• Nenhum resultado encontrado

DOCUMENTO PROTEGIDO PELA LEIDE DIREITO AUTORAL

N/A
N/A
Protected

Academic year: 2021

Share "DOCUMENTO PROTEGIDO PELA LEIDE DIREITO AUTORAL"

Copied!
51
0
0

Texto

(1)

UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

AVM – FACULDADE INTEGRADA

PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU

NEUROCIÊNCIA APLICADA NO DESENVOLVIMENTO

COGNITIVO E EMOCIONAL DA CRIANÇA

Sheirly Rodrigues Silva

ORIENTADOR: Prof. Marta Pires Relvas

Rio de Janeiro 2016

(2)

UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

AVM – FACULDADE INTEGRADA

PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU

Apresentação de monografia à AVM Faculdade Integrada como requisito parcial para obtenção do grau de especialista em Neurociência Pedagógica

Por: Sheirly Rodrigues Silva

NEUROCIÊNCIA APLICADA NO DESENVOLVIMENTO

COGNITIVO E EMOCIONAL DA CRIANÇA

Rio de Janeiro 2016

(3)

AGRADECIMENTOS

Agradeço a Deus em primeiro lugar, por estar à frente sempre da minha vida.

Aos meus pais pelo constante incentivo, meu esposo pelo apoio e suporte nos momentos de fraqueza, a minha filha que soube, por muitas vezes, aguardar a vez.

Aos professores que me proporcionaram momentos intensos de aprendizado.

E aos meus amigos que torceram por mim em mais uma jornada.

(4)

DEDICATÓRIA

Dedico este trabalho a minha família que torce, vibra e se alegra com as minhas vitórias e conquistas.

(5)

RESUMO

Este trabalho se fez necessário a partir de observação em sala de aula da educação infantil, do município do Rio de Janeiro, onde foi percebido a carência de conhecimento do professor quanto ao processo de aprendizagem. Esse estudo tem por finalidade proporcionar os caminhos que possam direcionar ao professor de que forma a criança aprende. Devido a realidade encontrada, atualmente, em sala de aula, conhecer o processo mental que ocorre no momento da aprendizagem e quais são os gatilhos para que isso ocorra se torna essencial para alcançar o desenvolvimento cognitivo e emocional.

É sabido que o desenvolvimento emocional é parte importante para o desenvolvimento cognitivo, por isso neste trabalho monográfico será apontado e mostrado de que forma isso ocorre e como é possível utilizar a nosso favor. E para isso conta-se com a Neurociência para colaborar e direcionar quais as partes do cérebro estão envolvidas.

(6)

METODOLOGIA

Este estudo aborda a importância da emoção para o aprendizado na educação infantil, para isso a metodologia escolhida para desenvolver o trabalho monográfico foi através de pesquisas bibliográficas abrangendo leitura de livros e artigos de revistas sobre o assunto.

O presente trabalho está fundamentado em obras de importantes autores da literatura neurocientífica como Damásio, Relvas, Wallon, Almeida, Muniz, Consenza Galvão, Chabot, Maia, Izquierdo, LeDoux e Silva Almeida.

(7)

SUMÁRIO

INTRODUÇÃO 08

CAPÍTULO I

Emoção 10

CAPÍTULO II

Como o cérebro aprende 23

CAPÍTULO III

O conhecimento da Neurociência para produzir

um aprendizado de qualidade 37

CONCLUSÃO 48

BIBLIOGRAFIA 49

(8)

INTRODUÇÃO

Atualmente, devido à carência de conhecimento dos professores quanto ao processo de aprendizagem, como o aluno aprende e de que forma é feito esse processamento, fez-se necessário esse estudo através da Neurociência, que tem como objetivo conhecer os processamentos mentais que ocorre no momento da aprendizagem colaborando assim com o desenvolvimento emocional e cognitivo da criança.

Cabe ao professor o conhecimento das áreas do cérebro que podem ser estimuladas no ato de aprender. É preciso estar atento aos fatores da aprendizagem, tais como: atenção, memória e compreensão. Porém é a emoção que ativa a atenção que depois desencadeia a memória. E como utilizar a emoção como facilitadora do aprendizado?

Esse trabalho parte da hipótese de que estimular a criança a viver situações que tenham sentido e significado, e que as emoções interferem no processo cognitivo irá provocar novas conexões possibilitando assim um aprendizado de qualidade.

Maia (2012) diz que o aprendizado escolar é um processo que demanda execuções neurobiológicas, cognitivas, emocionais e pedagógicas, além de estímulos adequados.

Chabot (2005) explica que muitas dificuldades de aprendizagem não são de ordem cognitiva, mas provenientes de aspectos emocionais, por isso apontam para a importância do “sentir” para “aprender”.

Relvas (2009) diz “a emoção está para o prazer assim como o prazer está para o aprendizado” e que as emoções são “conjuntos de reações químicas e neurais.

Por isso para facilitar o caminho para o professor esse trabalho esmiuçara os conhecimentos acerca da Neurociência que implicam para a aquisição do aprendizado.

(9)

No capítulo I será descrito sobre as emoções, o que são, quais os tipos e as estruturas neurais, para trazer a margem qual o envolvimento e a sua importância no aprendizado da criança.

Como o cérebro aprende será falado no capítulo II. Haverá descrições sobre a anatomia da aprendizagem, neurônios e aprendizagem e como usar esse conhecimento cerebral a favor da educação.

No último capítulo será feito a relação da emoção com a memória e a aprendizagem para alcançar um aprendizado eficaz.

Esse trabalho tem o papel de colaborar, através destes capítulos descritos acima, cada vez mais com o trabalho com crianças e mostrar que o professor precisa estar sempre em busca de informação para transformar em conhecimento.

(10)

CAPÍTULO I

EMOÇÃO

As emoções, cada vez mais tem sido alvo de pesquisas, devido à necessidade de compreender sua influência nas decisões, comportamentos, aprendizado e patologias.

Segundo, Consenza e Guerra (2011) elas são consideradas fenômenos que indicam que algo de importante esta acontecendo em um momento da vida da pessoa.

Muitos de nós, independente de idade, época ou cultura já sentiu uma das quatro emoções básicas raiva, medo, alegria e a tristeza. Como são percebidas estas emoções? Invariavelmente pelas sensações e movimentos que o corpo produz: dor de barriga, um “frio no estômago, chorar, rir sem parar, desmaiar, taquicardia, tremer, perder a voz.

As emoções são orgânicas estão presentes diariamente como forma de aviso e de guia na conservação do organismo e socialização. Alerta-se quando as necessidades humanas naturais não são encontradas, como quando se sentem só e/ou quando encontra-se com medo. Ajudam nas tomadas de decisões, nos ajuste de limites, comunicação entre outros.

Para que possa ser compreendida a funcionalidade, os tipos e estruturas das emoções serão estudados a seguir.

1.1. O que é emoção?

Há tempos a humanidade vem tentando compreender as emoções. É preciso conhecer os teóricos que influenciaram pesquisas mais detalhadas e completas acerca das emoções.

A primeira teoria surge no século XIX, onde Charles Darwin intensificou seus estudos sobre as emoções, tanto nos homens quanto nos animais, levando a acreditar que as emoções eram inatas. E que existiam seis expressões que possibilitavam a sobrevivência, tais como: alegria, tristeza, surpresa, cólera, desgosto e medo.

(11)

Segundo Lopes apud Rudge (2005), Darwin considera que as expressões de emoções são um universal humano, assim como assinala certas similaridades entre a expressão emocional no homem e em outros mamíferos. Assim, visa indicar que o comportamento expressivo humano é, do mesmo modo que sua anatomia e fisiologia, fruto da evolução.

Segundo Darwin, a expressão de emoções são movimentos e ações expressivos típicos, que se fixaram na espécie ao longo da evolução. Esses movimentos que foram repetidos inúmeras vezes, por serem úteis para obter gratificação ou alívio, tornaram–se tão habituais que se repetem quando a mesma sensação é sentida, mesmo quando sua utilidade não mais existe. Os movimentos pelos quais as emoções se expressam são involuntários, e os mais importantes deles são inatos e herdados. Entretanto, em momentos anteriores da evolução da espécie, eles foram executados muitas vezes voluntariamente e com um objetivo apropriado. (LOPES apud RUDGE, 2005)

Há mais de um século William James apresentou uma hipótese sobre as emoções. De acordo com Ledoux (1998) James dizia que a emoção constituía uma seqüência de acontecimentos que tem início com a ocorrência de um estímulo excitante e termina com um sentimento arrebatado, uma experiência emocional consciente.

