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CONTRIBUIÇÕES PARA A EXPANSÃO TERRITORIAL URBANA

NA RIDE DA GRANDE TERESINA: o movimento pendular e a localização

dos conjuntos habitacionais do PMCMV

Este capítulo se propõe analisar o fluxo de movimento pendular na Ride da Grande Teresina, com o intuito de verificar a dinâmica urbana neste aglomerado urbano, a partir da intensidade dos fluxos onde se verifica o deslocamento das pessoas do seu município de origem com direção a outro município diferente de sua residência para realizar as atividades de estudo e/ou trabalho, com base no censo dos anos de 2000 e 2010. Posteriormente analisa-se a expansão da mancha urbana na Ride da Grande Teresina, a partir da análise das imagens de satélites dos anos de 1999, 2009 e 2018, verificando essa expansão a partir da localização dos conjuntos habitacionais do Programa Minha Casa, Minha Vida, pertencentes a faixa 1. O intuito é de compreender a relação do movimento pendular, como um elemento que também influencia direta/indiretamente no processo de expansão da mancha urbana, de modo, que o objetivo central é verificar se os conjuntos habitacionais do PMCMV faixa 1 são formas espaciais indutoras da expansão urbana a partir da sua localização no espaço urbano. Por fim, por meio desta análise, apresentar o conceito de “arranjo populacional”, abordado no estudo do IBGE (2016) com o intuito de compreender a dinâmica dos municípios e assim caracterizar uma forma espacial derivada desses dois fenômenos encontrados no aglomerado urbano.

3.1 Concepções sobre movimento pendular em aglomerados urbanos

Diversos estudos relatam o movimento pendular como um fenômeno cada dia mais frequente no cotidiano da população em cidades de diferentes portes. Isso derivada polarização ainda fortemente presente nas capitais ou núcleos principais das aglomerações urbanas, onde se concentram grande parte das ofertas de trabalho, serviços e equipamentos urbanos.

Os movimentos pendulares representam o fluxo de pessoas que saem dos seus municípios de residência (origem) para realizar atividades como estudo e/ou trabalho em outro município (destino), impulsionando alterações nas dinâmicas espaciais e sociais de suas determinadas regiões. Segundo Nunes (2018, p. 156) “A necessidade desses deslocamentos acaba evidenciando a importância, no ambiente metropolitano, do acesso aos espaços que oferecem educação, saúde, trabalho, entre outros”.

9 Desse modo, essa categoria de mobilidade espacial se diferencia de acordo com a realidade econômica e social da população, partindo do pressuposto de que as pessoas se locomovem para realizar alguma atividade importante para o seu cotidiano. “As pesquisas dos deslocamentos de população no espaço intra-metropolitano –o movimento pendular– permitem identificar o grau de coesão interna do espaço metropolitano e o tipo de estrutura em que se inserem, a exemplo do tradicional modelo núcleo/periferia” (Castelo Branco, 2006, p. 1).

Nesse processo, avalia-se os resultados com base no deslocamento causado por motivo de estudo e trabalho, devido ser as duas variáveis metodológicas utilizadas pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) no Censo, entendendo-se como as principais motivações que justificam os deslocamentos diários da população nos aglomerados urbanos. Como aponta Ojima (2015, p. 241) “Atualmente, uma das modalidades de deslocamentos populacionais mais importantes dentro dos contextos metropolitanos e urbano-regionais é a mobilidade pendular”.

Suponha-se que os movimentos pendulares são motivados por várias questões que acontecem na maioria dos aglomerados urbanos no Brasil, dentre eles o preço da terra urbana em determinados municípios em comparação aos demais, oferta de moradia, como também a concentração de emprego nos municípios núcleos.

A difusão desse deslocamento resulta tanto das facilidades dos meios de transportes, uma forte concentração de serviços e infraestruturas disponíveis nos municípios núcleos que resultam em uma atração para a população dos municípios do entorno. Segundo Moura, Delgado e Costa (2013) “As aglomerações urbanas/metropolitanas são, de modo geral, espaços em movimento, com fluxos de pessoas e mercadorias em muitas direções. Entre 2000 e 2010, os dados analisados revelam o aumento do número de pessoas que se deslocam entre as aglomerações brasileiras”.

