da vida. E assim poder desfrutar de todas realizações que ela me proporciona. Principalmente por estar sempre ao meu lado, me dando força e coragem e guiando os meus caminhos durante essa minha trajetória.

A minha mãe Francineide, pelo incrível exemplo de ser humano, de mulher e principalmente de mãe. Que apesar de não termos o mesmo sangue, acreditou e confio em mim desde os primeiros dias da minha vida. Que honra e sorte a minha de ter sido agraciado pela oportunidade de conviver e aprender tanto e saber o real amor entre almas, e assim comprovar e assim eu poder sentir o significado de AMOR.

Ao meu pai, e as minhas irmãs pela companhia, receptividade e por toda confiança em mim depositada.

A minha orientadora, Maria do Livramento, que se tornou bem mais que isso, foi uma amiga, uma mãe, uma conselheira. O melhor resultado de ser humano e de docente. Obrigado por todo apoio, confiança e por me proporcionar essa rica experiência que vai contribuir incansavelmente e ficar na minha memória pra sempre. Com certeza, você vai ser minha base de inspiração na minha construção como futuro profissional docente. GRATIDÃO!

Ao meu coorientador, Rodolfo Finatti, que foi bem mais que isso. Se tornou um grande amigo, irmão e também conselheiro. Muito obrigado, por todo auxílio, presença, atenção e contribuição em todas essas etapas. Um amigo pra vida!

Ao núcleo de estudos da Rede INCT Observatório das Metrópoles do núcleo Natal, pela convivência diária, troca de angústias, de alegrias, sorrisos e companhias.

Ao CNPq, pelo amparo financeiro na realização da pesquisa.

Agradeço ao professor Marcelo Ribeiro, por compor a banca de qualificação, pelas sugestões, críticas e por contribuir com o desenrolar da pesquisa.

Aos meus grandes amigos conquistados na turma de mestrado, em especial a Alenuska, André, Érica, Gabriela, Wil. Que apesar da distância em que nos encontraremos, à amizade e apoio continuará.

Ao Programa de Pós-Graduação em Estudos Urbanos e Regionais, e aos professores, Em especial: o professor Cláudio de Jesus e a Márcio Valença, por toda receptividade e atenção. E aos técnicos Rosângela e Viana por toda atenção e paciência.

Dedico a: Amanda, Lígia, Clara e Valton, que foram as pessoas com quem durante esses anos dividi apartamento, e que resultou na melhor combinação de estados: Piauí, Pernambuco, Minas Gerais e Rio Grande do Norte. Obrigado pelos momentos de alegria, pelos momentos difíceis e por todo apoio dado. Vocês são incríveis e vou carregar no coração pra sempre. Vocês foram elementos fundamentais para conseguir morar em uma cidade, na qual, não conhecia nada nem.

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graduação, no qual, foi o pontapé inicial da minha vida acadêmica. Em especial, aos meus professores e aos meus colegas de turma por toda a companhia e amizade, e ampliação para fora dos muros da universidade. Especialmente a: Andrea Carolina, Denise Brito, Eliana Oliveira, Jéssica Andrade, Jéssica Emília, Jéssica Frota.

Aos meus amigos de Teresina, por todo suporte emocional, por toda amizade e companhia durantes todos os momentos. Em especial: Armano, Charlys, Eduardo, John. Josy, Marcus, Marta, Samuel.

Aos amigos André, Huda, Juliete, Karol e Will, pelas companhias, e a todos os amigos conquistados em Natal. Quanta gratidão e agradecimento por todos os momentos de convívio, e por todas as viagens que me proporcionaram conhecer um pouquinho do RN e suas belezas.

E por fim, a todos que direta e/ou indiretamente contribuíram para o desenvolvimento e conclusão desse trabalho.

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“Não é sobre vencer, é sobre não desistir.” “Se você tem um sonho, lute por ele.” “Existe uma disciplina para a paixão.” “… e não é sobre quantas vezes você é rejeitado, ou quantas vezes você caiu e foi derrotado, é sobre quantas vezes você levantou com coragem e seguiu em frente.” (Lady Gaga, 2019)

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LISTA DE MAPAS

Mapa 1- Região Integrada de Desenvolvimento da Grande Teresina ... 32

Mapa 2 - Localização dos empreendimentos contratados do PMCMV faixa 1 ... 84

Mapa 3 - Quantitativo de conjuntos habitacionais contratados pelo PMCMV faixa 2 ... 93

Mapa 4 - Quantitativo de conjuntos habitacionais contratados pelo PMCMV faixa 3 ... 94

Mapa 5 - Ride da Grande Teresina - Manchas urbanas identificadas por meio de imagens orbitais (1999, 2009 e 2018) ... 118

Mapa 6 - Sobreposição das manchas urbanas nos anos de 1999, 2009 e 2018 na Ride da Grande Teresina ... 122

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8 LISTA DE TABELAS

Tabela 1 - Extensão territorial, população e densidade demográfica dos municípios da Ride da

Grande Teresina (2018) ... 36

Tabela 2 - Setores produtivos do Piauí e o Valor Adicional nos anos de 2011-2015 ... 38

Tabela 3 - Valores Por Setor Econômico e Administração Pública e sua porcentagem de participação na Ride da Grande Teresina - 2015 ... 41

Tabela 4 - Comparativo do PIB e participação entre os anos de 2002, 2010 e 2015 ... 43

Tabela 5 - Demonstrativo do mercado de trabalho para o ano 2000 ... 46

Tabela 6 - Demonstrativo do mercado de trabalho para o ano 2010 ... 47

Tabela 7 - Índice de Gini na Ride da Grande Teresina ... 48

Tabela 8 - Escolas públicas e particulares ... 49

Tabela 9 - Deslocamento para estudo entre e o município polo (Teresina) e a periferia do aglomerado urbano ... 50

Tabela 10 - População com 18 anos ou mais em 2000 e 2010 ... 51

Tabela 11 - Estabelecimentos de saúde ... 53

Tabela 12 - Taxa da mortalidade infantil entre os anos de 2000 e 2010 por mil habitantes nascidos vivos (%)... 55

Tabela 13 - Índice de desenvolvimento humano municipal na Ride da Grande Teresina ... 56

Tabela 14 - Taxa de urbanização na Ride da Grande Teresina ... 58

Tabela 15 - Fases e faixas do Programa Minha Casa, Minha Vida ... 77

Tabela 16 - Ranking dos municípios por número de unidades habitacionais contratadas da faixa 01 ... 85

Tabela 17 - Movimento pendular realizado por motivo de estudo na Ride da Grande Teresina, no ano 2000 ... 104

Tabela 18 - Movimento pendular realizado por motivo de estudo na Ride da Grande Teresina, no ano 2010 ... 107

Tabela 19 - Movimento pendular realizado por motivo de trabalho na Ride da Grande Teresina, no ano 2000 ... 110

Tabela 20 - Movimento pendular realizado por motivo de trabalho na Ride da Grande Teresina, no ano 2010 ... 112

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LISTA DE GRÁFICOS

Gráfico 1- Taxa de crescimento do PIB (%) - 2011 - 2015 ... 37 Gráfico 2 - Unidades habitacionais contratadas da faixa 1 na Ride da Grande Teresina – 2009/2018 ... 86

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8 LISTA DE QUADROS

Quadro 1 - Datação das imagens ... 26 Quadro 2 - Tipologia do fluxo do movimento pendular na Ride da Grande Teresina ... 102

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LISTA DE SIGLAS

ADENE Agência de Desenvolvimento do Nordeste

BNH Banco Nacional de Habitação

CAIXA Caixa Econômica Federal

CCFGTS Conselhor Curador do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço

CEPRO Fundação Centro de Pesquisas Econômicas e Sociais do Piauí

COARIDE Conselho Administrativo da Região Integrada de Desenvolvimento da Grande Teresina

COHAB/PI Companhia de Habitação do Piauí

FAR Fundo de Arrendamento Residencial

FDS Fundo de Desenvolvimento Social

FGTS Fundo de Garantia por Tempo de Serviço

FJP Fundação João Pinheiro

HIS Habitação de Interesse Social

IBGE Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística

IPEA Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada PIB Produto Interno Bruto

PLHIS Plano Local de Habitação de Interesse Social.