Por exemplo, ao vermos o uso de James, batemos em retirada. Durante essa atitude de fuga, o corpo sofre um cataclismo fisiológico: a pressão sanguínea dispara, aumenta a velocidade dos batimentos cardíacos, as pupilas dilatam-se, as palmas ficam úmidas, os músculos sofrem certas contrações. Outras situações emocionais produziram diferentes reações corporais. Em cada caso, as respostas fisiológicas retornam ao cérebro na forma de sensações físicas, e o padrão único de feedback sensorial confere a cada emoção uma qualidade singular. O medo produz uma sensação diferente da raiva ou do amor porque possui uma característica fisiológica diferente.O aspecto mental da emoção, o sentimento, é escravo de sua fisiologia, e não ao contrário: não trememos porque sentimentos medo, nem choramos porque estamos tristes; sentimos medo porque trememos e ficamos tristes porque choramos.( LEDOUX, 2001, p.41)

James acreditava que, através do estímulo, primeiro viriam as reações corporais para posteriormente vir às emoções.

(12)

Imagem n° 1 retirada do livro O Cérebro Emocional, p. 73

Na imagem n° 1 é observado que: o estímulo externo (1), neste caso a visão do urso, é compreendido pelas áreas sensoriais do córtex cerebral. Através do córtex motor, reações de fuga são controladas (2). As sensações geradas pelas reações são novamente enviadas ao córtex cerebral, onde são percebidas (3). A percepção das sensações físicas juntamente com as reações emocionais, é o que enaltece a emoção (4), segundo a teoria de James.

Entretanto na década de 20, Walter Cannon contestou essa teoria baseado nas investigações de Philip Bard. A teoria de Cannon-Bard alegava que as emoções aconteciam ao mesmo tempo em que as reações físicas. Para eles as emoções acontecem no cérebro, que o hipotálamo era o centro emocional. Cannon-Bard acreditavam que quando o indivíduo tinha um estímulo ameaçador o impulso nervoso atingia o tálamo que direcionava ao córtex, experiências subjetivas: raiva, medo, tristeza etc, e ao hipotálamo, alterações neurovegetativas (sintomas), tudo acontecia simultaneamente.

Na época de Bard e Cannon, o hipotálamo era considerado o responsável pela regulação do sistema nervoso autônomo, e para eles parecia lógico que as emoções físicas próprias de emoções fortes fossem controladas pelo hipotálamo, no prosencéfalo. (LEDOUX, 2001, p.74)

Sensação

Córtex Cerebral

Córtex Sensorial Córtex Motor

Estímulo

Emocional

Resposta Corporal

1

2

3 4

(13)

Imagem n° 2 retirada do livro O Cérebro Emocional, p. 76

Na imagem n° 2 é possível exemplificar como a teoria de Cannon-Bard acontecia. Os estímulos externos passavam pelo talámo onde eram enviados para hipotálamo (2a) e córtex cerebral (2b). Já o hipotálamo enviava sinais para músculos e órgãos do corpo (3a) e ao córtex (3b). A junção das informações que foram enviadas ao córtex para o entendimento do estímulo (2b) e do sentido emocional (3b) dá o resultado consciente da emoção. Acontecendo ao mesmo temo reação e sensações emocionais.

Em 1937, James Papez partilhou da teoria de Cannon-Bard, porém identificou que as emoções ativavam um circuito entre o hipotálamo e o córtex medial. Esse circuito foi intitulado com o nome do autor Circuito de Papez. Segundo LeDoux (2001) “ a experiência subjetiva da emoção como um fluxo de informações que obedecem a um ciclo de conexões anatômicas entre o hipotálamo e o córtex medial e deste de volta ao hipotálamo.

Papez acreditava que as mensagens sensoriais vindas do corpo eram enviadas ao cérebro sendo divididas em duas partes no tálamo: fluxo de

2b 2a 3 a 4 3b

Sentimento

Córtex Cerebral

Estímulo

Emocional

Reação Física

Tálamo

Hipotálamo

1

(14)

pensamentos e fluxo de sentimentos. O caminho que se percorre até o córtex foi chamado de “fluxo de pensamentos” porque é por onde são enviadas informações sensoriais, através do tálamo até o neocórtex. Já o caminho que as sensações seguem em direção ao hipotálamo foram chamados de “ fluxo de sentimento”.

Imagem n° 3 retirada do livro O Cérebro Emocional, p.81

Na imagem n° 3 encontram-se as estruturas do Circuito de Papez apontadas como responsáveis pelas sensações emocionais e pelas reações somáticas durante as experiências emocionais. As principais estruturas do circuito de Papez são o tálamo, córtex sensorial, hipotálamo, córtex cingulado e hipocampo.

As pesquisas sobre as emoções poderiam ter sido esquecidas por terem sido interrompidas devido a II Guerra Mundial, porém Paul MacLean em 1949 restabeleceu e expandiu a teoria de Papez.

Sentimento

Córtex Cingulado

Estímulo

Emocional

Reação Corporal

Tálamo

Hipotálamo

Córtex Sensorial

(15)

MacLean recorreu aos trabalhos de Cannon e Papez, dando crédito ao hipotálamo para expressão emocional e o córtex cerebral para a experiência emocional. Mas incluiu novas estruturas ao sistema: as córtices órbitofrontal e médiofrontal (área pré-frontal), o giro parahipocampal, e importantes grupamentos subcorticais: amigdala, núcleo mediano do tálamo, área septal, núcleos basais do prosencéfalo (região mais anterior do cérebro), e formações do tronco cerebral, do qual denominou Sistema Límbico.

Imagem n° 4 retirada do site: http://pt.slideshare.net/slidesafs/3-organizao estrutural-do-sistema-nervoso.

Após todas essas descobertas muitos outros estudiosos vieram para completar e ampliar as pesquisas sobre a emoção. Existem, até os tempos atuais, através da neurociência, que muito colabora nos estudos e discussões acerca das estruturais neurais que envolvem as emoções. E como elas têm um papel crucial na vida dos indivíduos.

Emoções são programas de ações complexos e em grande medida automatizados, engendrados pela evolução. As ações são complementadas por um programa cognitivo que inclui certas ideias e

(16)

modos de cognição, mas o mundo das emoções é sobretudo feito de ações executadas no nosso corpo, desde expressões faciais e posturas até mudanças nas vísceras e meio interno. (DAMÁSIO, 2011, p. 142)

1.2. Tipos de emoções

As emoções podem ser classificadas como primárias e secundárias Daniel e Michel Chabot (2005) utilizam como apoio as pesquisas de Paul Ekman para explicitar sobre essas emoções. Enquanto António Damásio faz considerações acerca das emoções de segundo plano. As emoções são divididas em três partes, sendo elas emoções primárias, emoções secundárias e as emoções de segundo plano.

Emoções Primárias: São inatas, universais e evolutivas. Paul Ekman reconheceu seis tipos de emoções primárias: o medo, a raiva, a tristeza, a aversão, a surpresa e a alegria. Ele acreditou que cada uma tinha sua singularidade e podiam ser vistas em todas as culturas.

“...Darwin no estudo das emoções foi a demonstração da universalidade delas. Se as emoções são inatas e um resultado da evolução, também deveriam ser difundidas e parecidas em diferentes culturas [...]” (FRAZETTO, 2014, p.15)

Segundo Chabot (2005), os pesquisadores acreditam que há uma relação entre as emoções, seus disparadores e os comportamentos resultantes.

O medo tem como disparador uma ameaça perturbadora gerando um comportamento que é a fuga.

A raiva é uma emoção crua, uma força poderosa e muito difícil de conter. Para que se tenha um disparador basta que algo aconteça de forma não esperada, onde surge o comportamento de ataque.

