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Colégio Santa Dorotéia

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Academic year: 2021

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Texto

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Colégio Santa Dorotéia 1111

TEXTO 1

HISTÓRIA DE UM NOME

Stanislaw Ponte Preta

1 No capítulo dos nomes difíceis têm acontecido coisas das mais pitorescas. Ou é um camarada

chamado Mimoso, que tem físico de mastodonte, ou é um sujeito fraquinho e insignificante chamado Hércules. Os nomes difíceis, principalmente os nomes tirados de adjetivos condizentes com seus portadores, são raríssimos, e é por isso que minha avó paterna dizia:

2 — Gente honesta, se for homem, deve ser José, se for mulher, deve ser Maria!

3 É verdade que Vovó não tinha nada contra os joões, paulos, mários, odetes e — vá lá — fidélis. A sua implicância era, sobretudo, com nomes inventados, comemorativos de um acontecimento qualquer, como era o caso, muito citado por ela, de uma tal Dona Holofotina, batizada no dia em que inauguraram a luz elétrica na rua em que a família morava.

4 Acrescente-se também que Vovó não mantinha relações com pessoas de nomes tirados metade

da mãe e metade do pai. Jamais perdoou a um velho amigo seu — o "Seu" Wagner — porque se casara com uma senhora chamada Emília, muito respeitável, aliás, mas que tivera o mau-gosto de convencer o marido de batizar o primeiro filho com o nome leguminoso de Wagem — "wag" de Wagner e "em" de Emília. É verdade que a vagem comum, crua ou ensopada, será sempre com "v", enquanto o filho de "Seu" Wagner herdara o "w" do pai. Mas isso não tinha nenhuma importância: a consoante não era um detalhe bastante forte para impedir o risinho gozador de todos aqueles que eram apresentados ao menino Wagem.

5 Mas deixemos de lado as birras de minha avó — velhinha que Deus tenha, em Sua santa glória

— e passemos ao estranho caso da família Veiga, que morava pertinho de nossa casa, em tempos idos. 6 "Seu" Veiga, amante de boa leitura e cuja mania era colecionar livros, embora colecionasse também filhos, talvez com a mesma paixão, levou sua mania ao extremo de batizar os rebentos com nomes que tivessem relação com livros. Assim, o mais velho chamou-se Prefácio da Veiga; o segundo, Prólogo; o terceiro, Índice e, sucessivamente, foram nascendo o Tomo, o Capítulo e, por fim, Epílogo da Veiga, caçula do casal.

7 Lembro-me bem dos filhos de "Seu" Veiga, todos excelentes rapazes, principalmente o Capítulo, sujeito prendado na confecção de balões e papagaios. Até hoje (é verdade que não me tenho dedicado muito na busca) não encontrei ninguém que fizesse um papagaio tão bem quanto Capítulo. Nem balões. Tomo era um bom extrema-direita e Prefácio pegou o vício do pai - vivia comprando livros. Era, aliás, o filho querido de "Seu" Veiga, pai extremoso, que não admitia piadas. Não tinha o menor senso de humor. Certa vez ficou mesmo de relações estremecidas com meu pai, por causa de uma brincadeira. "Seu" Veiga ia passando pela nossa porta, levando a família para o banho de mar. Iam todos armados de barracas de praia, toalhas etc. Papai estava na janela e, ao saudá-lo, fez a graça:

8 — Vai levar a biblioteca para o banho? "Seu" Veiga ficou queimado durante muito tempo.

9 Dona Odete — por alcunha "A Estante" — mãe dos meninos, sofria o desgosto de ter tantos filhos homens e não ter uma menina "para me fazer companhia" - como costumava dizer. Acreditava, inclusive, que aquilo era castigo de Deus, por causa da ideia do marido de botar aqueles nomes nos garotos. Por isso, fez uma promessa: se ainda tivesse uma menina, havia de chamá-la Maria.

10 As esperanças já estavam quase perdidas. Os vizinhos comentaram que "Seu" Veiga não gostou, ainda que se conformasse, com a vinda de mais um herdeiro, só porque já lhe faltavam palavras relacionadas a livros para denominar a criança.

11 Só meses depois, na hora do batizado, o pai foi informado da antiga promessa. Ficou furioso com a mulher, esbravejou, bufou, mas — bom católico — acabou concordando em parte. E assim, em vez de receber somente o nome suave de Maria, a garotinha foi registrada, no livro da paróquia, após a cerimônia batismal, como Errata Maria da Veiga.

12 Estava cumprida a promessa de Dona Odete, estava de pé a mania de "Seu" Veiga.

Texto adaptado. Disponível em:< http://www.releituras.com/spontepreta_nome.asp.> Acesso em: 13 jul.2016.

