Relatório do 18º Comité Executivo
CNPMEM, Paris, Quinta-‐feira 22 de Novembro de 2012
Presidência: Victor Badiola (OPPAO), Secretariado: Benoît Guerin (CCR Sul)
Gérard Romiti, Presidente do CNPMEM, recebe os participantes na reunião. Gostaria de incentivar a cooperação entre cientistas, pescadores e ONGs. Considera que a pesca francesa se sujeita à PCP e que esta é a prova da importância -‐ socioeconómica, cultural -‐ deste sector e do envolvimento total das equipas do CNPMEM. Gostaria que os armadores dispusessem de visibilidade para investir e recorda que um emprego no mar dá lugar a 3-‐4 empregos na terra. Expressa o valor que atribui aos trabalhos dos CCRs.
As conclusões da última reunião e a ordem do dia são adoptadas.
1. Acompanhamento dos pareceres enviados aquando do último Comité Executivo
a. Parecer 64 sobre um pedido de financiamento de estudo sobre a cavala
B. Guerin apresenta a resposta recebida da Comissão Europeia, que remete o CCR para uma coordenação com o CCR Pelágico. Maria Candela (Comissão Europeia) compromete-‐se a incentivar pessoalmente a coordenação entre ambos os CCRs e propõe que esta questão seja estudada com o CIEM.
b. Parecer 66 sobre uma regra de exploração do linguado
Jean-‐Marie Robert (CNPMEM) recorda que a Comissão tinha afirmado ao CCR pretender que uma estratégia de redução da mortalidade por pesca constasse do plano de recuperação, opondo-‐se, assim, à proposta do CCR de TAC constante e arriscando-‐se a não ser adoptado pelos co-‐legisladores (tendo em conta a discórdia relativa à adopção das regras de exploração). Rodrigo Ataide (Comissão Europeia) reconhece que esse debate decorria, de facto, a nível interno, mas que, afinal, a Comissão decidiu não propor revisão. Lembra que o IFREMER prossegue com o trabalho de abordagem pluri-‐ espécies, cujos resultados estarão disponíveis em meados de 2013. M. Candela recorda o problema institucional de bloqueio da adopção dos planos de gestão e teme que o problema seja resolvido no tribunal de justiça, com prazos ainda mais morosos. Entretanto, aconselha os membros a procurarem regras de exploração dos recursos com o CSTEP e recomenda que as referidas regras sejam em seguida submetidas ao CIEM para se certificar da sua correcta adequação com a abordagem MSY. Com o linguado, este procedimento não foi seguido. Julien Lamothe (ANOP) lembra que a reunião do CSTEP foi cancelada e considera que os membros não são responsáveis pelo bloqueio institucional.
NB: A Comissão Europeia não tinha, até à data, respondido aos outros pareceres do CCR Sul. As respostas recebidas até ao dia 14/12/12 foram transmitidas no CCR info N°51 de Dezembro de 2012.
2. Projectos de pareceres submetidos para adopção
a. Projecto de parecer 68 sobre o projecto de regulamento para as possibilidades de pesca para 2013 JM Robert apresenta o projecto. Elise Pêtre (WWF France) insiste no prazo de 2015 para o alcance do RMD, aceitando algumas excepções. Gostaria que o CCR não se pronunciasse relativamente a assuntos específicos a curto prazo e que preferisse, pelo contrário, uma visão a longo prazo, trabalhando, nomeadamente, com planos de gestão a longo prazo. J. Lamothe refere que a adopção dos referidos planos está bloqueada. Antonio Schiappa Cabral (ADAPI) observa a evolução positiva dos stocks e apela, por conseguinte, a uma maior flexibilidade nesses casos, ainda que aceite medidas mais rígidas para stocks em declínio. Björn Stockhausen (Seas At Risk) gostaria de adicionar elementos relacionados com a incerteza e apela o sector a uma nova abordagem com uma redução do esforço de pesca. Monica Verbeek (Seas At Risk) recorda, por seu lado, que o objectivo do RMD é o alcance de uma biomassa correspondente ao RMD e não uma mortalidade por pesca correspondente ao RMD. Francisco Teijera (Armadores Marin) acha que a Comissão está sempre a mudar as regras. M. Verbeek está preocupado com o facto de os actuais planos de recuperação não estarem de acordo com os objectivos da futura PCP. M. Candela aconselha, no caso do linguado, que a regra proposta seja completada por um mecanismo de segurança (em caso de declínio do stock) e que a referida regra seja proposta à Comissão Europeia, para, em seguida, ser submetida ao CIEM e/ou ao CSTEP.
