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Petições Penais de Defesa - Maerterlin Camarço Lima - 2014

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MAETERLIN CAMARÇO LIMA Graduado em direito em 1982, pela Faculdade de

Direiro de Anápolis-GO. (UNIEVANGELICA).

Pós Graduação em Processo Penal (UFG), ex-professor de Processo Penal da UNIEVANGÉLICA, participou de vários congressos como palestrante em matéria de Direito Penal e Processo Penal.

Advogado militante na área criminal desde 1982, atuou em vários processos de repercução nacional, inclusive, oito deles foram tema do programa Linha Direta da Rede Globo.

PETIÇÕES PENAIS

DE DEFESA

3ª Edição

Leme - SP

(3)

Defesa Preliminar - Crime de Concussão - Praticado Por

Funcionário Público

EXMA. SRA. DRA. JUIZA DE DIREITO DA PRIMEIRA VARA CRIMINAL DE _____.

Protocolo ...

..., ... e ..., já qualificados, nos autos da ação penal, em epígrafe, que lhe movem a Justiça Pública, via de seus defensores in fine assinados, (m.j.), permissa máxima vênia, vêm perante a conspícua e preclara presença de Vossa Excelência, nos termos do art. 396-A, do Código de Processo Penal, tempestivamente, apresentar

DEFESA PRELIMINAR

face aos fatos e fundamentos a seguir perfilados:

Os Acusados, ora Defendentes, foram denunciado sob a suposta prática do ilícito penal inserto nas normas incriminadoras dos arts. 316 do Código Penal Brasileiro, citados regularmente, instados a se pronunciarem ao tempo do art. 396-A, manifestam-se conforme os fatos e fundamentos a seguir perfilados:

Embora o ordenamento ritualístico adotado pela Lei 11.719/2008, que alterou o procedimento processual do Código de Processo Penal estabelecendo no art. 396: “Na resposta, o acusado poderá argüir preliminares e alegar tudo o que interesse à sua defesa, oferecer documentos e justificações...”.

Na realidade, a modificação imposta pelo novo ordenamento jurídico, possui efeito prático insípido e placébico, uma vez que a investigação engendrada pelo MP substitutiva do Inquérito

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Policial, pela sua própria essência inquisitorial, parcial e unilateral, raríssimas vezes produzirá matéria ou elementos capazes de embasar eventual tese defensória, levando-se em conta que o indiciado não representa, ali, uma entidade apta a exercer qualquer atividade de defesa e produzir eventual prova que lhe favoreça na presente fase alborial defensiva, com força ou eficácia de provocar a absolvição sumária prevista no art. 397, do mesmo Codex. Tanto é verdade que o inquérito policial, continua tendo como primacial objetivo: a formação do opinio delicti.

Como bem pontuou, a defesa técnica dos acusados em sua “resposta escrita” tecida alhures, sob o pálio do art. 514, do CPP, tanto aquela como esta defesa preliminar são improducentes, estéreis e inoperantes, pois o presente processo já tem o juízo eivado pela parcialidade vez que em seu pronunciamento na decisão que aplicou a medida cautelar de afastamento das funções públicas, (com o caráter de adiantamento de pena), tornou-se patente e indisfarçável um velado prejulgamento favorável à pretensão do Ministério Público deduzida na exordial acusatória.

Assim sendo, a presente fase processual é de efeito meramente formal e sem sentido de ser diante do estado de prevenção já demonstrado pelo órgão judicante, no alvorecer da instrução criminal

Como já dito, e o tempo já vem demonstrando, a maioria esmagadora das alegações preliminares, continuará tendo o mesmo efeito placébico da inofensiva e improducente defesa prévia de antigamente, com caráter meramente formal e não substancial, ausente de conteúdo de mérito, com a única finalidade de enfrentar eventuais questões processuais aberratórias e arrolar testemunhas, pois, como no caso em apreço, o procedimento seguirá o seu caminho até a sentença final ficando o art. 397 e seus incisos como figura decorativa no CPP.

Neste prisma resta evidente que a absolvição sumária prevista, no artigo 397, do CPP, na prática, é utópica e inalcançável, configura letra morta no texto legal, metaforicamente: é como uma “estrela na testa da mula sem cabeça”.

Esta afirmação se baseia na experiência do dia-a-dia no foro, que de forma majoritaríssima, existe a presunção de culpa exagerada e a aversão hiperbólica dos órgãos judicantes, à pessoa do imputado, além da ênfase dada opinião pública e na maioria das vezes pela mídia, antecipando um julgamento e criando indiscutível clima de prévia condenação.

Em conclusão e tão somente por imposição legal, a defesa pugna pelo reconhecimento da improcedência dos fatos narrados na denúncia, atribuídos ao Acusado.

Apresenta em anexo o respectivo rol de testemunhas ressaltando que todos os depoimentos ficam gravados pelo caráter de imprescindibilidade, como forma de tornar efetiva e plena a garantia da ampla defesa e do devido processo legal incrustadas no inciso LIV e LV da Constituição Federal, protestando pela produção de todas provas em direito permitidas por ocasião da audiência de instrução e julgamento, caso ocorra o referido ato processual.

Pede deferimento.

Local e Data

____________________ OAB-GO

(5)

Exceção de Litispendência

EXMO. SR. DR. JUIZ DE DIREITO DA QUARTA VARA DE ENTORPECENTES DE _____.

Protocolo nº ...

..., brasileiro, solteiro, auxiliar administrativo, natural de ..., RG ..., CPF ... residente na Rua ..., Bairro da ..., Anápolis-GO via de seus advogados in fine assinados, permissa máxima vênia, vem perante a conspícua e preclara presença de Vossa Excelência, nos termos do artigo 95 e seguintes do Código de Processo Penal, argüir

EXCEÇÃO DE LITISPENDÊNCIA

face aos fatos, razões fundamentos a seguir perfilados:

DOS FATOS

1. O Opoente, responde a presente ação penal, em epígrafe, perante este juízo, como incurso nas penas do artigo 35, caput da Lei nº 11.343/2006, relativa a fato ocorrido entre os meses de janeiro e junho de 2012, referente ao Auto de Prisão em Flagrante que serviu de base para a denúncia destes autos, porém o mesmo fato já foi objeto de ADITAMENTO DE DENÚNCIA editado em 4/07/2012, empolgado pelo Ministério Público às fls.195 (doc.04) da Ação Penal nº 2012.01.1.082010-7, já em andamento por este foro, ocorrendo o fenômeno da LITISPENDÊNCIA, conforme cópia da documentação em apenso (doc.01/03).

2. No caso em apreço, há identidade das partes inclusive com a mesma quantidade de droga apreendida constituindo a presente Ação Penal notório bis in idem vez que já tramita contra o mesmo réu Ação Penal versando sobre o mesmo fato, devendo, por imperativo legal, a presente Ação Penal ser extinta sem julgamento do mérito.

3. A doutrina mais abalizada no assunto, no magistério de Guilherme de Souza Nucci, ensina que a litispendência “está caracterizada a partir do ajuizamento da segunda demanda, sendo prescindível a citação do réu, pois o Código de Processo Penal silenciou a esse respeito, sendo admissível supor que, havendo dois processos em trâmite contra o mesmo réu um deles deve ser extinto - com ou sem citação válida.” 1

4. Segundo se constata da versão trazida à baila, o Excipiente está sendo alvo de duas ações penais, objetivando elucidar os mesmos fatos possuindo, ainda, a mesma causa de pedir, embora com análises, quanto a tipificação penal divergentes, por parte das Acusações Oficiais.

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5. Pela simples leitura das denúncias e do aditamento, é de fácil constatação que o Excipiente está sendo duplamente processado pelos mesmos fatos e com idênticas causas de pedir, já que fora denunciado nos autos ...tramitando por este mesmo Juízo.

EX POSITIS,

Requer, o Excipiente, nos termos da legislação processual pertinente, seja a presente exceção recebida, e após ouvido o ilustre representante do Ministério Público, julgada procedente, reconhecendo a ocorrência da LITISPENDENCIA, determinando a extinção do processo sem julgamento do mérito e via de conseqüência determinando seu arquivamento com relação ao Acusado ..., ora Opoente, pois desta forma Vossa Excelência estará restabelecendo o império da Lei, do Direito e da JUSTIÇA.

Nestes termos Pede deferimento.

Local e Data

__________________ OAB-GO

(7)

Resposta Escrita - Crime Praticado Por Funcionário Público -

Procedimento Especial

EXMA. SRA. DRA. JUIZA DE DIREITO DA TERCEIRA vara CRIMINAL DE ________.

