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Otimização de algoritmos de localização em redes de sensores sem fio

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PROGRAMA DE POS

´

-

GRADUAC

¸ ˜

AO EM ENGENHARIA ELETRICA

´

Cr´ıstian M¨uller

OTIMIZAC

¸ ˜

AO DE ALGORITMOS DE

LOCALIZAC

¸ ˜

AO EM REDES DE SENSORES SEM

FIO

Florian´opolis

2019

(2)
(3)

OTIMIZAC

¸ ˜

AO DE ALGORITMOS DE LOCALIZAC

¸ ˜

AO EM REDES DE SENSORES SEM FIO

Tese submetida ao Programa de P´os-Graduac¸˜ao em Engenharia El´etrica para a obtenc¸˜ao do Grau de Doutor em Engenharia El´etrica.

Orientador: Prof. Bartolomeu Ferreira Uchˆoa Filho, Ph.D.

Florian´opolis

2019

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através do Programa de Geração Automática da Biblioteca Universitária da UFSC.

Müller, Crístian

Otimização de Algoritmos de Localização em Redes de Sensores Sem Fio / Crístian Müller ; orientador, Bartolomeu Ferreira Uchôa Filho, 2019.

134 p.

Tese (doutorado) - Universidade Federal de Santa Catarina, Centro Tecnológico, Programa de Pós

Graduação em Engenharia Elétrica, Florianópolis, 2019. Inclui referências.

1. Engenharia Elétrica. 2. Redes de Sensores Sem Fio. 3. Algoritmos de Localização. 4. Multilateração. 5. RSSI. I. Uchôa Filho, Bartolomeu Ferreira. II. Universidade Federal de Santa Catarina. Programa de Pós-Graduação em Engenharia Elétrica. III. Título.

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Primeiramente e especialmente, esta Tese ´e dedicada a minha es-posa Sueli que me encorajou e motivou a seguir em frente sempre.

Tamb´em gostaria de expressar os meus mais sinceros agradeci-mentos ao Prof. Bartolomeu, quem n˜ao s´o me orientou e me ensinou, mas foi um amigo sempre disposto a ajudar quando fosse necess´ario. Certamente sem todo seu apoio esta Tese n˜ao teria se concretizado.

Por fim agrade¸co aos meus pais, demais familiares e amigos que sempre me apoiaram.

(8)
(9)

Devido `a sua versatilidade, as redes de sensores sem fio (RSSF) est˜ao presentes em diversas aplicac¸˜oes como monitoramento ambiental e domi-ciliar, cobrindo tamb´em as ´areas de medicina e militar, entre outras. Atu-almente, as RSSF est˜ao se tornando pilares para abordagens tecnol´ogicas mais abrangentes como Internet das Coisas, Smart Grid e Smart Cities. Sabe-se que a localizac¸˜ao dos nodos ´e uma tarefa essencial em muitas aplicac¸˜oes, seja para identificar locais de medic¸˜ao ou auxiliar no rotea-mento eficiente de dados pela rede. Contudo, a utilizac¸˜ao de m´odulos de posicionamento global em todos os nodos constituintes da rede n˜ao ´e vi´avel devido ao seu custo e consumo de energia, uma vez que estes nodos possuem severas limitac¸˜oes de capacidade de processamento, armazena-mento, transmiss˜ao de dados e fornecimento de energia. Desse modo, geralmente apenas alguns nodos da rede, chamados de nodos ˆancora, pos-suem o conhecimento de suas posic¸˜oes reais, e os demais s˜ao localizados atrav´es de algoritmos de localizac¸˜ao. Dento destes contexto, nessa tese ´e apresentada uma t´ecnica para melhorar as caracter´ısticas de precis˜ao e custo computacional de algoritmos que determinam a posic¸˜ao dos no-dos atrav´es da estimac¸˜ao das distˆancias, em relac¸˜ao aos nono-dos ˆancora, com base na informac¸˜ao da potˆencia do sinal recebido. Esta t´ecnica consiste em um m´etodo de otimizac¸˜ao baseado no m´etodo do gradiente descendente para resolver um problema espec´ıfico de m´ınimos quadra-dos. Ent˜ao, ap´os an´alises por simulac¸˜oes computacionais e experimentos, percebeu-se que em situac¸˜oes pr´aticas o m´etodo proposto possui melho-res caracter´ısticas de convergˆencia e, por consequˆencia, melhor precis˜ao na localizac¸˜ao e menor custo computacional que o algoritmo de Gauss-Newton, o qual ´e o mais utilizado na literatura para este fim. Assim, nesta tese contribuiu-se para a obtenc¸˜ao de algoritmos de localizac¸˜ao mais ro-bustos e eficientes.

Palavras-chave: Redes de Sensores Sem Fio, Algoritmos de Localizac¸˜ao, Multilaterac¸˜ao, RSSI.

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Due to their versatility, wireless sensor networks (WSN) are present in several applications such as environmental and home monitoring, also covering medical and military areas, among others. Nowadays, WSN are becoming a key infrastructure for more comprehensive technological approaches such as the Internet of Things, Smart Grid and Smart Cities. It is known that node location is an essential task in many applications, either to identify measurement sites or to assist efficient data routing over a network. However, the use of global positioning modules in all network nodes is not feasible because of their cost and power consumption, since these nodes have severe limitations of processing, storage, data transmis-sion and power supply capacity. In this way, usually only a few nodes, called anchor nodes, of the network have knowledge of their real posi-tions and the others are located through localization algorithms. In this context, this dissertation proposes a technique is presented to improve the accuracy and computational cost of localization algorithms that deter-mine the position of the nodes by estimating their distances to the anchor nodes based on the received signal power. This technique consists of an optimization method based on the descending gradient method to solve a specific least squares problem. Then, through computational simulations and experiments, it was realized that in practical situations the proposed method presents better convergence characteristic and, as a consequence, better location precision and less computational effort than the Gauss-Newton algorithm, which is the most widely used in the literature for this purpose. Thus, this dissertation contributes to obtain more robust and efficient localization algorithms.

Keywords: Wireless Sensor Networks, Location Algorithms, Mul-tilateration, RSSI.

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(13)

Figura 1 – Arquitetura b´asica de um nodo constituinte de uma RSSF. 26

Figura 2 – Exemplo de topologia de uma RSSF. . . 26

Figura 3 – Exemplo de execuc¸˜ao do algoritmo de localizac¸˜ao

Cen-troid. . . 32

Figura 4 – Trajeto para contagem dos saltos entre o nodo

desco-nhecido e os nodos ˆancora. . . 35

Figura 5 – Exemplo de trilaterac¸˜ao com estimativas de distˆancia

ideais. . . 35

Figura 6 – Exemplo de triangulac¸˜ao. . . 36

Figura 7 – Tarefas realizadas pelos nodos durante o processo de

localizac¸˜ao. . . 41

Figura 8 – Exemplo de multilaterac¸˜ao com quatro nodos ˆancora. . 43

Figura 9 – Exemplificac¸˜ao do modelo log-normal com

sombrea-mento. . . 45

Figura 10 – Efeito da variac¸˜ao na potˆencia recebida na estimac¸˜ao

da distˆancia. . . 46

Figura 11 – Fator de erro versus desvio padr˜ao. . . 47

Figura 12 – Exemplo de problema de convergˆencia com o AGN. . . 60

Figura 13 – Avaliac¸˜ao do comportamento dos vetores gradientes

considerando ponderac¸˜oes unit´arias. . . 63

Figura 14 – Avaliac¸˜ao do comportamento dos vetores gradientes

considerando ponderac¸˜oes n˜ao unit´arias. . . 64

Figura 15 – Cen´ario simulado. . . 66

Figura 16 – N´umero m´edio de iterac¸˜oes para convergˆencia versus β . 68

Figura 17 – Taxa de erro de convergˆencia versus fator de erro. . . . 69

Figura 18 – N´umero m´edio de iterac¸˜oes versus fator de erro. . . 70

Figura 19 – Erro de localizac¸˜ao m´edio versus fator de erro. . . 71

Figura 20 – Modelo do ambiente experimental implementado. . . . 74

Figura 21 – Componentes utilizados para a construc¸˜ao de cada nodo. 76

Figura 22 – Topologia de rede adotada. . . 76

Figura 23 – Pedestais utilizados para elevar os nodos e o circuito

(14)

S2C) e o IEEE 802.11.b (Wi-Fi). . . 78

Figura 25 – Suporte projetado para rotacionar um nodo.. . . 83

Figura 26 – Realizac¸˜ao do teste que avalia a influˆencia do ˆangulo de transmiss˜ao/recepc¸˜ao do sinal. . . 85

Figura 27 – Medic¸˜ao da energia dos canais no primeiro cen´ario uti-lizado. . . 86

Figura 28 – RSSI versus ˆangulo do nodo. . . 88

Figura 29 – RSSI versus distˆancia. . . 89

Figura 30 – Variac¸˜ao m´edia dos valores de RSSI normalizados com relac¸˜ao ao ˆangulo de 0º. . . 90

Figura 31 – LQI e PRR versus distˆancia.. . . 91

Figura 32 – Realizac¸˜ao do teste que avalia a influˆencia da altura dos nodos na medic¸˜ao de RSSI. . . 92

Figura 33 – RSSI versus distˆancia. . . 93

Figura 34 – LQI e PRR versus distˆancia.. . . 94

Figura 35 – Aproximac¸˜ao log-normal das medic¸˜oes de RSSI. . . 95

Figura 36 – Cen´ario considerado para avaliac¸˜ao o comportamento do RSSI em um ambiente interno.. . . 97

Figura 37 – Medic¸˜ao da energia dos canais no segundo cen´ario uti-lizado. . . 98

Figura 38 – Medic¸˜ao da energia dos canais versus tempo. . . 100

Figura 39 – RSSI versus distˆancia. . . 101

Figura 40 – Aproximac¸˜ao log-normal das medic¸˜oes de RSSI. . . 102

Figura 41 – Cen´ario utilizado para avaliar o m´etodo de otimizac¸˜ao proposto. . . 103

Figura 42 – Medic¸˜ao da energia dos canais no terceiro cen´ario con-siderado. . . 104

Figura 43 – RSSI versus posic¸˜ao do nodo m´ovel. . . 105

Figura 44 – Sequˆencia de posic¸˜ao nas quais foram realizadas as medic¸˜oes de RSSI. . . 106