PMCMV Programa Minha Casa, Minha Vida

PNDR Política Nacional de Desenvolvimento Regional

PNHR Programa Nacional de Habitação Rural

PNUD Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento

RIDE Região Integrada de Desenvolvimento

RM Região Metropolitana

RMBH Região Metropolitana de Belo Horizonte

SEDUC/PI Secretaria de Estado da Educação do Piauí

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SIG Sistema de Informação Geográfica

SNHIS Sistema Nacional de Habitação de Interesse Social

SPSS Statistical Package for the Social Sciences

UH Unidade Habitacional

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RESUMO

A pesquisa procura contribuir acerca da discussão da temática de expansão urbana em aglomerados urbanos e a política habitacional brasileira Programa Minha Casa, Minha Vida - PMCMV. Desse modo, aborda a produção do espaço urbano, na perspectiva da implantação da política habitacional do PMCMV da faixa 1 na Ride da Grande Teresina. Partindo da premissa de que a localização dos conjuntos habitacionais do PMCMV da faixa 1 estão inseridos em localizações periféricas e nas franjas urbanas, e que isso, tem sido um fator motivador para a ocorrência da expansão da mancha urbana nessa região. Nessa perspectiva, tomou-se como pergunta de partida: O programa Minha Casa, Minha Vida da faixa 1, tem contribuições a respeito da expansão urbana da Ride da Grande Teresina? Diante disso, a pesquisa apresenta como objeto de estudo a relação entre o fenômeno da expansão urbana observado na Ride da Grande Teresina e a localização dos conjuntos habitacionais do PMCMV faixa 1. Dessa forma, propõe-se como objetivo geral: compreender o fenômeno da expansão urbana na Ride da Grande Teresina entre os anos de 1999, 2009 e 2018, considerando a análise da localização dos conjuntos habitacionais do PMCMV da faixa 1. Para isso, se norteou a partir dos seguintes objetivos específicos: (i) Caracterizar a Ride da Grande da Grande; (ii) Identificar e mapear os empreendimentos imobiliários do PMCMV da Ride da Grande Teresina; (iii) Analisar a intensidade dos fluxos e movimentos pendulares no aglomerado urbano na Ride da Grande Teresina; (iv) Identificar e mapear as direções que se relacionam com a expansão da mancha urbana, através da localização dos conjuntos habitacionais do PMCMV faixa 1. A metodologia utilizada foi baseada em pesquisas bibliográficas, levantamentos de dados em órgãos públicos, utilização de imagens de satélite e uso de softwares como: SPPS e ArcGis 10.5, sob licença do Observatório das Metrópoles Núcleo Natal. Os resultados apontam a influência dos conjuntos habitacionais do PMCMV da faixa 1, como elementos que nortearam e contribuíram para a expansão urbana na Ride da Grande Teresina. A relevância da pesquisa é motivada pela carência de estudos a respeito da temática e sobre a região, como também, pelo fato de o autor acreditar que os resultados possibilitem a influenciar em: futuras pesquisas a respeito da região e planejamento e implementação de políticas públicas que possam contribuir para o desenvolvimento urbano e regional da Ride da Grande Teresina.

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9 ABSTRACT

This research aims to contribute to the discussion of the theme of the urban expansion in urban complexes and the Brazilian housing policy Minha Casa, Minha Vida program (PMCMV). Thus, it approachs the production of the urban space in the perspective of the implantation of the housing policy of PMCMV in the band 1 of the Integrated Development Region of the Great Teresina (IDR). It starts from the premise that the localization of the housing complexes of PMCMV in the band 1 are inserted in peripheral locations and in urban fringes, and that it has been a stimulating factor for the emergence of the urban area expansion in that region. From this perspective, the starting question is: The Minha Casa, Minha Vida program in the band 1, has contributed to the urban expansion of the IDR of the Great Teresina? Thereby this research has as the study object the relationship between the phenomenon of the urban expansion as observed in the IDR of the Great Teresina and the locatization of the housing complexes of the PMCMV in the band 1. In this way, we propose as the main aim: to understand the phenomenon of the urban expansion in the IDR of the Great Teresina between 1999, 2009 and 2018, considering the analysis of the localization of the housing complexes of the PMCMV in the band 1. From this aim, the research was drawn based on the following specific objectives: (i) To caractherize the IDR of the Great Teresina; (ii) To identify and map the real estate development of the PMCMV in the IDR of the Great Teresina; (iii) To analyse the intensity of flows and commuting in the urban complexes in the DIR of the Great Teresina; (iv) To identify and map the diretions that relate to the expansion of the urban area, through the localization of the housing complexes of the PMCMV in the band 1. The methodology adopted was based in bibliographic research, collection of data from public organs, images of satelite and use of the softwares SPPS and ArcGis 10.5, under license of the Natal Nucleus of the Metropolis Observatory. The results point out to the influence of the housing complexes of the PMCMV in the band 1, as the elements that have directed and contributed to the urban expansion of the IDR of the Great Teresina. The relevance of this research is motivated by the shortage of studies regarding on this topic and on the region itself, as well as by the fact that the author believes that the results may have an influence on future researchs approaching the region, planning and implementation of public policies that may contribute to the urban and regional development of the IDR of the Great Teresina.

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ... 17

Notas Metodológicas ... 24

CARACTERIZAÇÃO DA RIDE DA GRANDE TERESINA ... 28

1.1 O desenho institucional ... 28

1.2 Modelo de gestão na Ride da Grande Teresina ... 33

1.3 A Ride da Grande Teresina atualmente: seus aspectos e suas realidades ... 36

1.3.1 Quadro espacial e demográfico ... 36

1.3.2 Fatores econômicos no espaço metropolitano na Ride da Grande Teresina ... 37

1.3.3 Aspectos sociais: Educação ... 49

1.3.4 O diagnóstico da saúde e sua configuração na Ride da Grande Teresina ... 53

1.3.5 A urbanização e suas características na Ride da Grande Teresina ... 57

2 TRANSFORMAÇÕES SOCIOESPACIAIS NA RIDE DA GRANDE TERESINA: a produção do espaço urbano a partir da política habitacional do programa minha casa, minha vida. ... 62

2.1 A produção do espaço urbano na Ride da Grande Teresina: agentes, articulações e processos ... 63

2.2 Breve histórico do Programa Minha Casa, Minha Vida - PMCMV ... 73

2.3 Distribuição geográfica do PMCMV e a mercantilização do espaço urbano ... 81

3CONTRIBUIÇÕES PARA A EXPANSÃO TERRITORIAL URBANA ... 95

NA RIDE DA GRANDE TERESINA: o movimento pendular e a localização dos conjuntos habitacionais do PMCMV ... 95

3.1 Concepções sobre movimento pendular em aglomerados urbanos ... 95

3.1.1 Movimento pendular na Ride da Grande Teresina... 101

3.2 A Expansão da mancha urbana na Ride da Grande Teresina sofreu influência da inserção dos conjuntos habitacionais do PMCMV faixa 1? ... 115

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9 REFERÊNCIAS ... 128

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INTRODUÇÃO

O processo acelerado da urbanização contempla uma série de modificações, inclusive na produção das cidades, dentre elas, pode-se evidenciar a temática da expansão urbana, fato esse presente no cotidiano de todas as cidades do mundo. Nessa perspectiva, levando em consideração a sua derivação da atual fase do capitalismo, contempla-se essa realidade a partir da dinâmica da produção do espaço urbano movida pela acumulação do capital, que direta e/ou indiretamente contempla uma das causas geradoras da expansão urbana das cidades capitalistas. Em outras palavras, o processo de urbanização contemporânea tem apresentado novas dinâmicas e novas realidades urbanas no território brasileiro. Diante disso, novas configurações territoriais vão surgindo e com ela novas formas, estruturas e funções, bem como diferentes aspectos do processo de produção do espaço urbano.

