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Mortalidade empresarial: caso de pequenas e médias empresas em São Vicente

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DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS ECONÓMICAS E EMPRESARIAIS

UNIVERSIDADE DO MINDELO

CURSO DE ORGANIZAÇÃO E GESTÃO DE EMPRESAS

MORTALIDADE EMPRESARIAL

CASO DAS PEQUENAS E MÉDIAS EMPRESAS

EM SÃO VICENTE

Rosilda Lima Fortes

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Rosilda Lima Fortes II

Rosilda Lima Fortes

MORTALIDADE EMPRESARIAL

CASO DAS PEQUENAS E MÉDIAS EMPRESAS

EM SÃO VICENTE

Memória monográfica apresentada á Universidade do Mindelo como exigência Parcial para a obtenção do grau de Licenciatura Em Organização e Gestão de Empresas.

Orientador: Mestre José Augusto Lopes da Veiga

(3)

Rosilda Lima Fortes III

DECLARAÇÃO

Rosilda Lima Fortes, autora da Monografia Intitulada “Mortalidade Empresarial: caso das pequenas e médias empresas em São Vicente” declara que, salvo fontes devidamente citadas e referidas, o presente documento é fruto do seu trabalho pessoal, individual e original.

Mindelo, 06 de Dezembro de 2013 Rosilda Lima Fortes

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Rosilda Lima Fortes IV

DEDICATÓRIA

No culminar de mais uma etapa importante da minha vida, dedico este trabalho aos meus queridos Pais. À minha mãe pela sua incondicional dedicação, carinho e valores que me transmitiu e que norteiam a minha vida e à memória do

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Rosilda Lima Fortes V

AGRADECIMENTOS

Correndo risco de esquecer de pessoas importantes nesta aventura que me conduziu a esta fase da minha vida académica, começo por agradecer a todos os que de maneira directa e indirecta me ajudaram para que hoje estivesse escrevendo este trabalho de investigação científica, resultado destes quatro anos de licenciatura em organização e gestão de empresas.

Em primeiro lugar começo por agradecer a Deus, por possibilitar que eu esteja vivendo este momento único na minha vida.

A minha mãe, Rufina Lima, aos meus irmãos e à minha família que, de uma maneira ou de outra, ajudaram-me, para que hoje esta etapa do meu percurso seja uma realidade. Agradeço, de maneira muito especial, ao meu orientador, Mestre José Augusto Lopes da Veiga, que colaborou comigo de forma imparcial, de modo a alcançar os meus objectivos e também ao coordenador do curso Eng.º Emanuel Spencer pelo eminente apoio para realização deste curso.

Aos outros professores da Universidade do Mindelo, por todo o respeito, dedicação e incentivo recebido durante o período que estudei na Universidade.

A todos os colegas de sala, pelo companheirismo, amizade e pelos momentos felizes vividos durante todo o Curso.

E, finalmente, agradeço a todos os que me apoiaram e encorajaram ao longo do curso com palavras de conforto e coragem nos momentos quando tudo estava difícil e parecia tudo perdido. As minhas sinceras palavras de gratidão.

(6)

Rosilda Lima Fortes VI

EPÍGRAFE

“Em todas as coisas o sucesso depende de uma preparação prévia, e sem tal preparação o falhanço é certo”.

(Confúcio)1

1

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Rosilda Lima Fortes VII

RESUMO

As pequenas e médias empresas (PME´s) são essenciais para o crescimento e desenvolvimento económico de qualquer nação. No entanto, grande parte das novas empresas encerra suas actividades nos primeiros anos de funcionamento. O objectivo deste trabalho é apontar os principais factores propulsores da mortalidade de PME´s em São Vicente. Os procedimentos metodológicos contaram com a aplicação de um questionário a quinze empresários de negócios não bem-sucedidos. A pesquisa identificou factores que podem levar as PME´s à mortalidade precoce e concluiu que a causa disto ocorre devido a um conjunto de factores associados que, acumulados, contribuem para o fenómeno. Os principais deles são os seguintes: baixo lucro; falta de clientes; tributação exagerada2; problemas com a concorrência.

Palavras-chaves: Mortalidade das Empresas, Empreendedor, PME´s,

2

Tributação exagerada refere-se as receitas derivadas (imposto) que o Estado recolhe do patrimônio dos indivíduos, usando do seu poder fiscal (poder de tributar), mas controlado por normas de direito público que formam o Direito Tributário. Normalmente o não pagamento deste, acarreta irremediavelmente sanções civis e penais impostas à entidade ou indivíduo não-pagador, sob forma de leis.

(8)

Rosilda Lima Fortes VIII

ABSTRACT

Small and medium enterprises (SME’s) are essential for economic growth and development of any nation. However, most of the new companies end their business in the early years of operation. The objective of this paper is to show the main drivers of mortality factors of SME’s in São Vicente. The methodological procedures relied on the application of a questionnaire endorsed to fifteen business entrepreneurs who did not succeed. The research identified factors which can lead SME’s to early mortality, and concluded that, the cause of this is due to the accumulation of a number of associated factors. The main ones are: low income, lack of customers; very high taxes, problems with competition.

(9)

Rosilda Lima Fortes IX

ÍNDICE

INTRODUÇÃO ... 1 1. A INVESTIGAÇÃO ... 3 1.1. Justificação do tema ... 3 1.2. Pergunta de partida ... 4 1.3. Hipóteses de pesquisa... 4 1.4. Objectivos do estudo ... 5 1.4.1. Objectivo Geral... 5 1.4.2. Objectivos específicos ... 5 1.5. Metodologia ... 5 1.5.1. Método de investigação ... 6

1.5.2. Recolha de dados da investigação ... 6

1.5.3. Método de Selecção da Amostra ... 7

1.5.4. Análise de dados ... 8

2. ABORDAGEM TEÓRICA ... 9

2.1. As empresas... 9

2.1.1. Definições e conceitos ... 9

2.1.2. Evolução da empresa ... 11

2.1.3. Classificação das empresas ... 14

(10)

Rosilda Lima Fortes X

2.1.3.2. Classificação segundo o sector de actividade ... 18

2.1.3.3. Classificação de acordo com o âmbito geográfico ... 19

2.1.3.4. Classificação Segundo a Forma Jurídica ... 20

2.2. Empreendedorismo ... 24

2.2.1. Surgimento e crescimento ... 24

2.2.2. Empreendedorismo versus empreendedor ... 28

2.2.3. Características do empreendedor ... 33

2.2.4. Factores da envolvente que fomentam o empreendedorismo ... 36

2.2.5. Factores que podem atrapalhar o desenvolvimento da actividade empreendedora ………..40

2.2.6. Empreendedorismo em Cabo Verde ... 42

2.2.7. Contributo do empreendedorismo no desenvolvimento de Cabo Verde... 45

2.2.8. Instituições de apoio ao empreendedorismo em Cabo Verde ... 47

2.3. Financiamento das PME em Cabo Verde ... 51

2.3.1. Formas de financiamento ... 51

2.4. Mortalidade Empresarial ... 58

2.4.1. Factores contribuintes da mortalidade das empresas ... 60

2.4.2. Factores que tornam um negócio bem-sucedido ... 63

3. ANÁLISE E INTERPRETAÇÃO DOS DADOS ... 65

CONCLUSÃO ... 82

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Rosilda Lima Fortes XI

Limitações de pesquisa ... 88

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ... 89

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Rosilda Lima Fortes XII

LISTA DE QUADROS

Quadro 1 - Principais caracteristicas das Pequenas e Médias Empresas ... 16

Quadro 2 - Efectivo das PME´s em Cabo Verde (Ano 2010) ... 18

Quadro 3 - Desenvolvimento da teoria do empreendedorismo e do termo empreendedor a partir da idade média ... 27

