• Nenhum resultado encontrado

EXCELENTÍSSIMA SENHORA PRESIDENTE DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL MINISTRA CARMÉN LÚCIA

N/A
N/A
Protected

Academic year: 2021

Share "EXCELENTÍSSIMA SENHORA PRESIDENTE DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL MINISTRA CARMÉN LÚCIA"

Copied!
12
0
0

Texto

(1)

EXCELENTÍSSIMA SENHORA PRESIDENTE DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL MINISTRA CARMÉN LÚCIA

DANILO JORGE DE BARROS CABRAL, deputado federal,

devidamente inscrito no CPF n° 509.036.914-34, RG n° 2.890.812, com endereço funcional na Praça dos Três Poderes - Câmara dos Deputados, Anexo IV, 4º andar, gabinete 423, CEP: 70160-900, Brasília – DF, por intermédio do seu representante legal (procuração anexa), vem, respeitosamente, à presença de Vossa Excelência, com fundamento no artigo 5º, LXIX e LV, e artigo 1º da Lei nº. 12.016/2009 impetrar o presente

M A N D A D O D E S E G U R A N Ç A com pedido liminar

em face de ato ilegal e abusivo praticado pelo PRESIDENTE DA CÂMARA

DOS DEPUTADOS, Deputado Rodrigo Maia, autoridade coatora que pode

ser citada no Palácio do Congresso Nacional, Praça dos Três Poderes, Brasília- DF, CEP 70160-900, requerendo-se, nos termos do art. 7°, II da Lei 12.016/2009, que se dê ciência do feito ao órgão de representação judicial da mencionada Casa, com base nas razões de fato e de direito a seguir apresentadas.

(2)

I. DA TEMPESTIVIDADE

O artigo 23 da Lei nº. 12.016 fixa prazo decadencial de 120 (cento e vinte) dias para impetração de mandado de segurança a partir da ciência do ato impugnado pelo interessado.

Na presente demanda, impugnam-se atos ilegais e abusivos consubstanciados na instalação da Comissão Especial responsável pela análise do Projeto de Lei 9.463/2018 (privatização da Eletrobras), que violaram o devido processo legislativo e o art. 34, II e § 1º, do Regimento Interno da Câmara dos Deputados.

Assim, considerando que: (i) o ato que determina a indicação livre dos membros da Comissão Especial foi proferido pela Presidência da Câmara dos Deputados em 01.03.2018 (Doc. 01); e (ii) o ato da mesma autoridade que impõe a instalação da referida Comissão se deu em 07.03.2018 (Doc. 02); verifica-se que o presente mandado de segurança afigura-se plenamente tempestivo.

II. DA LEGITIMIDADE ATIVA E DO CABIMENTO DO PRESENTE MANDAMUS

No que diz respeito à legitimidade ativa do Impetrante, a jurisprudência do Supremo Tribunal Federal é pacífica ao admitir a impetração de mandado de segurança por Parlamentar, no exercício de seu mandato (Doc. 03), a fim de tutelar direito líquido e certo à observância do devido processo legislativo. A esse respeito, confira-se o seguinte precedente:

"Ementa: CONSTITUCIONAL. MANDADO DE SEGURANÇA. CONTROLE PREVENTIVO DE CONSTITUCIONALIDADE MATERIAL DE PROJETO DE LEI. INVIABILIDADE. 1. Não se admite, no sistema brasileiro, o controle jurisdicional de constitucionalidade material de projetos de lei (controle preventivo de normas em curso de formação). O que a

jurisprudência do STF tem admitido, como exceção, é “a legitimidade do parlamentar - e somente do parlamentar - para impetrar mandado de segurança com a finalidade de coibir atos praticados no processo de aprovação de lei ou emenda constitucional incompatíveis com disposições constitucionais que disciplinam o processo legislativo” (MS 24.667, Pleno, Min. Carlos Velloso, DJ de

(3)

23.04.04). Nessas excepcionais situações, em que o vício de inconstitucionalidade está diretamente relacionado a aspectos formais e procedimentais da atuação legislativa, a impetração de segurança é admissível, segundo a jurisprudência do STF, porque visa a corrigir vício já efetivamente concretizado no próprio curso do processo de formação da norma, antes mesmo e independentemente de sua final aprovação ou não”.