Protocolo:

..., ... ... E ..., já qualificados, nos autos da ação penal, em epígrafe, que lhe movem a Justiça Pública, via de seus defensores in fine assinados, (m.j.), permissa máxima vênia, vêm perante a conspícua e preclara presença de Vossa Excelência, nos termos do art. 514, do Código de Processo Penal, tempestivamente, apresentar

RESPOSTA ESCRITA

face aos fatos e fundamentos a seguir perfilados:

O Ministério Público manejou denúncia em face da pessoa dos Denunciados, sob o pretexto da eventual existência de conduta subsumível na norma incriminadora do art. 316 do Código Penal.

Em razão de serem os Denunciados servidores públicos integrantes da Polícia Civil do Estado de Goiás, o procedimento é cadenciado pelo rito processual destinado à apuração dos crimes praticados por funcionários públicos na previsão do art. 513 e seguintes do CPP.

A presente fase etiquetada de “resposta escrita” é de toda inútil e sem razão de existir pela inocuidade de seus efeitos e consequências pro defesa dos imputados - tanto que é de eleição facultativa.

O acervo probatório erigido na investigação efetivada pela Corregedoria da Polícia Civil, só atende aos interesses da Acusação Oficial. Sendo que, todo elemento de prova capaz de subsidiar argumento favorável à defesa dos investigados não foi carreado para os autos.

A supracitada investigação, pela própria essência unilateral, jamais produziria matéria ou elemento capazes de embasar eventual tese defensória, levando-se em conta que os investigados não representam, ali, uma entidade apta a exercer qualquer atividade de defesa e construir casual prova que lhes favoreça na presente fase pré processual da presente ação penal, com força de evitar o recebimento da denúncia.

Então, a presente “resposta escrita” é placébica, insípida e sem conteúdo que em nada socorre o interesse da defesa dos Denunciados, constituindo mero formalismo inócuo que antecederá o despacho de recebimento da denúncia alhures anunciado pelo posicionamento

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judicial já delineado na fase inquisitiva com a imposição de medida cautelar alternativa de afastamento das funções de policiais civis.

Em respeito ao imperativo da Súmula 523 do Supremo Tribunal Federal1, cominada com

inciso LV da Constituição Federal2, protesta a Defesa dos Denunciados, seja recebida a presente

“Resposta Escrita”, vez que própria e tempestiva, dando-lhe provimento para rejeitar a denúncia de fls., nos termos do art. 516 do CPP, uma vez provada a inexistência de crime, julgando improcedente a pretensão deduzida na exordial acusatória.

Pede Deferimento.

Local e data.

______________________ OAB

(9)

Alegações Preliminares com Pedido de Exame de DNA - Estupro de

Vulnerável

EXMA. SRA. DRA. JUÍZA DE DIREITO DA ... VARA CRIMINAL DE ...

PROTOCOLO Nº ... Alegações Preliminares

..., já qualificado, nos autos da ação penal, em epígrafe, que lhe move a justiça pública desta comarca, via de seu defensor in fine assinado, permissa máxima vênia, vem perante a conspícua e preclara presença de Vossa Excelência, nos termos do artigo 396-A, do Código de Processo Penal, com a nova redaçãoque lhe deu a Lei 11.719/2008, tempestivamente apresentar

ALEGAÇÕES INICIAIS DE DEFESA,

contestando, peremptoriamente, a veracidade dos fatos contidos na denúncia de fls..., protestando em apreciar o meritum causae, oportunamente na fase do artigo 403, do mesmo

Códex, indicando, em apenso, o rol de testemunhas, que deverão depor em juízo, gravadas pelo caráter de imprescindibilidade.

Requer, ainda, que se proceda com urgência, exame de DNA entre o Acusado, a vítima e o nascituro, como forma de determinar se há vínculo genético de paternidade.

LOCAL, DATA

_______________ OAB

(10)

Alegações Iniciais ou Defesa Preliminar com Pedido de Suspensão

do Processo

EXMA. SRA. DRA. JUÍZA DE DIREITO DA PRIMEIRA VARA CRIMINAL DE ...

Protocolo ...

Alegações Iniciais de Defesa

..., já qualificada, nos autos da ação penal, em epígrafe, que lhe move a justiça pública desta comarca, via de seu defensor in fine assinado, (m.j.), permissa máxima vênia, vem perante a conspícua e preclara presença de Vossa Excelência, nos termos do artigo 396-A, do Código de Processo Penal, tempestivamente apresentar

DEFESA PRELIMINAR,

contestando, peremptoriamente, a veracidade dos fatos contidos na denúncia de fls. ... protestando em apreciar o meritum causae, oportunamente na fase do artigo 403, do mesmo

Códex, indicando, em apenso, o rol de testemunhas, que deverão depor em juízo, gravadas pelo caráter de imprescindibilidade, e aduzindo em preliminar, o seguinte:

1. O delito apontado na exordial acusatória está dentro do elenco daqueles que comportam o benefício previsto no art. 89, da Lei nº 9.099/95, sendo imperioso que o Ministério Público manifeste acerca da proposta de suspensão condicional do processo, vez que a Acusada preenche todos requisitos para usufruir da referida benesse legal.

Isto posto, requer seja dado vistas dos autos ao Ilustre Representante do Parquet, para manifestar sobre a possibilidade de oferecer proposta de suspensão do processo nos termos do dispositivo retro apontado.

Pede deferimento.

___________________ OAB

(11)

Alegações Iniciais – Justiça Militar

EXMA. SRA. DRA. JUÍZA-AUDITORA DA AUDITORIA DA ....º CIRCUNSCRIÇÃO JUDICIÁRIA MILITAR.

Deserção nº ...

..., já qualificado nos autos da Ação penal, em epígrafe, que lhe move a Justiça Militar desta CJM, via de seu Advogado, in fine assinado, premissa máxima vênia vem perante a conspícua e preclara presença de Vossa Excelência, tempestivamente, sob o comando normativo do § 4º, do art. 457 do Código de Processo Penal Militar, apresentar em o rol de testemunhas em apenso, cujos depoimentos ficam gravados pelo caráter de imprescindibilidade, oferecer a inclusa prova documental, requerendo sua juntada aos autos.

Pede deferimento.

Local, data

_________________ OAB

(12)

Alegações Iniciais com Pedido de Absolvição Sumária –

Falsificação de Documento Grosseira

EXMO. SR. DR. JUIZ DE DIREITO DA COMARCA DE ...

Ação Penal Nº ... Defesa Preliminar

..., já qualificado, nos autos da ação penal, em epígrafe, que lhe move a justiça pública desta comarca, via de seu defensor in fine assinado, permissa máxima vênia, vem perante a conspícua e preclara presença de Vossa Excelência, nos termos do artigo 396, do Código de Processo Penal, com a nova redação que lhe deu a Lei 11.719/2008, tempestivamente apresentar

ALEGAÇÕES INICIAIS DE DEFESA, face aos fatos e fundamentos a seguir expostos:

PRELIMINARMENTE

Embora a exordial tenha descrito fato, que in tese, amoldável ao tipo penal inserto no artigo 297 do nosso Estatuto Repressivo Penal, verifica-se que a “rasura ou falsificação”, foi detectada pela Senhora Escrivã a vista desarmada em face da forma grosseira com que a alteração foi realizada, não restando assim, configurada lesão sequer à fé pública, pois a falsidade da documentação foi suspeitada e atestada sem maiores problemas, o que comprova a fragilidade do meio iludente empregado, neste caso, deve ser aplicado o princípio da insignificância ou bagatela, para excluir-se a tipicidade penal.