Figura 45 – RSSI versus distˆancia. . . 107

Figura 46 – LQI e PRR versus distˆancia.. . . 108

(15)

Figura 49 – Posic¸˜oes reais e estimadas pela func¸˜ao fminsearch. . . . 113 Figura 50 – Posic¸˜oes estimadas pela func¸˜ao fminsearch, m´etodo

pro-posto e AGN. . . 114

Figura 51 – Primeira abordagem para o aprimoramento da estimac¸˜ao das distˆancias entre os nodos considerando a reduc¸˜ao

da altura dos nodos ˆancora. . . 115

Figura 52 – Segunda abordagem para aprimoramento da estimac¸˜ao das distˆancias entre os nodos considerando uma aproximac¸˜ao

polinomial.. . . 116

Figura 53 – Posic¸˜oes reais e estimadas pela func¸˜ao fminsearch, con-siderando as distˆancias estimadas exibidas nas

Figu-ras 51 e 52.. . . 118

Figura 54 – Posic¸˜oes estimadas pela func¸˜ao fminsearch, m´etodo pro-posto e AGN, considerando as distˆancias estimadas

(16)
(17)

Tabela 1 – Estimativa do n´umero de operac¸˜oes de cada m´etodo de

otimizac¸˜ao.. . . 58

Tabela 2 – Comparac¸˜ao dos m´etodos de otimizac¸˜ao tendo por base

as distˆancias estimadas exibidas na Figura 48(b). . . 111

Tabela 3 – Comparac¸˜ao dos m´etodos de otimizac¸˜ao tendo por base

(18)
(19)

RSSF Redes de Sensores Sem Fio. . . 21

DSN Distributed Sensor Networks. . . 21

DARPA Defense Advanced Research Projects Agency. . . 21

MEMS Microelectromechanical Systems. . . 21

RF Radiofrequˆencia. . . 21

IoT Internet of Things. . . 22

GNSS Global Navigation Satellite System. . . 22

RSSI Receive Signal Strength Indicator. . . 23

MANETS Mobile Ad-hoc Networks. . . 28

AOA Angle of Arrival. . . 35

TOF Time of Flight. . . 36

AGN Algoritmo de Gauss-Newton. . . 39

MGD M´etodo do Gradiente Descendente. . . 40

LLS Linear Least Squares. . . 48

WNLS Weighted Nonlinear Least Squares. . . 48

ML Maximum Likelihood. . . 48

NMI N´umero M´edio de Iterac¸˜oes. . . 67

ELM Erro de Localizac¸˜ao M´edio. . . 69

LQI Link Quality Indicator. . . 73

ED Energy Detect. . . 77

LQI Link Quality Indicator. . . 77

SNR Signal-to-Noise Ratio. . . 78

API Application Programming Interface. . . 81

(20)
(21)

1 INTRODUC¸ ˜AO . . . 21

1.1 Objetivos. . . 23

1.2 Estrutura do Documento . . . 24

2 ALGORITMOS DE LOCALIZAC¸ ˜AO PARA RE-DES DE SENSORES SEM FIO . . . 25

2.1 Introduc¸˜ao. . . 25

2.2 Redes de Sensores Sem Fio . . . 25

2.3 Algoritmos de Localizac¸˜ao para RSSF . . . 28

2.3.1 Classificac¸˜ao dos Algoritmos de Localizac¸˜ao . . . . 29

2.3.2 Exemplos de Algoritmos de Localizac¸˜ao . . . 32

2.4 Conclus˜oes do Cap´ıtulo. . . 37

3 M ´ETODO OTIMIZAC¸ ˜AO PROPOSTO . . . 39

3.1 Introduc¸˜ao. . . 39

3.2 Multilaterac¸˜ao em Algoritmos de Localizac¸˜ao . . . 40

3.3 M´etodo de Otimizac¸˜ao Proposto . . . 59

3.4 Simulac¸˜oes Computacionais . . . 65

3.5 Conclus˜oes do Cap´ıtulo. . . 70

4 AN ´ALISE EXPERIMENTAL . . . 73

4.1 Introduc¸˜ao. . . 73

4.2 Ambiente experimental desenvolvido . . . 73

4.3 Realizac¸˜ao dos testes pr´aticos . . . 83

4.3.1 Cen´ario 1 . . . 84

4.3.2 Cen´ario 2 . . . 96

4.3.3 Cen´ario 3 . . . 102

4.4 An´alise do m´etodo de otimizac¸˜ao proposto a partir dos dados experimentais . . . 109

4.5 Conclus˜oes do Cap´ıtulo. . . 119

(22)

5.2 Contribuic¸˜oes . . . 123

5.3 Artigos publicados . . . 123

5.4 Trabalhos futuros . . . 124

(23)

1 INTRODUC¸ ˜AO

O conceito inicial das Redes de Sensores Sem Fio (RSSF) sur-giu por volta da d´ecada de 1980 com a cria¸c˜ao do projetoDistributed Sensor Networks(DSN) pela DARPA (do inglˆesDefense Advanced Re-search Projects Agency) [1]. O objetivo do projeto DSN era criar uma rede, com muitos n´os sensores autˆonomos de baixo custo e distribu´ıdos espacialmente, por onde informa¸c˜oes seriam roteadas at´e chegar ao n´o que faria o melhor uso delas. Por´em, devido `as limita¸c˜oes tecnol´ogicas da ´epoca, muitos dos conceitos inovadores da DSN levariam pelo menos mais duas d´ecadas para poderem ser vi´aveis, sendo que neste per´ıodo as aplica¸c˜oes concentravam-se na ´area militar, como monitoramento de amea¸cas e controle de armas.

A partir dos anos 2000, com o persistente crescimento da capa-cidade de integra¸c˜ao de circuitos eletrˆonicos em sil´ıcio [2], tornou-se poss´ıvel criar sistemas embarcados com capacidades de processamento e comunica¸c˜ao sem fio muito al´em do que imaginava-se ser poss´ıvel. Associando isto com a tamb´em crescente evolu¸c˜ao dos Microelectrome-chanical Systems (MEMS) [3], permitiu-se a cria¸c˜ao de n´os sensores, tamb´em chamados de nodos, muito semelhantes aos que conhecemos hoje em dia. De modo geral, pode-se dizer que nodos s˜ao sistemas embarcados compostos por sensores, microcontrolador, circuito de ra-diofrequˆencia (RF) e bateria. Destaca-se que a miniaturiza¸c˜ao dos no-dos chegou ao seu limite atrav´es da tecnologiaSmart Dust[4], na qual um nodo teria alguns mil´ımetros de tamanho, atrav´es da integra¸c˜ao de todo o sistema em uma ´unica pastilha de sil´ıcio, e possuiria senso-res, comunica¸c˜ao ´optica e fornecimento de energia por c´elulas solares. Assim, percebe-se que as ´areas de conhecimento envolvidas no desen-volvimento de um nodo e, por consequˆencia, de uma rede de nodos s˜ao v´arias, resultando em uma alta complexidade de projeto e execu¸c˜ao.

Apesar da complexidade envolvendo o conceito das RSSF, a sua vasta gama de aplica¸c˜oes fez com que o seu desenvolvimento n˜ao pa-rasse, conforme destacado em [5], no qual a tecnologia de RSSF foi considerada como uma das 21 mais importantes do s´eculo 21. Algumas

(24)

das principais aplica¸c˜oes destacadas no in´ıcio dos anos 2000, conforme [6, 1,7], s˜ao: militares, infraestrutura para seguran¸ca, monitoramento domiciliar e do meio-ambiente, sensoriamento industrial, controle de tr´afego, hospitalares, minera¸c˜ao, integridade de estruturas como pon-tes e edif´ıcios, entre v´arias outras. Atualmente, as RSSF est˜ao sendo integradas como elementos fundamentais em conceitos ainda mais am-plos comoInternet of Things(IoT) [8],Smart Grid[9] eSmart Cities[10]. Dentre os principais prop´ositos destes novos conceitos, pode-se desta-car o de melhorar a qualidade de vida e facilitar o controle e economia de recursos, tendo como exemplos o controle do tr´afego, da qualidade do ar, do consumo de ´agua e de energia el´etrica, e assim por diante.

Dentre as v´arias tarefas que devem ser exercidas por uma RSSF, uma muito importante ´e a obten¸c˜ao da localiza¸c˜ao dos nodos consti-tuintes da rede. O conhecimento desta localiza¸c˜ao, al´em de ser ne-cess´ario para muitas aplica¸c˜oes, como monitoramento do meio ambi-ente, tamb´em pode ser importante para a economia de energia, o ro-teamento de pacotes e o aumento da seguran¸ca da rede [11]. Em um primeiro momento, a maneira mais simples de se obter esta informa¸c˜ao ´e atrav´es da inser¸c˜ao de m´odulos GNSS (do inglˆes Global Navigation Satellite System) nos nodos. Por´em, esta solu¸c˜ao n˜ao ´e poss´ıvel em regi˜oes encobertas como, por exemplo, em edifica¸c˜oes, no subterrˆaneo ou em matas densas, devido `a necessidade de comunica¸c˜ao com sat´elites [12,13]. Al´em disso, conforme j´a destacado em [14], o uso destes dispo-sitivos acarreta em um consider´avel aumento do pre¸co e no consumo de energia dos nodos, o que inviabiliza a sua utiliza¸c˜ao em larga escala, e isto continua v´alido nos dias de hoje [15,16,17]. Por este motivo, uma s´erie de algoritmos de localiza¸c˜ao, ver por exemplo [18,19,14,20,21], foram propostos com o objetivo de localizar os nodos de uma RSSF, sendo que possuir o conhecimento pr´evio de sua localiza¸c˜ao ´e um pri-vil´egio de apenas alguns poucos nodos, os quais s˜ao chamados de nodos ˆ

ancora.