(MS 32033, Relator Min. GILMAR MENDES, Relator Min. TEORI ZAVASCKI, Tribunal Pleno, julgado em 20/06/2013)

Já no que se refere ao cabimento deste mandado de segurança, saliente-se, antes de tudo, que a controvérsia aqui versada apresenta estrutura eminentemente constitucional, na medida em que a instalação de comissões especiais temporárias pelas Casas Legislativas é providência expressamente prevista pela Constituição Federal, verbis:

Art. 58. O Congresso Nacional e suas Casas terão comissões permanentes e temporárias, constituídas na forma e com

as atribuições previstas no respectivo regimento ou no

ato de que resultar sua criação.

§ 1º Na constituição das Mesas e de cada Comissão, é assegurada, tanto quanto possível, a representação proporcional dos partidos ou dos blocos parlamentares que participam da respectiva Casa.

Nota-se, portanto, que a norma regimental relativa às comissões legislativas possui como eixo de sustentação o próprio texto

constitucional. Aliás, sobre este aspecto, vale mencionar que o STF tem

prestigiado o controle judicial de atos normativos que violem aspectos formais relativos ao processo legislativo, inclusive quando estes atos ocorrem em violação às normas expressamente previstas pelo Regimento Interno da respectiva Casa Legislativa.

Tem-se como exemplo a decisão proferida pelo Ministro Luiz Fux no MS 34.530-MC, DJe 19.12.2016 (grifou-se):

“Direito Constitucional. Mandado de Segurança. Interesse

de Parlamentar à observância do devido processo

legislativo constitucional. Controle preventivo de

constitucionalidade admitido. Anteprojeto de Lei de Iniciativa Popular autuado como Projeto de Lei de Iniciativa Parlamentar. Desvirtuação da essência do projeto. Violação

(4)

aos artigos 14, III, e 61, § 2º, da Constituição. Vulneração do princípio democrático. Inconstitucionalidade formal. Medida liminar deferida.

[...] Considerada a análise conglobante entre as normas constitucionais e as contidas no Regimento Interno das Casas Legislativas, é de se ressaltar a impropriedade da

visão que qualifica as discussões sobre transgressões a normas regimentais como questões interna corporis,

imunes ao controle judicial. [...]

Tal concepção, todavia, não é a mais adequada. Em um Estado Democrático de Direito, como o é a República Federativa do Brasil (CF, art. 1º, caput), é paradoxal

conceber a existência de campos que estejam blindados contra a revisão jurisdicional, adstritos tão somente à

alçada exclusiva do respectivo Poder. Insulamento de tal monta é capaz de comprometer a própria higidez do processo legislativo e, no limite, o adequado funcionamento das instituições democráticas. Daí por que se impõe revisitar esta atávica jurisprudência do Tribunal. [...]

(MS 34530/MC, Relator Min. LUIZ FUX, julgado em 14.12.2016)

Conforme será melhor descrito a seguir, no presente caso, houve violação ao art. 34, inciso II e § 1° do Regimento Interno da Câmara dos Deputados, que determinam que a composição das comissões especiais criadas para análise de proposição legislativa deve apresentar, no mínimo, metade de seus membros oriundos das comissões temáticas permanentes as quais o texto seria originalmente submetido, o que,

ressalte-se, não ocorreu in casu.

Dessa maneira, plenamente cabível a presente impetração para assegurar direito líquido e certo do Parlamentar ao devido processo legislativo previsto no art. 58, caput, da CF, e à observância das normas do Regimento Interno da Câmara dos Deputados que dizem respeito à regular instalação e ao funcionamento das Comissões Especiais.