O projecto de parecer 68 será emendado e submetido a adopção por via electrónica
b. Projecto de parecer 69 sobre o método de avaliação da anchova
M. Candela exemplifica este trabalho como sendo um paradigma da associação sistemática que o CCR deveria iniciar com os cientistas. Considera que o trabalho é impressionante e que possibilitará uma melhoria do regresso económico da pesca da anchova, citando também a actual iniciativa para uma valorização dessa espécie no mercado.
O projecto de parecer 69 é adoptado
Os referentes do CCR Sul para este stock são Enrique Paz (Federação das Cofradias de Cantábria) e Jean-‐Marie Robert (CNPMEM)
c. Projecto de parecer 71 – proposta de procedimento pela participação activa do CCR Sul nos trabalhos de preparação dos planos de gestão pluri-‐específicos do CSTEP
O projecto de parecer 71 é adoptado
d. Projecto de parecer 70 sobre a função futura dos CCRs
V. Badiola explica que, ainda que nem todos os argumentos tenham sido expostos, a prioridade, nesse parecer, foi dada à participação de todos. Gostaria que, no futuro, o CCR beneficiasse de um financiamento superior.
O projecto de parecer 70 é adoptado
V. Badiola transmitirá o parecer à administração espanhola, A. Cabral à administração portuguesa e Y. Foëzon à administração francesa
M. Candela indica que a Comissão está a analisar a composição dos futuros CCs.. Relativamente à regionalização, a questão fulcral é que os Estados Membros aceitem a responsabilidade da tomada de decisões a nível regional ou local para a implementação de medidas pormenorizadas necessárias, com vista ao alcance de objectivos de gestão regionais. Devem, por esse motivo, conseguir cooperar com outros EMs na mesma região. Os Comités Consultivos terão de se inserir nesse contexto para apoiar os esforços dos Estados Membros e da Comissão. Por esse motivo, não só precisarão de desenvolver as suas capacidades técnicas como de se envolverem muito activamente para que os Estados Membros os reconheçam como plenos participantes na tomada de decisão. Relativamente à possibilidade de implementar um CC para questões relacionadas com os mercados da pesca, é fundamental para qualquer Comité acompanhar atentamente as questões comerciais, tendo em conta a sua importância para uma pesca economicamente viável, independentemente da decisão final tomada no respeitante a novos CCRs.
A. Cabral pensa que a Comissão deveria redigir linhas directrizes que proporcionassem aos CCRs uma função mais interactiva com os Estados Membros. Yves Foëzon (Pêcheurs de Bretagne) gostaria que as comunicações com os cientistas tivessem lugar no âmbito dos CCRs e que os cientistas viessem ao encontro dos profissionais. Acha que deve ser reduzida a diferença entre pareceres e decisões finais tomadas. Pensa que os Estados têm a impressão de que a decisão é tomada sem eles. No mercado, são, de facto, os produtores que devem decidir. M. Verbeek pensa que a questão da composição é problemática. Considera que o mercado é um processo paralelo. Xoan Lopez (Federação das Cofradias da Galiza) acha que o novo quadro de consulta deveria ser estabelecido em função da representatividade. As questões transversais merecem uma consulta dedicada. Relativamente à aquicultura, junta-‐se ao protesto do sector da pesca contra a aquicultura.
M. Candela lembra o procedimento de co-‐decisão, em que a Comissão emite propostas e os co-‐ legisladores têm de chegar a uma posição negociada entre si. A regionalização dependerá da vontade dos Estados em assumir uma responsabilidade bem mais directa que a assumida com o regime actual. X. Lopez salienta, para além disso, o relatório do Deputado Europeu João Ferreira sobre a pesca artesanal.
José Carlos Castro (ANFACO) considera a extinção do CCPA uma má notícia, pois, na sua opinião, desempenhava uma função importante nas negociações comerciais. O novo esquema aponta para uma maior segmentação. Se um conselho for criado especificamente para a aquicultura, gostaria que um conselho fosse também criado para a transformação. M. Candela acha que existiam vários motivos para a extinção do CCPA e, nomeadamente a dualidade dos trabalhos realizados.
B. Guerin interroga-‐se quanto à possibilidade de reforçar o valor dos pareceres dos CCRs. Julga, em específico, que a consulta deveria, pelo menos, tornar-‐se obrigatória na futura PCP. M. Candela propõe que o CCR analise os meios necessários à implementação de um trabalho técnico, à semelhança do CCR Pelágico.
4. Funcionamento do CCR Sul
a. Acompanhamento do melhoramento do funcionamento do CCR Sul e coordenação entre Presidentes dos Grupos de Trabalho
Pascale Baelde (Sea Matters) refere que tinha realizado, para o CCR Sul, um balanço de funcionamento com a sua capacidade a nível interno e externo, considerando o CCR como uma ferramenta a melhorar. Durante essa nova missão, organizou duas oficinas colectivas e acompanhou as reuniões dos grupos de trabalho. Insiste numa constante falta de preparação dos membros e de uma falta de enquadramento dos debates por parte dos presidentes.