Nessa perspectiva, as cidades estão propensas a sofrerem modificações espaciais, devido o interesse do capital privado em agir em determinadas nuances da cidade, articulando com o setor público em busca de melhorias e facilidades que os auxiliem na extração de capital em detrimento do uso e troca do solo urbano. Desse modo, no Brasil, a partir do ano de 2009 foi implantada uma política pública habitacional, destinada para a oferta de habitações para determinadas faixas de renda, na tentativa de minimizar o déficit habitacional e proporcionar uma oferta e direito à casa própria a uma demanda da população que anteriormente não tinha condições de arcar com a obtenção do produto.

Desde então, essa política intitulada de “Programa Minha Casa, Minha Vida” – PMCMV, até o presente momento, vem implantando e construindo conjuntos habitacionais em grandes escalas em todas as cidades brasileiras, e assim, trazendo também uma série de consequências espaciais e sociais à população e toda uma série de fatos que demandam uma reflexão a respeito do processo de produção das cidades.

A política habitacional do PMCMV tem impactado na dinâmica das cidades, a literatura aborda mais precisamente que, um dos impactos seria o de segregação urbana, fator esse contribuinte também a ocorrência da expansão urbana. Isso ocorre pelo fato de que esses conjuntos destinados a faixa 1 são ofertados para a população de menor renda com grande parte da aquisição sendo subsidiada pelo governo, e como consequência desse benefício a maioria dos conjuntos habitacionais estão inseridos nas áreas periféricas e franjas urbanas das cidades.

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9 Isso se implica, a diversos questionamentos, dentre eles, o interesse do mercado em articulação com o governo, de maneira que propiciem a execução das obras, no entanto o mercado tem maior interesse para as camadas de demanda solvável, e pouco interesse na construção voltada a população com menor renda. Com isso, utiliza-se de estratégias como, as localizações periféricas para a inserção dos conjuntos habitacionais de baixa renda, e uma produção em larga escala, em decorrência de uma maior possibilidade de diminuição de custos e maior lucratividade na produção.

Sendo assim, esta pesquisa aborda a temática da expansão urbana em aglomerados urbanos e a política habitacional e, para o desenvolvimento do tema, pretende-se levar em consideração a localização dos conjuntos habitacionais do Programa Minha Casa, Minha Vida da faixa 1 enquanto um elemento direcionador para compreender a expansão urbana desse aglomerado urbano.

Esse programa do Governo Federal que foi lançado em 2009 foi elaborado no intuito de diminuir o déficit habitacional, como também pela criação de mecanismos de incentivo à produção e aquisição de novas unidades habitacionais, operando em três faixas de acordo com a renda familiar. Sendo que, essa localização na maioria das vezes é referente a faixa que o programa oferece, no caso da faixa 1 costumam se localizar em locais periféricos e nas franjas urbanas e as faixas 2 e 3 em locais de melhor localização no espaço urbano.

Neste caso, é importante observar o quanto os aglomerados urbanos têm exercido um crescimento, diante do processo de migração da população do núcleo em destino aos municípios periféricos. Como aponta, Brito e Souza (2005, p. 12):

Como consequência, o padrão de expansão urbana nos aglomerados metropolitanos, com um crescimento demográfico extremamente acelerado, transferiu o comando desse crescimento para os municípios periféricos à capital, por meio de intensa migração intrametropolitana. Na verdade, essa transferência do comando do crescimento populacional resultante da redistribuição espacial da população mais pobre, sob o comando do capital imobiliário e supervisão do poder público.

Essa nova dinâmica influencia tanto nas questões de planejamento urbano regional, como também nas questões sociais dessas pessoas que por morarem em locais distantes, necessitam de um aporte de infraestrutura como é o caso de transportes para o seu deslocamento, tendo em vista que, seu município de residência na maioria das vezes não possuí

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uma oferta de bens e serviços que lhe façam se fixar nele, forçando a população utiliza-se de outros meios para se ter acesso aos serviços públicos que necessitam. Conforme Moura e Pêgo (2016, p. 57):

Em geral, configurações do modelo de cidade compacta estariam cedendo espaço a um modelo de cidade mais disperso, que se conecta por meio de redes viárias. O movimento de expansão urbana nos padrões descritos, incorpora, de forma tentacular, centralidades e aglomerações em proximidades, com relações de complementaridade funcional, produção e consumo com a centralidade principal, facilitadas por uma crescente mobilidade de pessoas e mercadorias e de toda uma ordem de fluxos materiais e imateriais.

A expansão urbana fez com que algumas cidades extrapolassem os limites administrativos municipais em um processo de conurbação e formação de aglomerações. Estas, se expressam em morfologias expandidas e descontínuas, que articulam espacialmente novas aglomerações, cidades e áreas rurais, configurando grandes territórios regionais, com elevada mobilidade da população (MOURA e PÊGO, 2016, p. 65).

Sendo assim, é importante compreender esse processo de expansão urbana e sua dinâmica, partindo do pressuposto da distribuição espacial e da localização dos conjuntos habitacionais do PMCMV faixa 1. Tratando dessa questão, será abordado o aglomerado urbano conhecido como Ride1 da Grande Teresina.

A Região Integrada de Desenvolvimento (RIDE) da Grande Teresina (mapa 12), foi

criada a partir da Lei Complementar n°112, de 19 de setembro de 2001, e regulamentada pelo Decreto n° 4.367, de 9 de setembro de 2002. Esse aglomerado urbano é composto por 15 municípios, sendo 14 do estado do Piauí e 1 município do estado do Maranhão.

O processo de urbanização contemporânea tem apresentado novas dinâmicas e novas realidades urbanas no território brasileiro. Diante isso, novas configurações territoriais vão surgindo e com ela novas formas, estruturas e funções, bem como diferentes aspectos do processo de produção do espaço urbano. Como é o caso da dispersão das moradias pelo espaço, mas que diante da urbanização contemporânea, mesmo as pessoas morando em municípios diferentes do seu local de trabalho e estudo, transcendem as fronteiras administrativas para realizarem suas atividades pessoais.

1 Região Integrada de Desenvolvimento (RIDE) é uma região metropolitana situada em mais de uma unidade federativa (Nacional, 2013, p. 1)

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9 A especulação do solo, acompanhando o mercado habitacional, deixa claro duas características principais: de um lado, a expansão territorial dos loteamentos populares para zonas periféricas mais distantes, de outro, a existência de loteamentos fechados em áreas mais próximas a espaços equiparados de infraestrutura nas zonas centrais, reafirmando assim o efeito de segregação e as desigualdades na apropriação do solo (CAMPOS e MENDONÇA, 2013). “Assim, configurou-se uma estruturação urbana baseada na dicotomia centro-periferia/rico-pobre. Entretanto, essa periferia pobre e estigmatizada das metrópoles, muitas vezes denominadas “cidades-dormitório”, já não é tão homogênea como no passado” (OJIMA; MONTEIRO; NASCIMENTO, 2015, p. 11).

Entende-se que o processo de expansão urbana da RIDE da Grande Teresina mostra-se relevante na tentativa de melhor compreender as atuais relações que estão ocorrendo, da mesma forma para entender o contexto urbano regional desse aglomerado urbano.

Desse modo, desde sua regulamentação em 2002, não se tem informações a respeito da proposta estipulada para sua criação, que seria a de influenciar na diminuição da desigualdade e contribuir para o desenvolvimento urbano e regional.

Portanto, a inserção dos conjuntos habitacionais do PMCMV da faixa 1 são levados em consideração nessa pesquisa, por serem considerados elementos base para se analisar e entender a expansão do tecido urbano que ocorre nesse aglomerado urbano. Justamente, pelo fato de existir um arcabouço de material que trata a respeito do PMCMV em diferentes realidades brasileiras, que consideram os conjuntos da faixa 1 como elementos sujeitos a sua inserção em localizações periféricas e nas franjas urbanas das cidades. Com base nisso, pretende-se verificar se esse caso acontece no contexto da região da Ride da Grande Teresina, apresentando assim um ponto de partida para se discutir os temas de: expansão urbana, mercado imobiliário e dinâmica urbana regional.