Colégio Santa Dorotéia

Área de Códigos e Linguagens Disciplina: Língua Portuguesa Ano: 6º – Ensino Fundamental Professoras: Aline, Dafne e Rina

Aluno(a): _________________________________________ Nº: _____ Turma: _____

Atividades para Estudos Autônomos

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Pitoresco: divertido, engraçado, interessante.

Mastodonte: animal mamífero, já extinto, bem grande e robusto como os elefantes. Condizente: que condiz ou concorda com algo.

Alcunha: apelido.

QUESTÃO 1

Com base na leitura do texto 1 e nos seus conhecimentos gramaticais, ASSINALE a alternativa correta.

a) O título do texto 1 deve-se à intenção de se relatar a história de uma pessoa cujo nome é engraçado

e motivo de piadas.

b) O terceiro parágrafo apresenta desvio da norma culta, pois alguns substantivos próprios foram

escritos com letra minúscula, como “joões” e “paulos”.

c) A palavra “capítulo” aparece no texto escrita com inicial maiúscula e minúscula porque representa

ora substantivo comum, ora próprio.

d) No oitavo parágrafo, “ficou queimado” refere-se à consequência da quantidade de sol que a família

Veiga tomou na praia.

e) No fragmento “da antiga promessa” o substantivo é “antiga”, e as demais palavras são

determinantes.

QUESTÃO 2

REESCREVA os trechos a seguir no discurso indireto, fazendo as alterações necessárias. a) Papai estava na janela e, ao saudá-lo, fez a graça:

— Vai levar a biblioteca para o banho?

________________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________________

b) Dona Odete — por alcunha "A Estante" — mãe dos meninos, sofria o desgosto de ter tantos filhos

homens e não ter uma menina "para me fazer companhia" - como costumava dizer.

________________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________________

QUESTÃO 3

Em relação ao narrador do texto lido, FAÇA o que se pede.

3.1) CLASSIFIQUE-O.

3.2) EXPLIQUE como ele teve acesso aos fatos que narra.

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QUESTÃO 4

RELEIA:

“Mas isso não tinha nenhuma importância: a consoante não era um detalhe bastante forte para impedir o risinho gozador de todos aqueles que eram apresentados ao menino Wagem.” § 4

As palavras do fragmento em destaque foram empregadas

a) denotativamente, pois o narrador está se referindo à falta de poder suficiente da consoante W para

evitar os risinhos sofridos pelo menino Wagem.

b) conotativamente, pois “forte” significa musculoso, e não é possível que uma letra seja musculosa,

pois é apenas um signo linguístico.

c) denotativamente, pois “consoante”, nesse caso, está se referindo à situação peculiar, fora do

comum, na qual o menino se encontrava.

d) conotativamente, pois uma letra não pode ser considerada um simples detalhe em uma palavra, seja

ele forte ou fraco.

e) denotativamente, pois o narrador afirma que apenas uma consoante não bastava para proteger o

menino, mas duas ou mais seriam suficientes.

TEXTO 2

OS 7 NOMES MAIS ESTRANHOS DO BRASIL

POR Ana Luísa Fernandes, Lucas Baptista

1 Primeiro, um caso gringo: Something Long and Complicated. Esse é o nome que um britânico de 30 anos resolveu registrar para si. Até 2007, ele se chamava William Wood. O Facebook não engoliu, e baniu a conta do rapaz - o robozinho do Face não acreditou que isso pudesse ser um nome real, claro. O sr. Complicated até mandou fotos do passaporte para provar que, sim, realmente cometeu a mudança de nome, mas a conta continua bloqueada. Só tem uma coisa: se você achou esse caso inusitado, ainda não viu nada. Voltemos ao Brasilzão.

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2 Pronuncia-se "Jar-Tchan-Keulamar". Mas vamos manter a erudição aqui e usar a grafia corrreta, como consta no RG dessa Maranhense de 32 anos. Jhartchankeulamar é filha de Maria Deusamar Alves de Souza com João de Deus da Silva. Tem seis irmãos. Todos com nomes tão ou mais "complexos", digamos assim, que o dela.

3 O pai da moça, além de criar outro nome próprio (Sol Hidramix Riosraiosparaíso Diforças Hahlmeixeixas Hinfinito), batizou seus outros filhos assim: Jhoeicileifranklinsheixe,

Jharkhinawhannekhemilly, Jhaesneanflayquisheideix, Jharquilankleybia, Jhoenamarkeissene e Jhaulismaflancyo (para pronunciar, é só seguir a lógica dos falantes de alemão: quebre as palavras e desencane de letras intrusas, aí Jhoeicileifranklinsheixe, por exemplo, vira um quaaaase trivial "Joeicilei-Franklin-Sheixe").

