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Polícia Civil do Ceará PC-CE. Escrivão e Inspetor. NV-003MA-21 Cód.:

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Academic year: 2021

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Polícia Civil do Ceará

PC-CE

Escrivão e Inspetor

NV-003MA-21 Cód.: 7908428800499

(2)

Todos os direitos autorais desta obra são reservados e protegidos pela Lei nº 9.610/1998. É proibida a reprodução parcial ou total, por qualquer meio, sem autorização prévia expressa por escrito da editora Nova Concursos.

Essa obra é vendida sem a garantia de atualização futura. No caso de atualizações voluntárias e erratas, serão disponibilizadas no site www.novaconcursos.com.br. Para acessar, clique em “Erratas e Retificações”, no rodapé da página, e siga as orientações.

Produção Editorial Carolina Gomes Josiane Inácio Karolaine Assis Organização Arthur de Carvalho Roberth Kairo Saula Isabela Diniz Revisão de Conteúdo Ana Cláudia Prado Fernanda Silva Jaíne Martins Maciel Rigoni Nataly Ternero Análise de Conteúdo Ana Beatriz Mamede João Augusto Borges Diagramação

Dayverson Ramon Higor Moreira Willian Lopes Capa

Joel Ferreira dos Santos Projeto Gráfico

Daniela Jardim & Rene Bueno

Dúvidas www.novaconcursos.com.br/contato sac@novaconcursos.com.br Obra

Polícia Civil - CE

Escrivão e Inspetor

Autores

LÍNGUA PORTUGUESA • Monalisa Costa, Ana Cátia

Collares e Giselli Neves

NOÇÕES DE INFORMÁTICA • Fernando Nishimura

NOÇÕES DE DIREITO CONSTITUCIONAL • Samara Kich e

Giovana Marques

DIREITO ADMINISTRATIVO • Jonatas Albino e Fernando

Paternostro Zantedeschi

NOÇÕES DE DIREITO PENAL • Renato Philippini e Rodrigo

Gonçalves

PROCESSO PENAL • Renato Philippini e Eduardo Gigante

Edição: Maio/2021

(3)

SUMÁRIO

LÍNGUA PORTUGUESA ...13

LEITURA E INTERPRETAÇÃO DE DIVERSOS TIPOS DE TEXTOS (LITERÁRIOS E NÃO

LITERÁRIOS) ...13

TIPOS TEXTUAIS ...16

GÊNEROS TEXTUAIS ...20

INTERTEXTUALIDADE ...26

SINÔNIMOS E ANTÔNIMOS ...30

SENTIDO PRÓPRIO E FIGURADO DAS PALAVRAS ... 30

PONTUAÇÃO...31

VÍRGULA ...31 PONTO E VÍRGULA ...31 DOIS PONTOS ...32 TRAVESSÃO ...32 PARÊNTESES ...32 PONTO-FINAL ...32 PONTO DE INTERROGAÇÃO ...32 PONTO DE EXCLAMAÇÃO ...32 RETICÊNCIAS ...33 ASPAS ...33 COLCHETES ...33 ASTERISCO ...33 BARRA ...33

CLASSES DE PALAVRAS ...34

SUBSTANTIVO ...34 ADJETIVO ...35 NUMERAL ...38 PRONOME ...38 VERBO ...41

(4)

