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Alegações Finais por Memorial – Porte Ilegal de Arma de Uso Proibido

EXMO. SR. DR. JUIZ DE DIREITO DA COMARCA DE ... . RÉU PRESO - URGENTE

Protocolo ...

Alegações Finais Por Memorial

... , já qualificado, nos autos da ação penal que lhe move a justiça pública desta comarca, via de advogado in fine assinado, permissa máxima vênia, vem perante a conspícua e preclara presença de Vossa Excelência, em tempo do artigo 403, do Código de Processo Penal, com a redação que lhe deu a Lei 11.719/2008, apresentar

ALEGAÇÕES FINAIS POR MEMORIAL

face aos fatos, razões e fundamentos a seguir perfilados;

SÍNTESE DOS FATOS

O Ministério Público aportou nos cancelos deste Juízo, ação penal em desfavor do Acusado, imputando-lhe a prática delituosa inserta na norma proibitiva do artigo 14, da Lei 10.826/2003, se propondo, na proemial acusatória, provar durante o persecutio criminis in judicio a prática dos seguintes fatos in verbis as fls. 02/03:

“consta do incluso inquérito policial, que no dia ..., por volta das ... horas, na Rua ... Bairro ..., nesta cidade, o denunciado portava arma de fogo, de uso permitido, sem autorização e em desacordo com determinação legal ou regulamentar, consistente em um revolver marca ..., calibre ..., talas de madeira, sem numero de identificaçao e 10 (dez) munições intactas, conforme Termo de Exibição Apreensão de fls. ....

Segundo o procedimento investigatório, no dia e hora acima mencionados, a Sra. ..., esposa do denunciado, temendo eventual atitude agressiva por parte deste, que vinha a ameaçando de morte, ao perceber a sua presença nas proximidades de sua residência acionou a policia militar, que por sua vez, se dirigiu ao referido local. Sendo que, o denunciado ao verificar a aproximação dos policiais militares, jogou a aludida arma de fogo, em baixo do veiculo de sua propriedade, a qual foi devidamente apreendida pelos policiais militares.

Consta ainda, que a policia militar ao proceder na busca pessoal no denunciado encontrou em seu poder, 01 (um) par de algemas e cinco munições calibre ...., consoante Termo de Exibição e Apreensão de fls. ...

Diante do exposto, o denunciado ... incorreu nas penas do art. 14 (conduta portar) da Lei 10.826/03, pelo que se requer, seja o mesmo citado, interrogado e processado pelo rito pertinente e, confirmada esta, condenado na forma da lei.”

A instrução criminal transcorreu na forma preconizada pela legislação vigente, tendo ao tempo do art. 499, do CPP, o Órgão de Acusação Oficial, aditado a denúncia, modificando a imputação original, para o art. 16, do mesmo Codex, em função da arma apreendia estar com a numeração raspada.

É de se observar que embora o Acusado tenha respondido por vários TCOs. na comarca de ..., conforme demonstram os IACs., de fls. ..., trata-se de pessoa que exerce profissão lícita, vez que é comerciante naquela urbe, com excelente conduta social, possui residência fixa, com família regularmente constituída, conforme noticiam a documentação acostado nos autos ..., (fls. ...), em apenso, não havendo nenhuma ordem judicial restritiva de seu

status libertatis, que poderia constituir óbice para o restabelecimento de sua liberdade, além do que é acadêmico do curso de Direito na Faculdades Integradas ...

DO DIREITO

Por imposição legal, e que não ocorra violação da Súmula 523, do STF, a defesa técnica do Acusado, protesta pela edição de decreto absolutório nos termos do art. 386, VII do CPP, pelos seguintes motivos.

A Acusação Oficial alicerçou seu pedido de condenação, em suas alegações derradeiras de fls., única e exclusivamente nos depoimentos da esposa do réu, que notoriamente é sua desafeta em virtude do rompimento da relação conjugal e fugurar como suporta vítima em outra ação penal andamento nesta Corte, constituindo, assim, prova inidônea para sustentar eventual decreto condenatório.

Além do mais, nossos tribunais pátrios tem repudiado a adoção dos depoimentos de policiais que efetuaram a prisão como razão de decidir, vez que representam apenas uma forma de justificar suas atuações arbitrárias, como ocorreu no presente feito.

Justamente porque carece o inquérito do contraditório penal, nenhuma validade tem, para amparar um decreto condenatório, por colocar em ângulo sombrio o princípio do contraditório e por transportar, para a fase judicial, a feição inquisitiva do caderno administrativo, onde o depoimento foi carreado sem o descortino da defesa do acusado.