III. DOS FATOS QUE ENVOLVEM A PRESENTE CONTROVÉRSIA

Trata-se de ação mandamental impetrada com objetivo de sustar os efeitos de ato do Presidente da Câmara dos Deputados, Dep. Rodrigo Maia, que, ao determinar a instalação de Comissão Especial para formulação de parecer sobre o PL n. 9.463/2018, violou de forma

(5)

flagrante o disposto no art. 34, II e § 1º, do Regimento Interno da Câmara dos Deputados.

Em breve resumo do contexto fático, tem-se que a Presidência da Câmara dos Deputados determinou, em documento de 09.02.2018 (Doc. 04), a criação de “Comissão Especial destinada a proferir parecer ao Projeto de Lei nº 9463 de 2018, do Poder Executivo, que dispõe sobre a desestatização das Centrais Elétricas Brasileiras S.A. – Eletrobras [...]”.

Em seguida, em 01.03.2018 (Doc. 01), a mesma Presidência proferiu ato, aqui tido por coator, determinando a constituição da referida Comissão com a convocação dos parlamentares indicados pelas

lideranças partidárias para a reunião de instalação e eleição a ser

realizada no dia 06.03.2018, verbis:

Nos termos do inciso II do art. 34 do Regimento Interno, esta Presidência decide constituir Comissão Especial destinada a proferir parecer ao Projeto de Lei nº 9463 de 2018, do Poder Executivo, que dispõe sobre a desestatização das Centrais Elétricas Brasileiras S.A. – Eletrobras [...] e RESOLVE

I – designar para compô-la, na forma indicada pelas Lideranças, os Deputados constantes da relação anexa; II – convocar os membros ora designados para a reunião de instalação e eleição, a realizar-se no dia 06 de março, terça-feira, às 16h00, no Plenário 01 do Anexo II.

No entanto, na abertura dos trabalhos (Doc. 05), o Presidente da Comissão Especial, Dep. Nelson Marquezelli, foi interpelado pelos Deputados Arlindo Chinaglia e Danilo Cabral com questão de ordem que impugnava a constituição e composição da Comissão ao arrepio do art.

34, II e § 1º, do Regimento Interno da Câmara dos Deputados.

Após debate da questão, o Dep. Nelson Marquezelli acolheu a

questão de ordem formulada e determinou a suspensão da reunião,

afirmando que a instalação da Comissão somente se daria após a

instalação das Comissões Permanentes da Casa, como prevê o Regimento Interno.

Ocorre, contudo, que a Presidência da Câmara dos Deputados tornou sem efeito essa última decisão ao editar Ato em 07.03.2018 (Doc.

(6)

02), também tido por coator, no qual impõe a instalação da Comissão

Especial, mesmo após a decisão proferida pelo Presidente da Comissão,

no sentido de se respeitar o que diz o Regimento Interno da Casa Legislativa. O referido ato coator assim trata a matéria:

Em aditamento ao Ato da Presidência de 1º de março de 2018, que constituiu a Comissão Especial destinada a proferir parecer ao Projeto de Lei nº 9463 de 2018, do Poder Executivo, que dispõe sobre a desestatização das Centrais Elétricas Brasileiras S.A. – Eletrobras, a Presidência da Câmara dos Deputados, nos termos das alíneas c e e do inciso III do artigo 17 do Regimento Interno da Câmara dos Deputados e com base na Decisão proferida à Questão de Ordem nº 270/2017, resolve convocar os membros da Comissão supracitada para a reunião de instalação e eleição, a realizar-se no dia 13 de março, terça-feira, às 16h00, no Plenário 01 do Anexo II.

Brasília, 07 de março de 2018. Rodrigo Maia

Presidente da Câmara dos Deputados

Dessa forma, imperiosa a concessão da ordem deste

mandamus, a fim de que seja resguardado o direito líquido e certo do

Impetrante ao devido processo legislativo, conforme as razões jurídicas a seguir delineadas.

