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Análise da evolução da eficiência das empresas distribuidoras de energia elétrica no Brasil, após a reestruturação do setor, no período de 2001 a 200

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(1)UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO CENTRO DE CIÊNCIAS SOCIAIS APLICADAS DEPARTAMENTO DE ECONOMIA PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ECONOMIA. Maria Almira Anjo Pires. Análise da evolução da eficiência das empresas distribuidoras de energia elétrica no Brasil, após a reestruturação do setor, no período de 2001 a 2005. RECIFE – PE 2008.

(2) Maria Almira Anjo Pires. Análise da evolução da eficiência das empresas distribuidoras de energia elétrica no Brasil, após a reestruturação do setor, no período de 2001 a 2005 Dissertação. apresentada. como. requisito. complementar para obtenção do grau de Mestre em Economia – Investimento e Empresas, do Programa de Pós-Graduação em Economia da Universidade Federal de Pernambuco.. Orientador: Prof. Dr. José Lamartine Távora Júnior Co- Orientador: Prof. Dr. Marcos Roberto Gois de Oliveira. RECIFE – PE 2008.

(3) Pires, Maria Almira Anjo Análise da evolução da eficiência das empresas distribuidoras de energia elétrica no Brasil, após a reestruturação do setor, no período de 2001 a 2005 / Maria Almira Anjo Pires. – Recife : O Autor, 2008. 179 folhas : fig. , tab. e quadro. Dissertação (Mestrado) – Universidade Federal de Pernambuco. CCSA. Economia, 2008. Inclui bibliografia e anexo. 1. Energia elétrica – Distribuição. industrial. 3. Eficiência organizacional. 338 330. CDU (1997) CDD (22.ed.). 2. Eficiência I. Título. UFPE CSA2008-077.

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(5) Dedico. esta. dissertação. aos. meus. pais,. Francisco e Ana Maria, por todo afeto, carinho e exemplo de honestidade, simplicidade e trabalho norteadores para a minha vida. A minha irmã, Ana Maria, pelo exemplo de garra e determinação e pelo apoio e incentivo dado nos momentos mais difíceis..

(6) AGRADECIMENTOS. A Deus pelo dom da vida, pela saúde, pela perseverança e pela felicidade de finalizar este trabalho; A Companhia Hidro Elétrica do São Francisco, pela oportunidade da realização deste Mestrado e pelo constante incentivo ao desenvolvimento humano e técnico de seus colaboradores; Ao Prof. Dr. Marcos Roberto Gois de Oliveira pela competência, motivação e empenho dedicados à orientação deste trabalho. A todos os professores e funcionários do Mestrado em Economia pelo suporte e dedicação a realização deste curso. Aos colegas de turma, em especial aos amigos, Álvaro, Ana Paula, Edinaldo, Eduardo Câmara, Fernando, Juliana, Marcos JB e Viviane que tornaram lúdico um período de aprendizagem, ansiedade e descobertas. Aos colegas de trabalho da Divisão de Controle de Informações Contábeis - DFCI, pela paciência, compreensão e incentivo constantes. Aos amigos Tarcísio Bacelar, Rogério Bittencourt, Marcos Barros e Luciano Souza por todo apoio e contribuição para desenvolvimento deste trabalho. A minha irmã, meu cunhado e sobrinho por todo carinho, apoio e compreensão pela minha ausência em momentos importantes. Aos meus pais, pela educação que me deram, por tudo que fizeram e sempre fazem por mim, pela constante presença, apoio incondicional e compreensão, mesmo nesse período em que não pude estar tão presente ao lado deles. A todos os que me ajudaram e apoiaram, direta ou indiretamente.. A todos vocês meu eterno muito obrigado..

(7) “A diferença entre o possível e o impossível está na vontade humana” Louis Pasteur.

(8) RESUMO. O setor elétrico brasileiro, de modo geral, tem passado por grandes transformações, desde as transferências de controle acionário a mudanças nas regras de mercado principalmente a atividade de distribuição, que conta atualmente com 64 concessionárias, estatais e privadas, de diferentes portes e distribuídas por todo o território nacional. O estudo da eficiência do setor é importante, na medida em que pode auxiliar através da analise dos resultados obtidos na elaboração de boas condutas para as empresas e oferecer, ao Governo, ferramentas para a melhoria na regulamentação do Setor. A presente dissertação tem um caráter exploratório e teve como objetivo medir e analisar os índices de eficiência das empresas distribuidoras de energia elétrica do país, no período de 2001 a 2005, utilizando a metodologia não paramétrica DEA (Análise por Envoltória de Dados) para retornos constantes e variáveis de escala, a partir de um modelo simples, com dois insumos e dois produtos. Na etapa final são apresentados os resultados de eficiência obtidos nos dois modelos, os quais foram analisados segundo os critérios de controle acionário, localização, porte e tipo de atividade. Os resultados das empresas, de um modo geral, se apresentaram bons nos dois modelos DEA.. Palavras-chave: Distribuidoras de Energia Elétrica. Eficiência. Análise por Envoltória de Dados - DEA..