Na tristeza está relacionada a uma perda e o seu comportamento é a retração interior. Quanto à surpresa, acontece quando há uma situação inesperada à qual busca uma orientação. A aversão o disparador é uma substância ou situação aversiva que provoca o comportamento de rejeição. E

(17)

por último, não menos importante a alegria que ocorro quando uma situação desejada acontece proporcionando um comportamento de aproximação.

De acordo com Chabot (2005) “Vistas a partir de um ângulo puramente biológico, nota-se facilmente quanto nossas emoções primárias são importantes e parte integrante da sobrevivência individual e coletiva.

As emoções primárias servem para garantir a sobrevivência, mas é possível experimentá-las sem estar em risco.

Emoções secundárias ou sociais: As emoções primárias servem de base para as emoções secundárias, pois é partir do aprendizado que é possível obter as emoções referentes a situações e circunstâncias de nossa vida.

São as nossas experiências da vida que nos fazem sentir emoções. Isso ocorre também no caso de emoções relacionadas à educação e à moral, como o sentimento de culpa, a vergonha, o ciúme, a timidez, a inveja ou a humilhação. Nesses casos, torna-se mais evidente quanto essas emoções são fruto de aprendizado. As sensações de culpa e de vergonha não são algo inato. São sentimentos aprendidos em função de uma associação que estabelecemos entre as mais diversas situações e suas conseqüências. (CHABOT, 2005, p. 54)

A educação e a cultura são extremamente importantes para ter as emoções. Elas, assim como as primárias, provocam diversos comportamentos. Chabot (2005) utilizou a tabela abaixo para exemplificar de que forma as emoções secundárias, referente ao aprendizado escolar, podem criar certos comportamentos.

Disparadores Emoções Comportamento

Desconforto no sistema escolar (ameaça) Insegurança (medo) Evasão escolar (fuga) Dificuldades em do sistema escolar algumas disciplinas (obstáculo) Frustração (raiva) Crítica (ataque) Fracasso (perda) Decepção (tristeza) Desmotivação (retraimento) Reprimendas e desprezo (situação aversiva) Humilhação (aversão) Descompromisso (rejeição) Feedback negativo da parte do

professor

Menosprezo Réplica desrespeitosa ao professor

(18)

(repulsa) (condescendência) Resultados inesperados (situação inesperada) Estupefação (surpresa) Nervosismo (orientação) Sucessos e encorajamentos (situação desejada) Entusiasmo (alegria) Motivação, interesse (aproximação Imagem n° 5 redesenhado de Chabot, 2005, p. 54

Observa-se na imagem n° 5 os disparadores negativos se transformam em comportamentos negativos. E é percebido também que entre as emoções acima somente uma é positiva.

Cabe aos professores apropriar-se desta emoção positiva em prol de um aprendizado de qualidade. Esse trabalho tem como objetivo justamente exemplificar, indicar formas de valorizar e enaltecer as emoções da criança para esta possa se sentir a vontade para o aprendizado. De acordo com Chabot (2005) “As emoções podem até mesmo alterar a aprendizagem”.

O professor precisa conhecer as áreas do cérebro que podem ser estimuladas no ato de aprender, pois é a emoção que ativa a atenção que depois desencadeia a memória.

Emoções de segundo plano ou sentimento de fundo: Segundo Chabot (2005) “correspondem aquilo que sentimos conforme estamos tensos ou, ao contrário, relaxados...”. Relaciona-se ao estado de bem-estar ou mal-estar.

António Damásio diz que as emoções primárias provêm geralmente de disparadores externos, imediatos e ativados nas amígdalas. Repercutindo mais no nível musculoesquelético. As secundárias os disparadores são tanto internos quanto externos, imediatos e ativado na amígdala, porém solicita o cóxtex pré-frontal para agir em fins de manutenção de tais emoções. As manifestações dos disparadores são tanto no musculoesquelético quanto nas vísceras. Já nas emoções de segundo plano os disparadores são internos, sendo progressivos, com caráter ondulatório e duram mais tempo, correndo no meio visceral.

De âmbito mais restrito que os sentimentos emocionais antes descritos, os sentimentos de fundo não são nem demasiado positivo nem demasiado negativo, ainda que se possam revelar agradáveis ou desagradáveis. Muito provavelmente são esses sentimentos, e não os

(19)

emocionais, que ocorrem com mais freqüência ao longo da vida. (DAMÁSIO, 2012, p. 145)

Portanto é fácil perceber que as emoções interferem no aprendizado, principalmente as de segundo plano, por permeia por mais tempo causando mais danos.

1.3. Estruturas neurais

É importante que se conheça as estruturas neurais que envolvem o Sistema Límbico para que seja possível a compreensão da emoção a favor do aprendizado, pois atribui a esse sistema o controle das emoções e dos processos motivacionais.

O Sistema Límbico é um grupo de estruturas que inclui hipotálamo, tálamo, amígdala, hipocampo, os corpos mamilares e o giro do cíngulo. Todas estas áreas são muito importantes para a emoção e reações emocionais. Está envolvida diretamente na aquisição do medo condicionado, assim como na sua expressão motora e neuroendócrina.

Tem a função de prover o indivíduo de emoções, é denominado como a casa dos sentimentos. É responsável pelo equilíbrio ou desequilíbrio emocional do ser humano, responsável pela produção das sensações ligadas aos processos emotivos.

(20)

Imagem nº 6 retirada do site http://www.infoescola.com/anatomia-humana/sistema-limbico/

Amígdalas: É um grupo de neurônios que muitas conexões com outras áreas do sistema nervoso. Com essas conexões efetuadas as amígdalas agem como um centro coordenador, que impulsiona comandos que poderão estimular o aumento de vigilância e mudanças viscerais (taquicardia, sudorese,dilatação da pupila), provoca também secreção de hormônios da glândulas suprarrenal. Ela tem ligação com córtex cerebral, onde é identificada a emoção, pode ocorrer o aparecimento ou a persistência de um estado de humor.

A amígdala está relacionada com a percepção do seminconciente, cria padrões de comportamentos, gera memória emocional. Dita como deve-se rir aos estímulos agradáveis ou desagradáveis. Está localizada no lobo temporal anterior a formação hipocampal (imagem nº 6). Através da amígdala que nosso sistema nervoso autônomo reage em situações de medo ou estresse emocional intenso. Por isso deve-se ter uma atenção especial em sala de aula com as crianças para que o aprendizado não seja para eles um disparador de emoções negativas. Segundo Consenza e Guerra (2011) “as emoções não são, por si mesmas, boas ou más como muitas vezes nos querem fazer acreditar, mas a forma como lidamos com elas podem fazer diferença em nossas relações sociais.”

Giro do Cíngulo: Encontra-se na face medial do cérebro entre o sulco cingulado e o corpo caloso. È responsável pela reação emocional à dor e pela regulação do comportamento agressivo.

Hipocampo: É um órgão dentro do lóbulo temporal central do cérebro, ele é curvado parecendo um cavalo marinho. Responsável pela memória de longa duração e comportamento. Está particularmente envolvido com os fenômenos de memória, em especial com a formação da chamada memória de longa duração (aquela que persiste, às vezes, para sempre). Quando ambos os hipocampos (direito e esquerdo) são destruídos, nada mais

(21)

é gravado na memória. O indivíduo esquece, rapidamente, a mensagem recém recebida. Um hipocampo intacto possibilita ao animal comparar as condições de uma ameaça atual com experiências passadas similares, permitindo-lhe, assim, escolher qual a melhor opção a ser tomada para garantir sua preservação.

Tálamo: Localiza-se na região central profunda do cérebro, acima do hipotálamo, Faz a ligação com o córtex cerebral. Tem como função integrar o sistema sensorial e motor. Transmite os impulsos sensitivos que se originam da medula espinhal, do cerebelo, do tronco encefálico e de outras regiões do cérebro até o córtex cerebral.

Hipotálamo: Fica abaixo do tálamo e acima da hipófise (no interioir central dos dois hemisférios cerebrais). È extrema importância, pois controla comportamento emocional, como várias condições internas do corpo, como: temperatura, vontade de comer e beber, sono e libido. Regula a função de abastecimento do sistema endócrino e processa inúmeras informações necessárias à constância do meio-interno corporal (homeostasia). Coordena, por exemplo, a pressão arterial, a sensação de fome e o desejo sexual.