Desse modo, determinados aglomerados urbanos apresentam municípios com postos de trabalho em maior e menor demanda, uma rede viária mais ou menos acessível, como também a facilidade ou não no acesso à terra urbana ou a moradia gerando uma forte influência de atração ou repulsão pela população, resultando em diversas vezes a necessidade de deslocamento. Segundo Diniz e Alvim (2016, p. 1) “A mobilidade pendular é mais intensa nas regiões com maior densidade populacional, regiões, sobretudo metropolitanas, as quais são referência por sua oferta de bens e serviços e por possuir uma boa capacidade de articulação entre seus constituintes devido à presença de redes técnicas”.

Os movimentos pendulares nas aglomerações urbanas, possuem uma ligação importante quando se analisa a expansão urbana, devido a dicotomia com relação ao local de moradia e o local de estudo ou trabalho. Como aponta (IBGE, 2016, 7): “No interior das aglomerações urbanas, ocorre expansão que responde a duas lógicas diferentes – a da localização dos empregos nos núcleos das aglomerações e a da localização das moradias-, ampliando as áreas periféricas que abrigam um número cada vez maior de trabalhadores”.

Como é visto a partir da análise dessa pesquisa, que retrata a dinâmica do movimento pendular de uma região específica, como um elemento de complemento para o entendimento do processo expansão urbana existente hoje na Ride da Grande Teresina, para o aporte geral que consiste em essa pesquisa compreendendo a expansão urbana mais precisamente a partir da localização dos conjuntos habitacionais do PMCMV.

Neste caso, o movimento pendular9 cria oportunidades para a realização de atividades fora do seu município de residência, diminuindo a problemática da distância como impedimento de realização de tais tarefas. Isso ocorre devido as facilidades geradas a partir de uma malha viária eficiente e do fácil acesso a meio de transportes, como afirma Moura (2016, p. 8):

O desenvolvimento de meios de transporte e comunicações muda significativamente a relação espaço/tempo, adensando os fluxos de produtos, pessoas, capital, tecnologias de informação entre estabelecimentos de uma mesma firma, entre empresas e seus setores, e nos espaços de produção ou consumo.

Dentre as informações que caracterizam a mobilidade pendular, em especial, as variáveis de estudo e trabalho, alguns aglomerados mostram uma variação de intensidade de fluxos que ocorre de acordo com as dinâmicas locais. Segundo Delgado et al., (2018), nas regiões metropolitanas brasileiras a variável de trabalho apresenta fluxos mais fortes, voltados mais para a mobilidade dos municípios relatados como “periféricos” em direção ao polo metropolitano. Isso está diretamente relacionado à concentração econômica, ou seja, à maior demanda na oferta de empregos no município núcleo propiciando maior atração em relação aos municípios do entorno. Conforme Garnier (1971, p. 251):

O fator de atração pode ser real ou imaginário, e é também nisso que se fundem os aspectos psicológicos e econômicos; a atração da cidade pode corresponder a uma realidade, significando menos trabalho árduo, salários mais regulares e melhor padrão de vida, mas quase sempre acontece ser isso

9 É importante retratar que os movimentos pendulares retratados pelos dados do IBGE, engloba toda uma população, não especificadamente os moradores dos conjuntos habitacionais do PMCMV.

9 simples miragem e a verdadeira situação ser, simplesmente, outra forma de luta contra a pobreza.

Desse modo, a mobilidade pendular pode ser utilizada como um parâmetro de interpretação a respeito da maneira que o aglomerado urbano se forma e se configura. Portanto, no Brasil as aglomerações urbanas se representam de maneira diferenciada, isso pelo fato de cada uma ter seu histórico e especificidade, como também uma conjuntura urbana diferente. Com isso, torna-se possível coletar diversas informações a respeito nas aglomerações urbanas e assim conhecer as suas realidades, como explicita-se a questão do movimento pendular:

Esses resultados oferecem números relevantes: no Brasil, 7,4 milhões de pessoas trabalhavam ou estudavam fora do município de residência – o que representa 6,66% das pessoas que trabalhavam ou estudavam. Essa proporção aumenta consideravelmente quando se consideram as regiões metropolitanas institucionalizadas – RM, regiões integradas de desenvolvimento – Ride e as aglomerações urbanas no entorno de capitais, mesmo que não institucionalizadas – conjunto que constitui os principais espaços urbanos aglomerados do país. (MOURA; BRANCO; FIRKOWSKI, 2005, p. 5)

Os movimentos pendulares ocorrem cada vez mais de forma intensa, e isso se explica pela facilidade no deslocamento devido aos meios de transporte, como também na oferta de moradia por preços mais atrativos, ou em busca de residir em uma realidade diferente das dos centros urbanos, levando a procura em municípios do entorno do núcleo. Como afirma Ojima (2008, p. 52) “[...] as regiões periféricas, distantes dos centros consolidados das aglomerações urbanas e que antes eram reservadas aos conjuntos habitacionais populares, passam a ser o sonho de consumo de uma variada parcela da população, traduzindo as aspirações de uma determinada qualidade de vida”.

O valor do solo urbano, na maioria das vezes, é um fator determinante na escolha dos municípios do entorno metropolitano para se ter como moradia. Mas como o núcleo metropolitano é onde se concentram a gama de ofertas de trabalho e uma melhor qualidade de estabelecimentos de educação, provoca assim uma maior mobilidade das pessoas em busca desses serviços, gerando o movimento diário da população em direção ao município núcleo (CARMO et al., 2018).

A dicotomia em relação à migração e ao movimento pendular pode explicar muitas vezes os grandes fluxos que ocorre nas regiões metropolitanas. Segundo Delgado et al., (2018) os fluxos dos municípios periféricos em direção ao município polo acontece principalmente em maior número, por imigrantes metropolitanos, em relação às pessoas oriundas dos próprios

municípios da região metropolitana. Essa população que migrou para os municípios periféricos continua realizando tarefas nos municípios de maior centralidade e com isso necessitam realizar os movimentos pendulares. Estudos apontam que, via de regra, o processo de migração que vem ocorrendo ultimamente nos aglomerados urbanos, influência no fenômeno do movimento pendular, e consequentemente na expansão urbana dos aglomerados urbanos, como relatam Brito e Souza (2005, p. 11):

A mobilidade pendular é uma função, principalmente, da migração intrametropolitana determinada pela expansão dos vetores urbanos e metropolitanos. Ela - mais do que as migrações - é uma evidência do vigor do tecido social construído sobre o espaço metropolitano, onde o modo de expansão urbana cria uma distância necessária entre o lugar de residência e o de trabalho. Isso pode se dar porque a população mais rica escolheu residir em lugares onde as externalidades positivas compensam os custos adicionais da distância, ou, no caso dos mais pobres, pela coerção do mercado imobiliário e, em menor proporção, em função do mercado de trabalho.

Neste caso, residir nos municípios do entorno do município núcleo tornou-se tanto uma oportunidade de possuir uma moradia fixa com um valor acessível (eventualmente por meio do benefício de políticas habitacionais), quanto atender interesses pessoais de uma classe de renda média/alta, que devido à facilidade do movimento pendular nos aglomerados urbanos propicia uma melhoria antes não encontrada devido as dificuldades decorrente das distâncias.

Estudos revelam que a população com menor poder aquisitivo na maioria das vezes é expulsa por questões econômicas e sociais para a periferia metropolitana, diante disso, precisam praticar o movimento pendular com o propósito de realizar atividades que são encontradas no município núcleo. Segundo Brito e Souza (2005, p. 7) “No caso da RMBH - assim como nos principais aglomerados metropolitanos no Brasil - essas migrações têm sido resultantes, principalmente, do movimento do capital imobiliário junto com o Estado, com o objetivo de redistribuir social e espacialmente a população”.

Nunes (2018) considera o movimento pendular como uma maneira de exemplificar a segregação que ocorre nos aglomerados, devido o distanciamento cada vez maior da população de menor poder aquisitivo para municípios do entorno, o que pode resultar em também maior distanciamento das melhores ofertas de infraestruturas urbanas e dos serviços de utilidade pública e/ou comerciais.