ADVÉRBIO ...46

PREPOSIÇÃO ...48

CONJUNÇÃO ...49

Emprego e Sentido que Imprimem às Relações que Estabelecem ... 49

CONCORDÂNCIA VERBAL E NOMINAL ... 50

CONCORDÂNCIA VERBAL ...50

CASOS ESPECIAIS DE CONCORDÂNCIA VERBAL ...52

CONCORDÂNCIA NOMINAL ...53

REGÊNCIA VERBAL E NOMINAL ...55

COLOCAÇÃO PRONOMINAL ...57

CRASE ...57

NOÇÕES DE INFORMÁTICA ...71

SISTEMA OPERACIONAL - WINDOWS/LINUX ... 71

NOÇÕES DE SISTEMA OPERACIONAL WINDOWS: WINDOWS 10 ...71

CONCEITO DE PASTAS, DIRETÓRIOS, ARQUIVOS E ATALHOS ...74

ÁREA DE TRANSFERÊNCIA ...77

OPERAÇÕES DE MANIPULAÇÃO DE ARQUIVOS E PASTAS ...77

NOÇÕES DE SISTEMA OPERACIONAL GNU LINUX – CARACTERÍSTICAS DO SISTEMA OPERACIONAL GNU LINUX ...80

CARACTERÍSTICAS BÁSICAS DO SISTEMA LINUX ...80

DIRETÓRIOS LINUX ...81

LIBREOFFICE/APACHE OPENOFFICE - WRITER ... 86

LIBREOFFICE WRITER ...87

ESTRUTURA BÁSICA DOS DOCUMENTOS ...88

EDIÇÃO E FORMATAÇÃO DE TEXTOS ...88

EDIÇÃO E FORMATAÇÃO DE FONTES ...88

ATALHOS DE TECLADO DOS EDITORES DE TEXTOS ...90

CABEÇALHOS ...91

IMPRESÃO ...92

(5)

CONCEITOS BÁSICOS ...93

LIBREOFFICE/APACHE OPENOFFICE – IMPRESS ... 97

MENU SLIDE ...100

MENU APRESENTAÇÃO DE SLIDE ...100

THUNDERBIRD/WEBMAIL – CORREIO ELETRÔNICO ...101

USO DO CORREIO ELETRÔNICO ...103

PREPARO E ENVIO DE MENSAGENS ...104

ANEXAÇÃO DE ARQUIVOS ...106

MOZILLA FIREFOX/GOOGLE CHROME – INTERNET ...109

CONCEITO ...109

SITES DE BUSCA E PESQUISA ...112

PROGRAMAS DE NAVEGAÇÃO DE INTERNET (MICROSOFT EDGE, INTERNET EXPLORER, MOZILLA FIREFOX E GOOGLE CHROME) ...114

DIREITO CONSTITUCIONAL ...121

CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL DE 1988 ...121

PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS...

121

APLICABILIDADE DAS NORMAS CONSTITUCIONAIS ...125

NORMAS DE EFICÁCIA PLENA, CONTIDA E LIMITADA E NORMAS PROGRAMÁTICAS ...125

DIREITOS E GARANTIAS FUNDAMENTAIS ...126

DIREITOS E DEVERES INDIVIDUAIS E COLETIVOS ...126

DIREITOS SOCIAIS ...135

DIREITOS DE NACIONALIDADE ...136

DIREITOS POLÍTICOS ...138

PARTIDOS POLÍTICOS ...139

DA ORGANIZAÇÃO DO ESTADO ...140

ORGANIZAÇÃO POLÍTICO-ADMINISTRATIVA DO ESTADO ...140

ESTADO FEDERAL BRASILEIRO ...140

União ...140

Estados ...142

(6)

Distrito Federal ...143

Territórios ...143

ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA ...149

Disposições Gerais ...149

Servidores Públicos ...152

DA ORGANIZAÇÃO DOS PODERES ...153

PODER EXECUTIVO ...153

Atribuições e responsabilidades do presidente da República ...153

PODER LEGISLATIVO ...156

Estrutura, Funcionamento e atribuições...156

Processo Legislativo ...158

PODER JUDICIÁRIO ...161

Disposições Gerais ...161

Órgãos do Poder Judiciário, Organização e Competências ...162

Conselho Nacional de Justiça: Composição e Competências ...168

FUNÇÕES ESSENCIAIS À JUSTIÇA ...178

Ministério Público ...168

Advocacia Pública ...169

Defensoria Pública ...170

DEFESA DO ESTADO E DAS INSTITUIÇÕES DEMOCRÁTICAS ...170

SEGURANÇA PÚBLICA ...170

Organização da Segurança Pública ...170

ORDEM SOCIAL ...172

BASE E OBJETIVOS DA ORDEM SOCIAL ...172

SEGURIDADE SOCIAL ...172

MEIO AMBIENTE ...175

DA FAMÍLIA, DA CRIANÇA, DO ADOLESCENTE, DO JOVEM E DO IDOSO ...176

ÍNDIOS ...177

DIREITO ADMINISTRATIVO ...181

ESTADO, GOVERNO E ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA ...181

(7)