Qual é a solução? A responsabilidade dos presidentes é maior e, por conseguinte, devem trabalhar mais. Para tal, convém assegurar a sua legitimidade. Um feedback personalizado será proporcionado a cada presidente. Finalmente, acrescenta que a Comissão Europeia também deve, por seu lado, melhorar e progredir (designadamente, em termos de procedimento) pois o trabalho do CCR depende de uma boa sinergia a encontrar com a Comissão Europeia.
b. Projecto GEPETO
B. Guerin apresenta sucintamente os progressos do projecto. Chama a atenção do Comité Executivo relativamente a três pontos específicos:
O Golfo da Biscaia é considerado como caso de estudo
V. Badiola compromete-‐se a encontrar uma solução para a representação da «altura» para o caso de estudo sobre as pescas ibéricas
A resposta à crítica sobre o processo de recrutamento é adoptada por unanimidade
c. Elaboração de uma resposta a uma convocatória de propostas para um projecto de pesquisa sobre a gestão ecossistémica
O Comité Executivo aprova a participação do CCR Sul no consórcio e insiste na necessidade de trabalhos directamente úteis e numa colaboração total com os membros do CCR
5. Acompanhamento do programa de trabalho do 6º exercício
a. Planos de acção sobre as questões prioritárias
Relativamente ao projecto SIMBAD sobre a redução das rejeições, M. Candela indica que uma convocatória de propostas vai ser lançada antes do final do ano sobre este assunto, mas interroga-‐se quanto à possibilidade de resposta do CCR. Contudo, indica que se trata de projectos de cooperação entre ciência e indústria e que existem, nomeadamente, fundos reservados para a zona do CCR para o assunto das rejeições. Acrescenta que o líder deverá ser um organismo científico com a condição de envolvimento do sector (com contribuição financeira).
O secretariado prosseguirá, juntamente com Serge Larzabal (CNPMEM), Presidente do Grupo Ad hoc «Rejeições», o financiamento do projecto SIMBAD
Relativamente à valorização dos produtos da pesca artesanal, X. Lopez indica que o plano de acção será novamente debatido entre o Grupo de Trabalho.
Relativamente ao melhoramento dos pareceres científicos, o plano proposto é adoptado, tendo os membros referentes que relatar os progressos das suas acções duas vezes por ano
plano.
B. Guerin informa, por fim, os membros do término do contrato de Yohan Weiller.
b. Outras prioridades do programa de trabalho para o 6º exercício
Relativamente ao projecto IGP para a anchova do Golfo da Biscaia, B. Guerin recorda a reunião do dia 22 de Outubro de 2012 que juntou organizações da pesca e empresas conserveiras em torno da IGP, mas que não surtiu quaisquer efeitos. X. Lopez considera que essa reunião foi muito decepcionante e realça o bloqueio da ANFACO. Lembra que essa iniciativa beneficia, no entanto, de um apoio total das administrações. JC Castro considera que essa iniciativa é prematura tendo em conta o delicado estado do stock . Assim esmo senhala que se essa iniciativa for uma desculpa para aumentar os preços, será inaceitável. Lembrando o actual marco legal em vigor, relativo à Lei de Defensa da competência, pela qual a industria não comparte de qualquer modo, qualquer a iniciativa cuja finalidade poderá ser logra um aumento da preços da anchova. De facto, ninguém estudo que acredite o facto que certificar o origem da matéria prima aporte valor ao consumido foi apresentado, e actualmente no mercado 70% da anchova sé vendida sob marca branca,. Assim, considera que esta iniciativa poderia ser interessante unicamente para um nicho do mercado moí limitado. Cita, por fim, a função limitada dos conserveiros no conselho regulador e senhala que limitar a IGP à zona VIII não é aceitável para a industria porque limitaria a sua capacidade de abastecimento em matéria prima. F. Teijera considera que não se pode negar a vontade por parte do sector extractivo de valorizar os seus produtos.