Área Septal: Está à frente do tálamo, em cima do hipotálamo. Está relacionado com as sensações de prazer e experiências sexuais.

Tronco Encefálico: Está intercalado entre a medula espinhal e o diencéfalo, situando-se ventralmente ao cerebelo. Tem algumas estruturas como o bulbo, mesencéfalo e a ponte. Sendo algumas destas responsáveis pelas funções básicas para a manutenção da vida como a respiração, batimento cardíaco e a pressão arterial. O tronco encefálico recebe informações sensitivas de estruturas cranianas e controla o músculo da cabeça. Contém circuitos nervosos que transmitem informações da medula espinhal até outras regiões e também em direção contrária do encefálo ate a medula. E também fica responsável pela atenção.

(22)

Além disso, as diversas vias descentes que atravessam ou se originam no tronco encefálico vão ativar os neurônios medulares, permitindo aquelas manifestações periféricas dos fenômenos emocionais que se fazem por nervos espinhais ou pelos sistemas simpático e parassimpático. Deste modo, o papel do tronco encefálico é principalmente efetuador da integração e da coordenação dos fenômenos emocionais. (RELVAS, 2009,p. 102)

Área tegmental ventral: Na parte mesencefálica (superior) do tronco cerebral existe um grupo de neurônios que libera dopamina. A descarga espontânea ou estimulada produz sensações de prazer.

Área pré-frontal: Parte anterior do lobo frontal do cérebro, localizado anteriormente ao córtex motor primário e ao córtex pré-motor. Está ligado ao tálamo, a amígdala e outras áreas subcorticais, explica seu papel nas expressões dos estados afetivos. Responsável pelo planejamento, emoção, julgamento, memória de trabalho, atenção e organização.

(23)

CAPÍTULO II

COMO O CÉREBRO APRENDE

Segundo Muniz (2014) “O cérebro humano é comparado a uma biblioteca pela sua alta potencialidade intelectual, dinâmica e funcional.” O nosso cérebro é um órgão de competência, ele entrelaça uma rede neural importante e complicada formando a base neurológica da memória. É na memória que ficam os registros importantes das nossas experiências. Se positivas e com significado elas aumentam a capacidade intelectual, porém se negativas o próprio cérebro descarta dados menos importantes, podendo resgatar quando houver uma necessidade ou este fato tornar-se novamente importante para o sujeito.

Conhecer como funciona o acervo neural é de extrema importância para o mediador da aprendizagem. Pois, esses conhecimentos para os mediadores vêm mostrar que cada criança traz em si uma base neural que é solicitada todas as vezes que for aprender algo.

O cérebro executa muitas tarefas biológicas, pesa mais de um quilo, equivale 2% do peso total do corpo, gasta em torno de 20% da energia do corpo.

Entre uma orelha e outra de uma pessoa, estima-se que existam mais conexões neurológicas do que estrelas na Via Láctea. O cérebro comanda funções que asseguram a reprodução e sobrevivência da espécie. Pense na batida inconsciente do coração, nas pálpebras piscando, na respiração contínua dos pulmões, nos alimentos sendo processados pelos intestinos, em uma perna que se move. Tudo isso é organizado e dirigido pelo cérebro. (MUNIZ, 2014, p. 166)

O objetivo do cérebro é reunir os estímulos externos, recebidos pelos sentidos, e convertê-los em impulsos elétricos. Toda essa comunicação é guardada na memória. E quando ele precisa tomar decisões, comandar os movimentos e organizar pensamentos, é nela que o cérebro recorre. Logo, o cérebro é um grande parceiro, tudo o se faz, tudo do que se sente e o que é

(24)

visto vem dele, pois provoca sinais elétricos e descargas químicas, gerando conexões eletroquímicas.

Segundo Almeida (2015) “O cérebro humano embora pareça uma massa única, ele possui divisões”. São chamadas áreas cerebrais e elas são as responsáveis por atitudes e comportamentos humanos, como: ver, ouvir, sentir cheiro, fome, entre outras. Para compreender como ocorre o aprendizado é importante que seja identificado as partes e quais as suas funções.

2.1. Anatomia da aprendizagem

Para se compreender como as informações passam pelos estímulos sensoriais até chegarem ao cérebro, é preciso ter uma abordagem anatômica e fisiológica (forma e função).

Imagem nº 7 retirada do slide – Neurociência e Aprendizagem Neuropsicopedagogia

Na imagem nº 7 pode-se observar: o cérebro (1) é a maior parte do encéfalo e está dividido em hemisférios cerebrais direito e esquerdo. Possui uma divisão, um sulco profundo chamado de fissura longitudinal. É composto de massa cinzenta e é rico em neurônios. É o elemento principal, para o qual são dirigidos os impulsos recebidos pelo sistema nervoso. Sua cavidade

(25)

interna é irrigada pelo líquido cefalorraquidiano que também passa na medula espinhal e constitui um elemento de extrema importância no diagnóstico de doenças e alterações do metabolismo. Ele é o elemento principal, para o qual são dirigidos os impulsos recebidos pelo sistema nervoso.

O cerebelo (2) está na região posterior dos hemisférios cerebrais. É responsável pela coordenação motora, formado por uma parte mediana, o verme e dois hemisférios e memória de procedimento. Suas funções são o movimento, equilíbrio, a postura e o tônus muscular.

A ponte (3) é parte do tronco encefálico conecta o cérebro e o diencéfalo com a medula espinhal. A parte superior do tronco encefálico é o mesoencéfalo. As funções do tronco encefálico são a respiração, o ritmo dos batimentos cardíacos e a pressão Arterial. Abaixo do mesoencéfalo na parte inferior do encéfalo encontra-se a Ponte, o Bulbo e a medula espinhal. A Ponte liga o mesencéfalo à medula espinhal. Participa de algumas atividades do bulbo, interferindo no controle da respiração, além de ser um centro de transmissão de impulsos para o cerebelo. Serve ainda de passagem para as fibras nervosas que ligam o cérebro à medula.

O bulbo (4) parte do tronco encefálico, localiza-se abaixo da Ponte. Recebe informações de vários órgãos do corpo, controlando as funções autônomas (a chamada vida vegetativa): batimento cardíaco, respiração, pressão do sangue, reflexos de salivação, tosse, espirro e o ato de engolir.

(26)

Fonte: http://anatpat.unicamp.br/bineucerebrosagital1.html

Observando o cérebro (imagem 8) através de um corte longitudinal é possível observar que o mesmo é formado por dois hemisférios, “divididas por um sulco profundo, a fissura sagital”. Um enorme feixe de nervos, corpo caloso, ao fundo liga as duas partes. “O giro do cíngulo envolve o corpo caloso, que integra o sistema límbico”.

Segundo Relvas (2009), “Os dois hemisférios cerebrais eram vistos como dois irmãos: um ativo, dinâmico e falante e outro tolo e mudo”. Tem-se o conhecimento que os hemisférios cerebrais, não são simétricos em suas funções. Um hemisfério é mais propenso para algumas funções e o outro para outras funções. O hemisfério esquerdo é comumente conhecido como o hemisfério dominante, porém ele é dominante para um tipo de inteligência, a verbal. É responsável por funções específicas, decodificação de leituras, escrita, cálculos primários, etc. Segundo Maia (2011) “ [...]culminaram a denominação de “hemisfério analisador”, pois está relacionado com a percepção de partes.”

Enquanto o direito é dominante em outras funções. Ele é mais conhecido por hemisfério artístico, pois está desenvolvida a inteligência musical, orientação espacial e prosódia. Para Maia (2011) “ o hemisfério direito é denominado “sintetizador”.

O cérebro, a parte mais desenvolvida do Sistema Nervoso Central, grande diferencial entre o homem e as demais espécies animais, compreende dois hemisférios com quatro lobos cada um: lobo frontal, pariental, temporal e occipital. O ser humano conhece o mundo e nele age, graças a um funcionamento coordenado dos recursos cognitivos e às múltiplas conexões que o cérebro tece, não só entre os dois hemisférios mas também no interior de cada hemisfério, desenhando uma rede complexa e articulada. (MAIA, 2011,p.22)

HEMISFÉRIO ESQUERDO HEMISFÉRIO DIREITO

• Função verbal: seleciona palavras para descrever, definir.