Essa proposta se torna relevante, tendo em vista, que até o atual momento se desconhece pesquisas e estudos relacionados ao planejamento urbano regional dessa região, no qual, acredita-se na relevância desse recorte diante da temática, possibilitando assim, um maior empenho e interesse. Desse modo, os resultados da pesquisa tem o intuito de contribuir com os gestores da Ride da Grande Teresina, acerca de reflexões da conjuntura atual no qual se encontra, utilizando da expansão urbana como maneira de se apropriar das informações, e assim proporcionar a formulação e aplicação de políticas públicas que auxiliem no desenvolvimento urbano e regional, como também na melhoria de vida da população em diferentes âmbitos.

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Para o recorte temporal foi estabelecido os anos de 1999, 2009 a 2018, pelo fato de cada um deles terem sua importância diante da pesquisa. No caso de 1999 se refere a continuidade do trabalhado de mestrado intitulado “Promoção imobiliária em Teresina Piauí3” que trata a

respeito da consolidação das produções imobiliárias no período de 1995 até 1999 promovidas pela Companhia de Habitação do Piauí - COHAB/PI antecedente aos dez anos da criação do PMCMV, já o ano de 2009 é o ano da implantação do PMCMV e por fim o de 2018 referente ao momento atual. A justificativa para o recorte foi justamente para se ter uma maior precisão das alterações que ocorreram nesse território, levando em consideração um período alternado de dez anos, e assim propiciar uma melhor visualização diante dos efeitos territoriais, e da expansão da mancha urbana.

Desta forma, compreender a relevância teórica e/ou empírica do universo de estudo, com aprimoramento e atualização da caracterização das principais transformações recentes no território da Ride da Grande Teresina, levando em conta seu crescimento urbano e considerações acerca de uma política habitacional tão relevante em caráter histórico, certamente irá propiciar uma maior curiosidade e estímulos para pesquisas futuras.

Levando em consideração o exposto, questiona-se: de que forma a inserção dos conjuntos do PMCMV da faixa 1 permitiu a expansão da mancha urbana na Ride de Teresina? Quais são os municípios que apresentaram maior representatividade no decorrer dos anos com essa expansão da mancha? Quais as dinâmicas causadas no território devido a possível expansão dessa macha? O PMCMV teve realmente um significado importante para essa expansão? Ou à décadas atrás o mercado imobiliário ou o Estado já visualizavam essa expansão, fazendo com que essa dispersão fosse maior mesmo antes da inserção dos conjuntos? Qual foi a influência da expansão urbana diante do contexto regional da Ride da Grande Teresina?

Diante da realidade descrita anteriormente, a presente pesquisa de dissertação busca as respostas para esses questionamentos.

Contudo, se presume que a inserção dos conjuntos habitacionais do Programa Minha Casa, Minha Vida direcionados a faixa 1, tem causado modificações espaciais na dinâmica urbana e regional da Ride da Grande Teresina. Nesse caso, com base na literatura teórica que aborda acerca dessa política pública habitacional nas cidades brasileiras, os conjuntos

3 Henrique Gomes de Lima, Paulo; Lacerda Gonçalves, Norma. Promoção imobiliária em Teresina/PI: uma análise do desenvolvimento da produção privada de habitações - 1984/1999. 2000. Dissertação (Mestrado). Programa de Pós-Graduação em Desenvolvimento Urbano, Universidade Federal de Pernambuco, Recife, 2000.

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9 habitacionais são objetos que tem uma forte influência de indução da modificação da forma urbana, e consequentemente, no fenômeno da expansão urbana.

Portanto, considera-se como objeto de estudo a relação entre o fenômeno de expansão urbana observado na Ride da Grande Teresina e a localização dos conjuntos habitacionais do Programa Minha Casa, Minha Vida faixa1.

A pesquisa apresenta como objetivo geral, compreender o fenômeno de expansão urbana na Ride da Grande Teresina entre os anos de 1999, 2009 e 2018, considerando a análise da localização dos conjuntos habitacionais do Programa Minha Casa, Minha Vida, faixa 1. Para isso, propõem-se os seguintes objetivos específicos: (i) Caracterizar a Ride da Grande Teresina; (ii) Identificar e mapear os empreendimentos imobiliários do PMCMV da Ride da Grande Teresina; (iii) Analisar a intensidade dos fluxos e movimentos pendulares no aglomerado urbano na Ride da Grande Teresina; (iv) Identificar e mapear as direções que se relacionam com a expansão da mancha urbana, através da localização dos conjuntos habitacionais do PMCMV.

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A pesquisa foi desenvolvida e estruturada em três capítulos, além desta introdução e das considerações finais.

No capítulo I- CARACTERIZAÇÃO DA RIDE DA GRANDE TERESINA- esse capítulo destina-se a realizar uma descrição da região, no intuito de promover um conhecimento do seu contexto, desde seu período de criação institucional, até o momento mais atual, utilizando-se dados referente ao âmbito econômico, político e social; Capítulo II – TRANSFORMAÇÕES SOCIOESPACIAIS NA RIDE DA GRANDE TERESINA: a produção do espaço urbano a partir da política habitacional do Programa Minha Casa, Minha Vida – esse capítulo volta-se a uma apresentação dos agentes sociais considerados responsáveis pela produção do espaço urbano e suas articulações com o propósito de acumulação capitalista do urbano, relatando também uma breve histórico dessa política habitacional desde sua criação até o momento atual, e sua espacialidade no contexto regional da Ride da Grande Teresina; Capítulo III – CONTRIBUIÇÕES PARA A EXPANSÃO URBANA NA RIDE DA GRANDE TERESINA: o movimento pendular e a localização dos conjuntos habitacionais do PMCMV – nesse capítulo será apresentado o resultado final a respeito do processo de expansão urbana ocorrente na Ride da Grande Teresina no período aproximadamente de quase 20 anos, levando em consideração o movimento pendular e os conjuntos habitacionais do PMCMV da faixa 1; e em seguida CONSIDERAÇÕES FINAIS – refere-se as reflexões realizadas durante a pesquisa, elaborando e explanando os resultados que demonstram a realidade atualmente da Ride da Grande Teresina, e revelando outras lacunas encontradas durante a pesquisa que contribuirão para pesquisas futuras, que tratam desse aglomerado urbano. E por fim, as referências.

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9 NOTAS METODOLÓGICAS

Para atender o objetivo da pesquisa inicialmente foi realizada uma proposta metodológica no intuito de colher os resultados e interpretá-los, para que no final fosse possível atingir o objetivo geral da pesquisa. Os procedimentos e técnicas foram divididos em 4 etapas, conforme apresentadas a seguir:

ETAPA 1 - CARACTERIZAÇÃO DA RIDE

PROCEDIMENTO: No primeiro momento foi realizado levantamento de dados secundários, a fim de construir um arcabouço teórico e construção de um banco de dados que propiciasse um maior aprofundamento da área de estudo, e das teorias implicadas na temática da pesquisa. Os seguintes processos estão descritos de forma separada, no intuito de ofertar maior entendimento.

TÉCNICAS: busca documental em sites de órgãos públicos (Prefeitura Municipal de Teresina, Semplan, Cepro, Ministérios das Cidades, IBGE, dentre outros), e pesquisas em dissertações e teses. Para realização da pesquisa, utilizou-se do espaço físico e de materiais como: computadores, uso de internet e etc., do Observatório das Metrópoles – Núcleo RMNatal.

ETAPA 2 - IDENTIFICAÇÃO DA LOCALIZAÇÃO DOS CONJUNTOS

HABITACIONAIS

PROCEDIMENTO: Nessa etapa, foi realizado a identificação da localização dos conjuntos habitacionais do PMVMV das faixas 1 por município e ano contratado, e o quantitativo de conjuntos pertencentes as faixas 2 e 3 de cada municípios. Esses dados foram disponibilizados pelo Ministério das Cidades (2018), no intuito de compreender a sua espacialidade nos municípios que compõem a Ride da Grande Teresina. A atividade foi composta pelo mapeamento digital dos conjuntos habitacionais na Ride da Grande Teresina, utilizando-se de softwares como ArcGis. Esse mapeamento em um primeiro momento implicou na identificação da região utilizando-se de dados vetoriais em formato shapefile provenientes do banco de dados do IBGE. E por fim, um mapa final que resultou a espacialidade da localização dos conjuntos habitacionais do PMCMV da faixa 1, e o quantitativo de conjuntos habitacionais das faixas 2 e 3 por cada município.