NATUREZA, FINS E PRINCÍPIOS ...182

ORGANIZAÇÃO ADMINISTRATIVA DA UNIÃO ...184

ADMINISTRAÇÃO DIRETA E INDIRETA ...184

ATOS ADMINISTRATIVOS ...189

LEI Nº8.429/1992 (SANÇÕES APLICÁVEIS AOS AGENTES PÚBLICOS NOS CASOS DE

ENRIQUECIMENTO ILÍCITO NO EXERCÍCIO DE MANDATO, CARGO, EMPREGO OU

FUNÇÃO DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA DIRETA, INDIRETA OU FUNDACIONAL) ...192

PODERES ADMINISTRATIVOS ...200

PODER HIERÁRQUICO, PODER DISCIPLINAR, PODER REGULAMENTAR, PODER DE POLÍCIA ...200

USO E ABUSO DO PODER ...203

CONTROLE E RESPONSABILIZAÇÃO DA ADMINISTRAÇÃO ...203

CONTROLE ADMINISTRATIVO ...203

CONTROLE JUDICIAL ...204

CONTROLE LEGISLATIVO ...205

RESPONSABILIDADE CIVIL DO ESTADO ...207

LEI Nº9.826, DE 14 DE MAIO DE 1974 (ESTATUTO DOS FUNCIONÁRIOS PÚBLICOS

CIVIS DO ESTADO DO CEARÁ) ...210

LEI Nº12.124, DE 6 DE JULHO DE 1993 (ESTATUTO DA POLÍCIA CIVIL DE

CARREIRA DO ESTADO DO CEARÁ) ...226

NOÇÕES DE DIREITO PENAL...241

APLICAÇÃO DA LEI PENAL ...241

PRINCÍPIOS DA LEGALIDADE E DA ANTERIORIDADE ...242

LEI PENAL NO TEMPO E NO ESPAÇO ...243

TEMPO E LUGAR DO CRIME ...244

TERRITORIALIDADE E EXTRATERRITORIALIDADE DA LEI PENAL ...245

LEI PENAL EXCEPCIONAL, ESPECIAL E TEMPORÁRIA ...246

CONTAGEM DE PRAZO ...247

INTERPRETAÇÃO DA LEI PENAL ...247

ANALOGIA ...251

IRRETROATIVIDADE DA LEI PENAL ...251

(8)

ELEMENTOS, ESPÉCIES, SUJEITO ATIVO E SUJEITO PASSIVO ...252

O FATO TÍPICO E SEUS ELEMENTOS ...257

CRIME CONSUMADO E TENTADO ...257

CONCURSO DE CRIMES ...259

ILICITUDE E CAUSAS DE EXCLUSÃO ...263

PUNIBILIDADE ...264

EXCESSO PUNÍVEL ...265

CULPABILIDADE (ELEMENTOS E CAUSAS DE EXCLUSÃO) ...265

IMPUTABILIDADE PENAL ...266

CONCURSO DE PESSOAS ...269

CRIMES CONTRA A PESSOA ...274

CRIMES CONTRA O PATRIMÔNIO ...296

CRIMES CONTRA A DIGNIDADE SEXUAL ...318

CRIMES CONTRA A FÉ PÚBLICA ...326

CRIMES CONTRA A ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA ...339

DISPOSIÇÕES CONSTITUCIONAIS APLICÁVEIS AO DIREITO PENAL ...368

PROCESSO PENAL ...375

INQUÉRITO POLICIAL ...375

HISTÓRICO ...375 NATUREZA ...375 CONCEITO ...375 FINALIDADE ...375 CARACTERÍSTICAS ...375 FUNDAMENTO ...376 TITULARIDADE...376 FORMAS DE INSTAURAÇÃO ...376