• Função não verbal: Percebe as coisas através de imagens.

• Simbólica: Usa símbolos para representar.

• Concreta: Concebe coisas em sua integridade.

(27)

• Analítica: Desenvolve a habilidade passo a passo.

• Sintética: Agrupa informações e forma num todo.

• Abstrata: Seleciona pequena parte da informação para representar o todo.

• Analógica: Compreende relações e percebe semelhanças.

• Temporal: Marca o tempo e a seqüência. • Não temporal: Não possui sensação de tempo

• Racional: Busca razão nos fatos. • Intuitiva: Prefere seguir palpites ou amostras.

• Lógica: Extrai conclusões lógicas.

Imagem n° 9 redesenhado de Relvas, 2009, p. 35

O córtex cerebral é disposto em áreas funcionais que tem tarefas receptivas, integrativas ou motoras no comportamento. Que possibilitam a coordenação entre a chegada de impulsos sensitivos, sua decodificação e associação, e a atividade motora de resposta. São chamadas de funções nervosas superiores, que são feitas pelo córtex, divido em lobos.

Os lobos parietais, occipitais e temporais formam a divisão posterior (sensoriais) e os lobos frontais formam a divisão anterior (condutas motoras).

Imagem nº 10 retirada do site: http://www.infoescola.com/anatomia-humana/lobos-cerebrais/

(28)

Lobo frontal: Elabora pensamento, planejamento, programação de necessidades individuais e emoção. Está envolvido nas habilidades motoras (incluindo a fala). Modula a memória imediata, controla a atenção e a organização psicomotora.

Danos ao lado esquerdo do lobo frontal, conhecido como área de Broca, causam afasia motora. O paciente entende a linguagem, porém não consegue reproduzir os sons corretamente.

Lobo Temporal: Está ligada a audição, permitindo o reconhecimento de tons específicos e intensidade de sons. Percebe e interpreta o paladar e o olfato. Tem um papel de processamento da memória (episódica e emocional) e das emoções primitivas (saciedade, impulso sexual, impulsos de proteção, como fuga ou luta). Os indivíduos que tem o lobo temporal mais destacado tem habilidades relacionadas à memória, à audição, capacidade de entender a linguagem e ao processamento visual.

Lobo parietal: É responsável pela sensação de dor, tato, gustação, temperatura, pressão. Está relacionada à interpretação, a união das informações visuais e às somatossensitivas primárias, o tato.

Segundo Muniz (2014) “Alunos em que o lobo posterior esquerdo se sobressai, ele processa as informações de forma seqüenciada e automatizada etapa por etapa. Também rotula e guarda as palavras. Domina fazer conta, fabrica objetos.” É preciso fica atendo a essas habilidades, pois os alunos com o lobo posterior direito sobressalente são especialistas em sentir relações harmônicas. São sensíveis com alta noção de pertencer a um grupo. São detalhistas, líderes e organizados.

Danos na parte traseira do lobo parietal, chamado área de Wernicke, causam afasia sensorial, o individuo não entende a linguagem, mas são capazes de produzir sons.

(29)

Lobo occipital: percebe e interpreta as sensações visuais e relaciona essas informações com o lobo parietal (área de Wernicke) e córtex motor (lobo frontal).

As áreas corticais podem ser divididas em três grandes áreas de funcionalidades: áreas primárias, secundárias e terciárias.

Imagem nº 11 retirada do site: http://neuroenfermagem.blogspot.com.br/

• Áreas de projeção - áreas primárias - ligadas diretamente à sensibilidade e à motricidade.

• Áreas de associação - áreas secundárias ou unimodais – relacionadas indiretamente com a sensibilidade e a motricidade. Suas conexões ocorrem com uma área primária de mesma função.

• Áreas terciárias ou supromodais – envolvidas com atividades psíquicas superiores (memória, processos simbólicos e pensamento abstrato). Mantêm conexões com áreas unimodais e com outras supramodais.

Existem ainda, regiões corticais para as quais fluem informações vindas de todos os sistemas sensório-motores. Neles as condições internas do sistema humano são comparadas com informações do meio ambiente e com as experiências acumuladas.

(30)

2.2. Neurônio e aprendizagem

O Sistema Nervoso é composto pelo cérebro, cerebelo e pela medula espinal que tem diversas funções incluindo a de manter os seres humanos acordados e de fazer pensar, refletir e reagir ao ambiente. O Sistema Nervoso Central percebe estímulos externos e internos, tanto físicos quanto químicos, libera respostas musculares e glandulares por meio da medula que tem a função de receber e elaborar as percepções, como frio, luz, som,odor, sabor, temperatura, vibrações. Portanto a medula tem função condutora (manda informações somassensorial para o encéfalo e do encéfalo para os músculos) e coordenadora (comunica o encéfalo e o organismo e as atividades reflexas).

A constituição do sistema nervoso nos permite entender a adaptação sensório-motor dos seres vivos e com efeito dos sujeitos aprendentes, sabendo que os seres humanos estão sempre se adaptando ao meio, com o intuito de preservar a espécie. Que isso possa ocorrer, três situações precisam acontecer: irritabilidade, condutibilidade, contratilidade que acontecem no Sistema Nervoso, através dos neurônios. Segundo Relvas (2009) Neurônios são células especializadas. Eles são feitos para receber certas conexões específicas,executar funções apropriadas e passar suas decisões de um evento a outros neurônios que estão no mesmo evento.

A irritabilidade é a parte da célula que percebe as modificações no ambiente. A sensibilidade celular causada por um estímulo chega até a outra célula através da condutibilidade. O que garante o movimento da célula e a contratilidade. Por isso a grande importância que é dada ao Sistema Nervoso, ele coordena as atividades internas e externas do organismo.

Não são apenas as estrelas no universo que fascinam o homem com o seu impressionante número. Em um outro universo, o nosso universo biológico interno, uma gigantesca “galáxia” com centenas de milhões de pequenas células nervosas,que formam o cérebro e o sistema nervoso,comunicam-se umas com as outras pelo impulso eletroquímicos para produzir atividades muito especiais, nossos pensamentos, sentimentos, dor, emoções, sonhos, movimentos e muitas outras funções mentais e físicas, sem as quais não seria possível expressarmos toda a nosso riqueza interna nem perceber o nosso mundo externo, como som, cheiro, sabor e, também, luz e brilho, inclusive o das estrelas. ( RELVAS, 2009, P. 25)

(31)

O sistema nervoso exerce várias tarefas no corpo da criança, produzindo impulsos elétricos. Esses impulsos são enviados de uma célula a outra por meio de sinapes, que são junções formadas com outras células nervosas onde o terminal pré-sináptico de uma faz contato com a membrana pós-sináptica da outra. O Sistema Nervoso Periférico é feito de nervos sensitivos e fibras que provocam estímulos nervosos da periferia para o sistema nervoso central. O Sistema Nervoso Somático controla a musculatura esquelética, processa a informação dos órgãos sensoriais e produzi a sensação tátil térmica. Os vários comportamentos, como andar, escrever, chorar etc., provém da conexão entre nervos sensitivos e nervos motores.

O sistema nervoso autônomo controla estruturas viscerais, como coração, os vasos sanguíneos, o sistema digestivo, os órgãos sexuais. A parte simpática é mais ativa, age quando precisa-se de mais energias. Ela aumenta o ritmo cardíaco e o nível da glicose. Já contra partida o sistema parassimpático atua no sentido inverso inibitório. Essas informações são importante ao educador, pois determina de que forma o conteúdo pode ser dado para que esses sistemas sejam acionados. Deve-se a todo instante o educador questionar-se, qual dos sistemas está sendo acionado, o simpático ou parassimpático? O mais importante a saber é que o educador deve criar atitudes que estimulem positivamente o sistema nervoso autônomo.

Para que o sistema parassimpático seja ativado em uma aula que o tema seja difícil entendimento, seria bom que efetuasse uma dinâmica com música juntando respiração, movimento e afetividade. A partir daí as informações serão assimiladas pelos sentidos e serão armazenadas na memória de longo prazo. O cérebro tem preferência por imagens facilitam o processamento das informações aprendidas.