É nesse diapasão que acena o Direito Penal moderno e nossa jurisprudência vem preconizando seu entendimento conforme o seguintes arestos:

“USO DE DOCUMENTO FALSO – FALSIFICAÇÃO GROSSEIRA, PERCEPTÍVEL A OLHO NU – Fato atípico. Sentença absolutória mantida. (TJRS – ACR 70001827393 – 5ª C.Crim. – Rel. Des. Paulo Moacir de Aguiar Vieira – J. 16.05.2001)”

“FALSIFICAÇÃO DE DOCUMENTO PÚBLICO – DELITO NÃO CARACTERIZADO – ADVOGADO QUE RASURA DATA DA CERTIDÃO LAVRADA PELO ESCRIVÃO JUDICIAL CERTIFICANDO A SUA INTIMAÇÃO, DO TEOR DA SENTENÇA EXARADA EM AUTOS DE EMBARGOS À EXECUÇÃO, COMO FORMA DE TORNAR TEMPESTIVO O RECURSO DE APELAÇÃO – ALTERAÇÃO DE PRONTO PERCEBIDA PELO MAGISTRADO – AUSÊNCIA DE

(13)

PREJUÍZO E DANO POTENCIAL – DECISÃO REFORMADA – “Se a deturpação é de natureza tal que pode ser facilmente percebida, o procedimento do falsário não atinge as culminâncias do ilícito penal. O falso punível é só aquele que ilude os sentidos, ou a inteligência, ou que tem qualidades de semelhança com o original, capazes de produzir tal resultado tomado por padrão o senso crítico do homem mediano. O falsário a quem falta habilidade para enganar o observador desprevenido é um malfeitor malogrado, dotado de “malvagi intenizone”, mas indiferente para o direito penal, que o não considera um violador da fé pública; ou, em verdade, não é um falsário evidenciando no desmazelo da falsificação a ausência do “animus” criminoso essencial aos crimes de falsidade” (RT 329204 e RF 206312). (TJSC – ACr 98.006763-4 – SC – 2ª C.Crim. Rel. Des. José Roberge – J. 11.08.1998)”

“USO DE DOCUMENTO FALSO – FALSIFICAÇÃO GROSSEIRA – DESCARACTERIZAÇÃO – APELAÇÃO PROVIDA PARA ABSOLVER O RÉU – Se a deturpação da cnh era de natureza tal que podia ser facilmente percebida, o seu uso não configura crime. (TJPR – ACr 0105180-5 – (13078) – 2ª C.Crim. – Rel. Des. Carlos Hoffmann – DJPR 21.05.2001)”

Todavia, excelência, sem adentrar ao campo de eventual reprovabilidade moral da conduta narrada na denúncia, indubitável é a não configuração de gravame a fé pública e a inexistência de prejuízo de qualquer magnitude para outrem, e, sendo assim, considerada irrelevante a lesão ao objeto da norma penal, não se reveste a conduta da qualificação necessária à incidência da repressão estatal. A ocorrência do princípio da insignificância jurídica retira a tipicidade da conduta.

Sendo assim, é plausível a conclusão de que, se o fato não acarretou uma ofensa de certa magnitude ao bem jurídico protegido, para que se possa concluir por um juízo positivo de tipicidade, é imperioso o reconhecimento da ocorrência de circunstância excludente da tipicidade penal, caracterizada pelo Princípio da Insignificância das condutas anti-sociais narrada na denúncia, com a conseqüente reforma do despacho de recebimento da peça exordial.

EX POSITIS,

Espera, o Acusado, sejam as presentes alegações iniciais recebidas, por próprias e tempestivas, absolvendo-o sumariamente, determinando-se o arquivamento do feito pelo reconhecimento da atipicidade do fato, sob o pálio do Princípio da Insignificância, nos termos do artigo 397, III, do Código de Processo Penal, pois desta forma Vossa Excelência estará editando decisão amparada nos mais lídimos princípios do Direito e da Justiça.

Pede deferimento.

Local, data.

___________________ OAB

(14)

Defesa na Corregedoria de Polícia Civil

EXMA. SRA. DRA. DELEGADA CORREGEDORA DA SUPERINTENDÊNCIA DE POLÍCIA DE... .

DD. DRA . ...

Sindicância Policial nº ...

... e ..., policiais civis, já qualificados nos autos da Sindicância Policial em epígrafe, adiante assinados, aqui nominados de Primeiro e Segundo Sindicado respectivamente, vem perante a honrosa presença de Vossa Excelência, em atendimento ao r. despacho de fls. ..., apresentar defesa, face aos fatos, razões fundamentos adiante alinhados:

Os fatos narrados na portaria de fls..., não ocorreram da forma ali descrita, haja vista que não houve qualquer ameaça a funcionários ou atendentes do hospital como descreveram as pessoas ouvidas por esta, Egrégia Corregedoria.

No dia ..., os Sindicados realmente estiveram no Hospital Evangélico ... para dar socorro a uma amiga da família que se encontravam em estado comatoso, conforme mencionado no resumo clínico inserto na Guia de Tratamento Ambulatorial de fls. ...., e a situação era desesperadora em face de gravidade em se apresentava a paciente tendo o Primeiro Sindicado, ... suplicado aos atendentes que atendessem a paciente com urgência, sem contudo ser atendido de imediato em razão de formalidades, tendo naquele instante o referido sindicado afirmado que dispunha de numerário suficiente para pagar as despesas do atendimento, o que foi feito através de dinheiro e cheque.

Mesmo afirmando dispor de dinheiro para o pagamento, e diante do quadro grave que se encontrava ..., os funcionários do referido nosocômio protelavam o atendimento provocando desespero do Primeiro Sindicado, que exasperou com os mesmos apenas com palavras sem em nenhum momento se servir da qualidade de policial ou fazer uso da arma que portava discretamente sob a camisa.

Conforme depoimentos dos policiais militares de fls. ... percebe-se que nenhum deles afirma que o Primeiro Sindicado estivesse portando arma ostensivamente, e seu estado de ânimo era em decorrência da flagrante omissão de socorro por parte dos funcionários do hospital que se mostraram indiferentes com a possibilidade de ocorrer óbito da paciente em questão, além do que estavam sóbrios.

Se porventura tivesse havido por parte do Primeiro Sindicado eventual transbordamento em seu agir, teria sido em função da situação crítica em que encontrava face estar presenciando

(15)

uma pessoa de seu relacionamento definhando em sua existência diante da insensibilidade e menosprezo por parte dos funcionários ali presente, porém em nenhum momento agrediu ou exibiu arma para quem quer que seja além do que pagou integralmente pelos serviços prestados. Registre-se que o próprio funcionário ... as fls... afirma que não fornecem recibo ou nota fiscal aos pacientes e que somente poderia faze-lo no dia seguinte.

Por outro lado, é oportuno salientar que no Hospital Evangélico de ..., é comum a ocorrência de omissão de socorro como demonstram as cópias do TCO ... e Boletim de Ocorrência nº ..., em a penso, sendo que no primeiro caso a negligência e descaso no atendimento por parte dos funcionários e médicos do hospital ocasionaram a morte do Sr..., logo, percebe-se que a versão apresentada pelos atendentes não possui a credibilidade suficiente para, por si só, nortear um juízo de valor em detrimento das pessoas do Sindicados.

Verifica-se, ainda que coincidentemente o médico apontado com autor da omissão de socorro constante do TCO nº ..., é o mesmo que atendeu a paciente ... por ocasião dos fatos objeto da presente sindicância, vindo a demonstrar que a versão apresentada pelos Sindicados é mais consentânea com a verdade.

A estória manipulada pelos funcionários do hospital nada mais representa do que uma forma de justificar a desídia, incúria e negligência no atendimento da paciente conduzida pelo Primeiro Sindicado, cuja reação foi natural ante o iminente óbito que ocorreria caso não fosse atendida com extrema urgência.

Como demonstram as provas coligidas, o Segundo Sindicado não praticou qualquer ato configurativo de eventual transgressão disciplinar devendo ser excluído do pólo passivo do presente procedimento administrativo, principalmente quando dos depoimentos dos funcionários do hospital em nenhum momento há menção de qualquer conduta imprópria atribuída a sua pessoa.

Finalmente, Excelência, há de se ressaltar que os Sindicados servem a nossa honrada e gloriosa Polícia Civil desde ..., sempre atuando com denodo e honestidade, zelando para preservar e dignificar a instituição a que pertencem com muito orgulho e satisfação, nunca tendo infringido qualquer norma disciplinar como bem aponta as certidões de fls. ... dos autos.

Pelo Exposto, requerem seja a presente defesa recebida, vez que própria e tempestiva e final, julgado improcedente a presente Sindicância Policial Disciplinar, absolvendo-os da aplicação de qualquer penalidade administrativa, pois assim Vossa Excelência estará decidindo conforme os mais elevados ditames do direito da justiça.

Requerem, ainda a juntada aos autos da inclusa documentação.

LOCAL E DATA

... ...

(16)

Defesa Preliminar – Tráfico de Drogas

EXMA. SRA. DRA. JUÍZA DE DIREITO DA ... VARA CRIMINAL DE ...