TÉCNICAS: Foram criadas tabelas no Excel a respeito do levantamento de cada conjunto habitacional existente na Ride da Grande Teresina. Logo após, foram coletados pontos de

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controle pelo software Google Earth, utilizando-se dos endereços disponibilizados pelo Ministério das Cidades para auxiliar na localização dos conjuntos. Uma vez coletados, esses pontos foram georreferenciados de acordo com seu local de origem e em seguida transferidos para o SIG (Sistema de Informações Geográficas) ArcGIS 10.5 onde foi editado.

ETAPA 3 - ANÁLISE DA INTENSIDADE DOS FLUXOS E MOVIMENTOS PENDULARES

PROCEDIMENTO: O Censo Demográfico é considerado uma das principais pesquisas do país executada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), acontecendo em períodos decenais. Através do questionário aplicado são captados um conjunto de informações sociodemográficas dos moradores dos domicílios brasileiros. Possibilitando assim, termos um panorama da renda, arranjo familiar, escolaridade, fecundidade, mortalidade e migração da população. Na pesquisa existem dois quesitos que permitem compreender o fluxo da dinâmica de deslocamento entre os municípios brasileiros a partir do OD (origem e destino), da população que se deslocam por motivo de estudo e trabalho. Desta forma a pesquisa censitária é a principal referência de informação para se compreender o fluxo e intensidade do movimento pendular e do nível de integração em que se encontram os municípios em que compõe a Ride da Grande Teresina. No intuito de compreender a espacialidade das pessoas com relação a sua origem e seu destino para realização de tarefas no seu cotidiano. Dessa forma, a pesquisa utilizou do movimento pendular como um elemento importante para a compreensão sobre o processo de expansão urbana na Ride da Grande Teresina. Os microdados censitário foram baixados gratuitamente no site do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), sendo apenas necessário uso de algum software estatístico para o tratamento dos dados. O programa selecionado para análise do Censo foi o SPSS, pela questão de sua facilidade e uso disseminado em trabalhos nas ciências sociais. Os dados gerados e apresentados aqui contêm apenas informações dos 13 municípios da Ride da Grande Teresina nos anos de 2000, e de 15 municípios para o ano 2010. A justificativa pelo diferencial dos municípios se justifica pelo fato de que no ano de 2000, dois municípios ainda não tinham se emancipado.

TÉCNICAS: Logo após a extração das informações do Censo e para melhor compreensão dos fluxos de intensidade do movimento pendular e do nível de integração foi construída uma matriz de deslocamento (origem e/ou destino) no Excel. Esse tipo de matriz é comumente utilizado para visualização do fluxo migratório entre cidade, regiões ou países e permite compreender a centralidade e peso do migratório das localidades. Para se ter uma visualização espacializada

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9 do movimento pendular foi elaborada tabelas com o intuito de visualizar a questão de “Localização e Extensão” e a “Distribuição dos movimentos pendulares por motivo de estudo ou trabalho” na região da Ride da Grande Teresina.

ETAPA 4 - ANÁLISE DA EXPANSÃO DA MANCHA URBANA

PROCEDIMENTO: Dos procedimentos técnicos e metodológicos aplicados no mapeamento optou-se pela análise espaço-temporal realizada através da interpretação de produtos cartográficos de diferentes períodos, em uma faixa de tempo de aproximadamente 20 anos, considerando os anos de: 1999, 2009 e 2018. Para o recorte temporal foi estabelecido os anos de 1999, 2009 a 2018, pelo fato de cada um deles terem sua importância diante da pesquisa. No caso de 1999 refere-se à continuidade da pesquisa de Lima (2000), que tratou da análise do desenvolvimento da produção privada de habitações - 1984/1999, e antecede dez anos da criação do PMCMV, o ano de 2009 é o ano da implantação do PMCMV e por fim o de 2018 é o momento atual. A justificativa para o recorte foi justamente para se ter uma maior precisão das alterações que ocorreram nesse território e uma possível melhor visualização da expansão da mancha urbana e a partir disso responder os objetivos da pesquisa.

TÉCNICA: Dos procedimentos técnicos e metodológicos aplicados no mapeamento optou-se pela análise espaço-temporal realizada através da interpretação de imagens orbitais de diferentes períodos, em uma faixa de tempo de aproximadamente 20 anos. Com base nos objetivos pretendidos, optou-se pela utilização das imagens de satélite geradas pelo sistema de serviço geológico dos Estados Unidos - USGS (United States Geological Survey). Foram utilizadas imagens óticas do sistema landsat 8 OLI, com resolução espacial reamostrada para 15 metros derivado do processo de pan- sharpening4, que se refere a utilização da imagem multiespectral para colorir a pancromática, realizando assim a fusão das bandas. Para o ano de 2018 e landsat 5 TM para os anos de 1999 e 2009 com resolução de 30 metros. A escala definida para análise das imagens foi de 1:50.000. A escolha das imagens se deu a partir da seleção de cenas obedecendo aos critérios de: menor porcentagem de cobertura de nuvens e melhor visualização de todas as áreas urbanas dos municípios.

Quadro 1 - Datação das imagens

4O Pan-sharpening - processo de fusão de imagens multiespectrais pancromáticas para gerar uma imagem colorida

de melhor resolução.

1999 10/08/1999 2009 09/11/2009 2018 03/08/2018

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As imagens óticas do sistema Landsat foram obtidas gratuitamente nos sites Earth Explorer (https://earthexplorer.usgs.gov/). Após adquiridas, as imagens já georreferenciadas, utilizando o Datum Sirgas 2000. Em seguida as imagens foram organizadas em tripletes formando composições, para uma melhor visualização dos alvos. Para a lista das imagens a respeito da localidade da área de estudo, utilizou-se da órbita/ponto 219 - 63/64. Logo após, com o propósito de melhor visualização foi realizado as composições das bandas, no qual no do Landsat 5 foram utilizadas as composições RGB das bandas 5 4 3 (Landsat 5) e as bandas 6 5 4 para as imagens do (Landsat 8). Logo após foi realizado o processo de vetorização, que teve como finalidade desenhar todo o traçado da área urbana de cada município em cada ano estipulado na pesquisa, e posteriormente foram criados shapes, com o intuito final de sobrepor as três manchas e realizar a medição e comparação entre as manchas de cada ano. Dessa forma, utilizando-se de técnicas de PDI (Processamento digital) a partir do método de classificação não-supervisionada, de imagens orbitais, foram criados mapas da área urbana da área de estudo, que mostraram sua evolução temporal entre os anos de 1999, 2009 e 2018, para isso, utilizou-se o software de geoprocessamento ArcGis 10.5– sob Licença do Obutilizou-servatório das Metrópoles, do núcleo Natal- a fim de demonstrar o crescimento e desenvolvimento dessa área ao longo dos anos. E por fim, o resultado alcançado foi o mapa síntese de sobreposição que demonstra a expansão da mancha urbana nesse período de tempo, permitindo identificar seus principais e atuais vetores de expansão.

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CARACTERIZAÇÃO DA RIDE DA GRANDE TERESINA

O presente capítulo aborda questões de apresentação de dados da Ride da Grande Teresina, com o propósito de descrever seu momento atual nos âmbitos sociais, políticos e econômicos. Trazendo, dados relevantes que auxiliaram na melhor compreensão do que se trata uma “Região Integrada de Desenvolvimento- RIDE”, seu processo de formação, seu modelo de gestão, e as particularidades encontradas na Ride da Grande Teresina.

1.1 O desenho institucional

Na atualidade brasileira existem três Regiões Integradas de Desenvolvimento (RIDES). Essas regiões possuem na sua composição municípios pertencentes a mais de um Estado, com os quais há formação de aglomerados urbanos. Diante disso, visando a melhoria no desenvolvimento regional desse território, a Constituição de 1988 dispõe sobre ações que, por meio da formação de RIDES, podem proporcionar uma melhor condição urbana a e regional.