Quadro 4 - Comparação entre gerentes tradicionais e empreendedores ... 32

Quadro 5 - Situação actual em Cabo Verde ... 43

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Rosilda Lima Fortes XIII

LISTA DE TABELAS

Tabela 1 - Comparação entre empresa tradicional e empresa moderna ... 13

Tabela 2 - Caracteristicas das Sociedades Comerciais ... 22

Tabela 3 - As empresas em Cabo Verde segundo a forma jurídica de 1997 - 2010 ... 23

Tabela 4 - As causas mais comuns de falhas de negócio ... 62

Tabela 5 - Razões da abertura da empresa... 72

(14)

Rosilda Lima Fortes XIV

LISTA DE FIGURAS

Figura 1 - Objectivos da empresa ... 11

Figura 2 - Factores que influenciam o processo empreendedor ... 38

Figura 3 - Modelo conceptual do empreendedorismo e do crescimento económico .... 40

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Rosilda Lima Fortes XV

LISTA DE GRÁFICOS

Gráfico nº 1 - Sexo, representação do número de pessoas inquiridas ... 65

Gráfico nº 2 - Idade, representação do número de pessoas inquiridas ... 65

Gráfico nº 3 - Habilitação escolar ... 67

Gráfico nº 4 - Formação profissional ... 68

Gráfico nº 5 - Ocupação antes da abertura a empresa ... 68

Gráfico nº 6 – Responsabilidades ... 69

Gráfico nº 7 - Percepção da probabilidade de êxito ... 70

Gráfico nº 8 - Orientação para o futuro ... 70

Gráfico nº 9 - Adaptação das mudanças do meio envolvente ... 71

Gráfico nº 10 - Iniciativa para a criação da empresa ... 73

Gráfico nº 11 - Ramo de actividade da empresa ... 73

Gráfico nº 12 - Tipo de Financiamento ... 74

Gráfico nº 13 - Facilidade de Financiamento ... 75

Gráfico nº 14 - Duração de funcionamento da empresa ... 75

Gráfico nº 15 - Nº de trabalhadores ... 76

Gráfico nº 16 - Formação especifica ... 76

Gráfico nº 17 - Incentivos as PME´s ... 77

(16)

Rosilda Lima Fortes XVI Gráfico nº 19 - A empresa tinha contabilidade organizada? ... 78

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Rosilda Lima Fortes XVII

LISTA DE ABREVIATURAS

ADEI – Agência para Desenvolvimento Empresarial e Inovação AJEC – Associação de Jovens Empresários de Cabo Verde CSC-CV – Código das Sociedades Comercias Cabo-verdianas ENI – Empresas em Nome Individual

FDP – Fundo de Desenvolvimento das Pescas GEM – Global Entrepreneurship Monitor I&D – Investigação e Desenvolvimento INE – Instituto Nacional de Estatística NFM – Necessidades de Fundo de Maneio

OCDE – Organização para a Cooperação e Desenvolvimento económica PIB – Produto Interno Bruto

PME – Pequenas e Médias Empresas RE – Recenseamento Empresarial SA – Sociedade Anónima

SCR – Sociedade de Capital de Risco

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Rosilda Lima Fortes XVIII

SPQ – Sociedade Por Quotas

SPSS - Statistical Package for Social Sciences SV – São Vicente

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Rosilda Lima Fortes 1

INTRODUÇÃO

A dinâmica e o crescimento da economia dos países em desenvolvimento, os chamados países emergentes, dependem em grande parte da capacidade de criar empresas económicas e financeiramente sustentáveis com capacidade para gerar trabalho e rendimento para a população activa, levando estes países a alcançar uma maior produção de bens e serviços e um posicionamento mais estratégico na economia global.

Portanto, a presença das pequenas e médias empresas (PME) no contexto socioeconómico de um país é muito importante, pois, essas empresas proporcionam uma energia vital para a economia, e em Cabo verde estas vem alcançando cada vez mais uma maior participação. De acordo com os dados do IV Recenseamento Empresarial (RE) realizado pelo Instituto Nacional e Estatísticas (INE) em 2010, Cabo Verde tinha um total de 8899 empresas, das quais 1744 se encontravam em São Vicente (SV). Contudo, as PME em Cabo Verde, totalizavam 97% do total das empresas em cabo Verde, destacando-se como geradoras de ocupação e rendimento no país, contribuindo de forma crescente para o aumento do produto interno bruto (PIB).

Porém, há um facto que compromete um maior crescimento do número de empresa, e por conseguinte da economia, que é o alto índice de mortalidade precoce das PME, gerado por diferentes elementos e condições ligadas a estas unidades de produção.

O presente trabalho está estruturado em cinco (5) capítulos, sendo a introdução, e a conclusão, capítulos muito importantes, mas que não foram enumerados.

(20)

Rosilda Lima Fortes 2

Sendo assim, no primeiro capítulo enumerado apresenta-se a investigação que se distribui na justificação do tema, no objecto de pesquisa, nos objectivos do trabalho, as hipóteses, a relevância do estudo, e também é apresentada a metodologia utilizada para o desenvolvimento e análise da pesquisa.

O segundo capítulo está dividido em três subcapítulos, que diz respeito a abordagem teórica. No primeiro subcapítulo, abordamos o conceito das empresas, mais especificamente as PME, também a evolução das empresas, e a classificação das empresas. No segundo fala-se do surgimento e crescimento do empreendedorismo, definição de empreendedorismo versus empreendedor, características do empreendedor, factores da envolvente que fomentam o empreendedorismo, factores que podem atrapalhar o desenvolvimento da actividade empreendedora, empreendedorismo em Cabo Verde, contributo do empreendedorismo no desenvolvimento de Cabo Verde, instituições de apoio ao empreendedorismo em Cabo Verde, e financiamento das PME em Cabo Verde e no terceiro falamos da mortalidade das empresas, conceito, factores contribuintes para a mortalidade das empresas, e os factores que tornam um negócio bem-sucedido.

Por fim, o terceiro capítulo enumerado, onde são apresentados e analisados os dados conseguidos através da aplicação do questionário.

(21)

Rosilda Lima Fortes 3

1. A INVESTIGAÇÃO

1.1.

Justificação do tema

A escolha do tema “Mortalidade Empresarial: caso das pequenas e médias empresas em São vicente” prende-se com a curiosidade de poder compreender melhor quais são as razões que levam as empresas, particularmente em São Vicente, a fecharem as portas após um período de funcionamento.

Ora, numa conjuntura global caracterizada por padrões elevados de competitividade, constitui um desafio para as empresas atingir níveis mais elevados de eficiência e optimização dos recursos. A sobrevivência e a sustentabilidade das empresas dependerão certamente disso.

Este tema é dirigido às PME, e por isso apoia-se na importância que estas vêm assumindo no desenvolvimento económico do País e na sua capacidade de criar riqueza. Em Cabo Verde, as PME afiguram-se, sem dúvida nenhuma, como alavanca para o crescimento económico, pois o papel estratégico que estas desempenham actualmente é fundamental, não obstante, conforme se afirmou acima, elas operarem em ambientes altamente competitivos e com escassos recursos.

Os desafios que enfrentam os novos empreendedores e a representatividade das PME determinam a necessidade de isolar os aspectos causadores do fracasso, para se poder entender melhor todos os fenómenos que, de uma forma ou de outra, influenciam a mortalidade das PME em São Vicente. Isto porque, como se sabe, a mortalidade precoce das mesmas é um factor preocupante e implica o agravamento dos problemas socioeconómicos, como o desemprego, a diminuição do nível de rendimento e sobretudo a diminuição da competitividade da nossa economia.

(22)

Rosilda Lima Fortes 4

Esse fenómeno tem atraído a atenção de alguns analistas nacionais, pelo que merece uma especial atenção.

1.2.

Pergunta de partida

A pergunta de partida deve exprimir o mais exactamente possível o que se procura saber, elucidar, ou compreender melhor (Quivy e Campenhoudt, 1998)3. Ela constitui, segundo os mesmos autores, o primeiro fio condutor de uma investigação. Deve apresentar qualidades de clareza, de exequibilidade e de pertinência.