4 Numa entrevista ao Portal G1, que produziu uma reportagem sobre a família, o pai disse que nunca gostou de "João de Deus", seu nome original, por ser muito comum. Ele não conseguiu mudar seu registro no cartório, mas, em compensação, batizou os filhos com nomes zero comuns.

5 Maria Deusamar, a mãe, e que gosta de ser chamada de Deusa, faz como toda mãe e chama os

filhos por versões mais curtas dos nomes deles, como Frank e Cris. Hoje, a família está espalhada pelo Brasil, em São Mateus do Maranhão, São Carlos (SP) e Brasília. Se encontrar com algum deles, capriche na pronúncia!

Disponível em: <http://super.abril.com.br/comportamento/os-7-nomes-mais-estranhos-do-brasil.> Acesso em: 14 jul. 2016.

VOCABULÁRIO:

Something Long and Complicated: Algo Longo e Complicado. Inusitado: diferente, fora do comum.

Desencanar: não dar importância.

QUESTÃO 5

5.1) No fragmento a seguir, IDENTIFIQUE os substantivos e os seus determinantes, conforme

indicado.

“Esse é o nome que um britânico de 30 anos resolveu registrar para si.” - §1

5.2) INDIQUE as classes de palavras dos determinantes.

Substantivo 1: Determinante: Substantivo 2: Determinante 1: Determinante 2: Determinante do substantivo 1: Determinantes do substantivo 2:

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QUESTÃO 6

LEIA as frases a seguir, atentando à palavra destacada.

1) “Numa entrevista ao Portal G1, que produziu uma reportagem sobre a família , o pai disse que

nunca gostou de "João de Deus", seu nome original, por ser muito comum.” - §4

2) Todos sabiam que João não faria aquilo, pois ele era um cara muito família !

Considerando as relações entre as palavras das frases e aquilo que elas nomeiam ou caracterizam, é possível afirmar que a palavra em destaque, “família”, não pertence à mesma classe gramatical nos dois casos. COMPROVE essa afirmação.

___________________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________________ TEXTO 3

Disponível em: <http://www.oslevadosdabreca.com/tag/nome-esquisito/.> Acesso em: 15 jul. 2016.

QUESTÃO 7

No terceiro quadrinho, o humor se deve, principalmente,

a) ao fato de o adjetivo “criativos” ter sido usado quando, na verdade, não há nenhuma criatividade nas

situações apresentadas.

b) à grafia equivocada de palavras originalmente criadas em inglês, presentes em quadrinhos de

super-heróis, como Bruce Wayne e Lois Lane.

c) ao engano cometido por um dos pais que teria tido a intenção de homenagear o Homem-Aranha,

mas homenageou outra personagem.

d) às expressões faciais das pessoas representadas que, assim como os filhos apresentados nos

textos 1 e 2, não estão felizes com seus nomes.

e) ao desespero da personagem do terceiro quadrinho, que não compreende a origem do seu nome ou

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LEIA a tirinha a seguir, homenagem feita pelo autor Alexandre Beck ao poeta Manoel de Barros:

Disponível em: <http://www.redebrasilatual.com.br/revistas/102/armandinho-de-alexandre-beck-e-manoel-de-barros-4413.html.> Acesso em: 02 ago. 2016.

Sobre as palavras e locuções destacadas na tirinha de Alexandre Beck, é CORRETO afirmar:

a) todas são substantivos.

b) Existem substantivos coletivos e derivados. c) “dos mísseis” e “velocidade” são determinantes.

d) “respeito”, “velocidade” e “atraso” são substantivos abstratos. e) “desimportantes” e “passarinhos” são substantivos compostos.

GABARITO 1) C

2) a) Papai estava na janela e, ao saudá-lo, fez graça ao perguntar se ele iria levar a biblioteca para o banho.

b) Dona Odete — por alcunha "A Estante" — mãe dos meninos, sofria o desgosto de ter tantos filhos homens e não ter

uma menina para lhe fazer companhia.

3) 3.1) Narrador personagem.

3.2) O narrador presenciou uma parte dos fatos narrados e observou a avó para fazer as reflexões iniciais. Todo o conto

parece ter sido tirado da memória da juventude de quem narra.

4) A 5) 5.1)

5.2)

6) Na frase 1, a palavra família é da classe dos substantivos, pois está escrita após um artigo e nomeia um grupo de pessoas

com vínculos de parentesco. Já na frase 2, a palavra destacada é da classe dos adjetivos porque caracteriza o substantivo “cara”.

7) C 8) D

Substantivo 1: nome Determinante: o

Substantivo 2: britânico

Determinante 1: um Determinante 2: de 30 anos

Determinante do substantivo 1: artigo definido. Determinantes do substantivo 2: 1 - artigo indefinido; 2 - preposição, numeral e substantivo.

Referências

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