Os
seguros
em
Portugal
COs
desafios das insurtechs
e
do digital
C
Dados pessoais:
matéria-prima
dos seguros
C
Criação do
fundo
sísmico
está na agenda
Gabriel Bernardino
EIOPA
quer
mais supervisão
comportamental
José Almaça
OS
SEGUROS EM
PORTUGAL
Inovação
tem
impacto
nos
modelos
de
negócio
José
Almaça,
presidente
da
ASF, a
supervisão
e
a
regulação
devem
evitar
que
a
regulamentação
seja um
obstáculo
indevido
à
inovação
financeira.
FILIPE S. FERNANDES
A
intensaactivida-••
/^k
de normativa,/
—^k
quetemcaracte-*Á~ _^L~ rizado ostempos mais recentes, nãoseperspectiva que irá abrandar no futuro próximo", afir-mou José Almaça, presidente daASF
-
Autoridade Nacional de Su-pervisão dos Seguros eFundos de Pensão no encerramento da confe-rência Os Seguros emPortugal queserealizou a25demaio emLisboa. Referiu queseespera a
publica-çãoda revisão do Regime Jurídico da
Mediação de Seguros ou de
Resse-guros, transposição daDirectiva re-lativa àDistribuição de Seguros, e
que são esperadas novidades quan-toàprimeira revisão anível europeu ao regime Solvência 11. Observou que esta
tem
ligação "à União dos Mercados de Capitais, a trave-mes-tra do plano da Comissão para apro-fundar amobilidade de capitais noespaço Europeu, promover acriação de emprego eo crescimento econó-mico, alargando asfontes de finan-ciamento da economia".
JoséAlmaça salientou aentrada em vigor em 2012da
IFRS
I7,anova norma derelato financeiro aplicávelàcontabilização doscontratos de se-guro, e
IFRS
9,anova norma aplicá-velaosinstrumentos financeiros, ten-doaASFprocedido aumarevisão do Plano de Contas para as Empresas de Seguros(PCES).
Defendeu, ainda, que aentrada emvigor do regime Solvência
II
a1dejaneiro de2016,que está emfase
de consolidação, veio "robustecer a
posição financeira das empresas ea
sua resiliência faceachoques
exter-nos". Adiantou que"oregime vemfo-mentar acriação deuma cultura de
gestão de risco transversal atodos os
níveis decada organização, contri-buindo para melhorar apercepção dos riscos a que asempresas se
en-contram expostas e,desta forma,
to-mar
decisões mais eficientes para asua mitigação e para agestão doseu
capital". Osector está mais resilien-teepreparado paraasmudanças
pro-vocadas por factores macroeconó-micos, ambientais, regulatórios ede inovação tecnológica.
0
digital
é
uma
resposta
à
nova
geração
de
consumidores,
sempre online.
Defender
a inovaçãoOfenómeno da transformação digi-talcorresponde auma "nova vaga de riscos associados à inovação
tecno-lógica, como o risco de ataques ciber-néticos".
É
uma "resposta ànovage-ração de consumidores, ligados em permanência, que esperam eexigem um contacto imediato eàdistância de um clique". Acrescentou que o
"impacto das novas tecnologias obri-ga à revisão profunda dos modelos de negócio dasseguradoras, afectan-do toafectan-dos osníveis da cadeia de valor". JoséAlmaça defende que "a re-gulação e a supervisão devem acom-panhar astendências emtermos de inovação eter capacidade para ava-liar oseuimpacto eantecipar os
ris-cos,mantendo um quadro regulató- rioequilibradoeumasupervisãopre-ventiva que proteja os consumido-res". O objectivo é "evitar que a
regu-lamentação sejaumobstáculo inde-vido àinovação financeira", e "con-seguir oequilíbrio entre oprincípio fundamental da protecção do consu-midor eaoferta deserviços
inovado-resque, no fundo, têmcomo objecti-vo facilitar avida desses mesmos consumidores".
¦
José Almaça, presidente daASF,e Pedro Martinez que liderou a Comissão deGestão do Fundo deSolidariedade das seguradoras.
éé
A
supervisão
é
fundamental
na
protecção
dos
consumidores.
GABRIEL BERNARDINO Presidente da EIOPAEm
seis
meses
foram atribuídos
3,4
milhões
de
euros
às
vítimas.