NOTITIA CRIMINIS E DELATIO CRIMINIS ...376

PRAZOS ...376

(9)

VALOR PROBATÓRIO ...377

PROCEDIMENTOS INVESTIGATIVOS ...378

INDICIAMENTO ...378

GARANTIAS DO INVESTIGADO ...379

PROVA ...380

CAPÍTULO II – DO EXAME DO CORPO DE DELITO, DA CADEIA DE CUSTÓDIA E DAS PERÍCIAS EM GERAL ...382

CAPÍTULO III – DO INTERROGATÓRIO DO ACUSADO ...382

CAPÍTULO IV – DA CONFISSÃO ...383

CAPÍTULO V – DO OFENDIDO ...383

CAPÍTULO VI – DAS TESTEMUNHAS ...383

CAPÍTULO VII – DO RECONHECIMENTO DE PESSOAS E COISAS ...383

CAPÍTULO VIII – DA ACAREAÇÃO ...383

CAPÍTULO IX – DOS DOCUMENTOS DE PROVA ...384

CAPÍTULO X – DOS INDÍCIOS ...384

CAPÍTULO XI – DA BUSCA E DA APREENSÃO ...384

RESTRIÇÃO DE LIBERDADE ...384

CAPÍTULO II – DA PRISÃO EM FLAGRANTE ...385

CAPÍTULO III – DA PRISÃO PREVENTIVA ...387

LEI Nº7.960/1989 - PRISÃO TEMPORÁRIA ...388

ALTERAÇÕES DA LEI Nº12.403/2011 ...390

LEI Nº9.296/1996 - INTERCEPTAÇÃO TELEFÔNICA ...393

(10)

DIREI TO ADMINISTRA TIV O 1

DIREITO

ADMINISTRATIVO

ESTADO, GOVERNO E ADMINISTRAÇÃO

PÚBLICA

Agora iniciaremos o estudo de Direito Adminis-trativo. Para facilitar a compreensão dessa disciplina, alguns itens do edital estão reorganizados didatica-mente para melhor aproveitamento dos seus estudos.

CONCEITOS, ELEMENTOS, PODERES E ORGANIZAÇÃO

Conceito de Direito Administrativo

A origem de um Estado pode se dar de forma natural, religiosa (Estado criado por Deus), pela for-ça e domínio dos mais fortes sobre os mais fracos, pelo agrupamento de famílias, de forma contratual, de forma derivada: por união, quando dois estados soberanos se unem formando um só novo estado ou fracionamento, quando um estado se divide em dois novos estados independentes, ou de forma atípica, a exemplo do Vaticano e de Israel.

São elementos constitutivos do Estado: a soberania, a finalidade, o povo e o território. Assim, Dalmo de Abreu Dallari (apud Lenza, 2019, p. 719) define Estado como “a ordem jurídica soberana, que tem por fim o bem comum de um povo situado em determinado território”.

Soberania é o poder político supremo e indepen-dente que o Estado detém consistente na capacidade para editar e reger suas próprias normas e seu orde-namento jurídico.

A finalidade consiste no objetivo maior do Estado que é o bem comum, conjunto de condições para o desenvolvimento integral da pessoa humana.

Povoé o conjunto de indivíduos, em regra, com um objetivo comum, ligados a um determinado território pelo vínculo da nacionalidade.

Território é o espaço físico dentro do qual o Esta-do exerce seu poder e sua soberania. Onde o povo se estabelece e se organiza com ânimo de permanência.

O Estado brasileiro adota o critério de separa-ção dos poderes estatais em Legislativo, Executivo e Judiciário, de forma que possam atuar em harmonia. Todos os três Poderes, entretanto, exercem suas fun-ções típicas e atípicas.