Assim, o problema que serve de guia a esta investigação é o seguinte:

Que factores provocam a mortalidade precoce das pequenas e médias empresas em São Vicente?

1.3.

Hipóteses de pesquisa

Uma hipótese é um enunciado formal das relações entre duas ou mais variáveis. Fornece a investigação um fio condutor particularmente eficaz que permite, do momento em que ela é formulada, substituir a questão da pesquisa, mesmo que esta deve permanecer presente na mente do investigador (Quivy e Campenhoudt, 1998).

Para responder a essa problemática construímos as seguintes hipóteses:

H1 - A mortalidade de pequenas e médias empresas depende mais das capacidades

pessoais do empreendedor do que de factores externos.

3

(23)

Rosilda Lima Fortes 5 H2 - A dificuldade de acesso ao crédito é um factor contribuinte para a mortalidade das

PME´s;

1.4.

Objectivos do estudo

1.4.1. Objectivo Geral

Identificar e analisar os principais factores que influenciam a mortalidade das pequenas e médias empresas sedeadas em São Vicente.

1.4.2. Objectivos específicos

- Analisar as causas da mortalidade nas PME em SV;

- Identificar a relação existente entre a cultura empreendedora e o fracasso das PME; - Descrever as principais características dos empreendedores mal sucedidos em SV.

1.5.

Metodologia

Para a realização deste trabalho de pesquisa, utilizou-se alguns procedimentos que serão descritos pormenorizadamente para facilitar a sua compreensão. Serão particularmente destacados o enfoque da pesquisa, o tipo de estudo, a abordagem utilizada, o método de recolha de dados, a definição da amostra utilizada e os softwares utilizados para o tratamento dos dados.

(24)

Rosilda Lima Fortes 6 1.5.1. Método de investigação

Para alcançar os objectivos definidos, optou-se por uma abordagem quantitativa através da aplicação de um inquérito dirigido aos operadores que tiveram que fechar as suas empresas.

A pesquisa realizada é de carácter exploratória, uma vez que procura-se o aprofundamento do assunto investigado.

De acordo com Marconi e Lakatos (2006) Apud Oliveira (2011):

“Os estudos exploratórios são investigações de pesquisa empírica cujo objectivo é a formulação de questões ou de um problema, com tripla finalidade: desenvolver hipóteses, aumentar a familiaridade do pesquisador com o ambiente, facto ou fenómeno para a realização de uma pesquisa futura mais precisa ou modificar e esclarecer conceitos”.

A pesquisa realizada é também uma pesquisa bibliográfica, pois por conceito, a pesquisa bibliográfica, abrange toda bibliografia já tornada pública em relação ao tema de estudo, desde publicações avulsas, boletins, jornais, revistas, pesquisas, monografias, teses, material cartográfico etc. No estudo foram utilizados livros, artigos, opiniões online, teses, monografias e outras fontes.

1.5.2. Recolha de dados da investigação

Para a recolha de dados aplicou-se um questionário junto dos proprietários e gerentes das empresas que já se encontram fechadas, constituído por questões fechadas e também por questões de múltipla escolha, de modo a obter uma série de possíveis respostas. O referido questionário tem por objectivo identificar o perfil empreendedor dos proprietários e conhecer as causas que levaram à mortalidade das empresas. Marconi e

(25)

Rosilda Lima Fortes 7

Lakatos (2006) são citados por Oliveira (2011) que diz que, as perguntas de múltipla escolha são perguntas fechadas mas que apresentam uma série de possíveis respostas e ainda esclarecem que “O questionário é um instrumento de colecta de dados construído por uma série ordenada de perguntas, que devem ser respondidas por escrito e sem a presença do entrevistador”.

1.5.3. Método de Selecção da Amostra

Neste trabalho utilizou-se como método de selecção da amostra o método não probabilístico ou de amostragem não aleatória simples. Este tipo de amostragem é feito quando o pesquisador está interessado na opinião de determinados elementos da população mas não representativos dela. Esta técnica não permite generalizar os dados obtidos, pois, segundo Hill (2005), (…) em rigor, os resultados e as conclusões só se aplicam a amostra, não podendo ser extrapolados com confiança para o universo.

O universo da pesquisa corresponde à lista facultada pela Repartição de Finanças da Ilha de São Vicente, cuja população não ultrapassa 34 empresas, tendo em conta os anos de estudo de 2010 e 2011.

O número de inquéritos aplicados, explica-se pelo facto da lista fornecida pela Repartição de Finanças ter apenas trinta e quatro (34) empresas que fecharam o seu negócio, e muitas delas já não terem contactos válidos, pelo que só foi possível contactar apenas quinze (15).

Tendo em conta a realidade e o anteriormente citado, em rigor não podemos extrapolar para o universo das empresas em estudo nesta investigação.

(26)

Rosilda Lima Fortes 8

No entanto, dada a semelhança dos casos em estudo, é possível proceder a alguma generalização das conclusões para o universo das PME em situação a mortalidade.

1.5.4. Análise de dados

Para a análise e tratamento dos dados recolhidos através do questionário utilizou-se o

(27)

Rosilda Lima Fortes 9

2. ABORDAGEM TEÓRICA

2.1.

As empresas

2.1.1. Definições e conceitos

O tecido empresarial tem vindo a sofrer inúmeras mudanças voltadas para a valorização e desenvolvimento de uma cultura empresarial que prima pelo esforço contínuo, pela flexibilidade, pela investigação científica e tecnológica, com o propósito de valorizar cada vez mais os recursos humanos.

Em todos os sistemas económicos existem empresas nos mais diversos sectores e subsectores ou ramos de actividade económica, em que a finalidade é produzir bens e serviços destinados à comercialização com intuito de satisfazer não só em termos quantitativo, mas também de forma qualitativa as necessidades humanas.

Todos os esforços realizados a favor das empresas visam a agregação de valores e objectivam a melhoria contínua do processo de produção de bens e serviços. Mas, de acordo com Chiavenato (2002):

“o avanço tecnológico e o desenvolvimento do conhecimento humano, por si apenas, não produzem efeito se a qualidade de administração efectuada sobre os grupos organizados de pessoas não permitir uma aplicação efectiva dos recursos humanos e materiais (…) ”.

Existe um leque muito diversificado de definição do conceito de empresa. Segundo Santos e Lemos (S/d), “a empresa é toda a organização dos factores produtivos, capital e trabalho, com os objectivos essenciais de prestação de bens e/ou serviços á comunidade onde se insere, podendo ter finalidade lucrativa ou não”.

(28)

Rosilda Lima Fortes 10

Nesta mesma linha de pensamentos, Santos (1982) é citado por Chiavenato (2007) que diz que:

“A empresa é comumente definida pelos economistas como uma unidade básica do sistema económico, cuja principal função é produzir bens e serviços. Para conseguir fabricar seus produtos, ou oferecer seus serviços, a empresa combina diversos fatores de produção, ou seja, os recursos naturais, o capital e o trabalho necessários para o desempenho da função produção”.

Já para Veiga (2008), “A empresa é um conjunto de factores de produção reunidos sob a autoridade de um indivíduo (empresário) ou de um grupo, com o objectivo de realizar um rendimento monetário através da produção de bens e serviços”.

No âmbito do IV Censo Empresarial realizada pelo INE em 2010,

“A empresa é uma entidade correspondendo a uma unidade jurídica ou ao mais pequeno agrupamento de unidades jurídicas ou institucionais, dotada de autonomia de organização e de decisão na afectação de recursos às suas actividades de produção, exercendo uma ou várias actividades, num ou vários locais e que sejam fixas, visíveis, registadas ou não”.