O artigo 21 inciso IX da CF/1988 estabelece a competência da União para a elaboração e a execução de planos nacionais e regionais relativos à ordenação do território e ao desenvolvimento econômico e social. Posteriormente o texto constitucional estipula no seu art. 43 que a União poderá articular sua ação dentro de um complexo geoeconômico e social, de forma a fomentar o desenvolvimento e a redução das desigualdades regionais (BRASIL, 1988).

Portanto, a Constituição como uma lei de cunho superior, traz a possibilidade de criação de RIDES, visando estratégias de gestão que amenizem a discrepância econômica e social dessas regiões. Segundo Azevedo e Alves (2007, p. 87) “Essas regiões são formadas por municípios pertencentes a mais de um estado, foram criadas por representarem áreas prioritárias para articulação das ações da União em um mesmo complexo social e geoeconômico, conforme o Art. 43 da Constituição Federal”.

A partir de mudanças no contexto nacional, percebe-se que o Estado não é mais o único ator responsável por estabelecer e promover a distribuição de recursos e realizar ações responsáveis no intuito de desenvolvimento social e econômico. Ocorrendo assim a descentralização de poderes, surgindo novos atores com a função de propiciar melhorias no âmbito econômico e social, e desta forma integrar sua participação na construção de desenhos institucionais e planejamento e execução de políticas públicas. Isso demonstra que a Constituição Federal de 1988, avançou tanto no sentido de descentralizar o poder do Estado colocando a sociedade civil como integrante na participação da gestão, e fazendo a articulação

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da União sobre essas áreas regionais, como também com a iniciativa de promover a diminuição na desigualdade social e assim propor ações que auxiliem no desenvolvimento regional (BRASIL, 2011a).

Desta forma, no Brasil a RIDE se caracteriza por um desenho institucional baseado no intuito de distribuir recursos e amenizar certos problemas metropolitanos que ocorrem, com a finalidade de resolver problemas de interesses em comum, e assim possibilitar avanços no desenvolvimento regional e na diminuição da carência de serviços considerados importante nos municípios que fazem parte da RIDE da Grande Teresina.

A justificativa para criação das Rides se dá em razão da necessidade de planejamento voltado para o desenvolvimento urbano regional desses territórios, almejando diminuir as desigualdades e manter um pacto de aliança entre os entes federados que integram a Ride – União, Estados e Municípios - com uma proposta de gestão diferenciada das regiões metropolitanas. Diante disso, afirma BRASIL (2011b) “A RIDE tem como objetivo articular e harmonizar as ações administrativas da União, dos Estados e dos municípios para a promoção de projetos que visem à dinamização econômica e provisão de infraestruturas necessárias ao desenvolvimento em escala regional”.

O ministério da Integração responsável pela gestão desses aglomerados metropolitanos, tem aplicado um novo modelo de gestão, com a finalidade de proporcionar uma política de desenvolvimento que se encaixe na escala regional, tratando dos problemas específicos de cada região a partir das suas carências e especificidades, promovendo assim um planejamento voltado para as fraquezas e otimização de suas potencialidades, trazendo uma participação dos atores tanto federal, estadual e municipal como da sociedade civil, em prol do melhor desencadeamento do desenvolvimento urbano regional. Desta forma, as Rides são bons exemplos de práticas desse modelo de gestão, já que se verifica a presença de municípios que fazem parte de estados diferentes, e que necessitam de uma organização em busca de objetivos iguais (Brasil, 2013). Com base nisso foram criadas as Rides, como forma de uma gestão que tivesse a participação de entes federados, estaduais e municipais em busca do mesmo propósito, e determinando assim uma estratégia de gestão mais integrada.

Com base nisso, contata-se no contexto histórico o surgimento da primeira Ride criada no Brasil, seria a do Distrito Federal e seu entorno, e posteriormente em 2002 foram criadas as Rides da Grande Teresina e de Juazeiro e Petrolina (MINISTRO..., 2013). A criação dessas três

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9 Rides, tiveram propósitos parecidos em contexto geral e necessidades singulares perante sua formulação, como pode ser previsto segundo Brasil (2013, p. 34):

As três RIDEs visam promover o desenvolvimento global e se destinam a inclusão social através da educação e cultura; produção agropecuária e abastecimento alimentar; habitação popular; combate a causas de pobreza e fatores de marginalização; serviços de telecomunicação; turismo; e segurança pública, dentre outros aspectos. De fato, as três RIDEs criadas, tiveram motivos particulares para a sua criação, porém temos mesmos objetivos gerais, competências, composição e estrutura. A finalidade de cada RIDE depende dos objetivos específicos estabelecidos durante a criação de cada.

Através da lei complementar n°. 94/98 foi regulado o normativo previsto na Constituição de 88 e implementada a primeira Ride no Brasil em 1998, a do Distrito Federal e entorno, composta por: Distrito Federal, 19 municípios do estado de Goiás e 3 municípios do estado de Minas Gerais. Resultando ao total 22 municípios. Possuí uma extensão territorial de 56.434 km² (AZEVEDO; ALVES, 2010; IPEA, 2018a). Posteriormente data-se no ano de 2002 a criação de mais duas Rides a de Petrolina-Juazeiro e a da Grande Teresina.

No caso da Ride Petrolina-Juazeiro, a sua formação é composta pelos estados de Pernambuco (Petrolina) e Bahia (Juazeiro) teve como criação a partir da lei complementar n°113, no dia 19 de setembro de 2001, e foi regulamentada logo no ano seguinte no dia 9 de setembro de 2002, através do Decreto n°4.366. Tem sua formação com quatro municípios de cada estado que faz parte desse aglomerado, e possuí uma extensão territorial de 35. 436, 697 km² (IPEA, 2018b).

A Ride da Grande Teresina foi estabelecida através da Lei Complementar n°112,de 19 de setembro de 2001, a qual determina no seu art. 1º que o Poder Executivo está “autorizado a criar a Região Integrada de Desenvolvimento da Grande Teresina, com o objetivo de articular e harmonizar as ações administrativas da União e dos Estados do Piauí e Maranhão” (BRASIL, 2001).

Posteriormente, no ano seguinte foi regulamentada através do Decreto n°4.367, de 9 de setembro de 2002 a criação da Região Integrada de Desenvolvimento da Grande Teresina. Conforme o artigo 1° desse decreto retrata “Art. 1° Fica criada, para efeitos de articulação da ação administrativa da União, dos Estados do Piauí e do Maranhão, a Região Integrada de Desenvolvimento da Grande Teresina” (BRASIL, 2002). E estabelecendo como órgão público responsável para executar ações a serem desenvolvidas na Ride, seria o Ministério da

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“responsabilidade de executar a Política Nacional de Desenvolvimento Regional – PNDR, promovendo o crescimento das regiões do país, através da redução das desigualdades e da ativação das potencialidades regionais de desenvolvimento”. Como procedimento utilizado para a formação da Ride e dos seus municípios pertencentes, de acordo com SILVA; JÚNIOR e TEIXEIRA (2018), no qual afirmam que “Com relação a metodologia utilizada para definição dos municípios que integram uma RIDE, são levados em consideração os fluxos de pessoas, serviços e de mercadorias no espaço, o compartilhamento de manifestações culturais e de herança histórica”.

A escolha dos Municípios integrantes da Ride da Grande Teresina, é estabelecido no Decreto n° 4.367, de 9 de setembro de 2002, através do art. 1°como também suas possíveis alterações no contexto da grade dos municípios estabelecidos até aquele momento para compor a Ride até a sua criação. Como pode ser observada segundo Brasil (2002):

§ 1° A Região Integrada é constituída pelos municípios de Altos, Beneditinos, Coivaras, Curralinho, Demerval Lobão, José de Freitas, Lagoa Alegre, Lagoa do Piauí, Miguel Leão, Monsenhor Gil, Teresina e União, no Estado do Piauí, e pelo Município de Timon, no Estado do Maranhão. § 2° Integram-se automaticamente à Região Integrada os municípios que vierem a ser constituídos em virtude de desmembramento de Município mencionado no §1°.