Quanto à organização a Constituição de 1988 ado-tou a forma republicana de governo, o sistema

pre-sidencialista de governo e a forma federativa de Estado. Note tratar-se de três definições distintas.

Administração vem do latim administrare, que significa direcionar ou gerenciar negócios, pessoas e recursos, tendo sempre como objetivo alcançar metas específicas. A noção de gestão de negócios está intima-mente ligada com o ramo de Direito Administrativo.

Estudar o direito administrativo não é uma tarefa fácil. Isso porque o direito administrativo brasileiro apresenta dois pontos específicos que demonstram certa dificuldade no seu estudo.

O primeiro ponto diz respeito a falta de codifica-ção do Direito Administrativo. No Brasil, não existe um “Código de Direito Administrativo”. Os ramos jurí-dicos codificados possuem um conjunto de normas apresentados/ordenados em uma linha lógica, o que facilita o seu estudo. Todavia, existem Leis, Decretos, Instruções Normativas, Portarias, enfim, existem uma multiplicidade de instrumentos legais, e é tarefa do profissional do Direito conhecer e buscar esses instru-mentos dentro de todo o ordenamento jurídico do País. Outro ponto que dificulta o estudo desse ramo jurí-dico é o fato de que há uma enorme quantidade de legislação com conteúdo de direito administrativo. Isso se deve a própria lógica do sistema federalista, uma vez que os Estados possuem autonomia para criar as próprias leis. Assim, as normas de Direito Administrativo podem apresentar-se em vários âmbi-tos da Federação, o que a torna ainda mais difícil de ser compreendida.

Esses são os principais pontos de dificuldade de estudar esse ramo do Direito. Todavia, isso não signi-fica que é uma tarefa impossível. O ramo de Direito Administrativo, no Brasil, conta com um ponto posi-tivo: a doutrina e a jurisprudência são, também, bas-tante vastas e muito bem detalhadas. É por isso que os estudos de Direito Administrativo e as questões de concurso público, a princípio, buscam dar maior enfoque em conceitos, teorias, enfim, enfoca bastante o aspecto teórico, muito mais do que o prático.

Assim, precisamos compreender as noções básicas de Direito Administrativo, o que significa definir a ele um conceito, determinar sua natureza, estabelecer seu objeto, e também as fontes de onde se origina.

A doutrina possui divergências quanto ao concei-to de Direiconcei-to Administrativo. Enquanconcei-to uma corrente doutrinária define Direito Administrativo tendo como base a ideia de função administrativa, outros prefe-rem destacar o objeto desse ramo jurídico, isso é, o Estado, a figura pública composta por seus órgãos e agentes. Há também uma terceira corrente de dou-trinadores que ao conceituar Direito Administrativo, destacam as relações jurídicas estabelecidas entre as pessoas e os órgãos do Estado.

Embora haja essa diferença de posições na doutri-na, não há exatamente uma corrente predominante. Todos os elementos apontados fazem parte do Direito Administrativo. Por isso, vamos conceituá-lo utilizan-do toutilizan-dos esses aspectos em comum.

Podemos definir Direito Administrativo como o conjunto de princípios e regras que regulam o exercí-cio da função administrativa exercida pelos órgãos e agentes estatais, bem como as relações jurídicas entre eles e os demais cidadãos.

Não devemos confundir Direito Administrativo com a Ciência da Administração. Apesar da nomen-clatura ser parecida, são dois campos bastante distin-tos. A administração, como ciência propriamente dita, não é ramo jurídico. Consiste no estudo de técnicas e estratégias de controle da gestão governamental. Suas regras não são independentes, estão subordinadas às normas de Direito Administrativo. Os concursos públicos não costumam exigir que o candidato tenha conhecimentos de técnicas administrativas para res-ponder questões de direito administrativo, mas reque-rem que conheçam a Administração como entidade governamental, com suas prerrogativas e prestando serviços para a sociedade.

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2

No momento, estamos nos referindo ao Direi-to Administrativo, que é o ramo jurídico que regula as relações entre a Administração Pública e os seus cidadãos ou “administrados”. Administração Pública é uma noção totalmente distinta, podendo ter uma acepção subjetiva e orgânica, ou objetiva e material.