IV. DIREITO LÍQUIDO E CERTO AO DEVIDO PROCESSO LEGISLATIVO. VIOLAÇÃO AO ART. 58 DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL E AO ART. 34, II E § 1º, DO REGIMENTO INTERNO DA CÂMARA DOS DEPUTADOS.

Como visto, o art. 58, caput, da Constituição Federal delega aos Regimentos Internos das Casas Legislativas o regramento relativo às comissões legislativas. Nessa linha, cabe observar que a criação de Comissões Especiais é matéria exaurida pelo Regimento Interno da Câmara dos Deputados, verbis (grifou-se):

Subseção I

(7)

Art. 34. As Comissões Especiais serão constituídas para dar parecer sobre:

I - proposta de emenda à Constituição e projeto de código, casos em que sua organização e funcionamento obedecerão às normas fixadas nos Capítulos I e III, respectivamente, do Título VI;

II - proposições que versarem matéria de competência

de mais de três Comissões que devam pronunciar-se quanto ao mérito, por iniciativa do Presidente da Câmara,

ou a requerimento de Líder ou de Presidente de Comissão interessada.

§ 1º Pelo menos metade dos membros titulares da

Comissão Especial referida no inciso II será constituída por membros titulares das Comissões Permanentes que deveriam ser chamadas a opinar sobre a proposição em causa.

§ 2º Caberá à Comissão Especial o exame de admissibilidade e do mérito da proposição principal e das emendas que lhe forem apresentadas, observado o disposto no art. 49 e no § 1º do art. 24.

Nota-se, portanto, que as disposições regimentais não abrem margem para dúvida quanto às hipóteses de constituição das Comissões Especiais e, igualmente, quanto a sua composição.

Pois bem. De acordo com o modelo de tramitação definido pela Mesa Diretora da Câmara dos Deputados (Doc. 06), o Projeto de Lei n. 9.463/2018 do Poder Executivo deveria contar com parecer de mérito proferido pelas Comissões Permanentes de Trabalho, de Administração e Serviço Público, de Minas e Energia, de Desenvolvimento Econômico, Indústria, Comércio e Serviços, de Finanças e Tributação e de Constituição e Justiça e de Cidadania.

Dessa forma, nos termos do que faculta o inciso II do art. 34 do RICD, o Presidente da Câmara optou pela constituição de Comissão

Especial para análise unificada da proposição legislativa.

No entanto, a composição claramente definida pelo

Regimento Interno não foi respeitada pela Presidência da Casa, que,

(8)

forma livre dos membros da Comissão Especial pelas lideranças

partidárias.

A irregularidade estaria sanada caso fosse mantida a decisão do Presidente da Comissão Especial, que, ao acolher questão de ordem formulada durante a reunião de 06.03.2018 pelos Deputados Arlindo Chinaglia e Danilo Cabral, determinou a suspensão da instalação da Comissão até que estivessem definidos os membros das Comissões Permanentes pelas quais a matéria deveria passar.

Nada obstante, a Presidência da Casa atropelou, mais uma

vez, o Regimento Interno ao editar o ato coator de 07.03.2018, no qual

impôs a instalação da Comissão Especial mesmo diante da flagrante ilegalidade.

Para fundamentar sua conclusão, apontou a decisão tomada pela mesma Presidência da Câmara na Questão de Ordem n. 270/2017 (Doc. 07). Naquela oportunidade, o Presidente Rodrigo Maia entendeu que:

Primeiramente, imperioso ressaltar que não há dispositivo no Regimento Interno da Câmara dos Deputados que estabeleça que a constituição de Comissões Especiais deverá aguardar a instalação das Comissões Permanentes. Ora, diante da omissão regimental, tal norma não pode ser inferida. Nesse sentido, levando-se em consideração que as Comissões Especiais podem ser constituídas independentemente da instalação das Comissões Permanentes, se estas ainda não foram instaladas, revela-se impossível a aplicação do artigo 34, § 1°, do RICD.