Protocolo ... Defesa Preliminar: Acusado:

..., já qualificado, nos autos da ação penal em epígrafe, via de seu advogado e defensor in fine assinado, (m.j.) permissa máxima vênia, vem perante conspícua e preclara presença de Vossa Excelência, tempestivamente, no prazo decendial, nos termos do art. 55, da Lei 11.343/06 apresentar

DEFESA PRELIMINAR

face aos fatos e fundamentos a seguir perfilados:

Embora o novo ordenamento procedimental adotado pelo dispositivo ut retro, normatize: “Na resposta, consistente em defesa preliminar e exceções, o acusado poderá argüir preliminares e invocar todas as razões de defesa, oferecer documentos e justificações,...” isso na realidade, tem pouco efeito prático, uma vez que o Inquérito Policial, pela sua própria essência inquisitorial parcial e unilateral, raríssimas vezes produzirá matéria ou elementos capazes de embasar eventual tese defensória, levando-se em conta que o indiciado não representa, ali, uma entidade apta a exercer qualquer atividade de defesa e produzir eventual prova que lhe favoreça na presente fase processual. Tanto é verdade que o inquérito policial, continua tendo como único objetivo à formação do opinio delicti.

Como enfrentar o mérito, se todas as diligências, realizadas pela polícia visam criar um terreno propício à cultura da pretensão da acusação?.

O que tempo já vem demonstrando é que a maioria esmagadora das denúncias será recebida, e, que somente serão rejeitadas aquelas flagrantemente despropositadas, cuja improcedência fique demonstrada estreme de dúvidas, no mais a presente “defesa preliminar”

continuará, como a defesa prévia, de caráter meramente formal e não substancial ausente de conteúdo de mérito, cuja finalidade é a de enfrentar eventuais questões processuais e arrolar testemunhas.

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No caso em apreço, porém, a defesa não poderá silenciar diante da flagrante improcedência do enunciado na exordial acusatória, uma vez que a ínfima quantidade da droga apreendida (... gramas), ser insuficiente para provocar a dependência psíquica ou física, ou configurar o ilícito penal denunciado, tornando atípica a conduta atribuída ao Acusado, além de irrelevante na seara penal.

“TÓXICOS - Quantidade ínfima.O crime, além da conduta, reclama resultado, ou seja, repercussão do bem juridicamente tutelado, que, por sua vez, sofre dano, ou perigo. Sem esse evento, o comportamento é penalmente irrelevante. No caso dos entorpecentes, a conduta é criminalizada porque repercute na saúde (usuário), ou interesse público (tráfico). Em sendo ínfima a quantidade encontrada (maconha) é, por si só, insuficiente para afetar o objeto jurídico.”1

“PENAL - Entorpecente - Quantidade ínfima.O crime, além da conduta, reclama resultado - no sentido de provocar dano, ou perigo ao bem jurídico. O tráfico e o uso de entorpecentes são definidos como delito porque acarretam, pelo menos perigo, para a sociedade, ou ao usuário. A quantidade ínfima descrita na denúncia, não projeta o perigo reclamado.2

“TÓXICOS - Entorpecente - Quantidade ínfima. O crime, além da conduta, reclama resultado, ou seja, repercussão do bem juridicamente tutelado, que, por sua vez sofre dano, ou perigo. Sem esse evento, o comportamento é penalmente irrelevante. No caso dos entorpecentes, a conduta é criminalizada porque repercute na saúde (usuário), ou interesse público (tráfico). Em sendo ínfima a quantidade encontrada (maconha) é, por si só, insuficiente para afetar o objeto jurídico.”3

Desta forma, não há como receber a denúncia por tráfico de entorpecentes, quando a ínfima quantidade de droga apreendida, .... gramas, não tem repercussão penal, à mingua de lesão ao bem jurídico tutelado, enquadrando-se o tema no campo da insignificância, sendo, a conduta denunciada, penalmente irrelevante.

Em obediência ao dispositivo penal ut retro invocado, a defesa técnica do Indiciado, pugna pelo reconhecimento da improcedência dos fatos narrados na denúncia, decretando sua absolvição sumária nos termos do negando-lhe recebimento nos termos do inc. III do art. 397, do Código de Processo Penal, com nova redação que lhe deu a Lei nº 11.719/2008.

Apresenta, em anexo, o respectivo rol de testemunhas, cujos depoimentos ficam gravados pelo caráter de imprescindibilidade, protestando pela produção de todas provas em direito permitidas por ocasião da audiência de instrução e julgamento, caso haja a instauração da instância.

Pede deferimento. Local, data. __________________ OAB

(18)

Pedido de Habilitação Para Atuar Como Assistente de Acusação

EXM. SR. DR. JUIZ PRESIDENTE DO TRIBUNAL DO JÚRI DE ...

Cartório da Terceira Vara Criminal

Protocolo ... Réu: ...

... , (Nacionalidade), (Est.civil), (Profissão), filho de Previsto ... e ..., natural de ..., nascido aos dd/mm/aa, RG ... , CPF ..., residente na rua ..., n., Bairro, Cidade. Via de seu advogado e patrono adiante assinado (m.j.), nos autos da ação penal que a Justiça Pública move em desfavor de ..., vem perante a honrosa presença de Vossa Excelência, nos termos do art. 268 e seguintes c/c com art. 31, do Código de Processo Penal, REQUERER sua admissão como ASSISTENTE DE ACUSAÇÃO, e que se dê vistas dos autos por três dias.

Pede deferimento.

Local e data

____________________ OAB

(19)

Incidente de Insanidade Mental – Estupro - Pedofilia

EXMO. SR. DR. JUIZ DE DIREITO DO PRIMEIRO JUIZADO ESPECIAL DE ...

..., brasileiro, casado, corretor de imóveis, residente nesta cidade, via de seu advogado in fine assinado permissa vênia vem perante a honrosa presença de Vossa Excelência, requer que seja instaurado

INCIDENTE DE INSANIDADE MENTAL

do Acusado, com fundamento no art. 149 do Código de Processo Penal, pelas razões a seguir expostas:

1. Consoante consta dos autos, o Acusado, no presente feito foi denunciado como incurso nas penas do art. 217-A, do Código Penal Brasileiro, com a nova redação emprestada pela Lei 12.015 de 07.08.2009, por ter supostamente mantido relação sexual com uma criança de ... anos

2. Conforme, consta dos autos principais, às fls. ..., o Acusado, respondeu além do presente processo, a outros da mesma natureza, sempre envolvendo menores da mesma faixa etária, o que denota de forma inequívoca indícios de comprometimento de sua higidez mental.

3. De acordo com Laudo Pericial Psiquiátrico (doc. ....), e Atestado Médico (doc. ....), em apenso, o Acusado é portador de distúrbio da saúde mental (pedofilia CID 302.2/8).

2. O entendimento esposado pelos expoentes da Psicopatologia Forense,é que a pedofilia, constitui um tipo clínico de Personalidade Psicopática Sexual, que por via de conseqüência representa um distúrbio da saúde mental, caracaterizador de diminuição da responsabilidade penal. (vide “Psicopatologia Forense Aplicada”, pag. 81, Renato Posterli – Ed. Santa Inês).

Isto Posto, requer a instauração do incidente de insanidade mental do Acusado, determinando-se, após os tramites legais que os exames sejam realizados pela Junta Médica do Tribunal de Justiça de ...

LOCAL E DATA

_________________________ OAB

(20)

Pedido de Juntada de Procuração e Concessão de Prazo Para

Apresentar Defesa Preliminar

EXMO. SR. DR. JUIZ DE DIREITO DA SEGUNDA VARA CRIMINAL DE ...

PROTOCOLO Nº ...

Código TJ... – ... - JUNTADA DE DOCUMENTOS

... já qualificado, nos autos da ação penal, epígrafe, que lhe move a justiça pública desta comarca, via de seu defensor in fine assinado, (m.j.), permissa máxima vênia, vem perante a conspícua e preclara presença de Vossa Excelência, requerer a juntada do incluso instrumento procuratório, protestando pelo prosseguimento do feito, abrindo-se vistas dos autos para cumprimento do comando normativo insculpido art. 396 do CPP.

Local, data

____________________ OAB

(21)

Pedido de Juntada de Procuração

EXMO. SR. DR. JUIZ DE DIREITO DA SEGUNDA VARA CRIMINAL DE ...

PROTOCOLO Nº ...

Código TJ.. – ... - JUNTADA DE DOCUMENTOS

... já qualificado, nos autos da ação penal, epígrafe, que lhe move a justiça pública desta comarca, via de seu defensor in fine assinado,

permissa máxima vênia, vem perante a conspícua e preclara presença de Vossa Excelência,

requerer a juntada do incluso intrumento procuratório.

LOCAL, DATA.

______________________ OAB

(22)

Pedido de Juntada de Procuração e Prosseguimento do Processo

EXMO. SR. DR. JUIZ DE DIREITO DA COMARCA DE ... .

Ação Penal ...

... , já qualificado, nos autos da ação penal, em epígrafe, via de seu advogado que no final assina (m.j.), vem perante a honrosa presença de Vossa Excelência, em atendimento do r. despacho de fls., requerer a juntada da inclusa procuração, e que se dê prosseguimento ao feito até seus ulteriores termos.