Na sua acepção subjetiva, orgânica e formal, a Administração Pública confunde-se com a própria pessoa de seus agentes, órgãos, e entidades públicas que exercem a função administrativa, o que signifi-ca que somente algumas pessoas e entes podem ser considerados como Administração Pública. É, por isso, uma acepção que tende a restringir sua definição.

Já na sua acepção objetiva e material da pala-vra, podemos definir a administração pública (alguns doutrinadores preferem colocar a palavra em letras minúsculas para distinguir melhor suas concepções), como a atividade estatal de promover concretamente o interesse público. O caráter subjetivo da administra-ção é irrelevante, pois o que realmente importa não é a pessoa, e sim a atividade que tal pessoa executa. É, por isso, uma acepção mais abrangente, pois qual-quer pessoa que venha a exercer uma função típica da Administração será considerada uma pessoa que integra a mesma.

NATUREZA, FINS E PRINCÍPIOS

Natureza Jurídica do Direito Administrativo:

Determinar a natureza jurídica de um ramo do Direito significa, de modo geral, estabelecer em qual grupo ele pertence. Podemos classificar os ramos de Direito brasileiro em dois grandes grupos: os ramos de Direito Público e os de Direito Privado. Quanto à natureza jurídica, não há dúvida de que o Direito Administrativo é ramo de Direito Público. Isso por-que o Direito Administrativo regula as atividades esta-tais na gestão de seus negócios, recursos e pessoas. A simples presença do Poder Público faz com que ele não se enquadre no grupo do Direito Privado, que são os ramos jurídicos cujas regras disciplinam as ativida-des dos particulares.

Finalidade:

A finalidade administrativa, portanto, é satisfazer o interesse público.

Dos Princípios Básicos da Administração

Por motivos didáticos, costuma-se dividir as mas cogentes em regras e princípios. Regras são nor-mas cogentes que traduzem um comando direto, são criadas pelo legislador (portanto, são positivadas) e são utilizadas para a solução de casos concretos e específicos. Os princípios, por sua vez, delimitam os valores fundamentais de um ramo do direito, pos-suem conteúdo muito mais abrangente. São conside-rados mais importantes, dado o seu caráter geral e abstrato. Os princípios são descobertos pela doutrina, através da análise das regras, retirando os aspectos concretos desta. O legislador, dessa forma, tem um papel indireto na criação dos princípios.

Apesar das diferenças mencionadas, é indiscutível que os princípios e as regras são normas que apresen-tam força cogente máxima. Porém, como os princípios possuem valores fundamentais de um ramo jurídico,

são considerados hierarquicamente superiores. Vio-lar uma regra é um erro grave, mas vioVio-lar um prin-cípio é erro gravíssimo: é cometer ofensa a todo um ordenamento de comandos.

Os princípios que regem a atividade da Adminis-tração Pública são vastos, podendo estar explícitos em norma positivada, ou até mesmo implícitos, que não aparecem por escrito, porém são denotados segundo a interpretação das normas jurídicas. Além disso, os princípios administrativos podem ser gerais (ou basi-lares), constitucionais ou infraconstitucionais.

Princípios Gerais de Direito Administrativo:

Os princípios gerais de Direito Administrativo são os princípios basilares desse ramo jurídico, sendo aplicáveis ante o fato de a Administração Pública ser considerada pessoa jurídica de direito público.

O princípio da supremacia do interesse públi-co é o princípio que dá os poderes e prerrogativas à Administração Pública. A supremacia do interesse público sobre o privado é um aspecto fundamental para o exercício da função administrativa. Podemos citar como exemplo a desapropriação de um imóvel pertencente a um particular: o particular pode ter interesse em não ter seu bem desapropriado, ou achar o valor da indenização injusto, mas ele não pode ter interesse em extinguir o instituto da expropriação administrativa. Trata-se de um instituto que deve existir, independentemente da sua vontade.