[...] Demais disso, é sabido que o dispositivo em questão se encontra em desuso, já que é costume legislativo que a composição das Comissões Especiais seja estabelecida apenas por indicação dos líderes, respeitada a proporcionalidade partidária, sem intromissão do Presidente em assuntos do âmbito interno de cada uma das bancadas partidárias.

Vê-se que a argumentação da Presidência da Câmara é

absolutamente teratológica. Isso porque, a questão de ordem afirma de

maneira incoerente que não há dispositivo no RICD que determine que a constituição das Comissões Especiais deva aguardar a instalação das Comissões Permanentes.

(9)

Ora, o § 1º do art. 34 do Regimento é de clareza ímpar ao afirmar que “pelo menos metade dos membros titulares da Comissão

Especial referida no inciso II será constituída por membros titulares das Comissões Permanentes que deveriam ser chamadas a opinar sobre a

proposição em causa”.

Não há qualquer silêncio no diploma regimental sobre a

matéria. Está mais do que clara nas disposições do art. 34, incisos e parágrafos, a forma como devem ser constituídas as Comissões Especiais na Câmara dos Deputados, sem qualquer espaço para inovações

interpretativas.

Especificamente no que se refere aos membros da Comissão Especial a ser formada, o texto é eloquente ao afirmar que, no mínimo,

metade deles deverá ser proveniente das comissões temáticas que

ordinariamente analisariam a matéria.

Cumpre reafirmar que o respeito às regras regimentais de tramitação de proposições legislativas e instalação de composições especiais é matéria de índole constitucional, nos termos do art. 58,

caput, da CF, razão pela qual a atenção estrita aos ritos do Regimento

Interno é providência inafastável aos trabalhos das Casas Legislativas. Nesse sentido, veja-se trecho elucidativo do já citado MS

34.530-MC, de relatoria do Ministro Luiz Fux, representativo da atual

jurisprudência do Supremo Tribunal Federal sobre o tema:

“Em primeiro lugar, as disposições regimentais

consubstanciam, em tese, autênticas normas jurídicas e, como tais, são dotadas de imperatividade e de caráter vinculante. Sua violação, ademais, habilita a pronta e imediata resposta do ordenamento jurídico. Nesse

cenário, é inconcebível a existência de normas cujo cumprimento não se possa exigir coercitivamente. Não há aqui outra alternativa: (i) ou bem as normas regimentais são verdadeiramente normas e, portanto, viabilizam sua judicialização, (ii) ou, a rigor, não se trata de normas jurídicas, mas simples recomendações, de adesão facultativa pelos seus destinatários. Este último não parece ser o caso. Em segundo lugar, conforme assentado supra, o papel das normas constitucionais é puramente estabelecer balizas genéricas para a atuação do legislador, sem descer às minúcias dos diferentes assuntos nela versados. E isso é

(10)

verdadeiro também para o processo legislativo constitucional. Seus detalhes ficam a cargo do próprio corpo legislativo quando da elaboração dos Regimentos Internos. A fixação de tal regramento denota autolimitação voluntária por parte dos próprios legisladores, enquanto produção normativa endógena, que traduz um pré-compromisso com a disciplina interna de suas atividades. Disso decorre que se, por um lado, há um prévio espaço de conformação na elaboração da disciplina interna das Casas Legislativas, por outro lado, não menos certa é a assertiva segundo a qual,

uma vez fixadas as disposições regimentais, tem-se o

dever de estrita e rigorosa vinculação dos

representantes do povo a tais normas que disciplinam o cotidiano da atividade legiferante.”

Portanto, diante do exposto, mostra-se imperiosa a

concessão do presente mandamus, a fim de que seja determinada à

Câmara dos Deputados a observância das disposições regimentais sobre a instalação e formação das comissões especiais, providência que se revela

urgente, em função da relevância da matéria em comento.