Os algoritmos de localiza¸c˜ao geralmente s˜ao classificados em dois grupos [13]: o range-free e o range-based. As abordagens range-free

(25)

chama-dos de nochama-dos desconhecido, possuem apenas a informa¸c˜ao de estarem ou n˜ao conectados com outros nodos ˆancora ou nodos desconhecido. Considera-se que dois nodos est˜ao conectados quando eles conseguem trocar mensagens entre si, pelo meio de comunica¸c˜ao sem fio, com uma alta taxa de sucesso. Em [14, 20] s˜ao apresentados dois dos algorit-mos de localiza¸c˜ao range-free mais conhecidos, sendo caracterizados pela sua simplicidade e baixa precis˜ao na localiza¸c˜ao. Deste modo, quando deseja-se uma maior precis˜ao na localiza¸c˜ao, deve-se optar por abordagensrange-based, nas quais os nodos desconhecido conseguem obter, por exemplo, estimativas de distˆancia [19,18,21] ou ˆangulo [22] em rela¸c˜ao aos nodos ˆancora, podendo-se assim estimar sua posi¸c˜ao por meio da trilatera¸c˜ao ou triangula¸c˜ao, respectivamente. Dentre as abordagensrange-based, as baseadas no RSSI (do inglˆesReceive Signal Strength Indicator) se destacam sobre as demais pelo fato de que esta in-forma¸c˜ao geralmente ´e obtida automaticamente pelos m´odulos de r´adio presentes nos nodos [16], n˜ao necessitando nenhumhardwareextra, o que ocorre em t´ecnicas baseadas na medi¸c˜ao do tempo de propaga¸c˜ao [18, 21] ou ˆangulo [22] de chegada de sinais. Assim, t´ecnicas basea-das no RSSI ajudam a manter o pre¸co dos nodos baixo, algo essencial quando consideram-se RSSF com at´e milhares de nodos.

Dada a importˆancia da localiza¸c˜ao nas RSSF, nesta tese foca-se em aperfei¸coar algoritmos de localiza¸c˜ao para aumentar a sua precis˜ao e reduzir suas cargas computacionais, resultando em uma redu¸c˜ao do consumo de energia, algo muito importante uma vez que a maioria dos nodos s˜ao alimentados por baterias [23]. Neste sentido, decidiu-se tra-balhar com algoritmos de localiza¸c˜ao range-based baseados do RSSI, pois estes s˜ao os mais utilizados por serem os mais baratos. Assim, espera-se que as propostas apresentadas nesta tese de doutorado te-nham maior probabilidade de serem difundidas.

1.1 OBJETIVOS

(26)

• Desenvolver um m´etodo de otimiza¸c˜ao de baixa complexidade, com boa velocidade de convergˆencia e que seja robusto a grandes valores residuais de sua fun¸c˜ao custo, podendo, assim, ser uti-lizado em multilatera¸c˜oes com grandes erros nas estimativas de distˆancia, o que ´e comum em algoritmos de localiza¸c˜ao em RSSF baseados na medi¸c˜ao do RSSI;

• Desenvolver um ambiente experimental para a realiza¸c˜ao de medi¸c˜oes de RSSI, a fim de se obter melhor compreens˜ao do comportamento do m´etodo de otimiza¸c˜ao proposto na pr´atica.

• Comparar o desempenho do m´etodo proposto com o estado da arte na localiza¸c˜ao de nodos atrav´es de simula¸c˜oes computacio-nais e de resultados experimentais.

1.2 ESTRUTURA DO DOCUMENTO

O restante desta tese est´a organizada da seguinte maneira:

• Cap´ıtulo2- ´E realizada uma revis˜ao te´orica sobre RSSF como um todo e, ap´os, uma revis˜ao sobre algoritmos de localiza¸c˜ao aplica-dos a RSSF, destacando os baseaaplica-dos na informa¸c˜ao do RSSI.

• Cap´ıtulo 3- S˜ao apresentados o desenvolvimento e os resultados de simula¸c˜ao do m´etodo de otimiza¸c˜ao proposto.

• Cap´ıtulo4- S˜ao descritas a constru¸c˜ao dos ambiente experimental e a realiza¸c˜ao dos testes pr´aticos.

• Cap´ıtulo 5 - Neste ´ultimo cap´ıtulo s˜ao exibidas as conclus˜oes da tese, destacando suas contribui¸c˜oes e listando os trabalhos futuros.

(27)

2 ALGORITMOS DE LOCALIZAC¸ ˜AO PARA REDES DE SEN-SORES SEM FIO

2.1 INTRODUC¸ ˜AO

Este cap´ıtulo tem por objetivo contextualizar e embasar teori-camente o leitor de modo que este consiga compreender o desenvol-vimento e a aplica¸c˜ao do m´etodo de otimiza¸c˜ao proposto nesta tese na localiza¸c˜ao de nodos em RSSF. Desse modo, inicialmente, ´e reali-zada uma explica¸c˜ao sobre as RSSF como um todo, mostrando a sua relevˆancia e estrutura b´asica. Em seguida, ´e apresentado um estudo so-bre os principais algoritmos de localiza¸c˜ao, destacando-se as etapas de estima¸c˜ao da distˆancia e multilatera¸c˜ao daqueles baseados na medi¸c˜ao do RSSI.

2.2 REDES DE SENSORES SEM FIO

Conforme destacado no Cap´ıtulo1, foi apenas a partir dos anos 2000 que os nodos que comp˜oem as RSSF atingiram os requisitos tec-nol´ogicos suficientes para desempenhar as tarefas j´a vislumbradas nos anos 1980 [1], sendo os principais deles o baixo custo e a grande autono-mia de energia. A arquitetura b´asica de um nodo, exibida na Figura1, pode ser dividida em quatro unidades principais [6]: sensoriamento, co-munica¸c˜ao, processamento e fornecimento de energia. Assim, percebe-se que progressos das RSSF est˜ao atrelados ao desenvolvimento das ´

areas de sensores, comunica¸c˜oes e computa¸c˜ao (hardware, software e algoritmos) [1]. Contudo, deve-se considerar que uma das principais diferen¸cas entre as RSSF e as demais redes sem fio ´e justamente o fato de ela ser constitu´ıda por nodos com severas limita¸c˜oes de hardware

e fornecimento de energia [6], tornando o seu projeto bem diferenci-ado dos demais, por priorizar, geralmente, simplicidade e eficiˆencia energ´etica.

O conceito b´asico de RSSF consiste na distribui¸c˜ao de uma grande quantidade de nodos, de algumas dezenas at´e milhares de uni-dades, em uma determinada regi˜ao de interesse [6]. Esta distribui¸c˜ao

(28)

Figura 1 – Arquitetura b´asica de um nodo constituinte de uma RSSF.

{

Microcontrolador Memória Sensores Conversores A/D

{

Comunicação RF Energia Bateria e/ou Conversor Sistema Operacional, Algoritmos e Protocolos Sensores escolhidos de acordo com a aplicação

{

{

Padrão de comunicação que

satisfaz os requisitos da RSSF

Fonte – Autoria pr´opria.

n˜ao necessariamente ´e organizada, ou seja, os nodos podem ser disper-sos aleatoriamente, devendo ent˜ao se organizar para rotearem os dados da maneira mais eficiente poss´ıvel para um dispositivo de coleta, geral-mente chamadosink, o qual encaminhar´a os dados para o usu´ario final que controla o sistema, conforme ilustrado na Figura 2. Este tipo de abordagem permite a sua ampla utiliza¸c˜ao em diversas ´areas como a militar, infraestrutura, monitoramento domiciliar e do meio-ambiente, industrial, tr´afego, hospitalar, entre outras [7].

Figura 2 – Exemplo de topologia de uma RSSF.

Sink 1 2 3 4 5 Internet/Satélite Nodos Área de cobertura Usuário controlador do sistema Hop Fonte – Adaptado de [6].

A seguir s˜ao citados alguns estudos e implementa¸c˜oes de RSSF para exemplificar a sua ampla abrangˆencia:

(29)

implementa¸c˜ao de RSSF para otimizar a produ¸c˜ao na agricul-tura, sendo mencionado que o desenvolvimento de algoritmos de localiza¸c˜ao e rastreio de objetos seria muito ´util.

• Em [25] ´e apresentado o algoritmo de localiza¸c˜ao denominado Mo-teTrack, cujo principal objetivo ´e permitir a localiza¸c˜ao e rastreio de nodos em pr´edios, sendo realizada uma an´alise experimental para mostrar a sua robustez. O foco do autor na quest˜ao da ro-bustez se deve ao fato de que uma das aplica¸c˜oes alvo ´e o aux´ılio na condu¸c˜ao de bombeiros em pr´edios em chamas, ambiente no qual a vis˜ao ´e severamente comprometida devido a fuma¸ca e cujas chamas poderiam desabilitar parte dos nodos ˆancora.

• Em [26] ´e apresentado o desenvolvimento e testes pr´aticos da RSSF denominada MEDiSN, cujo principal objetivo ´e o monito-ramento dos sinais vitais e localiza¸c˜ao de pacientes em um am-biente hospitalar. Destaca-se que neste trabalho considerou-se a utiliza¸c˜ao de um algoritmo de localiza¸c˜ao baseado na potˆencia do sinal RF recebido pelos dispositivos que acompanham os pacien-tes.

• Em [27] tamb´em ´e abordada a utiliza¸c˜ao de RSSF para fins m´edicos, com enfoque no aux´ılio a situa¸c˜oes de emergˆencia relacionados a desastres como incˆendios, por exemplo, permitindo rastrear e monitorar os sinais vitais dos pacientes atrav´es de um dispositivo fornecido a eles no momento dos primeiros socorros.

Em se tratando de projeto de uma RSSF, diversos fatores devem ser levados em conta, os principais sendo [6]: tolerˆancia a falhas, esca-labilidade, custo, restri¸c˜oes dehardware, topologia, ambiente, meios de transmiss˜ao e consumo de energia. ´E importante salientar que o peso de cada um destes fatores no projeto est´a diretamente ligado `a aplica¸c˜ao. Ent˜ao, n˜ao ´e poss´ıvel dizer que um determinado fator ´e mais impor-tante do que outro em todos os casos. Como exemplo, pode-se citar que para aplica¸c˜oes m´edicas tem-se o interesse em baixa latˆencia na transmiss˜ao, uma vez que a vida dos pacientes est´a em risco, enquanto

(30)

que no monitoramento do deslocamento de animais na selva s˜ao prio-ridades a tolerˆancia a falhas e consumo de energia, pois podem levar meses at´e ser poss´ıvel a realiza¸c˜ao de manuten¸c˜ao.