PEDRO ROMANO MARTINEZ Líder do Fundo Solidário
Os
nomes da
conferência
Gabriel Bernardino, presidente da EIOPA, abriu a conferência Os Se-guros em Portugal, que se reali-zou a25 de maio em Lisboa orga-nizada pelo Jornal de Negócios com a
Liberty
Seguros, Generali Seguros, i2SePLMJ.Opainel, "O Sector Segurador eos Desafios da Actualidade", contou com José Galamba de
Oliveira,
presidente
da APS-
Associação Portuguesa de Seguradores, Nuno Luís Sapateiro, associadocoorde-nador da PLMJ,e Rogério Dias, di-rector-geral da Generali Seguros. No segundo painel, "O Futuro em Curso no Sector Segurador", par-ticiparam Filipe Duarte Santos,
ca-tedrático
da Faculdade de Ciên-cias daUniversidade
de Lisboa, Gastão Taveira, CEO da i2S, Tere-saCarvalho, directora do Gabine-te Jurídico & Compliance da Li-berty Seguros e José Figueiredo, administrador daAFIP-
Associa-ção Fintech eInsurtech Portugal. No encerramento esteveJosé Al-maça, presidente daASF-
Autori-dade Nacional de Supervisão dos Seguros e Fundos de Pensão. An-dré Veríssimo, director do Jornal de Negócios, moderou.A
gestão
de um processo
solidário
Em julho
de 2017, as segurado-ras aoperar em Portugal e aAPS (Associação Portuguesa de Segu-radores) criaramum
Fundo Es-pecial deSolidariedade, destina-do aapoiar osferidos graves e osfamiliares das pessoas falecidas na sequência dos graves incên-dios deJunho cOutubro de2017 no centro
Norte
do país."Não eraumproblema de res-ponsabilidade civil, não estava no âmbito da segurança social, era uma acção de solidariedade", ex-plicou Pedro Romano Martinez, professor catedrático da Faculda-de Faculda-deDireito de Lisboa, que lide-rou aComissão de Gestão do
Rin-do deSolidariedade.
Mas eram necessárias
direc-trizes para resolver estas situações sociais, decidir quem seria bene-ficiado ecom quevalores, eque
fossem solucionadas deuma for-macélere.
A
Comissão realizou 10 reuniões detrabalho paraanalisar edecidir ascompensações, tendo sido analisados 109processos de vítimas falecidas e25processos de feridos graves.Equipas
experientes
O professor deDireito referiu que
oEstado costuma
fixar
valores unitários, o que "tem ovalor da simplificação". Mas defendeu queocritério daponderaçãoper-mitiu
responder "asituações di-ferenciadas em termosgeográfi-cos, sociais, rendimentos eetários
Em
seis meses avaliaram-seos90 familiares das65 vítimas de Pedrogão Grande, e os67 familia-resdas
44
vítimas mortais dosin-cêndios em outubro, além de 27 feridos graves. Estes processos fo-raminstruídos porequipas expe-rientes indicadas por algumas das
associadas da APS eque, no
ter-reno, contactaram directamente todos ospotenciais beneficiários do Fundo. Como resumiu Pedro Ro-mano
Martinez,
estas equipas "co-nheciam ossinistros, assituações sociais etinham capacidade de ava-liar assituações noterreno"."Em
menos deseis meses,fez-se a análise, determinou-se
avalo-ração",
referiu
Pedro RomanoMartinez.
Esclareceu queforam
usados oscritérios com flexibilida-deesempre que necessário ao cri-tério daequidade. E
atribuiu
com-pensações no valor de3,409
mi-lhões de euros a157familiares de vítimas falecidas ea25feridos gra-ves.
¦
FSFSeguros
europeus
de
viagem
avaliados
pela
EIOPA
em
2018
"E
tempo
de
levar
a
sério
a
supervisão
comportamental
como
garante
de
boas
práticas
do mercado",
acentuou
Gabriel
Bernardino,
presidente
da
EIOPA.
Em
2018aspráticas de mercado dos seguros de viagem europeus vão ser avaliadas, anunciou Ga-briel Bernardino, presidente daEIOPA,
regulador europeu dosseguros edos fundos de pensões, na abertura da conferência "Os Seguros emPortugal".