Deste modo, os movimentos pendulares exercem importância na dinâmica do contexto urbano regional, minimizando os efeitos da segregação socioespacial e possibilitando o

9 deslocamento para outros municípios que oferecem uma demanda maior de oferta de serviços. Conforme destacam Ojima e Marandola: “[...] os deslocamentos pendulares desempenham um papel importante na dinâmica das migrações pois são capazes de evitar a necessidade de movimentos permanentes de residência e, portanto, flexibilizando também a posição dos sujeitos dentro de uma dicotomia migração-pendularidade” (OJIMA; MARANDOLA JR, 2012, p. 111).

No entanto, além de propiciar uma alteração na dinâmica urbana regional, os movimentos pendulares também revelam uma representação da espacialidade no aglomerado, os níveis de integração existentes entre os municípios, como também o fluxo de maior intensidade e seu destino de direção. Partindo do pressuposto de que a partir do ponto de origem dos municípios para o ponto de destino de outro município escolhido possibilita-se assim uma melhor compreensão da ocupação do espaço como também uma interpretação da dinâmica nos aglomerados urbanos. Segundo Moura, Branco e Firkowski (2005, p. 1):

Na atualidade, verifica-se que esses deslocamentos ocorrem entre distâncias cada vez maiores entre a origem e o destino, revelando o avanço do processo de ocupação do espaço das aglomerações urbanas. As centralidades dessas áreas tornam-se nítidas e permitem a identificação de processos seletivos de uso e apropriação do espaço, com segmentação dos locais de moradia e trabalho.

Diante disso, a expansão urbana tem propiciado diversos fatores, dentre eles o movimento pendular, devido a produção imobiliária muitas vezes expelir a população para locais mais distantes e assim propagar o espraiamento do tecido metropolitano. Isto se deve também à variável técnica, devido à ampliação das redes viários e de transporte interurbano, ampliando as possibilidades de integração da rede urbana. Segundo Garnier (1971, p.314): “Os movimentos de além das fronteiras, como todos os demais têm auxiliado consideravelmente o crescimento e a melhoria dos transportes motorizados”.

Na medida que acontece o distanciamento entre os locais de moradia nos municípios periféricos para o município núcleo, consequentemente isso influência na expansão urbana dos aglomerados. De modo, que a concentração de maior oferta serviços disponibilizados no município núcleo, comparado com a pouca oferta dos mesmos serviços nos municípios do entorno do município núcleo, ocasiona a necessidade da população de realizar os movimentos pendulares em busca de vagas de trabalho e em busca de escolas com melhor qualidade de

ensino. A interpretação dos dados referente ao movimento pendular retrata inúmeras respostas importantes, como no caso abordado por Pereira e Herrero (2009, p. 25):

A contribuição dessa tipologia de deslocamentos pendulares reside menos no sentido de compreender uma dimensão quantitativa da realidade (de mensurar a intensidade de fluxos pendulares), e mais no sentido qualitativo de entender os padrões espaciais daqueles fluxos numa dada região e de compreender como o tipo de integração urbana entre dois municípios pode influenciar o perfil dos deslocamentos pendulares entre eles.

Assim sendo, a leitura do fenômeno do movimento pendular se torna um elemento de análise importante, a partir do momento em que ele revela os fluxos existentes entre os municípios, como também a expansão que ocasiona a partir o local de origem e o local de destino (MOURA; BRANCO; FIRKOWSKI, 2005).

À vista disso, o movimento pendular assume um importante papel nas regiões metropolitanas quando ele expressa uma determinada centralidade de um município perante os demais ocasionando assim uma atração como também uma repulsão diária da população em busca dessa gama de serviços e etc. (NUNES, 2018). Muito disso se explica devido aos municípios periféricos receberem uma demanda menor de investimentos que geram uma maior dependência do município núcleo, isso ocorre devido a polarização que ocasiona um poder de maior atração para a população de municípios cada vez mais distantes. “As distâncias do movimento de vaivém aumentam com a força do centro de atração [...]” (GARNIER, 1971, p. 298). Portanto, influenciando direta e/ou indiretamente na expansão urbana dos aglomerados urbanos.