Pelo fato de uma RSSF ser formada por dispositivos autˆonomos, que podem ser espalhados em ambientes de dif´ıcil acesso, um fator re-corrente ´e a preocupa¸c˜ao com o consumo de energia, uma vez que a substitui¸c˜ao das baterias pode n˜ao ser f´acil ou mesmo n˜ao ser poss´ıvel [28]. Espera-se que futuramente este problema seja minimizado com o desenvolvimento de tecnologias capazes de recarregar a bateria, ab-sorvendo qualquer tipo de energia proveniente do meio [23]. Por´em, atualmente o consumo de energia continua sendo um fator limitante [29,30].

Por fim, nesta se¸c˜ao deseja-se relacionar as RSSF com novos con-ceitos como o da IoT. Segundo [8], as RSSF e as MANETS (do inglˆes

Mobile Ad-hoc NETworks) s˜ao tecnologias chave complementares para muitas aplica¸c˜oes da IoT paraSmart Cities, uma vez que as RSSF po-dem ser vistas como a rede das coisas e as MANETs como as redes das pessoas. Ainda, em [9] ´e realizado um estudo mostrando opor-tunidades de se otimizar os sistemas el´etricos de potˆencia com RSSF, contribuindo, assim, diretamente para o desenvolvimento do chamado

Smart Grid. Contudo, nesta tese n˜ao se est´a interessado em entrar em detalhes nestas novas tecnologias, sendo que apenas deseja-se deixar claro que estes novos nichos se beneficiam diretamente de progressos das RSSF, assim justificando o esfor¸co dedicado nesta.

2.3 ALGORITMOS DE LOCALIZAC¸ ˜AO PARA RSSF

Conforme j´a mencionado no Cap´ıtulo1, a determina¸c˜ao da loca-liza¸c˜ao dos nodos em RSSF ´e uma tarefa crucial para muitas aplica¸c˜oes [31,32,13]. Ainda, a simples utiliza¸c˜ao de m´odulos GNSS em todos os nodos n˜ao ´e uma solu¸c˜ao vi´avel, uma vez que este sistema n˜ao opera satisfatoriamente em determinados ambientes e acarreta um aumento consider´avel do custo e do consumo de energia [12,13]. Ent˜ao, visando suprir esta demanda, foram desenvolvidos diversos tipos de algoritmos

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de localiza¸c˜ao, os quais possuem distintas caracter´ısticas de tempo de execu¸c˜ao, complexidade computacional, custo de hardware, precis˜ao, densidade de nodos ˆancora, entre outras. Um dos motivos de exis-tir uma grande variedade de algoritmos de localiza¸c˜ao, os quais ainda podem possuir diversas varia¸c˜oes, se deve ao fato de, conforme j´a desta-cado na Se¸c˜ao2.2, as RSSF serem projetadas de acordo com restri¸c˜oes peculiares de cada aplica¸c˜ao. No decorrer desta se¸c˜ao s˜ao apresentados alguns dos principais algoritmos de localiza¸c˜ao, sendo que explica¸c˜oes mais detalhadas sobre multilatera¸c˜ao e estima¸c˜ao da distˆancia entre nodos a partir do RSSI s˜ao realizadas nos Cap´ıtulos3e4.

2.3.1 Classificac¸˜ao dos Algoritmos de Localizac¸˜ao

Nesta tese s˜ao citadas algumas classifica¸c˜oes de algoritmos de localiza¸c˜ao para RSSF visando melhorar a compreens˜ao geral dos leito-res, sendo estas classifica¸c˜oes baseadas em [31]. Por´em, em um primeiro momento, alguns termos precisam ser definidos e explicados:

• Nodo ˆancora - S˜ao os nodos privilegiados com o conhecimento de sua localiza¸c˜ao, a qual pode ser obtida por m´odulos GNSS ou simplesmente inserida pelo usu´ario quando tais nodos foram po-sicionados na ´area de cobertura, sendo que neste ´ultimo caso eles n˜ao podem se mover. Estes nodos podem vir a ser mais robus-tos e caros que os demais por possu´ıremhardwareextra (m´odulo GNSS, baterias maiores, entre outros) e realizarem um n´umero maior de transmiss˜oes de pacotes para compartilhar a sua loca-liza¸c˜ao. Por isso, geralmente s˜ao utilizados apenas em n´umero reduzido (suficiente) na rede. ´E importante destacar que no pro-jeto de qualquer algoritmo ou protocolo para RSSF geralmente existe a preocupa¸c˜ao em minimizar o n´umero de transmiss˜oes, uma vez que o m´odulo de r´adio costuma ser o maior consumidor de energia [29].

• Nodo desconhecido - S˜ao os nodos que ir˜ao obter uma estimativa de sua posi¸c˜ao ao t´ermino da execu¸c˜ao de algum algoritmo de

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localiza¸c˜ao.

• Densidade de nodos ˆancora - Raz˜ao entre o n´umero de nodos ˆ

ancora e o total de nodos em uma RSSF. Conforme mencionado no item anterior, quanto maior a densidade de nodos ˆancora maior ´

e o custo da rede.

• Salto (do inglˆes hop) - O conceito de saldo surge do fato de o raio de alcance da comunica¸c˜ao sem fio dos nodos ser bem limi-tado. Assim, para que a mensagem percorra grandes distˆancias, ´

e necess´ario que ela passe por v´arios nodos, conforme ilustrado na Figura2.

A primeira classifica¸c˜ao a ser mencionada ´e a que separa os algo-ritmos a partir do n´umero de saltos necess´arios entre os nodos ˆancora e o desconhecido, criando dois grupos: o de salto ´unico (do inglˆes one-hop) e o de saltos m´ultiplos (do inglˆes multihop). Os algoritmos do primeiro grupo geralmente s˜ao mais simples (lembrando que simplici-dade usualmente ´e associada `a redu¸c˜ao do consumo de energia), ao custo de uma maior densidade de nodos ˆancora, os quais ainda devem estar bem distribu´ıdos para garantir que os nodos desconhecido sempre estejam no raio de alcance de um determinado n´umero de nodos ˆancora (dependendo do c´alculo geom´etrico que ser´a utilizado na localiza¸c˜ao). J´a o segundo tem como benef´ıcio uma menor densidade de nodos ˆancora e, em alguns casos, maior precis˜ao (devido a otimiza¸c˜oes globais), ao custo de uma maior complexidade e um consumo de energia, a qual deve-se principalmente do aumento na troca de pacotes entre os nodos. Outra classifica¸c˜ao importante est´a relacionada ao local no qual os algoritmos de localiza¸c˜ao s˜ao executados, sendo dividida em centra-lizado, distribu´ıdo e localizado. No primeiro caso todas as informa¸c˜oes s˜ao roteadas a um n´o central, o qual pode realizar otimiza¸c˜oes globais para obter posi¸c˜oes precisas para os nodos desconhecido. Como mai-ores problemas desta abordagem tem-se o fato de que este n´o central deve ter uma grande capacidade de processamento e que uma falha neste n´o comprometeria toda a rede. Neste sentido, os algoritmos

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dis-tribu´ıdos s˜ao mais robustos a falhas e permitem otimiza¸c˜oes globais executadas atrav´es de m´ultiplos nodos espalhados pela rede, ao custo de um maior n´umero de transmiss˜oes. Por fim, os algoritmos localiza-dos s˜ao os mais limitados em termos de precis˜ao, diferenciando-se dos distribu´ıdos por utilizarem apenas dados locais. No entanto, s˜ao mais simples e energeticamente eficientes que os distribu´ıdos e mais robustos que os centralizados.

Uma das classifica¸c˜oes mais utilizadas e que ´e adotada nesta tese, a qual foi apresentada brevemente no Cap´ıtulo1, possui a divis˜ao dos algoritmos de localiza¸c˜ao entre range-based e range-free [11, 33, 15,

13, 16]. Os algoritmos range-based s˜ao caracterizados por realizarem a medi¸c˜ao de alguma grandeza f´ısica que ´e convertida, geralmente, em estima¸c˜ao de distˆancia ou ˆangulo entre os nodos ˆancora e o nodo desco-nhecido que est´a tentando se localizar. Os algoritmos deste grupo s˜ao caracterizados por possu´ırem maior precis˜ao ao custo de dependerem de procedimentos mais complexos ehardwareespec´ıfico. Os tipos mais comuns de medi¸c˜ao s˜ao do tempo de propaga¸c˜ao de algum sinal (RF ou ultrassom), da potˆencia do sinal RF recebido (RSSI) e do ˆangulo de chegada do sinal. Dentre estes m´etodos, um que ´e amplamente uti-lizado ´e o baseado no RSSI, pois n˜ao requer nenhum hardware extra [33], o que ocorre nos outros casos. J´a os algoritmos range-free tˆem por caracter´ısticas principais simplicidade e baixa precis˜ao, uma vez que consideram apenas a informa¸c˜ao de conectividade entre os nodos. Tais algoritmos s˜ao considerados apenas quando a complexidade com-putacional ´e um fator cr´ıtico, pois se est´a negligenciando a informa¸c˜ao praticamente sempre presente do RSSI [33].

Nesta tese, tem-se por objetivo aprimorar algoritmos de loca-liza¸c˜aorange-basedbaseados no RSSI, pois com eles pode-se obter uma boa rela¸c˜ao entre custo e precis˜ao. Contudo, quando uma aplica¸c˜ao exige grande precis˜ao (na ordem de cent´ımetros) outras solu¸c˜oes tamb´em devem ser consideradas, pois a informa¸c˜ao do RSSI possui grande os-cila¸c˜ao por fatores como interferˆencia, multipercurso, ru´ıdo, ausˆencia de visada direta, entre outros [34], levando a estimativas de distˆancias com erros consider´aveis.

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2.3.2 Exemplos de Algoritmos de Localizac¸˜ao

Seguindo a classifica¸c˜ao adotada nesta tese, inicialmente s˜ao apresentados dois dos algoritmos de localiza¸c˜aorange-freemais conhe-cidos: o Centroid [14] e o DV-Hop [20]. O Centroid ´e um dos mais sim-ples, em que a localiza¸c˜ao estimada do nodo desconhecido ´e calculada como a m´edia geom´etrica das posi¸c˜oes dos nodos ˆancora, cujos raios de conectividades abrangem o respectivo nodo desconhecido. Segundo [14], estar no raio de conex˜ao de um nodo significa que pelo menos 90% dos pacotes que ele transmite s˜ao recebidos corretamente. Um caso ideal deste algoritmo ´e apresentado na Figura3, na qual os raios de co-nectividade s˜ao circulares e iguais para todos os nodos ˆancora. Ainda, existem v´arios fatores que reduzem ainda mais a precis˜ao deste m´etodo, sendo alguns deles o raio de conectividade irregular das antenas [34], a distribui¸c˜ao aleat´oria dos nodos ˆancora e raios de conectividade muito grandes ou muito pequenos.