Assim também, de acordo com o Código das Sociedades Comerciais Cabo-Verdianas (CSC-CV), a empresa é “uma actividade organizada, com carácter económico e profissional, constituída com o fim de produzir o lucro. O titular da empresa poderá ser um comerciante em nome individual ou uma sociedade”.

Todas essas definições convergem para os objectivos que norteiam de uma forma geral qualquer empresa, conforme sabiamente representado por Chiavenato (2007), na figura que se segue:

(29)

Rosilda Lima Fortes 11 Figura 1 - Objectivos da empresa

Fonte: Chiavenato (2007)

Numa perspectiva dinâmica pode-se dizer que na época industrial, quando o recurso estratégico era o capital, o objectivo da empresa podia ser apenas obter lucros. Mas na era da globalização, o recurso estratégico é a informação, o conhecimento e a criatividade, pois concordamos que só há um modo de uma empresa ter acesso a esses bens, isto é, através da valorização dos recursos humanos.

2.1.2. Evolução da empresa

Com a sedentarização, o homem criou a associação económica vinculada à família que se dedicava a prática de actividades diversas, através de técnicas rotineiras, com vista a garantia da subsistência.

Segundo Chiavenato (2002), apud Rodrigues (2012), tudo começou com a invenção da máquina a vapor por James Watt (1736 - 1819) e a sua aplicação à produção surgiu numa nova concepção de trabalho que modificou completamente a estrutura social e comercial da época, provocando profundas e rápidas mudanças de ordem económica, política e social que, em um lapso de um século, foram maiores do que as mudanças

Objectivos empresariais

Directos

Indirectos

 Lucro

 Satisfação de necessidades dos clientes

 Finalidades sociais

 Produção ou comercialização de bens

 Prestação de serviços

(30)

Rosilda Lima Fortes 12

ocorridas em todo o milénio anterior. É a chamada revolução industrial que se iniciou na Inglaterra e que originou a transformação de muitos paradigmas empresariais.

A rápida e intensa introdução das máquinas nas oficinas provocou fusões de pequenas oficinas que passaram a integrar outras maiores, e que, aos poucos foram crescendo e transformando em fábricas. O operário foi substituído pela máquina nas tarefas em que se podia automatizar e acelerar pela repetição. Com o aumento dos mercados decorrente da redução de preços e popularização dos produtos, as fábricas passaram a exigir grandes contingentes humanos. A mecanização do trabalho levou a divisão do trabalho e a simplificação das operações, substituindo os ofícios tradicionais por tarefas automatizadas e repetitivas, que podiam ser executadas com facilidade de controlo. (Chiavenato, 1995)

Seguindo assim, de acordo com Henriques e Leandro, (2002), “a Revolução Industrial operou uma profunda transformação na sociedade. As mudanças técnicas e tecnológicas, então verificadas, implicaram alterações a nível da organização da produção, com recurso à energia em larga escala e à necessidade da concentração. Surge a empresa capitalista – a fábrica – que vai reunir capital e trabalho, sob a autoridade de um empresário, tendo em vista a obtenção de lucro”.

A Revolução Industrial foi um marco fundamental para a mudança de paradigma empresarial, o que é um processo contínuo, em que o capital fundamental já não é o recurso económico básico, mas antes o saber, dando ênfase uma vez mais, ao factor humano como sendo aquele que detêm a sabedoria. Quem lidera esse novo processo não são os capitalistas, mas sim os trabalhadores do saber, canalizando o conhecimento aos diversos ramos de actividade. Assim, as tecnologias da informação são cada vez mais consideradas como uma arma estratégica no desenvolvimento das empresas e das sociedades (Veiga, 2008).

(31)

Rosilda Lima Fortes 13

Atendendo à dinâmica da evolução, a caracterização das duas gerações de empresas são diferentes e pode ser espelhada de forma resumida no seguinte:

Tabela 1 - Comparação entre empresa tradicional e empresa moderna

Fonte: Henriques e Leandro, (2002)

Através desta tabela pode-se fazer uma análise comparativa da evolução da empresa, tanto nos seus aspectos internos como externos, traduzindo sinais de maior complexidade no funcionamento da mesma e a necessidade da sua adaptação permanente para fazer face às novas exigências impostas.

Empresa Tradicional Empresa Moderna

Frequente Empresário individual que utiliza livremente os seus bens

Partilha de património entre os detentores do capital e do poder dos gestores

Prevalência das finalidades económicas Pluralidade de objectivos

Cálculo económico Decisões estratégicas

Inovação Valorização da informação

Quando existem accionistas, estes fornecem o capital e exercem o

Aceita a existência de interesse contraditório cuja conciliação se impõe:

- Poder através dos seus votos Empresa – lucro/investimento

Progresso económico Trabalhadores – Salário/participação

Accionistas – dividendo/valorização do capital Estado – receitas fiscais/política económico-social Consumidores – menores preços/melhor qualidade Progresso económico, técnico e social

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Rosilda Lima Fortes 14

2.1.3. Classificação das empresas

Na perspectiva de Costa e Ribeiro (2004), “as formas que as empresas podem assumir são muito variadas, sendo possível distingui-las segundo a dimensão, sector de actividade, a forma jurídica e o âmbito geográfico”. De facto, é uma necessidade diferenciar as empresas, visto que tem objectivos diferenciados a cumprir e por isso, estruturam-se de forma diferente.

2.1.3.1. Classificação segundo a dimensão da empresa

A dimensão da empresa é uma das formas de diferenciação mais importante. Para se medir o tamanho de uma empresa utilizam-se vários critérios que são complementares, tais como o número de trabalhadores, o volume de vendas, os activos que a empresa possui, entre outros, dependendo de país para país. Tanto em Cabo Verde como em outros países as empresas classificam-se em:

 Micro empresas

 Pequenas empresas

 Médias empresas

 Grandes empresas

Para responder às necessidades deste trabalho, concentramo-nos na classificação e definição dos critérios das PME.

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Rosilda Lima Fortes 15

É senso comum que, as PME, sempre exerceram um papel proeminente na economia mundial, constituindo um grande propulsor do desenvolvimento. Essa importância é confirmada a partir da (1) Contribuição significativa na geração do produto nacional; (2) Absorção de mão-de-obra, inclusive a menos qualificada; (3) Flexibilidade local, desempenhando importante papel de interiorização do desenvolvimento; (4) Carácter predominantemente nacional, pois há utilização absoluta do capital privado nacional e (5) Desempenho de actividades de auxílio às grandes empresas, como distribuição e fornecimento, actividades as quais efectuaria com pouca eficácia.

Diria, portanto, que as PME são cada vez mais caracterizadas como potenciais geradoras de emprego e de rendimento, o que pode contribuir não só para o desenvolvimento económico e social de um país, mas também para o crescimento económico.

Contradizendo o acima exposto, Garcia (2000) argumenta que até ao fim da década de 70, as PME eram consideradas irrelevantes para a economia de um país, mas nos anos da década de 80, com o aumento da concorrência dos mercados e a maior utilização da tecnologia nos processos produtivos, iniciou-se uma mudança de paradigma, ou seja, uma mudança na forma de organização económica que enfatizava apenas as grandes empresas estratégicas para a economia nacional.

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Rosilda Lima Fortes 16

As PME também possuem características próprias que as distinguem das grandes empresas. Estas características referem-se tanto a sua forma de organização, quanto ao seu relacionamento com clientes, fornecedores, instituições governamentais, e demais actores do seu entorno. O quadro 1 ilustra as principais características deste tipo de empresa.

Quadro 1 - Principais características das PME

Fonte: Fundación Cotec, Estudios 7

Algumas das características apontadas como: estrutura organizacional simples, pouca burocracia, rapidez de resposta, flexibilidade, etc, são altamente desejáveis, tendo em vista que permitem uma reacção mais rápida num contexto de rápidas mudanças. Já características como: limitações de recursos humanos e financeiros representam obstáculos ao desenvolvimento das PME.