O simpático prepara o organismo para agir e reagir a situações em que necessitamos de mais energia (estresse, medo, angústia etc.), manifestadas pelo aumento do ritmo cardíaco, respiração e nível de açúcar no sangue etc. O parassimpático acalma organismo, restabelecendo o equilíbrio interno, e provoca períodos de relaxamento e calma, reduzindo a atividade do organismo (poupando energia). Traduz-se pelo abrandamento do ritmo cardíaco e da respiração, diminuindo o nível de adrenalina no sangue. (MUNIZ, 2012,p. 108)

(32)

Imagem nº 12 retirada do site:

http://neuropsicopedagogianasaladeaula.blogspot.com.br/2013/05/sistema-nervoso-autonomo.html

Algumas substâncias, como acetilcolina, adrenalina, noradrenalina, dopamina e a serotonina, ácido glutâmico que operam como neurotransmissores. Para o aprendizado, algumas destas são solicitadas para favorecer assimilação do que se aprendeu.

A acetilcolina está distribuída no cérebro, principalmente no córtex cerebral, hipocampo, diencéfalo, ponto e cerebelo. No momento do aprendizado esse neurotransmissor dispara circuitos que articulam a atenção, o humor, a dor e todas as recepções sensoriais. Adrenalina é liberada pelas glândulas suprarrenal é o hormônio que libera o estresse, estimulando o coração, elevando a tensão arterial. Enquanto a noradrenalina induz a excitação física e mental e o bom humor.

(33)

A dopamina tem diversas funções cerebrais motoras de automatismo, motivação, recompensa, produção do leite, regulação do sono, do humor, da ansiedade, da atenção e do aprendizado. É responsável por sensações de satisfação e prazer.

A serotonina é mais conhecida como hormônio da felicidade. Ele regula a fase inicial do sono e do humor, a supressão dele causa depressão e ansiedade.

Ácido glutâmico é um grande estimulador do SNC. Tem sua importância validada pelos vínculos estabelecidos entre os neurônios que são a base da aprendizagem e da memória.

Imagem nº 13 retirada do site:

http://psiqweb.net/index.php/depressao-2/depressao-fisiopatologia/

É preciso colocar para funcionar o sistema sensorial e usar todo o potencial neural guardado no cérebro, para pensar, sentir e agir. Por isso o educador tem seu papel social de estimulador do cérebro na sala de aula e fora dela. Ele deve buscar incessantemente situações que provoque emoções positivas sobre o ato de aprender.

É necessário que o educador se questione o que está fazendo com os cérebros que estão sob seu comando e buscar conhecimento acerca das

(34)

estruturas cerebrais como conexão para aprendizagem. O estudo da biologia cerebral tem colaborado para o sucesso em sala de aula, oportunizando entendimento das áreas cognitivas, motoras, afetivas e sociais.

2.3. Cérebro: como usar ao seu favor

Segundo Muniz (2014) “Cem trilhões de conexões celulares, em constante troca de informações, tecem uma rede neural de estrutura de alta complexidade do Universo: o cérebro humano”. O cérebro gera bioquímica que proporciona ao organismo humano desenvolver-se, partindo disso o aprendizado surgirá através de uma boa conexão entre a filogênese e o meio ( família, escola e o meio social).

É precisar estar atento a esta parceria, pois a ausência de estímulo pode provocar aversão ao ato de aprender. As atitudes acompanhadas de afeto movimentam o sistema nervoso a fazer conexões celular entre os neurônios, proporcionando substâncias químicas e elétricas por meio dos neurotransmissores. Eles podem ativar algumas partes do cérebro que ocasionaram sensações de euforia, bem-estar, inibição, medo e tristeza. Essas sensações são dadas o nome de emoção. Ela é orgânica e é a resposta do corpo à mente.

O cérebro entender melhor quando há estímulos sensoriais significativos. Acredita-se que quando o conteúdo entra no cérebro por meio de dois ou mais sistemas sensoriais, juntamente com emoções positivas, o aprendizado se torna mais fácil e proporciona uma absorção melhor. Ele aprende melhor em uma seqüência:

1) Preparação: mostrar previamente e fazer uma dinâmica do assunto. Dessa forma o cérebro cria mapas cognitivos e estimula estruturas cerebrais.

2) Aquisição: recebe as informações por meio de sons, imagens, folhetos, textos. O cérebro busca as informações recebidas anteriormente.

(35)

3) Elaboração: analisa métodos explícitos ( lendo, escutando, debatendo etc) e implícitos (pesquisa de campo, experimentos, passeios, entrevistas etc)

4) Formação da memória: é feito através de associações e codificações. Quanto mais associações mais chance de absorção na memória de longo prazo.

5) Integração funcional: Devem existir momentos de estimulações emocionais positivas.

O aprendizado escolar precisa de agilidades neurobiológicas, cognitivas, emocionais e pedagógicas, além de estímulos.

A criança aprende quando mergulhada em um meio social (família e escola) que será de extrema importância na qualidade desse aprendizado.

É possível perceber que há várias maneiras em o cérebro pode apresentar e realizar tarefas. O cérebro tem múltiplas eficiências para melhor atender o aluno que aprende como o cérebro individual, o social, o motor, afetivo-emocional e o cérebro criativo. Precisa-se identificar em qual deles a criança está inserida.

O cérebro Individual é o órgão que está dentro caixa craniana. Formado por várias partes e lobos. Sendo responsável pela cognição, memória, tarefas intelectuais, decisões e escolhas.

O cérebro social é ele que faz as ligações com o meio, a cultura, a sociedade, os conflitos. Está representado nas regiões do pré-frontal, pois precisa de atenção e habilidades nas atitudes positivas da personalidade.

O cérebro motor é desempenhado pelos movimentos do corpo, está na região parietal, cuida da destreza e refinamento dessas habilidades. Está ligado ao cerebelo.

O cérebro afetivo-emocional ele é importantíssimo para realização e manutenção da vida. Organizando as emoções positivas e negativas, controlando e equilibrando o comportamento humano. Algumas áreas são interligadas para atendê-lo, tais como: córtex frontal orbital, córtex cingulado anterior e a amígdalas cerebrais.

(36)

O cérebro criativo, inventivo, genial é o que utiliza todos os cérebros juntos, potencializa o hemisfério direito para ajudar a solucionar os problemas e viver melhor.

Sabe-se que a os mapas corticais podem mudar baseando-se nos princípios da neuroplasticidade, que é denominado como capacidade adaptativa do Sistema Nervoso Central.

A plasticidade é importante na aprendizagem, pois as áreas do cérebro que são destinadas à função específica podem assumir outras funções quando necessárias, além da interdisciplinaridade cerebral, quando o conhecimento de uma área é aproveitado em outra área. Por exemplo: o ritmo que é desenvolvido por uma música é aproveitado na leitura, na escrita e nos conceitos matemáticos. (RELVAS, 2010, p. 35)

O cérebro que antes se acreditava imutável, pode na verdade estar criando novas conexões a todo instante, só depende dos estímulos corretos.

(37)

CAPÍTULO III

O CONHECIMENTO DA NEUROCIÊNCIA PARA

PRODUZIR UM APRENDIZADO DE QUALIDADE

A neurociência vem colaborando para um aprendizado de qualidade, pois vem fornecendo informações a cerca do processamento, de que forma o cérebro aprende e quais as vias que são utilizadas. Permite ao professor que se aproprie destas descobertas e aplique em prol da qualidade de aprendizado. A aprendizagem é um acontecimento complexo, que abrange aspectos cognitivos, emocionais, orgânicos, psicológicos, sociais e culturais. Ele provoca boas mudanças na estrutura mental do aprendente.

O humano nasce potencialmente inclinado a aprender, necessitando de estímulos externos e internos (motivação, necessidade) para o aprendizado. Há aprendizados que podem ser considerados natos, como o ato de aprender a falar,a andar, necessitando que ele passe pelo processo de maturação física, psicológica e social. Na maioria dos casos, a aprendizagem se dá no meio social e temporal em que o indivíduo convive; sua conduta muda,normalmente,por esses fatores e por predisposições genéticas ( RELVAS,2010,p. 91)

Neste capítulo será abordado como a memória colabora para o aprendizado e de que forma é possível promover uma qualidade de armazenamento. Será falado também como a emoção se torna a facilitadora para a memória e o aprendizado e como tornar uma sala de aula emocionalmente atrativa para os alunos.

