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Quando se analisa os municípios do entorno, nota-se um pequeno ou quase nenhum crescimento da mancha urbana. No entanto, o município de Timon apontou um pequeno crescimento comparado aos demais, quando o município 1999 obtinha 21,25 km² de área urbana e quando se compara no intervalo e analisa-se dez anos depois, verifica-se que em 2009 ele apresenta um acréscimo de 12,7% referente a sua área urbana naquele ano de 23,95 km², Como pode ser visto na tabela 21.

Tabela 21 - Ride da Grande Teresina – Crescimento da mancha urbana (1999, 2009 e 2018)

Municípios Km² Percentual de Crescimento

1999 2009 2018 1999-2009 (%) 2009-2018 (%) Teresina 106,04 151,79 183,57 43,1 20,9 Timon 21,25 23,95 36,99 12,7 54,4 Altos 7,21 7,59 11,64 5,3 53,4 Demerval Lobão 6,16 6,16 7,26 0 17,9 José De Freitas 5,26 5,39 10,34 2,5 91,8 União 4,34 4,89 7,09 12,7 45 Monsenhor Gil 1,35 2,55 2,95 88,9 15,7 Beneditinos 1,32 1,32 1,32 0 0 Lagoa Alegre 0,89 1,1 3,01 23,6 173,6 Curralinhos 0,48 0,57 0,98 18,8 71,9 Coivaras 0,44 0,78 0,88 77,3 12,8 Lagoa Do Piauí 0,25 0,38 1,24 52 226,3 Miguel Leão 0,03 0,16 0,23 433,3 43,8 Nazária - 1,19 1,97 - 65,5

Pau D'arco Do Piauí - - - - -

Notas: (1) Nazária foi emancipado como município apenas em 2009. (2) Pau D'Arco do Piauí não foi visualmente identificada na resolução espacial das imagens orbitais adotadas.

Nota-se que a hipótese observada na imagem do ano de 1999 referente aos municípios de Teresina e Timon já se apontava um nível de conurbação entre estes municípios. Com o passar dos anos a urbanização foi se intensificando e gerando dinâmicas que impulsionaram esse fenômeno, no qual, mesmo com alguns obstáculos naturais como corpo d’água (rio Parnaíba) que marca a divisa entre os estados de Piauí e Maranhão não foi um empecilho para esse forte troca de relação entre os municípios. Ocorreu investimentos, como infraestruturas técnicas que somaram nas facilidades nessa integração, como é o caso da construção das pontes que interligam os municípios de Teresina e Timon, que segundo o Jornal 180 graus (2012) a mais antiga construída em 1938 nomeada de Ponte João Luís Ferreira mais conhecida como “Ponte Metálica ou Ponte Velha”, e a ponte mais nova referente ao ano de 1972 recebeu o nome

9 de Ponte Engenheiro Antônio Noronha, conhecida como (Ponte Nova), que consequentemente também impulsionou a melhoria e facilidades no uso dos transportes. Fortemente ampliado pelo processo de urbanização, os dois municípios foram cada vez fortificando sua relação de integração.

Pode-se confirmar a explicação desse crescimento e da conurbação, pelo fato da proximidade entre os dois municípios, e a facilidade de mobilidade visto no subtópico anterior que trata do movimento pendular, apresentando resultados que possivelmente propiciam crescimento da mancha urbana de Timon, quando comparado aos demais municípios do entorno do núcleo.

O ano de 2009 marca o início da política habitacional do PMCMV, sendo assim possível a partir desse marco temporal analisar a localização dos conjuntos habitacionais e responder se esse fator foi um dos motivos capazes de impulsionar para a expansão urbana na Ride da Grande Teresina. Para uma melhor visualização do fenômeno, analisa-se a figura 7 como resultado a respeito sobreposição da mancha nos três anos referentes a pesquisa, e a localização dos conjuntos habitacionais, com o propósito de responder a hipótese sugerida na pesquisa.

Conforme dados disponibilizados pelo Ministérios das Cidades (2018), o município de Timon se apresenta em segunda posição logo após Teresina, com relação à maior número de investimentos em unidades habitacionais contratadas do PMCMV entre os anos de lançamento do programa (2009) até o ano de 2018.

Isso pode responder o fator do processo de conurbação, ao minimamente ter funcionado como estímulo. É válido supor que o município de Timon esteja funcionando como uma opção de moradia para uma população que procura melhores localizações, com melhores preços e facilidade na mobilidade, tendo em vista, que somente o rio Parnaíba separa esses dois municípios, apresentando assim, uma pequena distância entre eles. Portanto, pressupõe-se que o mercado imobiliário visualizando essas circunstâncias, estejam viabilizando e gerando investimento no município de Timon, e assim, aumentando a produção imobiliária no município.

Fazendo uma leitura acerca do ano de 2009 a 2018 com relação à expansão da mancha, o município núcleo apresentou novamente a maior representatividade no crescimento, em valor absoluto no ano de 1999, Teresina apontava 106,04 km², e já em 2009 um total de 151,79Km², isso refere a um percentual de crescimento de 43,1%, resultando um total de área urbana em

2018 de 183,57 km², que representa um comparativa de crescimento de 20,9 km² quando comparado entre os anos de 2009 a 2018.

Observando o crescimento já entre os municípios do entorno (exceto Timon), identifica- se uma menor proporção de número na construção dos conjuntos habitacionais, e os que existem estão distribuídos nas franjas urbanas ou inseridos em áreas rurais. De toda forma, visualiza-se através do mapa 6, que os municípios de: União, José de Freitas, Altos, Coivaras, Demerval Lobão, Beneditinos, Miguel Leão e Curralinhos, possuem conjuntos habitacionais inseridos nas suas franjas urbanas, facilmente identificáveis nas manchas urbanas dos anos referente a pesquisa.

Diante disso, fica confirmada a hipótese de que esses conjuntos induziram a expansão urbana desses munícipios de portes menores, mesmo quando esses apresentam-se com um grau menor de urbanização, quando comparado aos municípios que receberam maior investimento da política habitacional, no caso, os municípios de Teresina e Timon.

O município de Timon novamente aparece como destaque diante dos municípios do entorno, seu crescimento foi o mais representativo diante do contexto de expansão urbana. Em 2009 sua área urbana era de 23,95 km² e já em 2018 ocorreu uma evolução para 36,99 km², que representa um percentual de crescimento de 54,4 %. Diante do exposto anteriormente, os dados demonstram a realidade e a dinâmica existente entre esse município e o município núcleo da Ride da Grande Teresina, onde suas características em vários fenômenos urbanos se complementam.

Dentre a análise do período de início do PMCMV, ocorreu uma produção em massa de 32.002 unidades habitacionais que resultaram em transformações socioespaciais e dinâmicas ocasionadas por diversos fatores como a segregação, e a privação do direito a cidade por parte do acesso a infraestruturas e serviços urbanos. Entretanto, além dessas questões, foram identificadas outras consequências a partir da inserção de tais conjuntos habitacionais, como é o caso do fenômeno da “expansão urbana”, elemento esse gerador de motivação da problemática dessa proposta dessa pesquisa.

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