Figura 3 – Exemplo de execuc¸˜ao do algoritmo de localizac¸˜ao Centroid.

Fonte – Adaptado de [14].

O algoritmo de localiza¸c˜ao DV-Hop [20] foi desenvolvido para RSSF com baixa densidade de nodos ˆancora, sendo que, para localizar

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os nodos desconhecido em um sistema de coordenadas bidimensional, seria preciso apenas trˆes deles na rede. A sua rotina de localiza¸c˜ao pode ser dividida em quatro etapas, as quais s˜ao respons´aveis pelas seguintes tarefas:

• Etapa 1: Propaga¸c˜ao de contadores pela rede - Nesta etapa cada nodo ˆancora inicia a propaga¸c˜ao de um contador de saltos pela rede, o que consiste em transmitir uma mensagem em broad-cast contendo um contador de saltos, inicialmente zerado, e in-forma¸c˜oes como o nome e a localiza¸c˜ao do nodo ˆancora de ori-gem. Ap´os, todos os nodos da rede que recebem esta mensagem a retransmitem, tamb´em em broadcast, apenas incrementando o contador de saltos. Este processo se repete at´e que todos os no-dos da rede recebam uma destas retransmiss˜oes ou, caso a rede seja muito grande, at´e que o contador atinha um determinado valor. Devido ao fato de que as transmiss˜oes ocorrerem em bro-adcast, um mesmo nodo pode receber v´arias mensagens proveni-entes de um mesmo nodo ˆancora, as quais percorreram caminhos distintos. Contudo, para evitar retransmiss˜oes desnecess´arias, este nodo apenas retransmitir´a a mensagem contendo o conta-dor com o menor valor, sendo que este valor ser´a armazenado no respectivo nodo, representando o caminho com o menor n´umero de saltos com rela¸c˜ao nodo ˆancora de origem do contador.

• Etapa 2: Propaga¸c˜ao da distˆancia m´edia entre os saltos pela rede - Conclu´ıda a etapa 1, todos os nodos ˆancora da rede conhecem a localiza¸c˜ao dos demais nodos ˆancora e a contagem de saltos que os separa. A partir destas informa¸c˜oes, cada nodo ˆancora calcula a distˆancia m´edia de um saldo dividindo a soma das distˆancias (ob-tida atrav´es das informa¸c˜oes de localiza¸c˜ao de cada nodo ˆancora propagadas pela rede) pela soma dos contadores de saltos com rela¸c˜ao aos demais nodos ˆancora. Na sequˆencia, este nodos pro-pagam esta informa¸c˜ao pelas rede, similar aos contadores de sal-tos, por´em agora com a ´unica fun¸c˜ao de informar a todos os nodos

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desconhecido das distˆancias m´edias dos saltos calculadas por cada nodo ˆancora.

• Etapa 3: Estimativa de distˆancia - Nesta etapa cada nodo desco-nhecido j´a possui as informa¸c˜oes do n´umero de saltos com rela¸c˜ao a cada nodo ˆancora (etapa 1) e da distˆancia m´edia dos saltos cal-culada por cada um destes (etapa 2). Ent˜ao, os nodos desconhe-cido definem como padr˜ao a distˆancia m´edia dos saltos recebida dos respectivos nodos ˆancora mais pr´oximos (menor contagem de saltos). Na sequˆencia, os nodos desconhecido estimam sua distˆancia com rela¸c˜ao a cada nodo ˆancora simplesmente multi-plicando a distˆancia m´edia escolhida pelo n´umero de saltos com rela¸c˜ao a cada um deles. Na Figura4´e ilustrado o menor cami-nho de saltos entre o nodo desconhecido que est´a se localizando e os nodos ˆancora, percebendo-se que o ˆancora mais pr´oximo est´a a dois saltos de distˆancia.

• Etapa 4: Localiza¸c˜ao do nodo desconhecido - Por fim, com a in-forma¸c˜ao da posi¸c˜ao dos nodos ˆancora e da distˆancia em rela¸c˜ao a eles, o nodo desconhecido estima a sua localiza¸c˜ao atrav´es da tri-latera¸c˜ao (quando utilizam-se mais de trˆes nodos ˆancora chama-se de multilatera¸c˜ao). Um exemplo de trilatera¸c˜ao para um caso ideal (distˆancias exatas) ´e exibido na Figura5, na qual percebe-se que a localiza¸c˜ao estimada do nodo desconhecido encontra-se no ponto em que h´a a intersec¸c˜ao entre as trˆes circunferˆencias formadas pelas distˆancias do nodo desconhecido com rela¸c˜ao aos nodos ˆancora.

No caso dos algoritmosrange-based, s˜ao apresentados apenas al-guns dos mais citados como exemplos na literatura, iniciando-se pelo baseado no ˆangulo de chegada de algum sinal (do inglˆesangle of arrival

- AOA), o qual ´e obtido a partir de um arranjo de receptores direcionais [22]. Uma vez estimados os ˆangulos de chegada do sinal de pelo menos dois nodos ˆancora, o nodo desconhecido pode se localizar a partir da triangula¸c˜ao, conforme exemplificado na Figura6. A principal

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desvan-Figura 4 – Trajeto para contagem dos saltos entre o nodo desconhecido e os nodos ˆancora.

Fonte – Adaptado de [20].

Figura 5 – Exemplo de trilaterac¸˜ao com estimativas de distˆancia ideais.

Fonte – Autoria pr´opria.

tagem deste m´etodo ´e a necessidade de hardware extra, sendo que a precis˜ao ´e relativa `a qualidade dohardwareutilizado.

O segundo tipo de algoritmo de localiza¸c˜aorange-based citado ´e o baseado na estimativa de distˆancia entre nodos atrav´es da medi¸c˜ao do tempo de propaga¸c˜ao de sinais (do inglˆestime of flight- TOF), sendo que pode-se utilizar sinal de ultrassom [36], RF [37] ou mesmo uma com-bina¸c˜ao dos dois [18] em um mesmo algoritmo. Uma vez estimadas as

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Figura 6 – Exemplo de triangulac¸˜ao.

Fonte – Adaptado de [35].

distˆancias, obt´em-se a posi¸c˜ao estimada do nodo desconhecido atrav´es da trilatera¸c˜ao. Segundo [36], estes algoritmos s˜ao os que proporcio-nam as melhores estimativas de localiza¸c˜ao. Geralmente utilizam-se sinais de ultrassom devido `a reduzida velocidade de propaga¸c˜ao e, con-sequentemente, complexidade. Por´em, semelhante ao que ocorre com os algoritmos baseados no AOA, este necessita dehardwarecomplexo, al´em do alcance de sinais de ultrassom ser curto, necessitando de uma alta densidade de nodos ˆancora [38].

Apesar de os algoritmos de localiza¸c˜ao baseados em AOA e TOF serem mais precisos [39, 40], os seus custos dehardwaree consumo de energia podem ser limitantes em muitos casos [16]. Assim, destaca-se que os algoritmos baseados na medi¸c˜ao da potˆencia do sinal recebido s˜ao os mais populares e largamente utilizados uma vez que esta me-dida ´e obtida automaticamente em cada transmiss˜ao pela maioria dos m´odulos de r´adio [33]. Al´em disso, os algoritmos baseados no RSSI tornam a escolha da utiliza¸c˜ao de abordagensrange-freequestion´aveis do ponto de vista da eficiˆencia, uma vez que estes podem ser adaptados para utilizar a informa¸c˜ao do RSSI [41,42], melhorando consideravel-mente suas precis˜oes.

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ba-seados no RSSI consistem no mapeamento desta informa¸c˜ao em uma distˆancia estimada, semelhante aos algoritmos baseados no tempo de propaga¸c˜ao do sinal [43, 19, 32, 44, 15, 40]. Ent˜ao, ap´os obter as distˆancias em rela¸c˜ao a no m´ınimo trˆes nodos ˆancora, o nodo desco-nhecido estima sua posi¸c˜ao a partir de alguma t´ecnica como a multi-latera¸c˜ao, a qual geralmente consiste na otimiza¸c˜ao de fun¸c˜oes custo. Por´em, conforme j´a mencionado, a informa¸c˜ao do RSSI ´e considerada uma medi¸c˜ao imprecisa e prop´ıcia a flutua¸c˜oes imprevis´ıveis, moti-vando, assim, o desenvolvimento de abordagens estat´ısticas mais ela-boradas que permitam minimizar o erro de localiza¸c˜ao [33,16].

2.4 CONCLUS ˜OES DO CAP´ITULO

Neste cap´ıtulo, inicialmente, foram apresentados alguns concei-tos b´asicos e motiva¸c˜oes para o trabalho com algoritmos de localiza¸c˜ao em RSSF, destacando-se que estes est˜ao sendo integradas como elemen-tos b´asicos de tecnologias em desenvolvimento como IoT, Smart Grid

e Smart Cities. Ent˜ao, foram apresentadas algumas poss´ıveis classi-fica¸c˜oes destes algoritmos, destacando-se aquelas que as dividem entre

range-basederange-free, amplamente utilizada na literatura. Seguindo esta classifica¸c˜ao, alguns tipos de algoritmos de localiza¸c˜ao muito ci-tados na literatura foram apresenci-tados. N˜ao foi abordado nenhum algoritmo de localiza¸c˜ao em muitos detalhes pois a maioria deles com-partilha dos mesmos princ´ıpios, sendo ent˜ao adaptados para problemas espec´ıficos. Por fim, destaca-se que o objetivo deste cap´ıtulo ´e apenas contextualizar o leitor, pois uma revis˜ao bibliogr´afica mais detalhada acerca do m´etodo de otimiza¸c˜ao proposto nesta tese ´e apresentado no in´ıcio do Cap´ıtulo3. Para se obter mais detalhes sobre algoritmos de localiza¸c˜ao, seguem algumas referˆencias com revis˜oes de v´arios algorit-mos de localiza¸c˜ao j´a desenvolvidos [31,39,45,46,36].