A
EIOPA, incluiu, no seuplano de acção, "um conjunto deiniciativas paraincrementar
aavaliação pelas autoridades desupervisão dos riscos" naárea comportamental."É
tempo
de levar asério a supervisãocomportamental
como garante deboas práticas do mercado", acentuou Gabriel Bernardino. Para
EIOPA
a su-pervisão prudencial e acompor-tamental
são fundamentais na protecção dos consumidores eu-ropeus. "Com oprocesso deSol-vência
II
pôs-se em marcha um processo degrande qualidade eexigência de supervisão pruden-cial à escala daUnião Europeia.
E
agora tempo depercorrer umcaminho semelhante
relativa-mente àcomportamental". Asreformas regulatórias pós crise
foram
projectadas para construirum
mercado financei-romais estável, justo, transpa-rente, com instituições financei-ras mais fortes ecom melhor go-vernação."Em
termos regula-mentares, na minha opinião,te-mos regras suficientes, necessi-tamos agora deasimplementar
eassupervisionar de
umaforma
séria abem de todos nós", acen-tuou Gabriel Bernardino.
Plano de acção
Em Abril
de 2018foipublicado oplano deacção paraa convergên-ciadasupervisão 2018-2019 que detalham astrês áreas de actua-ção.
Em
primeiro lugar o desen-volvimento de novos instrumen-tos comuns de supervisão, ondeseinclui,
por
exemplo, osben-chmarks para omodelo interno utilizado pelas empresas de
se-guros àescala europeia
Em
segundo lugar, a super-visão de serviços transfronteiras,A
digitalização
nos
seguros
está a acontecer.
É
o
presente.
GABRIEL BERNARDINO Presidente da EIOPAcom especial atenção na
detec-çãodemodelos de negócio
insus-tentáveis. Como referiu Gabriel Bernardino, "empresas que
ti-ram partido do passaporte euro-peu paranegócios que distorcemomercado, devem serretiradas domercado".
Em
terceiro lugar, asupervi-sãodos riscos emergentes
englo-bando práticas de supervisão des-tinadas aavaliar aresiliência dos sistemas de informação das
em-presas, avulnerabilidade aos
ris-cos cibernéticos ea utilização da informação, o chamado Big Data, por parte das empresas de
segu-ros, mas também os riscos asso-ciados ao
Brexit
A revolução
digital
Adigitalização nos seguros colo-caem causa asobrevivência de modelos de negócio eempresas. "Aabordagem tem de ser no pre-sente, não vai acontecer no futu-ro, está a acontecer", diz Gabriel Bernardino.
Paraopresidente
daEIOPA
aonda digital vai mudar a
inter-acção com ocliente. "O sector
se-gurador vaiser
um
dos sectores onde vaiser mais visível, porqueosconsumidores têm uma aver-são a
tomar
decisões com base em papéis.A
digitalizaçãoper-mite
que a interacção com ocliente seja
feita
deuma forma
maisapelativa".
Atransformação digital per-mite aoptimização dos custos. Gabriel Bernardino deu o
exem-plo de
um
conglomerado finan-ceiro europeu demédiadimen-são, que tem desenvolvido a di-gitalização nabanca, eestá a co-meçar na área seguradora. "O CEOdisse-me que
fizeram um
projecto-piloto,
na área não vida,utilizando
aInteligência
Artificial
para agestão desinis-tros. Oobjectivo era,
num
ano, cortar40
a60%
dos custos. Aofim
de nove meses está em90%.Tem
consumidores mais satis-feitos, porque a interacção émais fácil epagou menos no to-tal dos sinistros".
¦
fsf
Do
PEPP aos riscos
cibernéticos
"Gostava de comprar um Pan-European Personal Pension Pro-duct (PEPP), eem Portugal, antes de sair da presidência da
EIO-PA em 2021", confessou Gabriel Bernardino. O projecto está em discussão no Conselho Europeu. Segundo o presidente da EIO-PA,"no Parlamento Europeu hámuitos deputados europeus con-vencidos da importância do produto de poupança europeu. Po-liticamente estão construídas as bases para haver uma decisão. Nofinal de 2018 deve haver uma decisão edepois, em 2019, se-gue-se aregulamentação".
"Quando lançamos o stress test a nível europeu