 Estrutura organizacional simples

 Limitação de recursos humanos

 Ausência de burocracia interna

 Baixo grau de diversificação produtiva

 Limitação de recursos financeiros

 Produção para mercados locais e especializados

 Proximidade do mercado e do cliente

 Rapidez de resposta

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Rosilda Lima Fortes 17

Relativamente à definição “PME” esta é sem dúvida, ambígua e imprecisa, pois, normalmente não existe, para o efeito, uma definição universalmente aceite. A classificação das mesmas pode depender, entre outras coisas, do grau de desenvolvimento do país onde encontram-se instaladas. Dornelas (2001) entende que o que é - pequeno para um país onde os sectores sejam totalmente industrializados, pode ser - médio em uma economia em desenvolvimento, e o que é - médio no primeiro poderá ser considerado - grande no segundo. Estes adjectivos deverão estar, por conseguinte, em função do sector económico e também do maior ou menor grau de desenvolvimento de cada sociedade.

A legislação cabo-verdiana reconhece no seu (Decreto-Lei nº40/90 de 6 de Junho) que as PME são todas aquelas que apresentam as seguintes características:

Possuir mais de cinco trabalhadores e menos que cinquenta trabalhando de forma permanente; as receitas anuais não devem ultrapassar os duzentos milhões de escudos; o seu capital social seja detido em mais de 75% por investidores de nacionalidade Cabo-verdiana; não detenha participações financeiras noutras empresas que não sejam PME nacionais.

Já a INE no seu II º RE (2002) define os critérios de classificação de empresas a partir do número de trabalhadores conforme se segue:

a) 1 – 5 Trabalhadores: Pequena Empresa b) 6 – 20 Trabalhadores: Média Empresa c) Mais de 20 Trabalhadores: Grande Empresa

Alguns elementos são comuns nas definições apresentadas sobre PME, ou seja, esta, independente da actividade que exerça, geralmente é dirigida pelo seu proprietário. Ela possui um quadro reduzido de pessoal, não possui uma posição dominante do mercado onde actua, não dispõe de elevados recursos financeiros, não está ligada directa ou

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Rosilda Lima Fortes 18

indirectamente a grandes grupos económicos e tem o valor de seu capital e o facturamento anual reduzidos.

Em Cabo Verde, a promoção de incentivos à criação e ao crescimento de actividades das PME é considerada um dos vectores integrantes na redução da pobreza, da exclusão social e determinante na melhoria do nível do bem-estar dos cabo-verdianos, porque crê-se que a sua dinamização incentiva as camadas pobres da sociedade e não só, a criarem os seus próprios negócios e a providenciarem os seus rendimentos.

O peso das PME no tecido económico nacional é apresentado no quadro a seguir:

Quadro 2 - Efectivo das PME´s em Cabo Verde (2010)

Categoria Empresa Efectivo % Micro 5.250 58,99 Pequena 2.859 32,13 Média 560 6,29 Grande 230 2,59 Total 8.899 100,00

Fonte: INE, IAE 2010

2.1.3.2. Classificação segundo o sector de actividade

A classificação das empresas segundo o sector de actividade também é muito importante. Para pertencer a um determinado sector, implica ter certas características em relação à estrutura da empresa, à gestão e aos seus comportamentos, enquanto actividade exercida.

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Rosilda Lima Fortes 19 Sector primário – pertence ao sector primário todas as empresas que desempenham

uma actividade ligada à natureza, tais como agricultura, pesca, caça, energia eólica, extracção de petróleo, entre outros.

Sector secundário - agrupa todas as actividades industriais, isto é, aquelas que são

objectos de um processo de transformação de matérias-primas e outros componentes, em produtos acabados. As actividades mais destacadas nesse quadro são, a construção, a metalurgia, a química, construção de maquinaria, a construção naval, os automóveis, a aeronáutica, o têxtil, a manufactura, a transformação alimentar, etc.

Sector terciário – é o sector dos serviços. Enquadram as actividades comerciais e as

demais actividades prestadoras de serviços. Representa o grau mais elevado e tido muitas vezes, como indicador do nível económico do país, pela prevalência da percentagem da população activa.

2.1.3.3. Classificação de acordo com o âmbito geográfico

Local - A maior parte da sua actividade é desenvolvida em uma cidade ou numa zona.

Regional - Seu âmbito de actuação se estende a toda comunidade a que pertence e com

unidades produtivas em distintos lugares, com a sua rede de vendas ao longo de toda a região.

Nacional - São as empresas que operam dentro da fronteira de um país, abrangendo as

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Rosilda Lima Fortes 20 Internacional - São as empresas que operam em mais de um país. Podem variar o seu

grau de internacionalização, desde da simples empresa exportadora que vende ao estrangeiro, até as empresas transnacionais que tem negócios em diferentes países, com cooperadores de várias nacionalidades e que operam num mercado global.

2.1.3.4. Classificação Segundo a Forma Jurídica

Às diferentes formas jurídicas, correspondem á diferentes exigências, em especial no que respeita ao número de sócios, ao valor e representação do capital social, bem como à responsabilidade perante terceiros. Esta é uma das formas de elevada importância para fazer face a classificação das empresas. O CSC-CV diferencia as seguintes formas jurídicas:

Sociedade anónima – É uma sociedade cujo capital está dividido por acções, sendo a

responsabilidade de cada accionista limitado ao valor das acções por ele subscritas. (art.º 342º CSC-CV)

Sociedades por quotas – São sociedades de pessoas, em que o capital está dividido em

quotas. Todos os sócios são responsáveis solidariamente pelo valor das entradas. (art.º 275º CSC-CV). De acordo com o Art.º 274º do CSC-CV, a firma das sociedades por quotas pode ser formada pelo nome, firma de algum ou de todos os sócios, ou ainda pela reunião dos dois, utilizando ou não a sigla. Em qualquer caso concluirá pela expressão - Limitada ou pela abreviatura - Lda.

Sociedades unipessoais por quotas – De acordo com o Art.º 336º do CSC-CV, as

sociedades unipessoais por quotas podem ser constituídas com um único sócio, desde que este seja uma pessoa singular. Ele não pode constituir mais do que uma sociedade

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Rosilda Lima Fortes 21

unipessoal. A firma desta sociedade deve ser formada pela expressão - sociedade unipessoal, pela palavra - Limitada ou pela abreviatura - Lda.

Sociedade em nome colectivo - A responsabilidade de cada sócio é ilimitada e

subsidiária em relação à sociedade e solidariamente perante os sócios (art.º 259º CSC-CV). De acordo com o Art.º 260º do CSC-CV, do contrato de sociedade devem constar: a espécie e a caracterização da entrada de cada sócio em indústria ou bens, assim como o valor atribuído aos bens; o valor atribuído à indústria com que os sócios contribuam, para o efeito da repartição de lucros e perdas; a parte social corresponde à entrada com bens de cada sócio. Não podem ser emitidos títulos representativos de partes sociais.

Sociedade em comandita - Cada sócio responde apenas pela sua entrada e os sócios

comanditados respondem pelas dívidas da sociedade nos mesmos termos que os sócios da sociedade em nome colectivo (Art.º 459º CSC-CV).

Sociedade em comandita por acções – Não pode constituir-se com menos de dois

sócios comanditários. Os sócios possuem sempre o direito de fiscalização assim como os sócios de sociedades em nome colectivo (Art.º 472ºCSC-CV). Não há representação do capital por acções. Na sociedade em comandita por acções só as participações dos sócios comanditários são representadas por acções.

Após uma breve sintetização das classificações jurídicas acima referidas, a seguir apresenta-se na tabela 2, o resumo das características das sociedades comerciais em Cabo Verde.