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(41)

3 M ´ETODO OTIMIZAC¸ ˜AO PROPOSTO 3.1 INTRODUC¸ ˜AO

Este cap´ıtulo tem por objetivo apresentar o trabalho realizado no desenvolvimento de um m´etodo de otimiza¸c˜ao para localiza¸c˜ao de nodos em RSSF. O interesse nesse tema surgiu ao identificar-se um problema de convergˆencia do algoritmo de Gauss-Newton (AGN) para resolver multilatera¸c˜oes com distˆancias estimadas atrav´es do RSSI [15]. Contextualizando de maneira resumida, a qual ´e detalhada na Se¸c˜ao

3.2, a resolu¸c˜ao da multilatera¸c˜ao geralmente resulta na minimiza¸c˜ao de uma fun¸c˜ao custo quadr´atica [47, 44], resultando na necessidade de utiliza¸c˜ao de um m´etodo de m´ınimos quadrados. Por se tratar de um sistema n˜ao linear, para realizar essa minimiza¸c˜ao, prezando pela precis˜ao na localiza¸c˜ao, deve-se utilizar algum m´etodo de otimiza¸c˜ao iterativo, por´em com complexidade razo´avel para ser implementado em dispositivos de baixa capacidade, como ´e o caso dos nodos [20,48,15]. Neste sentido, o AGN ´e o mais amplamente utilizado na literatura pois ´e particularmente eficiente para encontrar a solu¸c˜ao por m´ınimos quadrados, exceto quando o res´ıduo da fun¸c˜ao custo ´e muito grande [49], sendo este justamente o caso que ocorre quando as estimativas de distˆancia s˜ao obtidas a partir do RSSI.

Ent˜ao, visando melhorar a taxa de convergˆencia, o que ´e impres-cind´ıvel para um algoritmo de localiza¸c˜ao robusto, nesta tese utilizou-se como base o m´etodo do gradiente descendente (MGD) para estes pro-blemas de otimiza¸c˜ao [50]. Definiu-se por taxa de convergˆencia a raz˜ao entre a quantidade de convergˆencias bem sucedidas, cujos crit´erios s˜ao definidos na Se¸c˜ao3.4, e o total de casos executados. Destaca-se que os algoritmos baseados no MGD n˜ao s˜ao muito considerados devido `a sua inerente baixa velocidade de convergˆencia [49], motivo pelo qual solu¸c˜oes como a proposta em [51] foram pouco consideradas na litera-tura. Assim, os esfor¸cos realizados neste trabalho foram direcionados `a redu¸c˜ao do n´umero de itera¸c˜oes, tendo como meta manter uma carga computacional do m´etodo proposto semelhante ao AGN, por´em com

(42)

uma taxa de convergˆencia maior.

Neste cap´ıtulo, inicialmente, s˜ao apresentados trabalhos relacio-nados, destacando os que motivaram e embasaram o desenvolvimento do m´etodo proposto. Em seguida, ´e apresentado o m´etodo de oti-miza¸c˜ao proposto, comparando o seu desempenho com o do AGN, atrav´es de simula¸c˜oes computacionais, na execu¸c˜ao de multilatera¸c˜oes cujas distˆancias estimadas foram obtidas atrav´es de modelos baseados no RSSI.

3.2 MULTILATERAC¸ ˜AO EM ALGORITMOS DE LOCALIZAC¸ ˜AO

Para facilitar a compreens˜ao do contexto do m´etodo de oti-miza¸c˜ao proposto, a seguir s˜ao explicadas as duas etapas do algoritmo de localiza¸c˜ao utilizado nesta tese, as quais s˜ao baseadas em [32]. Na Figura 7 ´e exibido um diagrama com as principais tarefas realizadas pelo algoritmo de localiza¸c˜ao, sendo que as trˆes primeiras ocorrem na primeira etapa, enquanto que a ´ultima ocorre na segunda etapa.

• 1ª Etapa: Estima¸c˜ao das distˆancias entre o nodo desconhecido e os nodos ˆancora - Nesta etapa, para cada estimativa de loca-liza¸c˜ao todos os nodos ˆancora transmitem um certo n´umero de pacotes em broadcast contendo a informa¸c˜ao de suas posi¸c˜oes. Por exemplo, foram considerados 10 pacotes em [15] e 100 em [44]. Em seguida, os nodos desconhecido armazenam informa¸c˜oes de posi¸c˜ao e RSSI da maior quantidade poss´ıvel de nodos ˆancora. Ent˜ao, ´e realizada uma sele¸c˜ao dos nodos ˆancora considerados mais confi´aveis por motivos como, por exemplo, maior RSSI m´edio ou maior percentagem de pacotes recebidos sem erros. Destaca-se que nesta tese est´a-se interessado apenas na localiza¸c˜ao em duas dimens˜oes, necessitando de um m´ınimo de trˆes nodos ˆancora para que os nodos desconhecido possam se localizar. Por fim, mapeia-se o RSSI m´edio em estimativas de distˆancia em rela¸c˜ao aos nodos ˆ

ancora escolhidos.

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-Nesta etapa utiliza-se a latera¸c˜ao [52] para determinar a posi¸c˜ao dos nodos desconhecido. Na literatura, ´e comum encontrar ter-mos como trilatera¸c˜ao e multilatera¸c˜ao. O primeiro caso ´e es-pec´ıfico para uma latera¸c˜ao com apenas trˆes nodos de referˆencia, enquanto que no segundo s˜ao utilizados quantos nodos ˆancora fo-rem considerados necess´arios, incluindo o caso com apenas trˆes deles. Como as estimativas de distˆancia geradas atrav´es do RSSI s˜ao imprecisas, ´e comum utilizar uma quantidade maior de nodos ˆ

ancora (de 3 a 10, conforme [44]) com a finalidade de aumentar a precis˜ao da localiza¸c˜ao. Assim, no restante desta tese, esta etapa ´e chamada apenas de multilatera¸c˜ao pois sempre considera-se a possibilidade de utilizar mais de trˆes nodos ˆancora. Do ponto de vista do projeto, a formula¸c˜ao da multilatera¸c˜ao pode ser di-vidida em duas partes: i) modelagem do problema atrav´es da defini¸c˜ao de uma fun¸c˜ao custo ou de um sistema de equa¸c˜oes e

ii) m´etodo para minimizar ou resolver a formula¸c˜ao proposta na modelagem, chegando a uma localiza¸c˜ao estimada para o nodo. Destaca-se que a maioria das propostas encontradas na literatura realizam v´arias simplifica¸c˜oes nas duas partes, buscando um bom equil´ıbrio entre a precis˜ao e a viabilidade de implementa¸c˜ao em

hardwareslimitados dos nodos.

Figura 7 – Tarefas realizadas pelos nodos durante o processo de localizac¸˜ao.

Os nodos âncora transmitem a infomação

da sua localizaçao em broadcast

Os nodos desconhecido armazenam a informação da localizaçao

e o RSSI das mensagens recebidas dos nodos âncora

Os nodos desconhecido estimam sua distância em relação a cada nodo âncora a partir dos valores de RSSI A partir das informações de distância

e localização de cada nodo âncora, os nodos desconhecido calculam sua

posição através da multilateração. Início

Fim

(44)

Apesar da defini¸c˜ao apresentada acima, dependendo da densi-dade e da distribui¸c˜ao de nodos ˆancora em uma RSSF, a multilatera¸c˜ao ´e usualmente classificada em trˆes tipos, sendo que um algoritmo de lo-caliza¸c˜ao pode utilizar mais de um deles.

• Multilatera¸c˜ao atˆomica [47] ou simplesmente multilatera¸c˜ao [32] - ´E aplicada quando os nodos desconhecido possuem a posi¸c˜ao e a distˆancia estimada em rela¸c˜ao aos nodos ˆancora. Caso a densi-dade de nodos ˆancora seja baixa, a distˆancia pode ser estimada atrav´es da contagem de saltos [20,42].

• Multilatera¸c˜ao iterativa [47] ou abordagem iterativa [32] - Este caso ´e utilizado apenas quando a densidade de nodos ˆancora ´e baixa, por´em n˜ao desejando-se realizar a contagem de saltos. Na primeira etapa deste procedimento iterativo ocorre a localiza¸c˜ao de todos os nodos desconhecido que est˜ao no raio de alcance de pelo menos trˆes nodos ˆancora. Ent˜ao, na segunda etapa, estes nodos localizados passam a ser considerados como nodos ˆancora, permitindo que outros nodos desconhecido possam ser localiza-dos. Desse modo, este procedimento ´e repetido at´e que todos os nodos sejam localizados.

• Multilatera¸c˜ao colaborativa [47] ou abordagem de otimiza¸c˜ao glo-bal [32] - Este caso tamb´em ´e utilizado quando a densidade de nodos ˆancora ´e baixa, sendo que n˜ao h´a nodos desconhecido que est˜ao no raio de alcance de pelo menos trˆes nodos ˆancora. Nestes casos poderia-se utilizar apenas a contagem dos saltos, por´em isto geralmente leva a grandes erros nas estimativas. Ent˜ao, determinam-se as distˆancias entre todos os nodos (sejam eles ˆ

ancora ou desconhecido), para ent˜ao realizar-se um processo de otimiza¸c˜ao global, no qual minimiza-se uma fun¸c˜ao custo que considera mais de um nodo desconhecido. Um dos procedimen-tos utilizados para realizar este tipo de otimiza¸c˜ao ´e chamado de escalonamento multidimensional (do inglˆes Multidimensional Scaling) [53].

(45)

Nesta tese considera-se apenas a multilatera¸c˜ao atˆomica, mais especificamente quando a densidade de nodos ˆancora ´e grande o su-ficiente para que todos os nodos desconhecido do cen´ario estejam no raio de alcance de no m´ınimo trˆes deles. Um exemplo desse tipo de multilatera¸c˜ao ´e apresentado na Figura8, na qual, devido `a imprecis˜ao nas estimativas de distˆancia entre os nodos, n˜ao existe um ponto de intersec¸c˜ao de todas as circunferˆencias. Ent˜ao, atrav´es da resolu¸c˜ao de uma fun¸c˜ao custo ou sistema de equa¸c˜oes ´e definida a posi¸c˜ao estimada do nodo desconhecido, a qual provavelmente se encontrar´a na regi˜ao destacada.