Local e data

________________________ OAB

(23)

Pedido de Juntada de Procuração e Vistas dos Autos

EXM. SR. DR. JUÍZ DE DIREITO DA VARA CRIMINAL DA COMARCA DE ...

... , já qualificado, nos autos da ação penal que lhe move a justiça pública desta comarca, via de seu advogado e defensor in fine assinado, (m.j.), permissa máxima vênia, vem perante conspícua e preclara presença de Vossa Excelência, requerer a JUNTADA, aos autos, da inclusa procuração e a concessão de vistas dos autos pelo prazo de .... (...) dias para análise e estudo..

Pede Deferimento.

LOCAL, DATA

____________________ OAB

(24)

Pedido de Juntada de Procuração em Caso de Réu Foragido

EXM. SR. DR. JUIZ DE DIREITO DA VARA CRIMINAL DA COMARCA DE ...

Ação Penal ...

..., brasileiros(as), (est.civil), (Profissão), residentes no ..., respectivamente, via do advogado e defensor comum (m.j.), in fine

assinado, permissa máxima vênia vem perante a conspícua e preclara presença de Vossa Excelência, nos termos do art. 366 e seguintes do Código de Processo Penal requerer juntada aos autos do incluso instrumento procuratório.

Nestes termos Pede deferimento.

Local, data.

___________________ OAB

(25)

Pedido de Juntada de Renúncia de Procuração

EXMO. SR. DR. JUIZ DE DIREITO DA SEGUNDA VARA CRIMINAL DE ...

Protocolo ...

..., advogado militante neste foro, com endereço profissional abaixo impresso, regularmente inscrito na OAB... sob o nº ..., vem perante a conspícua e preclara presença de Vossa Excelência, nos termos do art. 5º, § 3º, da Lei 8.906/94, c/c art. 45 do CPC e 688 do CC, requerer a juntada aos autos da inclusa notificação, para os devidos fins de direito, esclarecendo que estão revogados todos os poderes contidos no instrumento procuratório de fls. ....

LOCAL, DATA.

___________________ OAB

(26)

Pedido de Juntada de Renúncia de Procuração

EXM. SR. DR. JUÍZ DE DIREITO DA PRIMEIRA VARA CRIMINAL DE ...

URGENTE – RÉU PRESO

Protocolo ...

..., advogado militante neste foro, com endereço profissional abaixo impresso, regularmente inscrito na OAB-.... sob o nº ..., vem perante a conspícua e preclara presença de Vossa Excelência, expor o seguinte;

1. Este ilustrado Juízo exarou as fls. o seguinte despacho: “Intime-se o defensor para, no lapso IMPRETERÍVEL, de ... horas, manifestar sobre as certidões carreadas as laudas ..., (...).”

2. Conforme cópia da notificação, em apenso, o Peticionário, renunciou ao mandato procuratório em ..., tendo o Acusado/cliente exarado seu ciente no dia ..., razão pela qual conforme art. 5º, § 3º, do Estatuto da Ordem dos Advogados do Brasil (Lei 8.906/94), c/c art. 34, do Código de Ética e Disciplina da OAB, e ainda, art. 45, do Código de Processo Civil e 688, do Código Civil, competia ao réu constituir novo defensor no prazo legal.

Isto posto, levando-se em conta que a relação entre o advogado e o cliente deve ser equacionada entre ambos, na forma ditada pela legislação ut retro citada, e, uma vez vencido o lapso temporal de dez dias, após a cientificação da renúncia, o causídico não está mais a obrigado, contratual ou processualmente, a atuar no processo, pelo que com a devida vênia deixa de atender o disposto no supradito despacho.

Local, data

____________________ OAB

(27)

Pedido de Juntada de Substabelecimento

EXM... SR. DR. JUÍZ DE DIREITO DA PRIMEIRA VARA CRIMINAL DE ...

PROTOCOLO Nº ...

..., já qualificada, nos autos da ação penal, em epígrafe, que lhe move a justiça pública desta comarca, via de seu defensor in fine assinado, permissa máxima vênia, vem perante a conspícua e preclara presença de Vossa Excelência, requerer a JUNTADA, do incluso substabelecimento, e que se dê vistas dos autos, para análise e estudo, pelo prazo de ... dias.

Pede deferimento.

Local, data.

_______________ OAB

(28)

Notificação de Renúncia à Procuração

LOCAL, DATA. Ilmo. Sr. ... NESTA Prezado Senhor.

Pela presente, nos termos do art. 5º, § 3º, da Lei nº 8.906/94, combinado com art. 45, do Código de Processo Civil e 688, do Código Civil ,estamos NOTIFICANDO Vossa Senhoria, da rescisão do contrato de nº ..., em virtude de descumprimento de sua cláusula ...ª, por parte do Constituinte, devendo, assim, constituir novo defensor nos autos ..., em andamento pela segunda vara criminal de ..., no prazo de lei.

Sem mais.

________________________ OAB

(29)

Renúncia à Procuração

EXMO. SR. DR. JUIZ PRESIDENTE DO TRIBUNAL DO JÚRI DA COMARCA DE ...

Protocolo nº ...

Código TJ... - .... - Renúncia à Procuração

..., advogado militante nesta comarca, com escritório profissional no endereço abaixo impresso, regularmente inscrito na OAB-... sob o nº ..., nos autos da ação penal, em epígrafe, que a Justiça Pública move contra ..., vem perante a conspícua e preclara presença de Vossa Excelência, por questão de foro íntimo,

RENUNCIAR ao patrocínio da defesa do Acusado na presente processo, protestando pela notificação para constituir novo defensor no prazo legal.

LOCAL, DATA

____________________ OAB

(30)

Pedido de Proposta Para Suspensão Condicional do Processo

EXMO. SR. DR. JUIZ DE DIREITO DA NONA VARA CRIMINAL DE ... .

Protocolo ...

... , já qualificado, nos autos da ação penal, em epígrafe, que lhe move a justiça pública desta comarca, via de seu defensor in fine assinado, (m.j.), permissa máxima vênia, vem perante a conspícua e preclara presença de Vossa Excelência, expor e requerer o que segue:

1. O Acusado/requerente, responde a presente ação penal, na qual a denúncia imputa-lhe a suposta violação do delito capitulado na norma proibitiva do art. 299, do Código Penal Brasileiro, cuja pena in abstrato é de um a três anos de reclusão, portanto, dentro do rol daqueles que admitem a suspensão condicional do processo prevista no art. 89, da Lei 9.099/95.

2. Conforme consta dos autos, o Acusado, preenche todos os requisitos para a obtenção do benefício acima citado, porém, ao ofertar a denúncia o ilustre representante do

Parquet silenciou acerca da proposta de suspensão condicional do processo.

Isto Posto, protesta pela oitiva da nobre representante do Ministério Público, sobre a possibilidade de apresentar proposta de suspensão do processo, nos termos do dispositivo legal

ut retro citado, vez que o Acusado já foi devidamente citado nos autos da carta precatória ..., em andamento pela 3ª Vara Criminal de ..., cujo interrogatório foi designado para o dia ... as ... horas.

Requer ainda, em caso positivo, Vossa Excelência digne em oficiar ou expedir carta precatória estendendo a jurisdição para tal fim, à Ilustre Juíza daquele foro.

Pede deferimento.