3.1. Memória a favor da aprendizagem

Segundo Izquierdo (2011) “ somos aquilo que recordamos.” O nosso cérebro trabalha por meio da memória; come-se, anda-se,fala-se porque lembra-se de como fazer. A memória nos torna seres individualizados, devido a quantidade de itens guardados. O cérebro ordena liberar um ou outro neurotransmissor, quando alegres ou tristes, quando tem-se medo ou prazer.

(38)

Situações com peso emocional maior são relembrados com clareza, e os neuroquímicos são estimulados, permitindo sua memorização.

Na escola, por muito tempo a memória servia apenas para decorar nomes, datas e fórmulas, repetição era sinônimo de memória. A memória é um fator importante na aprendizagem, significa aquisição, formação, conservação e evocação de informações.

Ao vivenciar uma situação, a criança recebe informações de todo o tipo. Dependendo do tipo, os sentidos visuais e auditivos podem estar sendo mais solicitados. Os neurônios são acionados e a sinapse poderá ocorrer. Os itens com luz serão captados pela retina e os sons pelos aparelhos auditivos que por sua vez serão transformados em impulsos elétricos que vão até o córtex cerebral. Vão se movimentar antes de ser jogados fora ou guardados. O impulso morre, porém a passagem criou conexões, criam-se “ganchos” que possibilitam ao cérebro recriar imagens. Isso nada tem haver com decoreba, e sim com o acesso a memória.

O ato de relembrar ou reforçar o conteúdo de várias formas facilita a criação de “ganchos” possibilitando a criança/aprendente resgatar na memória o que foi aprendido. Se o conteúdo tratado passou por ao menos três áreas, como tato, olfato e audição, a criança terá mais chance de ter criados os “ganchos” para efetuar a lembrança.

Segundo Almeida (2015) “Outra forma de proporcionar a memória do assunto é quando se utiliza a emoção.” Os sentimentos regulam e estimular a formação e a lembrança da memória. São eles que instigam a produção e a interação dos hormônios, fazem que os estímulos andem mais nos neurônios. Por isso a criança, muitas vezes, lembrará do processo da fotossíntese quando houver a relação das plantas da sua casa ou da casa de sua avó.

A partir do momento que o professor tem acesso a este processo que leva a memória, então é possível planejar com qualidade para promover esse armazenamento, através das estratégias:

- Criar elos entre novos e antigos conteúdos, pois fará percorrer o caminho já feito, facilitando o reconhecimento do assunto.

(39)

- Utilizar vários recursos, como sons, fantasias, vídeos, humor proporcionará que várias áreas do cérebro trabalhem ao mesmo tempo, resgatando e estimulando a memória.

- Ter gráficos, diagramas, tabelas, organograma para classificar as informações possibilita ao cérebro mais chance de armazenar e resgatar posteriormente.

- Nos últimos minutos da aula conversar com as crianças sobre o que foi ensinado, possibilita que o assunto passe novamente pelos caminho e sobre estímulos elétricos.

- Fazer brincadeiras, dramatizações ou jogos provoca emoções positivas o que leva a aprendizagem. Porém o assunto tem que ter elo com a brincadeira.

Existem tipo de memórias, as duração ou as de conteúdo. Pela duração

- Curto prazo: sobrevive o tempo que será utilizada a informação,não forma “arquivo”.

- Longo prazo: guarda por muito tempo e eé a que todo professor deseja. Ela fica pois foi aprendida , os estímulos criaram novas sinapses e ocorreu a consolidação.

Pelo conteúdo

- Declarativa: tem a episódia ou autobriográfica que guarda fatos e eventos vividos pelo indivíduo relacionadas a tempo, como encontros festas,show etc e a semântica, que tem toda importância ao ato de aprender, pois é nela que se guarda os significados de palavras e conceitos.

- Procedimento: habilidades motoras ou sensoriais. Como andar a cavalos, dirigir, nadar e experiências vividas na escola. Pode ser também pelo paladar, quando é provado algo que nos remete a uma situação vivida.

- Trabalho: ela junta as informações que estão na memória de curto prazo com as arquivadas para verificar a necessidade de abrir um novo “arquivo”.

O professor antes de ser um especialista no domínio dos conteúdos que busca ensinar necessita ser um estimulador de aprendizagem e um verdadeiro “jardineiro” de memórias, despertando em seus alunos as estratégias para seu uso coerente.O professor deve atuar diferenciando as memorizações automáticas (que apenas “entulham”

(40)

o cérebro de saberes anáquicos) da memorização consciente, verdadeira ferramenta para se aprender e para se pensar sobre como se pensa. ( RELVAS, 2009) p. 66)

3.2. Emoção, forte aliada para a memória

As emoções assinalam a presença de algo importante ou significativo, manifestando-se por meio de alterações na sua fisiologia e nos processos mentais. Ela mobiliza os recursos cognitivos existentes como atenção e atingindo assim as regiões corticais específicas, direcionando para a amígdala. Esta interage com o cérebro permitindo que a identificação da emoção seja feita. Podendo afetar o cérebro de duas maneiras, a primeira utilizando as vias sensoriais até o córtex cerebral, sendo a informação depois enviada a amígdala ou também pelas vias sensoriais diretamente para a amígdala, antes de chegar ao córtex (as respostas emocional periféricas: estado de alerta, desassossego, dilatação da pupila, etc- são desencadeadas antes que o córtex cerebral tome conhecimento).

O cérebro pode ser dividido em três partes, são elas:

• Romencéfalo - Composto pelo tronco cerebral e herdado dos reptes, ele é responsável pelos mecanismos básicos da reprodução e autoconservação;

• Diencéfalo – É o cérebro intermediário, composto pelo sistema límbico se encontra perto do tronco cerebral e onde se encontra a amídala, e ela funciona junto com o hipotálamo e tem a função de identificar o perigo, como também responsável pelo medo, ansiedade e estado de alerta preparando o corpo para a luta ou fulga;

• Telencéfalo – É o cérebro superior e está dividido em pré-frontal, parietal, temporal e occipital;

• Cerebelo – Responsável pelo equilíbrio, tônus muscular, movimentos involuntários e aprendizagem motora.

O diencéfalo é responsável pela emoção gerada no cérebro gerando o instinto de sobrevivência e bem-estar psicológico, tais como: raiva, medo, alegria, ansiedade, euforia, etc. Em neurociência emoção e sentimentos são processos distintos. A emoção é biológica e o sentimento é toda a

(41)

interpretação do biológico pelo corpo humano, é o que se chama de comportamento e nele pode-se ter influência do lobo pré-frontal. Encontra-se no cérebro intermediário as seguintes regiões que controlam as reações emocionais: o tálamo, hipotálamo, giro do cíngulo, amídala cerebral, hipocampo, dentre outros, mas esses estão intimamente ligados aos comportamentos essenciais do homem. Nesses momentos há um bombardeio de neurotransmissores no sistema, e esses neurotransmissores estarão ligados com o estado de alerta dos alunos para que depois possa se formar memórias.

Não se pode lembrar de todos os acontecimentos ao longo da vida, porque é preciso dar lugar a novos acontecimentos e o cérebro de cada indivíduo escolhe o que esquecer. Por esse aspecto, o planejamento de ensino com uma prática pedagógica e o ambiente estimulador se faz necessário para contribuir com um desenvolvimento motor e cognitivo satisfatório. Dentro de uma sala de aula pode-se encontrar uma pluralidade, tanto cultural como subjetiva, não esquecendo o papel importante da família no que cerne a emoção do aluno, portanto, é preciso haver um olhar para cada um, já que na escola cada cérebro aprende de forma diferente, seja ele visual, auditivo ou cinestésico.

O autor Iván Izquierdo (2011) fala muito bem sobre como a aprendizagem ocorre de acordo com o sistema de recordação, de feedback, percebendo, desta forma, que a recordação está diretamente envolvida com os acontecimentos que possuem um forte grau de alerta emocional. Portanto, sem esse sistema de recordação, o cérebro não identificará um acontecimento importante e este poderá ser descartado, pois o mesmo autor enfatiza a importância de esquecer. Logo, a consolidação só acontecerá se o aprendizado estiver intimamente ligada à emoção do aluno, porque quando este vai dormir o cérebro selecionará as aprendizagens significativas que se encontram no sistema límbico, nossa memória de curto prazo, e as transferirá para o córtex pré-frontal, a memória de longo prazo. O que não chega na memória de longo prazo o cérebro descarta.