Conforme o contexto apresentado, é importante se conhecer um pouco mais da Ride da Grande Teresina a partir da análise do movimento pendular com o propósito de analisar a sua dinâmica regional, sua espacialidade mediante seus municípios que a compõem e o resultado dos movimentos como elemento de medição do nível de integração existente.

Portanto, com base nos Censos de 2000 e 2010 disponibilizados pelo IBGE, foi possível realizar uma interpretação e representação da dinâmica dos fluxos pendulares, com o intuito de atingir os objetivos propostos nessa pesquisa.

3.1.1 Movimento pendular na Ride da Grande Teresina

Nesse subtópico, será apresentada uma análise dos dados da Ride da Grande Teresina para os anos de 2000, com a composição de 13 municípios (12 do estado do Piauí e 1 do estado

9 do Maranhão) e para 2010 composta por 15 municípios (14 do estado do Piauí e 1 do estado do Maranhão). Os dados serão analisados a partir das variáveis de estudo e trabalho e sua designação de (OD) referente à saída da população do seu ponto de partida (origem) em direção ao seu ponto de chegada (destino). Com o intuito de responder os objetivos propostos na pesquisa.

Como visto anteriormente, os movimentos pendulares vêm apresentando características e elementos de análise importantes acerca de estudos e pesquisas que tratam do contexto urbano e regional. De modo que a partir da análise desse fenômeno é possível se verificar como se apresenta a dinâmica de um determinado aglomerado em seu contexto, e a maneira em que os municípios se relacionam com os demais ao seu entorno.

A partir dessa proposta, utilizou-se de critérios para definir três perfis de análise, com o intuito de apresentar com maior precisão a dinâmica que está ocorrendo na Ride da Grande Teresina. Os perfis que serão utilizados são detalhados no quadro 2 logo abaixo.

Quadro 2 - Tipologia do fluxo do movimento pendular na Ride da Grande Teresina

PERFIL DESCRIÇÃO

A Fluxos com origem dos municípios do entorno com destino ao núcleo da Ride da Grande Teresina.

B Fluxos com origem e destino apenas entre municípios do entorno do núcleo da Ride da Grande Teresina

C Fluxo dos movimentos pendulares do município núcleo Teresina, com direção aos municípios do seu entorno

Fonte: IBGE (2000; 2010). Elaboração própria.

Para o ano de 2000 os movimentos pendulares apresentam uma consideração importante na escala temporal. Enquanto a variável de estudo (tabela 17) apresentou um total de 2.213 indivíduos que realizavam o deslocamento, a mesma variável para o ano de 2010 (tabela 18) apresentou 10.818 indivíduos. Isso demonstra que com o passar dos anos, os municípios da Ride apresentaram uma melhor relação entre si, como também parte do pressuposto da melhoria na oferta de transportes e na qualidade da rede viária, facilitando assim o aumento do movimento pendular. Deste modo, é importante caracterizar cada um de maneira singular e assim de acordo com a tipologia estabelecida, de maneira que facilite a leitura dos dados.

Na modalidade de estudo, dentre os treze municípios dos quais se constituam a Ride da Grande Teresina para o ano de 2000, doze realizavam o movimento pendular entre os

municípios integrantes, exceto o município de Miguel Leão que apresentou um resultado nulo de indivíduos que se deslocavam para outro município, ou seja, de acordo com os dados, a população residente realizava atividade de estudo no próprio município de origem.

Conforme a análise dos dados do Censo 2000, do total de 2.213 pessoas que realizaram o movimento pendular na variável de estudo na Ride da Grande Teresina, apresenta-se no “Perfil A” - que se refere ao fluxo dos movimentos pendulares de origem dos municípios do entorno com destino ao município núcleo (Teresina). Esse quantitativo demonstra que o núcleo atrai a maior quantidade de pessoas, como também evidencia uma maior demanda na oferta de atividades relacionadas a variável de estudo. Isso, justifica-se por uma questão tratada anteriormente, que se refere ao resultado de os municípios núcleos apresentarem um poder de maior concentração nas demandas de ofertas de serviços.

Outros estudos, demonstram essa mesma realidade em outros contextos espaciais, como