Figura 8 – Exemplo de multilaterac¸˜ao com quatro nodos ˆancora.

Fonte – Autoria pr´opria.

Uma vez apresentados os conceitos iniciais sobre as etapas do algoritmo de localiza¸c˜ao considerado neste cap´ıtulo, precisa-se definir o modelo utilizado para estimar a distˆancia entre os nodos a partir do RSSI, para ent˜ao apresentar os m´etodos de multilatera¸c˜ao mais uti-lizados na literatura. Isto ´e necess´ario pois as caracter´ısticas desta estima¸c˜ao influenciam diretamente na defini¸c˜ao das fun¸c˜oes custo

(46)

uti-lizadas nas multilatera¸c˜oes. Deste modo, um dos modelos mais utili-zados para descrever o comportamento do canal de comunica¸c˜ao sem fio em RSSF ´e o log-normal com sombreamento [34,44,54,55,40,17]. Segundo esse modelo, a potˆencia do sinal recebido (em dBm) ´e consi-derada fixa durante toda a transmiss˜ao de um pacote, a uma distˆancia

ddo transmissor, e ´e dada por

Pr(d) = Pt− PL(d0) − 10η log10  d

d0 

+ χσ, (3.1)

em que Pt ´e a potˆencia do sinal transmitido e PL(d0) ´e a perda de

potˆencia a uma distˆancia de referˆencia d0 do transmissor, ambas

ex-pressas em dB. O parˆametroη ´e o expoente de perdas de larga escala eχσ ´e uma vari´avel aleat´oria Gaussiana de m´edia zero e desvio padr˜ao

definido por σ, representando os efeitos do sombreamento. Deve-se

destacar que o sombreamento se refere a varia¸c˜oes da potˆencia relaci-onadas a quest˜oes espaciais como, por exemplos, obst´aculos, n˜ao va-riando significativamente caso os nodos estejam fixos. Os parˆametros desse modelo s˜ao determinados de acordo com o hardware e o ambi-ente, atrav´es do ajuste de curvas sobre dados obtidos experimental-mente. Em [44, 56] s˜ao apresentados os valores e faixas t´ıpicas destes parˆametros em ambientes internos e externos. Para exemplificar este modelo, na Figura9´e mostrado o comportamento das potˆencias rece-bidas (representadas por c´ırculos) com dez realiza¸c˜oes deχσ para cada

distˆancia e considerandoPt= 0dBm,PL(d0) = 55dB,d0= 1m,η = 3

eσ = 4. Ainda, nesta figura, a linha s´olida representa o RSSI esperado, o qual ´e obtido simplesmente removendo a componente aleat´oria (χσ)

do modelo.

O m´etodo mais utilizado para se obter uma distˆancia estimada (dˆ) entre nodos consiste em realizar a m´edia do RSSI (Pr) obtido em

v´arias recep¸c˜oes de pacotes, para ent˜ao isolardem(3.1) desconsiderando-seχσ, pelo fato de ser aleat´orio, resultando em [44,40]:

ˆ

d Pr = 10

Pt −PL(d0)−Pr

10η , (3.2)

(47)

Figura 9 – Exemplificac¸˜ao do modelo log-normal com sombreamento.

Fonte – Autoria pr´opria.

a m´edia da potˆencia de um certo n´umero de pacotes (Pr) para reduzir o

efeito de eventuais ru´ıdos e interferˆencias, n˜ao impactando significativa-mente emχσ. Dese modo, ocorrer˜ao erros nas estimativas da distˆancia

devido ao χσ e a imprecis˜ao na defini¸c˜ao dos demais parˆametros do

modelo (3.1), os quais podem sofrer varia¸c˜oes por in´umeros fatores em situa¸c˜oes reais. Al´em disso, conforme j´a frisado anteriormente, a potˆencia consumida na utiliza¸c˜ao do m´odulo de r´adio ´e grande se comparada `aquela consumida pelos outros componentes do nodo [29]. Assim, a quantidade de pacotes utilizada para se estimar um distˆancia deve ser escolhida de maneira coerente, encontrando uma boa rela¸c˜ao entre redu¸c˜ao do erro na estimativa e consumo de energia.

Uma caracter´ıstica importante do modelo(3.2)´e o fato de que o erro na estima¸c˜ao (dˆ−d∗) ´e proporcional `a distˆancia real entre os nodos (d∗) [43,40]. Isto ´e evidenciado substituindo(3.1)em(3.2), resultando em

ˆ

d= d∗1010ηχσ. (3.3)

Esse efeito tamb´em pode ser visualizado na Figura10, na qual percebe-se que uma mesma vari¸c˜ao na potˆencia recebida (∆RSSI) provoca erros

(48)

na estima¸c˜ao dedˆque aumentam de acordo com o aumento ded∗.

Figura 10 – Efeito da variac¸˜ao na potˆencia recebida na estimac¸˜ao da distˆancia.

Fonte – Autoria pr´opria.

Um modelo simplificado para a estima¸c˜ao da distˆancia entre no-dos, cujo comportamento ´e muito semelhante ao de (3.2), ´e dado por [51,15]

ˆ

d=N (d∗, (rd∗)2), (3.4)

sendor um fator de erro de estimativa que, na pr´atica, visa captar o efeito deη eσ do modelo(3.2). A rela¸c˜ao entre os dois modelos pode ser obtida igualando-se a variˆancia das distˆancias estimadas por(3.4)

com a das obtidas a partir de(3.3), resultando em

varN di∗, (rd∗i) 2 = vardi∗10 χσ 10η  , (3.5) (rdi∗)2= (di∗)2var  1010ηχσ  , (3.6) r= r var1010ηχσ  . (3.7)

Visando exemplificar esta rela¸c˜ao, na Figura11´e apresentado o com-portamento de r versus σ para η = 1, 97 e η = 2, 33, sendo este dois casos escolhidos baseados em medi¸c˜oes pr´aticas apresentadas na

(49)

Se¸c˜ao4.3. A partir desta figura, percebe-se que or´e diretamente pro-porcional ao desvio padr˜ao de χσ e inversamente proporcional a η,

respectivamente.

Figura 11 – Fator de erro versus desvio padr˜ao.

0 1 2 3 4 5 6 desvio padrão ( ) 0 0.1 0.2 0.3 0.4 0.5 0.6 0.7 0.8 0.9 1 1.1 fator de erro ( r ) = 1,97 = 2,33

Fonte – Autoria pr´opria.

Contudo, o modelo simplificado, definido em (3.4), n˜ao ´e consi-derado em determinadas modelagens estat´ısticas de fun¸c˜oes custo na multilatera¸c˜ao [57], pois a esperan¸ca dedˆ´e igual ad∗, o que n˜ao ocorre em (3.2). Destaca-se que modelagens mais simples s˜ao prefer´ıveis ou mesmo necess´arias em algoritmos de localiza¸c˜ao devido `a capacidade computacional limitada dos nodos. Assim, ´e utilizado o modelo(3.4)

como padr˜ao no restante deste cap´ıtulo.

Compreendido o modelo adotado para a primeira etapa do algo-ritmo de localiza¸c˜ao considerado, na sequˆencia s˜ao apresentados alguns dos m´etodos de multilatera¸c˜ao mais utilizados na literatura. Deve-se ressaltar que alguns destes trabalhos possuem estimativas de distˆancia baseadas na contagem do n´umero de saltos ou tempo de propaga¸c˜ao de sinais, por´em s˜ao citados devido `a sua similaridade com outros que utilizam o RSSI, refor¸cando a importˆancia de determinados m´etodos. Para simplificar a explica¸c˜ao destes m´etodos de multilatera¸c˜ao, estes s˜ao divididos nas trˆes seguintes categorias de acordo com a modelagem do problema, sendo que explica¸c˜oes mais detalhadas s˜ao apresentadas

(50)

na sequˆencia do texto:

• M´ınimos quadrados linear (do inglˆeslinear least squares - LLS) - Esta ´e a categoria mais simples, motivo pelo qual ´e muito uti-lizada, podendo apresentar bons resultados de exatid˜ao na loca-liza¸c˜ao caso as estimativas de distˆancia sejam precisas. A mo-delagem desta classe consiste em criar um sistema de equa¸c˜oes desconsiderando que as estimativas de localiza¸c˜ao possuem er-ros. Este sistema pode ser ent˜ao resolvido diretamente para se determinar a posi¸c˜ao estimada do nodo desconhecido.

• M´ınimos quadrados n˜ao linear ponderado (do inglˆesweighted non-linear least squares- WNLS) - Esta classe ´e amplamente utilizada quando se trata de estimativas de distˆancia baseadas no RSSI, pois possibilita uma redu¸c˜ao consider´avel no erro de localiza¸c˜ao se comparado `a classe LLS, ao custo de uma maior complexidade na sua execu¸c˜ao. As fun¸c˜oes custo desta classe geralmente s˜ao simples e atribuem pesos `as estimativas de distˆancia de acordo com sua variˆancia ou confian¸ca. A localiza¸c˜ao dos nodos des-conhecido ´e obtida atrav´es de m´etodos num´ericos iterativos que minimizam as fun¸c˜oes custo.

• M´axima verossimilhan¸ca (do inglˆes maximum likelihood ML) -Esta classe apresenta as modelagens estat´ısticas mais complexas, buscando encontrar a posi¸c˜ao que possui a maior probabilidade de ser a real do nodo desconhecido, ou seja, busca fornecer a melhor estimativa de localiza¸c˜ao poss´ıvel. Os m´etodos desta classe s˜ao resolvidos de forma similar ao WNLS. Por´em, a maior comple-xidade na fun¸c˜ao pode ser um empecilho na utiliza¸c˜ao de alguns m´etodos num´ericos, por exemplo, na obten¸c˜ao de derivadas. As-sim, algumas fun¸c˜oes custo da classe WNLS s˜ao simplifica¸c˜oes de abordagens ML, e por isso s˜ao consideradas idˆenticas em alguns trabalhos na literatura, como por exemplo em [44].