__________________ OAB

(31)

Alegações Finais Por Memorial - Tráfico de Influência e Associação

Criminosa - Fraude em Processo Licitatório de Bilhetagem

Automática - Lei nº 12.850 de 02/08/2013

EXMA. SRA. DRA. JUIZA DE DIREITO DA __ª VARA CRIMINAL ________

Ação Penal

Alegações Finais por Memorial

..., já qualificado, nos autos da Ação penal em epígrafe, via de seus defensores in fine assinados, permissa máxima vênia, vem perante a conspícua e preclara presença de Vossa Excelência , tempestivamente, nos termos do artigo 403, § 3º, do CPP, apresentar

ALEGAÇÕES FINAIS POR MEMORIAL

face aos fatos, razões e fundamentos a seguir expostos:

SÚMULA DOS FATOS

O Órgão Ministerial editou denúncia de fls. 02/25, em desfavor do Acusado, ora defendente, se propondo a provar durante o persecutio criminis in judicio a autoria ou participação nos delitos previstos nos arts. 288, 332 e 29, do Código Penal, sugerindo hipoteticamente a prática da conduta delituosa de associar-se de forma livre e consciente com unidade de desígnios e repartição de tarefas, com outros denunciados, para o fim de cometer o crime de tráfico de influência, no âmbito do Distrito Federal, em especial, no Transportes Urbanos do _____, especificamente no sentido de fraudar o processo licitatório do sistema de Bilhetagem Automática daquela autarquia, nos seguintes termos in summa:

“(...) O réu _______, Vereador de ________, figurava como interlocutor dos representantes da empresa ___________ e valia-se da sua qualidade de Vereador para beneficiar a quadrilha.(Fls.08)

(...) Coube ao denunciado e Vereador ____________ recepcionar os empresários em ______, ciceroneando-os pela capital e custeando suas estadas (vide doc. 6 - em anexo) onde o empresário __________ ficou hospedado em ______, e como coube a ______ realizar a parte do trabalho de convencimento, e levá-los à apresentação realizada no Palácio do Buriti ao Secretário de Estado de Transportes no dia

(32)

19.07.2012 (como demonstram os diálogos às fls. 32/33). (Fls.11)

(...) Dentre os meses de junho a agosto de 2011, _______, ex-assessor da Secretaria de Planejamento e Gestão, de forma livre e consciente, solicitou e recebeu vantagem para si e para outrem, a pretexto de influir em ato praticado por funcionário público no exercício da função.

Nas mesmas circunstâncias de tempo e lugar, os denunciados ________, _______ e ________ de forma livre e consciente, em unidade de desígnios e repartição de tarefas, concorreram para a perpetração do delito praticado por _________. (Fls.17) (...) O acusado _________, Vereador em _________, concorreu para a consumação do delito de tráfico de influência perpetrado por ______, na medida em que prestou auxílio material e moral para a sua prática, ao exercer importante atuação na intermediação entre os dirigentes da empresa _________ e os servidores do ______. (Fls.21)

(...) Diante dos fatos acima narrados, estão os denunciados: (...)

2. ____________, _________ e _________ INCURSOS NAS PENAS DO ARTIGO 288, CAPUT, E ARTIGO 332 CAPUT, C/C O ARTIGO 29, TODOS DO CÓDIGO PENAL; (...) (Fls.24). “

Durante a instrução criminal foram ouvidas as testemunhas José _________ e Carlos ______, arroladas na denúncia, as quais negaram conhecer o acusado ____, ora defendente, bem como informaram que nunca mantiveram qualquer tipo de contato direto ou indireto com sua pessoa, principalmente, em relação aos fatos descritos na exordial acusatória de fls 02/25.

Na ótica da pretensão deduzida na inicial, a Acusação Oficial, levanta a hipótese de que Carlos _____ com comunhão de vontades com outros acusados, pretendia fraudar o certame de concorrência pública para garantir que a empresa _________ fosse vencedora na prestação do Serviço de Bilhetagem Automática do Transportes Coletivos do Distrito Federal (art. 90 da Lei 8.666/93) e para isso lançou mão do tráfico de influência (art. 332 do CPB) oferecendo vantagem pecuniária ao corréu Valdir dos Reis.

In summa o acusado Carlos ____ usaria o tráfico de influência (art. 332 CPB) para alcançar o objetivo final: fraudar o processo licitatório (art. 90 da Lei 8.666/93). Ou seja o suposto crime tráfico de influência configuraria ato preparatório do crime-fim: fraude de licitação, que conforme ordenamento jurídico adotado no Brasil, pela Teoria Finalista da Ação o delito almejado ou desejado pelo autor do fato absorveria o delito meio.

Por outro lado, não há dentro dos autos nenhuma prova confirmatória da existência da suposta organização criminosa com o fim de fraudar o ato licitatório do Sistema de Bilhetagem Automática do transporte coletivo do Distrito Federal através da utilização de eventual tráfico de influência.

Por outro prisma, a prática do crime de fraude de licitação configura verdadeiro crime impossível vez que sequer foi publicado edital licitatório para o Serviço de Bilhetagem Automática dos transportes coletivos do _______.

(33)

que pudesse confirmar o conteúdo das interceptações telefônicas carreadas para os autos.

Perscrutando detidamente o acervo de interceptações telefônicas é de fácil constatação de que o acusado ... jamais manteve relacionamento com algum dos acusados, com exceção de ____, bem como não existe nenhuma ligação ou contato com qualquer funcionário público no âmbito do ___, contrariando o que foi enfatizado pelo MP em seus memoriais de fls., que pudesse autorizar a ilação de possível prática do crime de tráfico de influência ou delito diverso.

Por outro lado, conforme patenteou a testemunha José _____, às fls._____, ex secretário de transportes do _______, os serviços apresentados pelos coreanos em reunião realizada no dia 19/06/2011, não se coadunavam com os objetivos e interesses do ____ para implantação do Sistema de Bilhetagem Automática, de modo que não havia a mínima possibilidade da empresa ____ vencer o processo licitatório.

Ressalta ainda a referida testemunha, que reuniões com empresários interessados na prestação de serviços ao governo são normais e corriqueiras, antes, durante e depois de qualquer processo licitatório, não constituindo fato determinante para a aferição dos delitos objetos do presente feito.

O órgão de acusação oficial, em seus quilométricos e prolixos memoriais, de fls. _____, limitou-se em repetir os termos da denúncia com a transcrição das interceptações telefônicas que não foram reproduzidas ou confirmadas durante a instrução criminal, não servindo, assim, por si só, para alicerçar ou sustentar eventual decreto condenatório. O que se tem nos autos é um espetáculo pirotécnico engendrado pelo MP sob os holofotes midiáticos da estrela da hora “__________” protagonista de um dos maiores escândalos dentro da sociedade política brasileira, cuja proposta de instauração de CPI terminou em “pizza”.

O acusado, por seu turno, à míngua de qualquer prova jurisdicionalizada de sua participação em eventual prática delituosa usou seu direito constitucional de permanecer silente. O fato de ter o acusado ______, na qualidade de membro do Legislativo Municipal de _______, atendido a solicitação do co-réu ____, conhecido notoriamente como empresário relacionado à empresa _________, para providenciar o encontro do tradutor _________ com os diretores da empresa _____ não tem o condão de estender-lhe eventuais interesses daquela empresa no processo licitatório dos transportes coletivos do __________, tanto é que nem participou da referida reunião conforme registrado no depoimento das testemunhas José ________ e _______, ouvidos às fls.______, como também não é visto na fotografia apensada as fls. 271.

Com relação à prática do art. 288 do CP, com nova redação emprestada pela Lei 12.850 de 02 de Agosto de 2013, a acusação não logrou êxito em carrear para os autos prova de que o acusado ________ tenha se associado de forma permanente e estável com identidade de desígnios com os demais réus com o fim de cometer crimes, ao contrário, pelo acervo probatório dos autos restou constatado que a sua atuação nos fatos narrados na denúncia foi de mero agendamento de uma reunião entre empresários e empresa _________.

Em resumo, não foi produzida nenhuma prova durante a instrução criminal que pudesse dar amparo à pretensão ministerial deduzida na exordial acusatória, principalmente, de qualquer participação do acusado ____________ em qualquer atividade ou conduta criminosa.

Finalizando, Excelência, em caso deste juízo inclinar por entendimento diverso, é inquestionável que nos supositícios fatos articulados na denúncia a atuação do acusado ________, foi de menor relevância, assim sendo o mesmo, no caso de eventual decreto

(34)

condenatório, faz jus ao benefício do § 1º do art. 29 do CP.

Conforme documentação inserta no bojo dos autos, o Acusado, ora, defendente, ocupa cargo de vereador na cidade de ________, onde presta relevantes serviços à sociedade, gozando de respeito e consideração de seus concidadãos, com família regularmente constituída, nunca tendo infringido qualquer norma penal, por mais insignificante que seja.

DO DIREITO

“Um culpado punido é exemplo para os delinquentes Um inocente condenado preocupação para todos homens de bem.” (La Bruyere)

1. Da Atipicidade do Delito de Tráfico de Influência:

Conforme, extemporaneamente levantada questão da atipicidade do crime de tráfico de influência, pelos demais acusados ao tempo do art. 396-A do CPP, é patente a constatação se que a conduta atribuída aos réus, não se amolda ao tipo penal do art. 332 do Código Penal Brasileiro que edita:

Código Penal

Art. 332 - Solicitar, exigir, cobrar ou obter, para si ou para outrem, vantagem ou promessa de vantagem, a pretexto de influir em ato praticado por funcionário público no exercício da função:

Da simples leitura do dispositivo penal ut retro não surge outra conclusão que não seja aquela em o sujeito ativo do referido tipo penal é quem exige, cobra ou obtém a vantagem e não quem a paga.