Mas se o Estado apenas tivesse prerrogativas, com certeza ele agiria com abuso de autoridade. É por isso que ao Estado também lhe incumbe uma série de deve-res, fundados pelo princípio da indisponibilidade do interesse público. Tal princípio pressupõe que o Poder Público não é dono do interesse público, ele deve manuseá-lo segundo o que a norma lhe impõe. É por isso que ele não pode se desfazer de patrimônio públi-co, contratar quem ele quiser, realizar gastos sem pres-tar contas a seu superior, etc. Tais atos configuram em desvio de finalidade, uma vez que o objetivo principal deles não é de interesse público, mas apenas do pró-prio agente, ou de algum terceiro beneficiário.

Princípios Constitucionais da Administração Pública: São os princípios previstos no Texto Constitucional, mais especificamente no caput do artigo 37. Segundo o referido dispositivo: “A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos Esta-dos, do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência [...]”. Assim, esquematicamen-te, temos os princípios constitucionais da:

Legalidade: fruto da própria noção de Estado de Direito, as atividades do gestor público estão submis-sas a forma da lei. A legalidade promove maior segu-rança jurídica para os administrados, na medida em que proíbe que a Administração Pública pratique atos abusivos. Ao contrário dos particulares, que podem fazer tudo aquilo que a lei não proíbe, a Administra-ção só pode realizar o que lhe é expressamente auto-rizado por lei.

Impessoalidade: a atividade da Administração Pública deve ser imparcial, de modo que é vedado haver qualquer forma de tratamento diferenciado entre os administrados. Há uma forte relação entre a impessoalidade e a finalidade pública, pois quem age por interesse próprio não condiz com a finalidade do interesse público.

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DIREI TO ADMINISTRA TIV O 3

Moralidade: a Administração impõe a seus agen-tes o dever de zelar por uma “boa-administração”, buscando atuar com base nos valores da moral comum, isso é, pela ética, decoro, boa-fé e lealdade. A moralidade não é somente um princípio, mas também requisito de validade dos atos administrativos.

Publicidade: a publicação dos atos da Administra-ção promove maior transparência e garante eficácia erga omnes. Além disso, também diz respeito ao direi-to fundamental que direi-toda pessoa tem de obter acesso a informações de seu interesse pelos órgãos estatais, salvo as hipóteses em que esse direito ponha em risco a vida dos particulares ou o próprio Estado, ou ainda que ponha em risco a vida íntima dos envolvidos.

Eficiência: implementado pela reforma adminis-trativa promovida pela Emenda Constitucional nº 19 de 1988, a eficiência se traduz na tarefa da Adminis-tração de alcançar os seus resultados de uma forma célere, promovendo melhor produtividade e rendi-mento, evitando gastos desnecessários no exercício de suas funções. A eficiência fez com que a Adminis-tração brasileira adquirisse caráter gerencial, tendo maior preocupação na execução de serviços com per-feição ao invés de se preocupar com procedimentos e outras burocracias. A adoção da eficiência, todavia, não permite à Administração agir fora da lei, ou seja, não se sobrepõe ao princípio da legalidade.

Um método que facilita a memorização desses princípios é a palavra “limpe”, pois temos os princí-pios da: Legalidade Impessoalidade Moralidade Publicidade Eficiência Princípios Infraconstitucionais:

Os princípios administrativos não se esgotam no âmbito constitucional. Existem outros princípios cuja previsão não está disposta na Carta Magna, e sim na legislação infraconstitucional. É o caso do disposto no caput do artigo 2º da Lei nº 9.784/1999: “A Administra-ção Pública obedecerá, dentre outros, aos princípios da legalidade, finalidade, motivação, razoabilidade, pro-porcionalidade, moralidade, ampla defesa, contraditó-rio, segurança jurídica, interesse público e eficiência”.