V. DA MEDIDA LIMINAR

O art. 7º, III, da Lei nº 12.016/09 possibilita que se suspenda liminarmente o ato impugnado em mandado de segurança quando presentes os requisitos do fumus boni iuris e do periculum in mora.

No presente caso, verifica-se que o ato impugnado, além de contrariar o preceito constitucional do devido processo legislativo, viola também disposição expressa no art. 34, inciso II e §1° do Regimento Interno da Câmara dos Deputados. Assim, conforme os argumentos amplamente explorados supra, tem-se presente o requisito do fumus

boni iuris.

O periculum in mora, por outro lado, também resta

evidenciado na presente hipótese, uma vez o prosseguimento das

atividades da Comissão Especial representam grave risco ao regular

trâmite legislativo do PL n. 9.463/2018, que será analisado por

comissão parlamentar irregularmente constituída, o que causa, inclusive, prejuízo aos debates envolvendo proposição legislativa de

(11)

Diante disso, requer-se seja concedida liminar inaudita altera

pars para que, reconhecida a ilegalidade dos atos da Presidência da

Câmara dos Deputados, seja imediatamente suspensa a realização da Comissão Especial e, consequente, qualquer deliberação sobre o PL n. 9.463/2018 até que seja obedecido o regular trâmite constitucional e regimental da matéria.

VI. DOS PEDIDOS

Ante o exposto, requer:

a) Seja concedida liminar inaudita altera pars no presente mandado de segurança, para que, reconhecida a ilegalidade dos atos da Presidência da Câmara dos Deputados, seja suspensa a

instalação da Comissão Especial e, consequentemente, qualquer deliberação sobre o PL n. 9.463/2018, desconstituindo-se qualquer ato porventura já realizado;

b) Ao final, no mérito, que seja confirmada a

liminar, concedendo a segurança para

determinar que eventual Comissão Especial a ser instalada sobre o tema observe as regras de composição previstas no art. 34, § 1º, do Regimento Interno da Câmara dos Deputados;

c) Seja notificada a autoridade coatora, nos termos do art. 7º, I, da Lei nº 12.016/09.

d) Seja ouvida a Procuradoria-Geral da República no prazo de 10 (dez) dias, nos termos do art. 12 da Lei nº 12.016/09.

Atribui-se à causa o valor de R$ 100,00 (cem reais), apenas para efeitos fiscais.

(12)

Requer-se, por fim, que todas as intimações e publicações sejam realizadas em nome do advogado Rafael de Alencar Araripe

Carneiro, inscrito na OAB/DF sob o nº 25.120, sob pena de nulidade.

Termos em que, pede deferimento. Brasília, 13 de março de 2018.

Rafael de Alencar Araripe Carneiro

OAB/DF 25.120 Felipe Santos Correa OAB/DF 53.078

Igor Suassuna Lacerda de Vasconcelos

Referências

Documentos relacionados

Plataforma Recolhedora Lado Direito Pickup Platform Right Side Plataforma Recogedora Parte

1,75mm Zincado 12 38 057.902-8 Estrutura Direita Fixação rolo inversor Right structure fixation - Inverting star Estructura derecha - Fijación del rollo inv..

Art. Considera-se obrigatória de caráter continuado a despesa corrente derivada de lei, medida provisória ou ato administrativo normativo que fixem para o ente

Presidente, que nós aprovamos, no mérito, a matéria que veio da Câmara, da forma como veio da Câmara, apresentando oito emendas de redação, apenas para ajustar a forma do texto,

os pronunciamentos do Presidente da República; na promoção de análises de políticas públicas e temas de interesse do Presidente da República ; na realização de estudos de

[r]

O uso de algumas funções ou aplicativos de terceiros em seu dispositivo pode resultar em perda ou acesso indevido de outros às informações ou dados pessoais.. Diversas medidas são

A Gestão Estratégica de Organizações Não-Governamentais estabelecidas na cidade de São Luís – MA, não é técnica e eficazmente desenvolvida, pois a falta de