A peça vestibular, do presente feito, reprisada nos memoriais do MP de fls., afirma que hipoteticamente, o corréu Valdir dos Reis exigiu vantagem pecuniária para si ou pra outrem a pretexto de influir em ato a ser praticado por funcionário público do __, especificamente diante da Secretaria de Transportes, visando favorecer interesses da empresa ___________, na obtenção do serviço de sistema de bilhetagem automática do transporte coletivo do _____.

Se o pagamento da suposta vantagem foi praticado pelo acusado Carlos _______ e os demais acusados, com exceção de _________, supostamente comungavam os mesmos interesses daquele, é imperiosa a ilação de que não podem figurar coautores do delito previsto no art. 332 do Código Penal. Na ótica de Damásio E. de Jesus, tanto quem paga como aqueles que anuem ou colaboram com o pagamento são tidos como vítimas secundárias do delito em questão, pois agem na suposição de estarem realizando um ato de corrupção ativa.

Consoante o entendimento esposado pela melhor doutrina no assunto, o art. 332, do Código Penal, se aperfeiçoa com prática de algum de seus núcleos verbais, que consistem em: solicitar (pedir, rogar, sem imposição), exigir (reclamar, impor, ordenar, não admitindo recusa), cobrar (fazer com que seja pago, insinua a existência de um ajuste prévio) e obter (conseguir, alcançar, ganhar ou atingir)1.

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No mesmo diapasão é o ensinamento de autores consagrados da doutrina penal, como o catedrático mestre Paulo José da Costa Júnior quando leciona:

“O sujeito ativo do crime de exploração de prestígio2 (venditor fumi) poderá ser

qualquer pessoa, como acontece na concussão. Quem promete ou dá a vantagem não é punido por falta de previsão legal. Indiferente que a iniciativa tenha partido ou não do sujeito agente, desde que tenha concordado com a vantagem. De mais a mais, deve-se considerar o comprador de fumaça é vítima de um engano, de um verdadeiro estelionato. É a norma visa impedir o descrédito da administração que não deriva de sua ação mas sim do sujeito agente.”3

Heleno Fragoso, arremata:

“A pessoa que dá ou promete a vantagem ao agente é lesada e será sujeito passivo secundário, embora não aja de boa fé. (não tendo faltado quem pretendesse puni-la também). O lesado estaria eventualmente praticando um crime putativo, que seria o de participação em corrupção ativa.”4

A doutrina penal mais abalizada, de forma uníssona e harmoniosa, esposa o entendimento acima amealhado, conforme pontuam: Cézar Roberto Bittencourt (“Comentários ao Código Penal”, Saraiva, 2005, fls.1113); Alberto Silva Franco e Rui Stoco (“Código Penal e sua interpretação - Doutrina e Jurisprudência”, RT, 8ª Ed., 2007, fls.1553), Magalhães Noronha (“Direito Penal”, Saraiva, 20ª Ed., 1995, V.4, fls.314); dentre outros renomados jurisconsultos.

De igual modo, os nossos Pretórios Superiores têm sufragado o entendimento de que aquele que paga pela vantagem ao “corretor de ilusões”, no crime de tráfico de influência, é sujeito passivo secundário e, portanto, inexiste previsão legal para sua punibilidade pois, embora aja com má fé, atente contra a dignidade da administração pública e milite em desacordo com a ética profissional, sua conduta é atípica, penalmente irrelevante e fora da órbita de repressão penal. Conforme os seguintes arestos:

“PENAL. APELAÇÃO CRIMINAL. TRÁFICO DE INFLUÊNCIA. ARTIGO 332 DO CP. SUJEITO PASSIVO SECUNDÁRIO. ABSOLVIÇÃO MANTIDA.

I - O crime do artigo 332 do CP, tem como sujeito passivo principal o Estado, envolvendo o prestígio e credibilidade da Administração Pública e como sujeito passivo secundário o indivíduo que pretende “comprar” o prestígio que o sujeito ativo diz ter. Para esse sujeito passivo secundário a hipótese é de crime putativo quanto à participação na corrupção ativa.

II - Inobstante a imoralidade da postura de quem procura solucionar seus problemas dessa maneira, esse espúrio modo de agir não está no âmbito da tipicidade dos crimes praticados por particulares contra a Administração Pública. Mantida a absolvição pelo artigo 332 do CP. (Grifei).

III - Imputação pelo crime de quadrilha que fica prejudicada, considerando que a denúncia amparou-a apenas no contexto de tráfico de influência sem delimitação de nenhuma outra sequência de episódios que pudesse compor a elementar numérica do artigo 288 do CP.IV - Recurso ministerial não provido.”5

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“TRÁFICO DE INFLUÊNCIA - Agente que procura empresa contratada pela prefeitura intencionado em receber vantagem para facilitar a liberação da verba - Artigo 332 do Código Penal - Presença dos elementos típicos - Configuração do delito - Bom nome da administração - Sujeito passivo principal do delito - Empresa/Vítima - Sujeito passivo secundário. (Grifei).

Provado que o agente, na qualidade de ex-vereador, procurou a empresa que havia sido contratada pela prefeitura para prestação de serviços, intencionado em receber vantagem, pretendendo intermediar as negociações e “facilitar” a liberação de verba que a mesma teria a receber daquela entidade pública, a pretexto de influir em ato praticado por funcionário público, fica configurado o crime de tráfico de influência tipificado no artigo 332 do Código Penal. Outrossim, não há que se falar em descaracterização do ilícito pelo fato de o réu não ter conseguido iludir a empresa, em razão de a mesma ter obtido seu crédito sem a intervenção do acusado, uma vez que a empresa/vítima é mero sujeito passivo secundário daquele delito, sendo o Estado ou a Administração Pública os verdadeiros titulares do interesse penalmente tutelado. Assim, ainda que a empresa não tenha contado com a efetiva colaboração do réu para o recebimento de seus créditos, inexistindo, portanto, qualquer dano aparente à sua pessoa, o Estado foi lesado, pois inconcebível que o particular, utilizando-se de prestígio decorrente de amizade, parentesco ou camaradagem política, venha a expor a honra e o bom nome da Administração Pública à situação de objeto de mercancia, transformando aquele que o representa em indivíduo passivo de corrupção.”6

“PENAL - Habeas Corpus - Tráfico de influência - art - 332, CP - Vítima - Sujeito passivo secundário - Trancamento ação penal - Inépcia denúncia - Atipicidade da conduta - Extinção da punibilidade - Prescrição da pena in abstrato - Crimes 172 e 299, CP.

I - O ‘comprador de prestígio’, inobstante a imoralidade de sua conduta, é sujeito passivo secundário e não co-autor do crime de tráfico de influência.

II - Ocorrência de prescrição da pena in abstrato, quanto aos crimes previstos nos artigo 172 e 299, CPB.III - Ordem concedida e extinção da punibilidade decretada.”7

Na mesma trilha de entendimento decidiu o Tribunal Regional Federal – TRF 1ªR. na Apelação Criminal Nº 2003.34.00.031124-9/DF., Tribunal de Justiça do Sergipe - TJSEAp. nº 37/2002 - Câmara Criminal - j. 22.06.2004 - rel. Des. Gilson Góis Soares.8

Desse modo Excelência, pelos fundamento ut retro alinhavados, torna-se imperiosa decretação da absolvição do Acusado ______, pela prática do crime de tráfico de influência (art. 332 do CPB), por atipicidade do fato.

2. Da Atipicidade do Delito de Associação Criminosa:

O Ministério Público sustenta em seu memorial de fls. _____ a ocorrência do crime de formação de quadrilha presente no art. 288 do CP, aduzindo, em resumo, que o acusado Carlos ____, supostamente, liderou uma associação criminosa com estabilidade e permanência, de mais de três pessoas, com a finalidade de cometer crimes contra a Administração Pública do _______,

(37)

no âmbito da Secretaria de Transportes. Porém, a prova produzida durante o persecutio criminis in judicio não autoriza o acatamento da pretensão condenatória deduzida pelo parquet.

Sustenta o MP a presença de um delito praticado previsto no artigo 332 e art.288 do CPB com a nova definição dada pela Lei 12.850/2013 não integra o requisito típico “para o fim específico de cometer crimes”. Restando, assim, a existência no plano processual de uma única infração penal (art. 332 do CPB).

Conceitualmente, a nova Lei 12.850/2013, define o crime de associação criminosa “associarem-se mais de três pessoas, para o fim de cometer crimes”.