A partir da criação até o momento, ocorreu o acréscimo de mais dois Municípios (Nazária e Pau D’Arco do Piauí), seguindo normas estabelecidos conforme o parágrafo 2°, do art. 1° do Decreto n° 4.367, de 9 de setembro de 2002. Atualmente a Ride da Grande Teresina (figura 1) é composta por 15 municípios, sendo 14 do estado do Piauí, e 1 do estado do Maranhão. São eles: “Altos, Beneditinos, Coivaras, Curralinhos, Demerval Lobão, José de Freitas, Lagoa Alegre, Lagoa do Piauí, Miguel Leão, Monsenhor Gil, Pau D’Arco, União, Nazária e Teresina, além do município maranhense de Timon” (SEMPLAN, 2015).

O intuito da criação da Ride da Grande Teresina tem como finalidade o desenvolvimento regional e a diminuição da desigualdade, com isso, é importante se tratar de aspectos de interesse em comum para que se possa atingir os objetivos e resultados esperados. Para isso foram estabelecidos atores responsáveis pela execução dos serviços, a fim de manter uma organização e melhor desempenho das atividades geridas pela gestão em atuação.

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Mapa 1- Região Integrada de Desenvolvimento da Grande Teresina

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A Ride da Grande Teresina, depois de legalmente constituída, ganhou alguns privilégios na arrecadação de investimentos por parte dos fundos públicos como estratégia para resolução dos problemas de interesses em comum. Dentre esses recursos destinados, acontece a abrangência de uma série de serviços públicos e infraestruturas que propiciem um desenvolvimento regional de forma igualitária nesse aglomerado urbano. Isso permitiu mais ações administrativas que propiciem e dinamizem a economia e a provisão de infraestruturas consideradas necessárias para o desenvolvimento integrado da região (BRASIL, 2011). Os serviços considerados segundo Brasil (2002), levando em consideração o Decreto n° 4.367 são os seguintes:

I – infra–estrutura; II – geração de empregos e capacitação profissional; III – saneamento básico, em especial o abastecimento de água, a coleta e o tratamento de esgoto e o serviço de limpeza pública; IV – uso, parcelamento e ocupação do solo; V – transportes e sistema viário; VI – proteção ao meio ambiente e controle da poluição ambiental; VII – aproveitamento de recursos hídricos e minerais; VIII - saúde e assistência social; IX – educação e cultura; X – produção agropecuária e abastecimento alimentar; XI – habitação popular; XII – combate às causas de pobreza e aos fatores de marginalização; XIII – serviços de telecomunicação; XIX – turismo; e XV – segurança pública.

1.2 Modelo de gestão na Ride da Grande Teresina

A mesma lei n° 112, de 19 de setembro de 2001, que autoriza o poder executivo a criação da Ride da Grande Teresina, propõe também no em seu artigo 2º a criação de Conselho Administrativo que será responsável por administrar as ações a serem realizadas na Região Integradas de Desenvolvimento da Grande Teresina. No parágrafo único do mesmo artigo 2° se trata de “As atribuições e a composição do Conselho Administrativo de que trata este artigo serão definidas em regulamento, dele participando representantes dos Estados do Piauí, do Maranhão e dos Municípios abrangidos pela Região Integrada de Desenvolvimento da Grande Teresina”. Na mesma Lei complementar n° 112, de 19 de setembro de 2001, no artigo 3° retrata a questão dos serviços em comum que de relevância para toda a Ride da Grande Teresina, e interesse em comum entre os entes federados tais como: infraestrutura, prestação de serviços e de geração de empregos (BRASIL, 2001).

Decorrente logo após a regulamentação dessa Lei Complementar, foi definitivamente criada a proposta da Ride da Grande Teresina e todas suas atribuições definidas em quanto projeto de Lei. No qual, é estabelecido no artigo 2° a sua criação com base no Decreto n° 4.367, de 9 de setembro de 2002, que segundo Brasil (2002) “Fica criado, na estrutura do Ministério

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9 de Integração Nacional, o Conselho Administrativo da Região Integrada de Desenvolvimento da Grande Teresina – COARIDE Teresina, com a finalidade de coordenar as atividades a serem desenvolvidas na Região Integrada”.

Embora a Ride da Grande Teresina tenha sido criada em 2002, observa-se que somente após anos ocorreu a iniciativa da instalação do COARIDE a partir da ida do representante do Ministério das Cidades, como afirma a Prefeitura Municipal de Teresina:

O Ministro da Integração Nacional, Fernando Bezerra Coelho, chega amanhã (17–05-2013) a Teresina para instalar o Conselho Administrativo da Região da Grande Teresina, que inclui 14 cidades do Piauí, além de Timon, no Maranhão. Duas novas cidades passarão a integrar o Conselho: Nazária e Pau D’Arco (TERESINA, 2013, p. 1).

Após esses longos anos sem executar atividades, a COARIDE retornou no ano de 2013 com a possibilidade de executar suas tarefas administrativas e contribuir na formulação e aplicação de políticas públicas que direcionem para a finalidade de sua criação. A COARIDE que é o Conselho responsável por gerir a Ride da Grande Teresina Brasil (2013, p. 205) “adotou o mecanismo de intervenção operativo programático, objetivando a construção de: Políticas Públicas, Estratégias de Investimentos públicos e privados e negociações com diversos atores locais, Estaduais e Federais para seu crescimento e desenvolvimento”.

A COARIDE foi criada com a finalidade de manter uma organização e uma forma de gestão apta a gerir um complexo geoeconômico que dentro deles fizessem parte vários atores de cunho Federal, Estadual e Municipal. Diante disso, foram elaboradas ações de que devem ser tomadas como base para a execução das atividades a serem realizadas pelo Conselho, no qual, segundo BRASIL (2002) conforme o Decreto n° 4.367/2002 no artigo 3° determina que é necessário:

I – coordenar as ações dos entes federados que compõem a Região Integrada, visando ao desenvolvimento e à redução de suas desigualdades regionais; II- aprovar e supervisionar planos, programas e projetos para o desenvolvimento integrado da Região Integrada; III - programas a integração e a unificação dos serviços públicos comuns aos entes federados que compõem a Região Integrada; IV - indicar providências para compatibilizar as ações desenvolvidas na Região Integrada com as demais ações instituições de desenvolvimento regional; V –harmonizar os programas e projetos de interesse da Região Integrada com os planos regionais de desenvolvimento; VI – coordenar a execução de programas e projetos de interesse da Região Integrada; e VII – aprovar seu regimento interno.

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Na formação do COARIDE encontra-se um leque de atores que compõem essa gestão, dentre eles: o Ministro da Integração Nacional que será o presidente, um representante de cada um dos seguintes Ministérios 1- Planejamento, Orçamento e Gestão) e 2 – da Fazenda; por um representante da Casa Civil da Presidência da República que é indicado por seu titular; dois representantes do Ministério da Integração Nacional, indicados também por seu titular; um representante da Agência de Desenvolvimento do Nordeste -ADENE, indicado por seu Diretor – Geral; um representante dos Estados do Piauí e Maranhão, indicados por seus governadores e um representante dos Municípios que fazem parte da Ride da Grande Teresina, indicados por seus prefeitos (BRASIL, 2002).

Segundo o Art. 10 do Decreto 4.367 de 2002, que trata da criação da Ride da Grande Teresina, é abordado que esse aglomerado possuí algumas exigências na execução de serviços, principalmente direcionados a questão de infraestrutura e na geração de empregos. O mesmo artigo, estipula que os financiamentos serão de origem dos: I - do orçamento da União; II - dos orçamentos dos Estados do Piauí e do Maranhão e dos Municípios abrangidos pela Região Integrada; e III - de operações de crédito externas e internas (Brasil, 2002). E como forma de organizar esses investimentos de maneira mais eficiente, outros dois artigos do mesmo decreto apresentam a seguinte configuração:

Art. 11. O Ministério da Integração Nacional promoverá a articulação entre os órgãos da Administração Pública Federal, visando a alocação dos recursos necessários à elaboração e efetiva implementação de programas e projetos prioritários para a Região Integrada.