Princípio da Autotutela

A autotutela diz respeito ao controle interno que a Administração Pública exerce sobre os seus próprios atos. Isso significa que, havendo algum ato adminis-trativo ilícito ou que seja inconveniente e contrário ao interesse público, não é necessária a intervenção judicial para que a própria Administração anule ou revogue esses atos.

Não havendo necessidade de recorrer ao Poder Judiciário, quis o legislador que a Administração possa, dessa forma, promover maior celeridade na recomposição da ordem jurídica afetada pelo ato ilí-cito, e garantir maior proteção ao interesse público contra os atos inconvenientes.

Segundo o disposto no art. 53 da Lei nº 9.784/1999: “A Administração deve anular seus próprios atos, quando eivados de vício de legalidade, e pode revogá--los por motivo de conveniência ou oportunidade, res-peitados os direitos adquiridos”. A distinção feita pelo

legislador é bastante oportuna: ele enfatiza a nature-za vinculada do ato anulatório e a discricionariedade do ato revogatório. A Administração pode revogar os atos inconvenientes, mas tem o dever de anular os atos ilegais.

A autotutela também tem previsão em duas súmu-las do Supremo Tribunal Federal. Súmula nº 346: “A Administração Pública pode declarar a nulidade de seus próprios atos”; e a Súmula nº 473: “A administra-ção pode anular seus próprios atos, quando eivados de vícios que os tornam ilegais, porque deles não se origi-nam direitos; ou revogá-los, por motivo de conveniên-cia ou oportunidade, respeitados os direitos adquiridos, e ressalvada, em todos os casos, a apreciação judicial”.

Princípio da Motivação

Também pode constar em algumas questões como “princípio da obrigatória motivação”. Trata-se de uma técnica de controle dos atos administrativos, o qual impõe à Administração o dever de indicar os pres-supostos de fato e de direito que justificam a prática daquele ato. A fundamentação da prática dos atos administrativos será sempre por escrito. Possui previ-são no art. 50 da Lei nº 9.784/1999: “Os atos adminis-trativos deverão ser motivados, com indicação dos fatos e dos fundamentos jurídicos, quando (...)”; e também no art. 2º, par. único, VII, da mesma Lei: “Nos proces-sos administrativos serão observados, entre outros, os critérios de: VII - indicação dos pressupostos de fato e de direito que determinarem a decisão”. A motivação é uma decorrência natural do princípio da legalidade, pois a prática de um ato administrativo fundamentado, mas que não esteja previsto em lei, seria algo ilógico.

Convém estabelecer a diferença entre motivo e motivação. Motivo é o ato que autoriza a prática da medida administrativa, portanto, antecede o ato administrativo. A motivação, por sua vez, é o funda-mento escrito, de fato ou de direito, que justifica a prática da referida medida. Exemplo: na hipótese de alguém sofrer uma multa por ultrapassar limite de velocidade, a infração é o motivo (ultrapassagem do limite máximo de velocidade); já o documento de noti-ficação da multa é a motivação. A multa seria, então, o ato administrativo em questão.

Quanto ao momento correto para sua apresentação, entende-se que a motivação pode ocorrer simultaneamen-te ou em um instansimultaneamen-te possimultaneamen-terior a prática do ato (em respei-to ao princípio da eficiência). A motivação intempestiva, isso é, aquela dada em um momento demasiadamente posterior, é causa de nulidade do ato administrativo.

Princípio da Finalidade

Sua previsão encontra-se no art. 2º, par. único, II, da Lei nº 9.784/1999: “Nos processos administrati-vos serão observados, entre outros, os critérios de: II - atendimento a fins de interesse geral, vedada a renún-cia total ou parrenún-cial de poderes ou competênrenún-cias, salvo autorização em lei”.

O princípio da finalidade muito se assemelha ao da primazia do interesse público. O primeiro impõe que o Administrador sempre aja em prol de uma finalida-de específica, prevista em lei. Já o princípio da supre-macia do interesse público diz respeito à sobreposição do interesse da coletividade em relação ao interesse privado. A finalidade disposta em lei pode, por exem-plo, ser justamente a proteção ao interesse público.

Referências

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