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Rosilda Lima Fortes 22 Tabela 2 - Características das Sociedades Comerciais

TIPO JURIDICO CARACTERISTICAS CAPITAL SOCIAL RESPONSABILIDADE Nº de SÓCIOS Sociedade anónima - No mínimo 2 sócios 2.500.000$00 Limitada - Contribuições em indústrias

- As acções devem ter o mesmo valor nominal

Sociedade por quotas

- Não são admitidas contribuições em indústrias 200.000$00 Limitada Sociedade unipessoal por quota

- Uma única pessoa singular é titular do capital social 200.000$00 Limitada - São admitidas contribuições em outras empresas Sociedade em comandita

- Não são admitidas contribuições em outras indústrias Reúne sócios de responsabilidade limitada e sócios de responsabilidade ilimitada Sociedade em nome colectivo - São admitidas contribuições em outras indústrias Ilimitada e subsidiária Fonte: CSC-CV

Aproveitando a mesma linha de pensamento sobre as classificações das empresas, apresentamos um estudo realizado pelo INE (1997), relativamente ao primeiro RE das empresas em Cabo Verde, comparado com o ultimo recenseamento até agora realizado, ou seja o IV RE (2010).

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Rosilda Lima Fortes 23

Constata-se que no ano de 1997, a maioria das empresas eram considerados como Empresas de Nome Individual (ENI), pois num universo de 5950 empresas existentes em Cabo Verde estas equivaliam a um total de 91%. Um total de 6% pertenciam as denominadas de Sociedades por Quotas (SPQ) e as restantes ocupavam um total de 3%. Em relação ao ano de 2010, num total de 8899 Empresas, a maioria classifica-se como ENI, correspondendo a 76%. A seguir aparece as SPQ que representam 19%, e por fim as Sociedades Anónimas (SA) em junção com as outras equivalendo a um total de 5% das empresas.

Tabela 3 - As empresas em Cabo Verde segundo a forma jurídica de 1997 - 2010

Forma Jurídica Ano Percentual Ano Percentual 1997 2010 Nº Empresas Nº Empresas ENI 5432 91% 6769 76% SPQ 368 6% 1724 19% SA e Outras 150 3% 406 5% TOTAL 5950 100% 8899 100%

Fonte: Análise do Autor, adaptado do I e IV RE do INE.

O resultado deste estudo permite concluir que os empresários cabo-verdianos apresentam uma certa tendência em abrir empresas que se classificam como ENI e as SPQ, por estas apresentarem características que mais se enquadram as nossas realidades.

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Rosilda Lima Fortes 24

2.2. Empreendedorismo

2.2.1. Surgimento e crescimento

A palavra empreendedorismo deriva o francês “entre” e “prendre” que quer dizer algo como “estar no mercado entre o fornecedor e o consumidor” (Sarkar, 2010).

O conceito existe há muito tempo mas foi evoluindo com o decorrer do tempo, a medida que a estrutura económica mundial mudava e tornava-se mais complexa, fazendo com que este se tornasse o centro das políticas públicas na maioria dos países.

Segundo Sarkar (2010), os pesquisadores do empreendedorismo estavam de acordo que o conceito de empreendedorismo estaria nas obras de Richard Cantillon, [um economista francês de destaque no século XVIII], que teria sido o primeiro responsável pelo seu aparecimento. Este descrevia o empreendedor como uma pessoa que comprava matéria-prima por um preço certo para revende-lo por um preço incerto, lucrando assim, além do esperado, uma vez ter inovado e aproveitado as potencialidades e oportunidades, assumindo assim todos os riscos.

Tomando a ideia de Dornelas, (2001), um exemplo mais citado para justificar o surgimento do termo empreendedorismo pode ser creditado a Marco Polo, “que tentou estabelecer rotas comerciais para o oriente. Como empreendedor/intermediário, Marco Polo assinava um contrato com um homem de recursos (actualmente conhecido como capitalista) para vender as suas mercadorias. Enquanto o capitalista era quem corria os riscos passivamente, o comerciante aventureiro assumia o papel activo no negócio suportando todos os riscos físicos e emocionais, e caso o negócio fosse bem-sucedido, cabia ainda ao capitalista a maior parte do lucro”.

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Rosilda Lima Fortes 25

Assim dando enfâse ao estudo de Oliveira (2011), foi no século XVII que ocorreram os primeiros indícios de relação entre assumir riscos e o empreendedor:

“Nessa época, Richard Cantillon, importante escritor e economista do século, foi um dos primeiros a diferenciar o empreendedor do capitalista. Cantillon distinguiu o empreendedor como sendo aquele que assumia riscos e o capitalista como aquele que fornecia o capital. No século XVIII, o capitalista e o empreendedor foram finalmente diferenciados, devido ao início da industrialização. Em finais do século XIX e início do século XX, foram confundidos com frequência com os gerentes ou administradores (facto que ocorre até os dias de hoje). Eram analisados de um ponto de vista económico como aqueles que organizam a empresa, pagam os empregados, planeiam, dirigem e controlam as acções desenvolvidas na organização, mas sempre a serviço do capitalista”.

Além de referir o surgimento, pode focar-se ainda no grande crescimento do empreendedorismo no mundo, que dia após dia é ampliado e refinado.

De acordo com Dornelas (2001), o avanço tecnológico aliado com a sofisticação da economia e dos meios de produção de bens e serviços gerou uma necessidade de formalização dos conhecimentos que antes eram obtidos de forma empírica. Esses factores nos levam ao que é chamado actualmente de “A era do Empreendedorismo”, pois são os empreendedores que estão actualmente criando novas relações de trabalho, novos empregos, e gerando riqueza para a sociedade.

“Há bons anos atrás era considerado loucura um jovem recém-formado aventurar-se na criação de um negócio, pois os empregos oferecidos pelas empresas ou instituições eram convidativos com salários estáveis e possibilidade de crescimento dentro das organizações” (Dornelas, 2001).

Mas hoje, os países, conjuntamente com as empresas que abarcam programas de incentivo ao empreendedorismo, estimulam o cidadão comum a abrir um pequeno negócio por conta própria para seguir feliz até o fim da vida, sempre com a noção de

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Rosilda Lima Fortes 26

que, embora se trate de um conceito simples, assimila-lo na prática requer habilidades, características, virtudes, comportamentos e conhecimentos específicos que não são encontrados em fonte de literatura, isto é, requer a necessidade de sermos adaptáveis, flexíveis e empreendedores, até porque podemos observar que o emprego para toda a vida já não existe, e por isso é fulcral pensar em hipóteses de gerar o próprio emprego. Segundo Dornelas (2001), “o interesse pelo empreendedorismo se estende pelo mundo, atraindo a atenção de muitas organizações”. Um estudo da Global Entrepreneurship

Monitor4 (GEM, 1999) mostra alguns exemplos nesse sentido:

 No final de 1998, o Reino Unido publicou um relatório a respeito do seu futuro competitivo, enfatizando a necessidade de desenvolver iniciativas para intensificar o empreendedorismo;

 A Alemanha implementou programas que destinam recursos financeiros e apoio na criação de novas empresas;

 Em 1995, o decénio do empreendedorismo foi lançado na Finlândia;

 Em Israel implementaram várias iniciativas, por meio de programas de incubadoras tecnológicas, e até a data já se haviam estabelecidos mais de quinhentos negócios nas 26 incubadoras do projecto, até a data existentes;

 Na França promoviam o ensino do empreendedorismo nas universidades;

Apesar de todo o interesse, uma definição concisa e internacionalmente aceita ainda não surgiu. Durante o desenvolvimento da pesquisa foi possível deparar com várias

4 O projecto GEM é o maior estudo de empreendedorismo realizado em todo o mundo. Tem como objectivo analisar a relação entre o nível de empreendedorismo e o nível de crescimento económico em vários países e, simultaneamente, determinar as condições que fomentam e travam as dinâmicas empreendedoras em cada país.

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Rosilda Lima Fortes 27

definições diferentes na literatura associada ao termo empreendedor e ao empreendedorismo. Para facilitar o entendimento, é importante relacionar as principais definições utilizadas a partir da Idade Média (Quadro 3).