A primeira classe apresentada ´e a LLS, tendo como base para a sua explica¸c˜ao os seguintes trabalhos [47, 58, 59, 60, 54, 61,40]. Em

(51)

[62] esta classe ´e utilizada para localiza¸c˜ao em um sistema celular. O sistema de equa¸c˜oes que engloba a maior parte das caracter´ısticas dos trabalhos utilizados como base pode ser representado por

      (x∗− x1)2+ (y∗− y1)2 (x∗− x2)2+ (y∗− y2)2 .. . (x∗− xn)2+ (y∗− yn)2       =       d1∗2 d2∗2 .. . dn∗2       =        ( ˆd1− e1) 2 ( ˆd2− e2) 2 .. . ( ˆdn− en) 2        , (3.8)

sendo n o n´umero de nodos ˆancora considerados na multilatera¸c˜ao,

ˆai = [xiyi]T a posi¸c˜ao doi-´esimo nodo ˆancora, u∗= [x∗y∗]T a posi¸c˜ao

real do nodo desconhecido, ei ´e a diferen¸ca entre a distˆancia exata

(di∗) e a estimada (dˆi) do nodo desconhecido em rela¸c˜ao ao i-´esimo

nodo ˆancora. Contudo, o fato de existir uma vari´avel independente (ei)

por equa¸c˜ao, al´em de u∗ que n˜ao ´e conhecido na pr´atica, ´e imposs´ıvel resolver o sistema pois o n´umero de vari´aveis ´e maior que o de equa¸c˜oes. Ent˜ao, ignora-se ei resultando no sistema dado por

      ( ˆx− x1)2+ ( ˆy− y1)2 ( ˆx− x2)2+ ( ˆy− y2)2 .. . ( ˆx− xn)2+ ( ˆy− yn)2       ≈       ˆ d12 ˆ d22 .. . ˆ dn2       , (3.9)

a partir do qual pode-se obter apenas uma posi¸c˜ao estimada ˆu = [ ˆxy]ˆT. Este novo sistema pode ser resolvido subtraindo-se uma equa¸c˜ao das demais, neste caso a primeira, e ent˜ao transformado-o em um sistema do tipo A ˆu = b, (3.10) sendo A =     (x1− x2) (y1− y2) .. . ... (x1− xn) (y1− yn)     (3.11)

(52)

e b = 1 2     x12− x22+ y12− y22+ ˆd22− ˆd12 .. . x12− xn2+ y12− yn2+ ˆdn2− ˆd12     . (3.12)

A solu¸c˜ao mais simples, e consequentemente mais utilizada, para resolver este sistema consiste em isolar ˆuem (3.10), resultando em

ˆu = ATA−1

ATb. (3.13)

Outras formas para se encontrar a solu¸c˜ao de (3.10) s˜ao por decom-posi¸c˜ao QR [58] e decomposi¸c˜ao em valores singulares [54], encontrando o mesmo resultado por´em com uma quantidade maior de opera¸c˜oes aritm´eticas. Caso sejam utilizados apenas trˆes nodos ˆancora neste tipo de multilatera¸c˜ao, o resultado n˜ao se altera ao modificar a ordem das equa¸c˜oes, o que ´e exemplificado em [40]. Contudo, ao sobredeterminar o sistema, existem diferentes resultados para diferentes ordena¸c˜oes dos nodos ˆancora ou equa¸c˜oes.

Considerou-se o LLS como uma classe, e n˜ao simplesmente como um m´etodo, pois os trabalhos citados, apesar de possu´ırem muitas se-melhan¸cas, apresentam certas diferen¸cas na montagem do sistema de equa¸c˜oes e/ou na forma como este ´e resolvido. Deve-se ressaltar que a caracter´ıstica mais marcante desta classe ´e a precis˜ao na localiza¸c˜ao, a qual ´e pr´oxima da ideal quando as estimativas de distˆancia s˜ao precisas, e deixa a desejar quando estas s˜ao imprecisas, conforme demonstrado em [59]. Neste ´ultimo caso, as solu¸c˜oes obtidas pela classe WNLS s˜ao mais interessantes, tendo como objetivo minimizar uma determinada fun¸c˜ao custo, sendo um dos modelos mais simples encontrados na lite-ratura, dado por [59,44,63]

ˆu = arg min u=[x y] ( n

i=1 (wifi(u))2 ) , (3.14) em que fi(u) = q (x − xi)2+ (y − yi)2− ˆdi (3.15)

(53)

ewi representa a confian¸ca nai-´esima estimativa de distˆancia (dˆi). Ao

isolar-seei em alguma linha i do sistema de equa¸c˜oes (3.8),

percebe-se que ele ´e igual a fi(u) em (3.15). Assim, conclui-se que o objetivo

de(3.14)´e encontrar a posi¸c˜ao ˆuque minimiza o somat´orio dos erros das estimativas de distˆancia (ei) do nodo desconhecido em rela¸c˜ao aos

nodos ˆancora ponderados porwi e elevados ao quadrado.

Uma fun¸c˜ao custo interessante e que deve ser mencionada ´e a utilizada em [40], pois ao inv´es de minimizar o somat´orio do erro quadr´atico das distˆancias, como ´e visto em (3.15), ela visa minimizar o erro quadr´atico entre a potˆencia m´edia recebida e a estimada pelo modelo(3.1), resultando na modifica¸c˜ao de(3.15)para

fi(u) =  Pt− PL(d0) − 10η log10   q (x − xi)2+ (y − yi)2 d0    − Pr. (3.16)

O termo(3.14)´e a estrutura b´asica de uma fun¸c˜ao custo quadr´atica, ou seja, muitas vezes apenas fi(u)´e adaptada ao problema, sendo alguns

exemplos disto mostrados em [64,47].

Como os m´etodos de resolu¸c˜ao (algoritmos de minimiza¸c˜ao ou otimiza¸c˜ao) da classe WNLS geralmente podem ser utilizados na ML, primeiramente s˜ao apresentados os conceitos b´asicos sobre as fun¸c˜oes custo da classe ML. No entanto, deve-se ter em mente que o objetivo das fun¸c˜oes custo WNLS s˜ao minimizar o erro quadr´atico ponderado, n˜ao tendo a exigˆencia de maximizar probabilidades, o que por ventura ocorre caso a modelagem de uma fun¸c˜ao ML resulte em uma WNLS [44,63]. Esta caracter´ıstica quadr´atica faz com que certos algoritmos de minimiza¸c˜ao sejam particularmente eficientes nestas situa¸c˜oes [65,49], o que ´e muito interessante para os algoritmos de localiza¸c˜ao dada a capacidade computacional limitada dos nodos.

Para exemplificar esta rela¸c˜ao entre as classes WNLS e ML, em [63] ´e dito que caso as distˆancias estimadas (dˆi) entre os nodos

se-jam dadas por (3.4), a fun¸c˜oes custo (3.14), considerando wi= 1/σi,

pertence a ambas as classes. Para exemplificar esta situa¸c˜ao, deduziu-se uma fun¸c˜ao custo ML tendo como informa¸c˜oes iniciaisai, σi2 edˆi,

(54)

sendo esta ´ultima dada por (3.4). Deve-se ressaltar que apesar de n˜ao ter sido encontrada na literatura uma dedu¸c˜ao seguindo exatamente os mesmos passos adotados a seguir, acredita-se que a fun¸c˜ao custo dada por (3.14) originou-se por um procedimento muito semelhante, logo, o objetivo principal desta dedu¸c˜ao ´e mostrar a importˆancia de(3.14). Ent˜ao, a partir de (3.4) tem-se que a distribui¸c˜ao a posteriori de dˆi

sabendo-seu´e dada por

Pi dˆi|u = 1 σi √ 2πe −(gi(u)− ˆdi) 2 2σ 2i , (3.17) em que gi(u) = q (x − xi)2+ (y − yi)2. (3.18)

A finalidade da fun¸c˜ao ML ´e encontrar a posi¸c˜aoucom a maior proba-bilidade a posteriori de ser a exata do nodo a partir das considera¸c˜oes tomadas, resultando em [66]

ˆu = arg max u=[x y] ( n

i=1 Pi u| ˆdi  ) , (3.19)

em quen´e o total de nodos ˆancora participantes da multilatera¸c˜ao eσi

foi omitida do modelo por ser obtida juntamente comdˆi, simplificando

assim a representa¸c˜ao.

O pr´oximo passo ´e aplicar o teorema de Bayes [67] em P u| ˆdi  , resultando em Pi u| ˆdi = Pi dˆi|u P (u) Pi dˆi  . (3.20) ´

E facilmente compreens´ıvel assumir que P(u) seja uma fun¸c˜ao densi-dade de probabilidensi-dades uniforme. Assim, esta pode ser desconsiderada de(3.20).

(55)

o logaritmo natural em(3.19), resultando em

ˆu = arg max u=[x y] ( ln n

i=1 Pi dˆi|u  Pi dˆi  !) (3.21) = arg max u=[x y] ( n

i=1 ln Pi dˆi|u − n

i=1 ln Pi dˆi  ) . (3.22)

Isto ´e poss´ıvel poisln´e uma fun¸c˜ao estritamente crescente, ou seja, n˜ao afetar´a a localiza¸c˜ao do ponto de m´axima de(3.19). Ainda, considera -se que os nodos ˆancora est˜ao distribu´ıdos de maneira uniforme sobre ´

area da RSSF, possibilitando assumir que

n

i=1

ln Pi dˆi ≈ Constante, (3.23)

assim podendo ser desconsiderado de(3.22). Substituiu-se (3.17) em

(3.22), obt´em-se ln Pi dˆi|u = ln   1 σi √ 2πe −(gi(u)− ˆdi) 2 2σ 2i   (3.24) = ln  1 σi √ 2π  − gi(u) − ˆdi 2 2σ2 i . (3.25)

Por fim, ao substituir(3.25)em(3.22)percebe-se que

n

i=1 ln  1 σi √ 2π  = Constante (3.26)

e que o fator 2 no denominador do termo `a direita em(3.25)pode ser desconsiderado. Assim, o modelo ML resultante ´e dado por

ˆu = arg max u=[x y] ( − n

i=1 gi(u) − ˆdi 2 σi2 ) (3.27) = arg min u=[x y] ( n

i=1 gi(u) − ˆdi 2 σi2 ) , (3.28)

o qual ´e idˆentico a(3.14). Destaca-se que, quando necess´ario, os algorit-mos de otimiza¸c˜ao apresentados na sequˆencia assumir˜ao como padr˜ao a

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