Art. 12. A União estabelecerá convênios com os Estados do Piauí e do Maranhão e com os Municípios referidos no § 1o do art. 1o, com a finalidade

de atender ao disposto neste Decreto.

Com base, no modelo de gestão criado para a Ride da Grande Teresina, identifica-se no documento do “Plano de Ação Integrado e Sustentável para a Ride da Grande Teresina” um incremento adicional quando comparado ao decreto da criação da Ride da Grande Teresina. O documento cita que, além dos atores tratados no decreto da criação do CORARIDE, consta-se agora também a participação “da sociedade civil (instituições de ensino e pesquisa, associações de municípios, entidades privadas etc.) e/ou de grupos empresariais da região” (BRASIL, 2013). O mesmo documento, retrata a atuação desse conselho com a seguinte finalidade “propicia a discussão, o planejamento, a proposição de políticas e o estabelecimento de estratégias e demandas conjuntas. A Coordenação geral da RIDE é extremamente atuante e mobiliza os grupos com muita agilidade e presteza” (BRASIL, 2013, p. 253).

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9 Portanto, durante esses anos desde a criação da Ride da Grande Teresina, ocorreu mudanças no seu modelo de gestão, sempre mantendo o objetivo de concretizar melhorias no seu âmbito de gestão. Cabendo ao COARIDE, a tarefa de executar as demandas promovidas da realidade da Ride da Grande Teresina.

1.3A Ride da Grande Teresina atualmente: seus aspectos e suas realidades

1.3.1 Quadro espacial e demográfico

Na necessidade de conhecer a Ride da Grande Teresina, o objetivo desse texto é apresentar a sua atual conjuntura, a partir indicadores que possibilitem uma visão a respeito do desenvolvimento econômico e social. Utilizando dados secundários que propiciem um entendimento acerca das variáveis: espacial, demográfica e social.

Com isso, a questão demográfica apresenta a realidade diante do contexto regional dos municípios integrantes da Ride da Grande Teresina. Utilizando como fonte os dados do IBGE que tratam a respeito da: extensão territorial, a estimativa do contingente populacional e a densidade demográfica, como pode ser constatado na tabela 1.

Tabela 1 - Extensão territorial, população e densidade demográfica dos municípios da Ride da Grande Teresina (2018)

Municípios Extensão territorial km² População Densidade hab/km²

Teresina (PI) 1.391,98 861.442 618,86

Timon (MA) 1.764,612 167.973 95,19

União (PI) 1.173,45 44.396 37,83

Altos (PI) 957,654 40.440 42,23

José de Freitas (PI) 1.538,17 39.072 25,40

Demerval Lobão (PI) 216,807 13.793 63,62 Beneditinos (PI) 788,584 10.462 13,27 Monsenhor Gil (PI) 582,548 10.565 18,14 Nazária (PI) 363,589 8.536 23,48

Lagoa Alegre (PI) 394,661 8.504 21,55

Curralinhos (PI) 345,848 4.425 12,79 Lagoa do Piauí (PI) 426,634 4.052 9,50 Pau D'Arco do Piauí (PI) 430,817 4.023 9,34 Coivaras (PI) 485,496 4.007 8,25

Miguel Leão (PI) 93,515 1.250 13,37

TOTAL 10.954,37 1.222.940 111,64

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Apesar de Teresina ser o município núcleo da Ride da Grande Teresina, a sua extensão territorial fica na 3° posição dentre os municípios com maior dimensão, possuí 1.391,981 km², enquanto o município de Timon no estado do Maranhão ocupa a 1° posição com uma extensão de 1.764,612 km² seguida por José de Freitas que ocupa a 2° posição com 1.538,172 km².

Levando em consideração a questão demográfica e assim analisar a atual situação da população na Ride, pode se verificar o quantitativo populacional e a densidade demográfica. Observa-se que o município de Teresina apesar de ocupar a 3° posição em relação a sua extensão territorial em relações aos demais 14 municípios, ainda assim, possui uma população maior com base nos dados do IBGE para a estimativa de 2017 apontando 850.198 habitantes e apresentando uma densidade demográfica de habitantes de 610,78 por km². O município de Timon, no estado do Maranhão, ocupa a segunda posição diante de quantidade populacional com o equivalente a 167.619 habitantes e uma densidade demográfica de 94,99 habitantes por km², demonstrando assim um decréscimo considerado em comparação a Teresina, já os demais municípios possuem índices menores. Ao total a Ride da Grande Teresina se encontra com o resultado de uma extensão de 10.954,365 distribuído pelo total de 15 municípios, e possuí uma população de 1.198.345 habitantes e uma densidade demográfica de 109,39 habitantes por km².

1.3.2 Fatores econômicos no espaço metropolitano na Ride da Grande Teresina

De modo a conhecer sobre como o Estado do Piauí se encontra atualmente na economia, utiliza-se como estratégia fazer uma leitura dos dados do Produto Interno Bruto (PIB) relacionados aos setores produtivos da economia (agropecuária, indústria e serviços). Fazendo uma breve análise sob a ótica da conjuntura desses setores da economia entre os anos de 2011 a 2015 do Brasil e do estado do Piauí, é possível apontar aspectos gerais da sua dinâmica econômica. Conforme gráfico 1:

Gráfico 1- Taxa de crescimento do PIB (%) - 2011 - 2015

Fonte: IBGE, Diretoria de Pesquisas, Coordenação de Contas Nacionais. Elaboração: Cepro. Adaptado pelo autor.

4 1,9 3 0,5 -3,5 5,2 6,1 2,3 5,3 -1,1 -4 -2 0 2 4 6 8 Brasil Piauí

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9 O PIB no ano de 2015 apresentou no Estado do Piauí uma dinâmica de elevação e declínio perante os anos, conforme o gráfico 1, no ano de 2014 apresentou um crescimento de 5,3 em relação ao ano anterior, já ao ano de 2015 apontou uma queda de -1,1% e isso se implica em grande parte por fatores do setor econômico da indústria. Segundo a Fundação Centro de Pesquisas Econômicas e Sociais do Piauí - CEPRO (2017, p. 7) “Nos últimos cinco anos (2011-2015), o Estado acumulou um crescimento de 17,8%, o que representa uma taxa média anual de 3,6 %, enquanto o país, no mesmo período, acumulou um crescimento de 5,9 %, representando uma média de 1,2 % ao ano”.

De acordo com o exposto, suponha-se que a economia da Ride da Grande Teresina, está baseada na economia do Piauí. E que o município de Timon pertencente ao estado do Maranhão, tem uma participação considerada nessa economia, tendo em vista que faz parte desse aglomerado, possuí uma forte integração, e funciona como uma espécie de cidade dormitório, e sua economia depende em grande parte de Teresina.

No intuito de demonstrar o andamento atual da economia do Piauí, é necessário se verificar como encontra-se os setores produtivos da Agropecuária, Indústria e Serviços, e assim compreender a estrutura produtiva em relação aos setores econômicos e as suas atividades econômicas que determinam grande parte da produção do Piauí. Diante disso, com base no CEPRO (2017) a seguinte tabela 2 aponta os valores adicionais referente ao PIB para o ano de 2015 e a produção do Estado diante de suas atividades econômicas.

Tabela 2 - Setores produtivos do Piauí e o Valor Adicional nos anos de 2011-2015

Atividades econômicas

Participação no valor adicionado bruto (%)

2011 2012 2013 2014 2015

Total das Atividades 100 100 100 100 100,1

Agropecuária 8,4 7,8 6,4 7,4 7,8

Agricultura, inclusive apoio à agricultura e à

pós-colheita 5,8 5,4 4 5,1 5,3

Pecuária, inclusive apoio a pecuária 1,9 1,6 1,7 1,6 1,7

Produção florestal, pesca e aquicultura 0,7 0,8 0,7 0,7 0,8

Indústria 16,3 15,2 12,3 15,9 13,6

Indústrias extrativas 0,6 0,5 0,3 0,2 0,1

Indústrias de transformação 4,8 4,8 3,6 4,8 4,2

Eletricidade e gás, água, esgoto, atividades de gestão

de resíduos e descontaminação 2,5 2,3 0,7 1,9 0,9

Referências

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