Quadro 3 - Desenvolvimento da teoria do empreendedorismo e do termo empreendedor

a partir da idade média

Período Autor Conceito

Idade Média Desconhecido Participante e pessoa encarregada de projectos de produção em grande escala

Século XVII Desconhecido Pessoa que assumia riscos de lucro (ou prejuízo) em um contrato de valor fixo com o governo

1725 Richard Cantillon Pessoa que assume riscos é diferente da que fornece capital

1803 Jean Baptiste Say Lucros do empreendedor separados dos lucros de capital

1876 Francis Walker Distinguir entre os que forneciam fundos e recebiam juros e

aqueles que obtinham lucro com habilidades administrativas

1934 Joseph Schumpeter O empreendedor é um inovador e desenvolve tecnologia que ainda

não foi testada

1961 David McClelland O empreendedor é alguém dinâmico que corre riscos moderados

1964 Peter Drucker O empreendedor maximiza oportunidades

1975 Albert Shapero O empreendedor toma iniciativa, organiza alguns mecanismos

sociais e económicos e aceita os riscos do fracasso.

1980 Karl Vesper O empreendedor é visto de modo diferente por economistas,

psicólogos, negociantes e políticos.

1983 Gifford Pinchot O intra-empreendedor é um empreendedor que actua dentro de uma

organização já estabelecida.

1985 Robert Hisrich O empreendedorismo é o processo de criar algo diferente e com valor, dedicando tempo e os esforços necessários, assumindo riscos financeiros, psicológicos e sociais correspondentes e recebendo as consequentes recompensas da satisfação económica e pessoal.

2001 José Carlos Assis

Dornelas

O empreendedor é aquele que faz as coisas acontecerem, se antecipa aos factos e tem uma visão futura da organização. Fonte: adaptado por Mendes (2006)

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Rosilda Lima Fortes 28

Portanto, não é nada mau referir que, o empreendedorismo é um forte combustível para o crescimento económico, uma vez que fomenta o emprego, a prosperidade, e sobretudo a competitividade entre as empresas, gerando valor aos produtos e serviços.

2.2.2. Empreendedorismo versus empreendedor

O conceito de empreendedorismo existe há bastante tempo, contudo a sua popularidade renasceu nos últimos tempos, tornando uma das mais recentes áreas de estudo, como se tivesse sido uma descoberta súbita. As definições do tema são as mais diversas e tem sido utilizado com diferentes significados, onde actualmente não se pode dizer que exista uma definição unânime e consensual.

Segundo Dornelas (2001), o empreendedorismo é o envolvimento de pessoas que em conjunto levam a transformação de ideias em oportunidades. E o autor ainda considera que se as oportunidades forem bem implementadas levará a criação de negócios de sucesso.

Partindo da mesma ideia, um conceito de empreendedorismo aceite pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE)5, é referida como sendo a dinâmica de identificação e aproveitamento económico de oportunidades (Costa, 2008). Mendes (2006), parte do conceito de outros autores definindo o empreendedorismo como sendo “o processo de criar algo novo com valor, dedicando o tempo e o esforço necessários, assumindo riscos financeiros, psíquicos e sociais correspondentes, e

5 OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico) é uma organização internacional composta por 30 países, que tem como objectivos, coordenar políticas económicas e sociais, apoiar o crescimento económico sustentado, aumentar o emprego e a qualidade de vida dos cidadãos e manter a estabilidade financeira, entre outros.

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recebendo as consequentes recompensas da satisfação e independência económica social”.

Schumpeter (1982) associa o conceito de empreendedorismo ao processo de inovação tecnológica e criatividade: o empreendedor é aquele que destrói a ordem económica existente pela introdução de novos produtos e serviços, pela criação de novas formas de organização ou pela exploração de novos recursos e materiais. (Mendes, 2006)

Oliveira (2011), adapta-se também ao conceito de novos autores e diz que “o empreendedorismo não é um acontecimento inato: é antes determinado pelas condições da envolvente que se manifestam a diversos níveis”.

Seguindo esse contexto, Dornelas (2001), diz que :

“Hoje em dia, cada vez mais acredita-se que o processo empreendedor6 pode ser ensinado e entendido por qualquer pessoa e que o sucesso é decorrente de uma gama de factores internos e externos ao negócio, do perfil empreendedor e de como ele administra as adversidades que encontra no dia-a-dia de seu empreendimento”.

Ou seja, por outras palavras, o empreendedorismo é algo que concordamos sim, estar inerente aos seres humanos, uma vez que estes podem apresentar características empreendedoras na sua própria personalidade, nomeadamente quando conseguem detectar oportunidades onde outros nada vêem, mas, por outro lado, o empreendedorismo é algo que também pode ser atingido, através do estímulo da

6

Processo empreendedor envolve todas as funções, acções, e actividades associadas com a percepção de oportunidades e criação de meios para persegui-las.

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criatividade e da eficiência alcançando a inovação, bastando para isso, que se procurem oportunidades.

É a partir dessa síntese de pensamento contemporâneo que Morris et al. (1994), propõem a seguinte definição de empreendedorismo:

“O empreendedorismo é uma actividade processual (um processo). Geralmente envolve as seguintes contribuições: uma oportunidade; um ou mais indivíduos pró-activos; um contexto organizacional; risco; inovação; e recursos. Pode produzir os seguintes resultados: uma nova empresa ou empreendimento; valor; novos produtos ou Processos; lucro ou benefício pessoal; e crescimento”.

Para se ter maior sucesso quanto a compreensão da importância de se conhecer o que é empreendedorismo, torna-se também necessário entender o que é ser empreendedor, e atendendo a definição do termo existem muitas, mas uma das mais antigas e que talvez melhor reflita o espírito empreendedor é dada na citação de Dornelas (2001):

“O empreendedor é aquele que destrói a ordem económica existente pela introdução de novos produtos e serviços, pela criação de novas formas de organização ou pela exploração de novos recursos e materiais”.

De acordo com Dornelas (2001), outros autores também partiam de uma abordagem diferente, citando o seguinte: “o empreendedor é aquele que cria um equilíbrio, encontrando uma posição clara e positiva em um ambiente de caos e turbulência, ou seja, identifica oportunidades na ordem presente”.

Já para o próprio autor, ele considera o empreendedor como aquele que detecta uma oportunidade e cria um negócio para capitalizar sobre ela, assumindo assim riscos calculados.

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Ainda para Dornelas (2001), um dos principais atributos do empreendedor “é identificar oportunidades, agarrá-las e buscar os recursos para transformá-las em negócio lucrativo”. Ele defende também que, em qualquer definição de empreendedorismo encontram-se pelo menos, os seguintes aspectos referentes ao empreendedor:

 Iniciativa para criar um novo negócio e paixão pelo que faz.

 Utiliza os recursos disponíveis de forma criativa transformando o ambiente social e económico onde vive.

 Aceita assumir riscos calculados e a possibilidade de fracassar

Quanto a Chiavenato (2007)

“O empreendedor é a pessoa que inicia e/ou opera um negócio para realizar

uma ideia ou projecto pessoal, assumindo riscos e responsabilidades inovando continuamente. O empreendedor é a energia da economia, a alavanca dos recursos, o impacto de talentos e ainda, o farejador de oportunidades”.

Portanto seguindo o raciocínio diria que como exemplo de empreendedor, pode ter-se: - Um indivíduo que cria uma empresa, qualquer que seja ela;

- Uma pessoa que compra uma empresa e introduz inovações, assumindo riscos, seja na forma de administrar, vender, fabricar, distribuir ou de fazer propaganda de seus produtos e/ou serviços, agregando novos valores;

- Um empregado que introduz inovações em uma organização, provocando o surgimento de valores adicionais, etc.