A nova definição legal guarda as mesmas característica do antigo crime de Bando ou quadrilha que conforme preceitua Nelson Hungria, “à quadrilha ou bando pode ser dada a seguinte definição: reunião estável ou permanente (que não significa perpétua), para o fim de perpetração de uma indeterminada série de crimes. A nota da estabilidade ou permanência da aliança é essencial”9.

Para que se configure o delito asocial criminosa é necessária a conjugação do caráter de estabilidade e permanência da organização com a predisposição à prática de um número indeterminado de crimes. A reunião de três ou mais pessoas para a prática de um único crime, ou mesmo dois, em caráter eventual, não importa no reconhecimento desse crime.

Nesse sentido diz a jurisprudência:

“TJSP: Quadrilha ou bando. Descaracterização. Associação que teve caráter transitório. Ausência de permanência e estabilidade da associação criminosa, não passando de um isolado concurso de agentes. (...) O certo é que o bando ou quadrilha, como delito autônomo, só se corporifica quando os membros do grupo formam uma associação organizada e estável, com programas preparados para a prática de crimes, com a adesão de todos, de modo reiterado” (RT 721/423)

“TJSC: Para a tipificação do delito de quadrilha ou bando, não basta a reunião, de mais de três pessoas para a execução de um ou mais crimes. Mister que, além desta reunião, ocorra um vínculo associativo permanente para fins criminosos, uma predisposição comum de meios para a prática de uma série indeterminada de delitos e uma contínua violação entre os associados para a concretização de um programa delinquencial” (JCAT 76/654)

“TJMG: Se a associação se deu para a prática de um crime ocasional e não para a formação de um grupo permanente, não se concretiza formação de quadrilha” (RT 684/350)

“TJSC: Quadrilha ou bando. Descaracterização. Associação que visava à realização de um determinado crime. Absolvição com fulcro no art. 386, III, do CPP (...) Não há falar em crime de quadrilha quando o acordo é realizado para a prática de um só delito. (...) A associação para cometimento de determinado delito, antes individuado - ainda que se trate de crime de sequestro - caracteriza apenas mera conduta de co-delinquência, impunível autonomamente” (RT 725/651).

“TJSC: Crime de quadrilha. Associação destinada ao cometimento de apenas de apenas um crime. Inconfiguração do delito. Absolvição decretada. Sentença

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reformada. Não há falar em crime de quadrilha quando o acordo é realizado para a prática de um só delito” (JCAT 75/577).

Não há dentro do cartapácio judicial, prova da existência de um vínculo associativo de caráter estável e permanente com a finalidade de praticar um número indeterminado de crimes. Tanto o é que o Órgão Ministerial empolgou a instauração da presente ação penal imputando aos réus a violação de um único dispositivo legal integralizado na descrição típica do art. 332, do Código Penal.

Dessa forma, não estão presentes os elementos da definição legal para a configuração do crime de formação de “associação criminosa” (antigo bando e quadrilha”, primeiro: não há pluralidade de crimes; segundo: não existe prova da união mediante vínculo estável e duradouro com o fim de praticar infrações penais. Assim, não há que se falar da existência do delito previsto no art.288 do CP, ficando a conduta atribuída aos réus fora de sua tipicidade penal, impondo-se suas absolvições, nos termos do art.386 do CPP, como melhor forma de restabelecer o império do Direito, da Lei e da Justiça.

Examinando o crime sob um ângulo estritamente técnico e formal, em sua aparência mais evidente de oposição a uma norma jurídica, várias definições podem ser lembradas: toda conduta que a lei proíbe sob a ameaça de uma pena (Carmingnani); fato a que a lei relaciona a pena, como consequência de Direito (Von Liszt); toda ação legalmente punida (Maggiore); fato jurídico com que se infringe um preceito jurídico de sanção específica, que é a pena (Manzini).

Estas definições, porém, são insuficientes para a dogmática penal moderna, que necessita colocar mais à mostra os aspectos essenciais ou elementos estruturais do conceito de crime. Daí, dentre as definições analíticas que têm propostas por importantes penalistas a mais aceitável, atualmente, é a que considera o fato-crime: uma ação (conduta) típica (tipicidade), ilícita ou antijurídica (ilicitude) e culpável (culpabilidade). (esta definição é adotada por Aníbal Bruno, Magalhães Noronha, Heleno Fragoso, Wessels, Baumann, etc.).

De forma mais singela, a concepção de crime exige prova absoluta e incontestável de uma conduta violadora da norma penal que atente de forma significativa e suficiente para repercutir contra a ordem social ou administrativa. O que vale dizer comprometa de tal forma que exija a aplicação da pena correspondente.

Conforme a melhor doutrina, para as configurações dos crimes contidos na denúncia, exige-se uma ação positivada para a realização dos núcleos verbais contidos em suas respectivas descrições típicas. Sendo assim, a acusação oficial não se desincumbiu do ônus processual de provar a realização, por parte do acusado, _______ da Silva, ora defendente, da conduta descrita no tipo penal do art. 332 e 288, ambos do Código Penal.

Desta forma, as condutas descritas na denúncia tipicamente definidas sob os rótulos de

tráfico de influência e formação de quadrilha, não restaram provadas em nenhum elemento colacionado durante a persecutio criminis in juditio que pudesse ancorar ou servir de fundamento para eventual sentença condenatória impondo-se, deste modo, a absolvição do acusado nos termos do art. 386, VII do Código de Processo Penal.

A Constituição Federal assegura o princípio da presunção de inocência, figurando, agora, verdadeiro direito público subjetivo constitucional do acusado. O ônus da prova da ocorrência do crime cabe ao órgão da acusação. Não logrando obter êxito, a absolvição torna-se imperativo de ordem pública.

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e nada conseguiu provar durante a instrução criminal, situação inaceitável no processo penal, onde a condenação exige a certeza inabalável da culpabilidade do réu.

Quando se tem presente, salientou Malatesta, que a condenação não pode basear-se senão na certeza da culpabilidade, logo se vê que a credibilidade razoável - também mínima - da inocência, sendo destrutiva da certeza da culpabilidade, deve, necessariamente, conduzir à absolvição. É o ensinamento do mestre peninsular:

“O direito da sociedade só se afirma racionalmente como direito de punir o verdadeiro réu; e para o espírito humano só é verdadeiro o que é certo; por isso, absolvendo em caso de dúvida razoável, presta-se homenagem ao direito do acusado, e não se oprime o da sociedade. A pena que atingisse um inocente perturbaria a tranqüilidade social, mais do que teria abalado o crime particular que se pretendesse punir; porquanto todos se sentiriam na possibilidade de serem, por sua vez, vítimas de um erro judiciário. Lançai na consciência social a dúvida, por pequena que seja, da aberração da pena, e esta não será mais a segurança dos honestos, mas a grande perturbadora daquela mesma tranquilidade para cujo restabelecimento foi constituída; não será mais a defensora do direito, e sim a força imane que pode, por sua vez, esmagar o direito indébil”10

Consoante magistério iluminado do jurista Ricardo Jacobsen Gloeckner:

“A natureza da presunção de inocência é de verdadeiro direito fundamental do acusado, que significa a não possibilidade de condenação do mesmo se não houver prova robusta de sua culpabilidade”. 11 (...) “Em nenhum momento processual poderá

imputar-se ao acusado, cargas processuais, diante do princípio da presunção de inocência. Em caso contrário, uma tese, por exemplo, acerca da negativa de autoria de um delito, conduziria à necessidade da prova por parte do réu desta circunstância, como se verifica na jurisprudência majoritária do Brasil. Se tal tese defensiva não se comprova, a carga processual continua nas mãos do autor”. 12

Arremate-se com a velha e atualíssima lição do esteio mestre da escola penal italiana, representa pelo insuperável CARRARA, que assim ensina com luminescência:

“O processo penal é o que há de mais sério neste mundo. Tudo nele deve ser claro como a luz, certo como a evidência, positivo como qualquer grandeza algébrica. Nada de ampliável, de pressuposto, de anfibológico. Assente o processo na precisão morfológica legal e nesta outra precisão mais salutar ainda: a verdade sempre desativada de dúvidas”.

Na mesma trilha é o brilhante ensinamento de Heleno Cláudio Fragoso, que obtempera: a condenação exige certeza e não basta a alta probabilidade, que é apenas um juízo de nossa mente em torno da existência de certa realidade13. Mesmo a íntima convicção do juiz, como

sentimento de certeza, sem o concurso de dados objetivos, não é verdadeira a própria certeza, mas simples crença, conforme a ponderação de Sabatini, citado pelo mestre Heleno Fragoso.

Assim, a condenação somente será admitida quando o exame sereno da prova conduzir a exclusão de todo motivo para duvidar.

Referências

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