“INSUFICIÊNCIA DOS ELEMENTOS DO INQUÉRITO PARA LASTREAR CONDENAÇÃO. POR VEEMENTES QUE SEJAM. Por mais veementes que sejam os elementos constantes do inquérito, tão só nos mesmos não pode basear-se sentença condenatória e. pois fugiria ao contraditório, assegurado por princípio constitucional” (Ac. un. de 6.7.78 da 4º Câm., na Ap. n 178.595, de Guarulhos, Rel. SILVA LEME, que no aresto remarcou: - remansosa nesse passo a jurisprudência (RT

369/70; 479/359; 448/334; 436/378; 426/395; 397/278; 393/343; 386/249; 360/241; 356/93; 350/342; 305/ 463; RF 175/336; 135/438, etc.(“Apud” rolo n 146. flash nº 318, do serviço de microfilmagem ‘ do TACRIM-SP).

“ O inquérito policial é peça meramente informativa, destinada, apenas, a autorizar o exercício da ação penal. Não pode servir, por si só, de alicerce à sentença condenatória, pois viria infringir o princípio do contraditório, garantia constitucional.” (Ac. un. da 4ª. Câm., de 1°.-9-77, na Ap. n.° 165.733, de São Paulo, rel. GONÇALVES SOBRINHO. “Apud” rolo n.° 128, flash n° 135, do serviço de microfilmagem do Trib. de Alçada Criminal de São Paulo)”

Caso prevaleça no espírito de Vossa Excelência o entendimento de que o acusado deva ser condenado, é indeclinável a conclusão de que, o mesmo preenche todos os requisitos para exercer o direito de recorrer em liberdade, uma vez que demonstrou através da juntada de vasta documentação, que embora tenha antecedentes judiciais de pequeno porte, regulados pela Lei 9.099/95, é pessoa trabalhadora, com residência fixa, estudante do curso de direito, com família regularmente constituída, sendo que sua liberdade não importará em prejuízo da harmonia social.

É neste mesmo sentido que se posicionam nossos mais elevados Tribunais Pátrios, consoante os seguintes arestos:

“PROCESSUAL PENAL – HABEAS CORPUS – ART. 10, CAPUT, DA LEI Nº 9.437/97 – DIREITO DE APELAR EM LIBERDADE – ART. 594 DO CPP – FALTA DE DEMONSTRAÇÃO DAS HIPÓTESES DO ART. 312 DO CPP – O direito do réu de apelar em liberdade, assegurado pelo art. 594 do CPP, não lhe pode ser denegado, se permaneceu solto durante a instrução criminal e não evidenciadas qualquer das hipóteses previstas no art. 312 do CPP, quando da prolação da r. Sentença condenatória. (Precedentes). Writ concedido.” (STJ – HC 32000 – SP – 5ª T. – Rel. Min. Felix Fischer – DJU 31.05.2004 – p. 00336)

“PROCESSUAL PENAL – RECURSO ORDINÁRIO EM HABEAS CORPUS – ART. 121, § 2º, INCISO IV, DO CÓDIGO PENAL – DIREITO DE APELAR EM LIBERDADE – ART. 594 DO CPP – FALTA DE DEMONSTRAÇÃO DAS HIPÓTESES DO ART. 312 DO CPP – CRIME CLASSIFICADO COMO HEDIONDO – I - O direito do réu de apelar em liberdade, assegurado pelo art. 594 do CPP, não lhe pode ser denegado, se permaneceu solto durante a instrução criminal e não evidenciadas qualquer das hipóteses previstas no art. 312 do CPP, quando da prolação da r. Sentença condenatória. (Precedentes). II - Ainda que se trate de condenação por crime classificado como hediondo, a negativa do direito de apelar em liberdade exige motivação concretamente vinculada, não sendo por si só suficiente a mera alegação genérica de que se trata de delito equiparado a hediondo. Recurso provido.” (STJ – RHC 15729 – SP – 5ª T. – Rel. Min. Felix Fischer – DJU 31.05.2004 – p. 00329) JCP.121 JCP.121.2.IV JCPP.594 JCPP.312)”

EX POSITIS,

espera o Acusado, ..., ora defendente, sejam as presentes alegações finais de defesa recebidas, vez que tempestivas e próprias, para final julgar improcedente a denúncia, com sua consequente absolvição, nos termos da legislação pertinente, pois desta forma Vossa Excelência, estará editando decisório carregado de equidade, restabelecendo o império da Lei, do Direito de Excelsa JUSTIÇA.

LOCAL E DATA.

___________________________ OAB

Alegações Finais por Memorial – Roubo – Falta de Reconhecimento

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