Segundo a autora Marta Relvas, uma importante contribuição para a aprendizagem dos alunos é:

“instrumentalizar o educador a tornar o ato de aprender e estudar do seu estudante mais prazeroso e interessante, pois o cérebro só

(42)

assimila as informações por meio de recursos metodológicos atraentes, instigantes, contextualizados e aplicados no dia a dia.” (2014, p.24).

Desta forma, da vida embrionária até a chegada da vida escolar as crianças aprendem através das estimulações que chegam as conexões neurais. Elas funcionam como uma rede e podem ser fortalecidas. Para isso, estes estímulos terão que estar relacionados com as vivências anteriores para que haja ganchos de memórias, nesse conceito, algo só irá para a memória quando cria-se circuitos neurais ligados a outros já existentes. Percebe-se a importância de dinamizar as aulas, para chegarmos a um ponto positivo e alcançarmos a tão sonhada aprendizagem através dos recursos pedagógicos como jogos, atividades realizadas em grupo, vídeos, músicas, brincadeiras, atividades artísticas, etc. É o que afirma Serrano Freire, quando diz que deve-se estar atentos aos discentes atuais:

“O aluno de hoje quer um professor motivado, sonhador, que acredite na força do seu trabalho, com atitudes inovadoras, desafiadoras e não de um professor com atitudes e soluções ultrapassadas” (2012, p. 19).

Quando o aluno é incentivado a tomar uma posição mais ativa em sala de aula, ele se sente incluído e, desta forma, é possível atingir uma emoção e automaticamente a motivação, o desejo que impulsiona seu desempenho e o envolve nos estudos. Buscar o envolvimento do aluno é o caminho mais eficaz para uma aprendizagem realmente significativa sem deixar de considerar o que Consenza afirma:

“É bom não esquecer, mais uma vez, que o cérebro se dedica a aprender aquilo que ele percebe como significante, portanto, a melhor maneira de envolvê-lo é fazer com que o conhecimento novo esteja de acordo com suas expectativas e que tenha ligações com o que já é conhecido e tido como importante para o aprendiz.” (2011, p. 58)

Deve-se então partir do princípio que o professor deve respeitar os saberes de cada aluno e também seus conhecimentos vindos da sua realidade cultural e social. E sendo o professor peça chave do processo de mediação do aprender, do pesquisar, do fazer, do ensinar e do pensar certo, este deve

(43)

refletir de forma inerente e abrangente toda a formatação e construção do seu planejamento, levando em consideração o “DNA” de cada turma a que leciona.

Levando em consideração as três vias de aprendizagem do educando e sua bagagem cultural, deve-se criar uma escola criativa, a qual através de dinâmicas, brincadeiras e com pensamentos mais abstratos, atingindo ao ponto em questão que é a motivação e assim a produção de conhecimentos e memórias se torna mais prazerosa e simples, pois não se pode limitar a imaginação e a evolução das habilidades de nosso alunato.

3.3. Um ambiente escolar emocional

Este item vem com o intuito de abordar a temática da emoção e motivação sob o processo de ensino e aprendizagem dos alunos em um ambiente escolar, além de demonstrar algumas práticas pedagógicas que podem ser executadas para despertar o interesse dos mesmos pela aprendizagem, e mostrar como o cérebro aprende através de estímulos positivos que o motive. Para Relvas (2012, p. 153) “Atualmente o espaço escolar precisa se tornar um local para educação emocional”.

Percebe-se que as aulas precisam ser elaboradas com originalidade e criatividade, no intuito de estimular os alunos, gerando emoção, que é um processo interno desenvolvido através de reações biológicas. Henri Wallon (2012) fazia essa relação usando o nome de afetividade, segundo ele a teoria do desenvolvimento humano é um processo biológico, e é preciso considerar que a conduta emocional depende de centros subcorticais, ou seja, sistema límbico ou circuito de Papez, sendo incontrolável.

Um neurociêntista pedagógico se torna mais crítico, o que é muito importante para não cair nas armadilhas do “fazer por fazer”, buscando técnicas e diferentes abordagens didáticas sem nos esquecer de como o cérebro aprende. De uma forma prática é preciso ter inúmeras formas de envolver o aluno, motivá-lo e ajudá-lo a se desenvolver. Pode-se começar com pequenas mudanças do cotidiano, sem esquecer de que se leva tempo para que os discentes possam se acostumar com as inovações, portanto, não se pode esmorecer se aparentemente não surgir resultados imediatos.

(44)

É preciso reconhecer que eles estão em pleno desenvolvimento do córtex pré-frontal, o que reflete no potencial da aprendizagem, em atividades de projeção de objetivos e na relação entre causa e conseqüência. Sendo assim, é preciso colocar todos os dias o objetivo da aula no quadro de forma visível e ao final retornar para verificar se conseguiram atingi-lo. Desta forma, os alunos estarão dando significado aos conteúdos apresentados, por serem capazes de entender o porquê de estarem recebendo determinadas informações.

Também não se pode esquecer que sempre que possível precisa-se aproveitar diversos canais sensoriais, a exposição verbal apoiada em recursos visuais, auditivos e cinestésicos. Isso é importante, pois é preciso ter o entendimento que a memória é armazenada em diversas partes do cérebro, para que seja lembrado de um conceito há um conjunto de fragmentos vários para formar uma imagem integrada. Ao expor os alunos a experiências sensoriais variadas é incentivado a ativação da rede neural. De forma prática é preciso escolher uma música para marcar um conceito importante, dispor de recursos visuais para explorar a consolidação de informações, marcar pontos importantes com auxílio dos mesmos, como por exemplo, pedir que eles batam palmas quando escutarem uma determinada palavra ou, incentivar a competição saudável.

Outra ferramenta pouco utilizada em sala de aula são os recursos tecnológicos, muitas vezes eles ficam reduzidos apenas à fonte de pesquisa. Por reconhecer que as crianças e adolescentes apresentam certa disposição em utilizá-los sem dificuldades pode-se dar uma nova “cara” para essas ferramentas, podendo avaliá-los por meio de um blog que eles possam montar em grupo, divulgando conceitos aprendidos em sala, montar vídeos tutorias, passar tarefas por meio do Whatsapp ou Facebook. Porém é preciso ter em mente que o planejamento e a paciência são fundamentais para o educador, pois nem todos os educandos possuem habilidades com os recursos tecnológicos como também ajudá-los a ter um bom critério nas escolhas desses recursos.

Esses pontos podem mudar a postura do professor, gerar mais atenção por parte dele com relação ao planejamento de aula e também em

Referências

Documentos relacionados

Os resultados demonstraram que é possível verificar a presença de carbonatos nos pós de titanato de bário obtidos por Pechini utilizando a técnica de FT-IR e que com um

A relação dos candidatos que tiveram suas inscrições indeferidas por não se enquadrarem nas exigências estabelecidas no presente Edital, estará disponível no pólo UAB, num prazo

Neste caso, dever-se-ia ainda referir que a prossecução do julgamento para conhecimento também do crime de roubo de Eduardo, do qual resultou a sua morte, colocaria um

O responsável através do seu login e senha pessoal deverá acessar o Partal do aluno, em Menu – Central do aluno – Ocorrências e clicar no ícone Ciente.. Manual SGE •

Após cada colheita de sangue foi efectuado um teste individual ao respectivo soro (num total de 6 testes para o coelho 4 e 2 testes para o coelho 6) de forma a estudar a

A Polícia Civil de Canela di- vulgou, nesta quinta (28), ima- gens de assaltos ocorridos na cidade nesta semana, captadas por câmeras de segurança, com o intuito de

Sem recorrer a variações de cor, tamanho ou tipo de letra (nem mais texto ou outros elementos gráficos), que princípio de design gráfico teria que usar para transmitir a ideia

Neste trabalho foram considerados processos interativos em três diferentes contextos de uso da linguagem: formas de interação entre emissor (autor) e receptor (leitor) de cartas