No sítio Natura 2000 do plateau de Rochebonne, a zona designada e pouca frequentada pelo conjunto das actividades praticadas cuja pesca profissional. 3 navios espanhóis que praticam pesca de palangre estiveram presentes na zona, mas por um período inferior a 24h. O documento de objectivos da zona, elaborado pelo CNPMEM( operado de zona) e validado por um Comité de Pilotagem, não integra medidas de gestão especificas às actividades de pesca profissional. Em efecto, estas actividades e a suas boas praticas permitem concilia actividades económicas e conservação dos recifes da zona considerados em bom estado. Os conhecimentos sobre os mamíferos marinhos tem que ser melhorados. ( http://plateauderochebonne.n.2000.fr)
6. Representações do CCR Sul e pontos informativos
a. Participação do CCR Sul no COFI (FAO)
X. Lopez considera que o trabalho empreendido sob a égide da FAO permite redefinir a pesca artesanal e considera que o Grupo de trabalho «Pescas Tradicionais» tem de prosseguir com este trabalho. As directrizes serão votadas em Julho de 2013. M. Candela lembra que a posição da União Europeia é previamente definida pelos Estados, pelo que não há margem durante a reunião para avançar com novas posições. Compromete-‐se, a título pessoal, a debater com M. Aguirre relativamente aos diálogos trocados com os membros da delegação da UE (entre os quais o CCR Sul).
b. Participação do CCR Sul na ICCAT
Y. Foëzon acha que, no futuro, convirá debater mais a montante com os Estados que definem a posição com a Comissão Europeia, julgando, contudo, as margens de manobra muito reduzidas. A delegação da UE era constituída por funcionários da Comissão, Conselheiros dos Estados e profissionais (não sendo o diálogo sempre possível). A UE organizou uma reunião de informação uma vez as posições já definidas.
Durante as sessões plenárias, as delegações são as únicas a expressarem-‐se. Uma vez que as partes contratantes falaram, os observadores podem expressar-‐se. Para as ONGs, apenas PEW intervinha. Foi emitida uma proposta: vender 300t de atum rabilho ao comprador que mais oferecesse, de modo a financiar o Comité Científico (SCRS) mas os Japoneses opuseram-‐se virulentamente e a UE também não concordou. A ONG PEW estava muito presente.
As partes concordaram num TAC de 13600 de Atum rabilho, com 600t para Argélia, por preempção. Os pedidos do CCR (provenientes da Macaronésia) de alterações do calendário não podiam ser negociados com a União Europeia. Surgiu uma modificação do calendário a pedido de Espanha (para as almadravas) mas os pedidos do CCR entravam em contradição com o actual calendário. Relativamente ao atum branco, foi decidida a recondução do TAC (roll over), estando previstas avaliações para o espadarte e o atum branco para 2014.
No que respeita ao pedido do CCR de financiamento de um estudo sobre o percurso migratório do atum voador, convinha insistir junto dos Estados Membros, muito a montante da reunião.
F. Teijera ressalta o TAC 0 para o tubarão-‐anequim. M. Candela informa que a sua captura é proibida nas águas europeias, estando, no entanto, autorizada nas águas internacionais.
7. Assuntos administrativos
B. Guerin confirma que todos os Estados Membros aceitaram finalmente o aumento das contribuições, passando de 4000 para 6000€.
Os Estados Membros serão novamente solicitados para contribuírem para o funcionamento do CCR, com um valor idêntico
Lista das Conclusões
O QUÊ? QUEM? QUANDO?
Projectos de Pareceres O projecto de parecer 68 será emendado e submetido a adopção por via electrónica
JM Robert e E Pêtre 10 de Dezembro
O projecto de parecer 69 é adoptado O projecto de parecer 71 é adoptado
O projecto de parecer 70 é adoptado Envio às administrações nacionais
V. Badiola, A. Cabral, Y. Foëzon
Final de Dezembro Funcionamento do CCR Sul
GEPETO
-‐ O Golfo da Biscaia é considerado como caso de estudo
-‐ V. Badiola compromete-‐se a encontrar uma solução para a representação da «altura» para o caso de estudo sobre as pescas ibéricas
-‐ A resposta à crítica sobre o processo de recrutamento é adoptada por unanimidade
O Comité Executivo aprova a participação do CCR Sul no consórcio e insiste na necessidade de trabalhos directamente úteis e numa colaboração total com os membros do CCR
Secretariado Fevereiro Final de
Planos de Acção do CCR Sul Procura de financiamento para o projecto SIMBAD
sobre a redução das rejeições
Secretariado & S.
Larzabal 1º trimestre de 2013 Valorização dos produtos da pesca artesanal, X. Lopez
indica que o plano de acção será novamente debatido entre o grupo de trabalho.
X. Lopez Não definido
Relativamente ao melhoramento dos pareceres científicos, o plano proposto é adoptado, tendo os membros referentes que relatar os progressos das suas acções duas vezes por ano ao Comité Executivo. Julien Lamothe fica encarregue da coordenação do conjunto do plano.
Referentes/stocks e J.
Lamothe Duas vezes/ano a partir de 2013
Assunto administrativo Para o próximo exercício, os Estados Membros serão novamente solicitados para contribuírem com o valor de 6000€ para o orçamento do CCR
Secretariado Fevereiro de 2013