Partindo desse pressuposto conforme afirmam os autores, pode concluir-se que o empreendedor é aquele que consegue visualizar oportunidades de forma diferenciada e criativa, combinando recursos, trabalho, materiais e outros activos, para tornar seu valor

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maior do que antes, e isto muitos não conseguem, ficando assim evidenciada a diferença do cidadão empreendedor dos demais, pois, como já dizia Dornelas (2001), “o empreendedor de sucesso leva consigo uma característica singular, que é o facto de conhecer como poucos o negócio em que actua”.

Quadro 4 - Comparação entre gerentes tradicionais e empreendedores

Fonte: Dornelas (2001).

O quadro mostra que cabe ao gerente tradicional gerir os recursos disponíveis enquanto que ao empreendedor cabe-lhe multiplicar os recursos e utilizá-los de forma surpreendente em favor próprio e da sociedade.

Temas Gerentes Tradicionais Empreendedores

Motivação principal

Promoção e outras recompensas tradicionais da corporação, como secretária, status, poder etc.

Independência, oportunidade para criar algo novo, ganhar dinheiro

Referência de tempo

Curto prazo, gerenciando orçamentos semanais, mensais etc. e com horizonte de planeamento anual

Sobreviver e atingir cinco a dez anos de crescimento do negócio

Atividade Delega e supervisiona Envolve-se diretamente

Status Preocupa-se com o status e como é visto na empresa

Não se preocupa com o status

Como vê o risco Com cautela Assume riscos calculados

Falhas e erros Tenta evitar erros e surpresas Aprende com erros e falhas

Decisões Geralmente concorda com seus superiores Segue seus sonhos para tomar decisões

A quem serve Aos outros (superiores) A si próprio e a seus clientes

Histórico familiar Membros da família trabalharam em grandes empresas

Membros da família possuem pequenas empresas ou já criaram algum negócio Relacionamento

com outras pessoas

A hierarquia é a base do relacionamento As transações e acordos são a base do relacionamento

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Enfim, as diferentes interpretações e apropriações da ideia de Empreendedorismo, permitem-nos perceber as especificidades do papel do empreendedor e do empreendedorismo na contemporaneidade, embora, a discussão acerca dos limites entre um conceito e outro continua a existir. De qualquer forma, por mais alterações, modificações e outros significados que ocorram com estes conceitos ao longo dos anos, um elemento de continuidade permanece inalterado: a centralidade do papel da empresa neste processo, produzindo mudanças económicas e criação de riquezas.

2.2.3. Características do empreendedor

Algumas características são decisivas para quem pretende aventurar-se pelo mundo dos negócios. Existem pessoas que parecem ter nascido com capacidade de organizar e dirigir uma iniciativa de negócio, assumindo os riscos associados ao processo de iniciação, mas a maioria dos empreendedores aprende a sê-lo através do estudo e acompanhamento de sucessos de outros empreendedores com experiência.

Para Dornelas (2001), o empreendedor de sucesso possui algumas características extras, como:

1. São visionários – Têm a visão de como será o futuro para o negócio e sua vida, e o mais importante, eles têm a habilidade de implementar seus sonhos.

2. Sabem tomar decisões – Não se sentem inseguros, sabem tomar as decisões corretas na hora certa, principalmente nos momentos de adversidade, sendo um fator chave para o seu sucesso. E mais, além de tomar decisões, implementam suas ações rapidamente.

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3. São indivíduos que fazem a diferença – Os empreendedores transformam algo de difícil definição, uma ideia abstrata, em algo concreto, que funciona, transformando o que é possível em realidade. Sabem agregar valor aos serviços e produtos que colocam no mercado.

4. Sabem explorar ao máximo as oportunidades:

 Para a maioria das pessoas, as boas ideias são daqueles que as veem primeiro, por sorte ou acaso;

 Para os visionários (os empreendedores), as boas ideias são geradas daquilo que todos conseguem ver, mas não identificam algo prático para transformá-las em oportunidades, através de dados e informação;

 O empreendedor é um exímio identificar de oportunidades, sendo um indivíduo curioso, criativo, e atendo a informações, pois sabe que as suas chances melhoram quando o seu conhecimento aumenta.

5. São determinados e dinâmicos – Eles implementam suas acções com total comprometimento. Atropelam as adversidades, ultrapassando os obstáculos, com uma vontade ímpar de fazer acontecer. Cultivam um inconformismo diante da rotina.

6. São dedicados – Eles se dedicam 24h por dia, 7 dias por semana, ao negócio. São trabalhadores exemplares, encontrando energia para continuar, mesmo quando encontram problemas pela frente.

7. São optimistas e apaixonados pelo que fazem – Elas adoram o seu trabalho, sendo esse amor o principal combustível que os mantém cada vez mais animados e autodeterminados, tornando-os os melhores vendedores de seus produtos e serviços, pois sabem, como ninguém, como fazê-lo.

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8. São independentes e constroem seu próprio destino – Eles querem estar à frente das mudanças e ser donos do próprio destino. Querem criar algo novo e determinar seus próprios passos, abrir seus próprios caminhos.

9. São líderes e formadores de equipas – Têm um senso de liderança incomum. São respeitados e adorados por seus pares, pois sabem valorizá-los, estimulá-los e recompensá-los, formando um time em torno de si.

10. São bem relacionados (networking) – Sabem construir uma rede de contatos que os auxiliam nos ambientes interno e externo da empresa, junto a clientes, fornecedores e entidades de classe.

11. São organizados – Os empreendedores sabem obter e alocar os recursos materiais, humanos, tecnológicos, e financeiros, de forma racional, procurando o melhor desempenho para o negócio.

12. Planeiam, planeiam, planeiam – Os empreendedores de sucesso planejam cada passo, desde o primeiro rascunho do plano de negócios, até a apresentação do plano a investidores e superiores, sempre tendo como base a forte visão de negócio que possuem.

13. Possuem conhecimento – São sedentos pelo saber e aprendem continuamente, pois sabem que quanto maior o domínio sobre um rumo de negócio, maior é a sua chance de êxito.

14. Assumem riscos calculados – Talvez essa seja a característica mais conhecida dos empreendedores. Mas o verdadeiro empreendedor é aquele que assume riscos calculados e sabe gerenciar o risco, avaliando as reais chances de sucesso. Assumir riscos tem relação com desafios. E para o empreendedor, quanto maior o desafio, mais estimulante será a jornada empreendedora.

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15. Criam valor para a sociedade – Os empreendedores utilizam seu capital intelectual para criar valor para a sociedade, através da geração de emprego, dinamizando a economia e inovando, sempre usando sua criatividade em busca de soluções para melhorar a vida das pessoas.

Em suma, os empreendedores são orientados para a prossecução de objectivos desafiantes, acreditam no controlo sobre o seu destino e são muito independentes. No que refere à administração dos seus negócios tendem a focalizar-se no futuro, ignorando a gestão corrente dos problemas organizacionais. Porém, nem todas as pessoas com este perfil que se lançam no mundo dos negócios são bem-sucedidas, pois, poucas conhecem bem o negócio em que actuam, e ter este bom conhecimento, requer tempo e experiencia. Na verdade, entre todos os novos negócios, são mais aqueles que fecham prematuramente por serem criados por pessoas entusiasmados e sem o devido preparo, do que aqueles que sobrevivem ou crescem.

2.2.4. Factores da envolvente que fomentam o empreendedorismo

As empresas vivem em um mercado muito dinâmico e competitivo, com advento da globalização e avanços tecnológicos, e as fronteiras entre os países no mundo dos negócios não existem mais. Uma empresa que entra no mercado hoje tem que estar ciente que está num contexto global, que sua concorrência trata-se de uma esfera mundial onde reúne milhões de empresas, que estão cada vez mais, atrás de novos clientes (Pinheiro et al. 2012).

Referências

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[r]

a) Cônjuge: RG, CPF ou CNH, CNS – Cartão Nacional de Saúde, Certidão de casamento ou Declaração de União Estável ou documento de identificação de filhos em comum. b)