(9) ABSTRACT. The Electric Power Brazilian sector has been passing through big modifications, from the transferences of ownership to changes in market rules, mainly the supply activity. This market consists of 64 companies, under private and public control, with different sizes and for all national area. The study of the efficiency of the sector is important, as long as it can support the Government through the analysis of the results obtained in the elaboration of good measures to the companies and offer, to the government to settle a good procedure to regulate the sector. The present application has an exploring conception. Its purpose is to analyze the efficiency of the Electric Power Brazilian Distribution Companies, during the years of 2001 untill 2005, using the non-parametric methodology DEA (Data Envelopment Analysis), considering constant and variable returns of scale. It was chosen a simple model of two inputs and two outputs. Finally it is showed the efficiency results obtained from DEA models, companies have presented good results in the two models used, which were analyzed by ownership control, size, location and kind of activity. The results of companies of the distribution segment were good in both methods.. Key-word: Electric Power Brazilian Distribution. Efficiency. Data Envelopment Analysis (DEA)..

(10) LISTA DE TABELAS. Tabela 4.1. Grupo da Amostra. 87. Tabela 4.2. Correlação entre Inputs. 91. Tabela 4.3. Correlação entre Outputs. 92. Tabela 4.4. Correlação entre Inputs e Outputs. 92. Tabela 5.1. Quantitativo de empresas eficientes por ano e modelo. 97. Tabela 5.2. Escores de eficiência por ano e modelo. 98. Tabela 5.3. Distribuição dos escores de eficiência de escala por faixa de 2005 a 2001. 99. Tabela 5.4. Eficiência de Escala (EE = 1) de 2005 a 2001. 99. Tabela 5.5. Resumo estatístico dos escores de eficiência DEA-CRS e DEA-VRS. 100. Tabela 5.6. Distribuição dos escores de eficiência por faixa de 2005 a 2001 DEA- CRS. 101. Tabela 5.7. Resumo estatístico dos escores de eficiência DEA-CRS de 2005 a 2001. 101. Tabela 5.8. Resumo da freqüência de empresas eficientes de 2005 a 2001 - DEA – CRS. 102. Tabela 5.9. Distribuição dos escores de eficiência por faixa de 2005 a 2001 – DEA- VRS. 103. Tabela 5.10 Resumo estatístico dos escores de eficiência DEA-VRS de 2005 a 2001. 104. Tabela 5.11 Resumo da freqüência de empresas eficientes de 2005 a 2001 - DEA – VRS. 104. Tabela 5.12 Escores de eficiência por Região pelo DEA - CRS. 106. Tabela 5.13 Distribuição da eficiência por Região pelo DEA - CRS. 107. Tabela 5.14 Média dos escores de eficiência por Região pelo DEA – CRS. 108. Tabela 5.15 Escores de eficiência por Região pelo DEA - VRS. 109. Tabela 5.16 Distribuição da eficiência por Região pelo DEA - VRS. 110. Tabela 5.17 Média dos escores de eficiência por Região pelo DEA – VRS. 111. Tabela 5.18 Comparativo das médias dos escores da eficiência por Região – DEA CRS x VRS. 111. Tabela 5.19 Escores de eficiência por Porte pelo DEA – CRS. 112. Tabela 5.20 Distribuição de escores de eficiência por faixa e Porte pelo DEA – CRS. 113. Tabela 5.21 Média dos escores de eficiência por Porte pelo DEA – CRS. 114. Tabela 5.22 Escores de eficiência por Porte pelo DEA – VRS. 115. Tabela 5.23 Distribuição de escores de eficiência por faixa e Porte pelo DEA – VRS. 117. Tabela 5.24 Média dos escores de eficiência por Porte pelo DEA – VRS. 117. Tabela 5.25 Comparativo da média dos escores de eficiência por Porte pelo DEA – CRS x VRS. 118. Tabela 5.26 Comparativo da média dos escores de eficiência por Controle Acionário - DEA CRS x VRS. 118. Tabela 5.27 Distribuição de escores de eficiência por faixa e Controle Acionário DEA–CRS. 118. Tabela 5.28 Distribuição de escores de eficiência por faixa e Controle Acionário DEA–VRS. 119.

(11) Tabela 5.29 Distribuição da eficiência por Segmento, Ano e Modelo. 120. Tabela 5.30 Comparativo da média dos escores de eficiência por Segmento DEA CRS x VRS. 121. Tabela 5.31 Melhoramento Potencial para Distribuidora Bandeirantes ano 2005 pelo DEA-CRS. 124. Tabela 5.32 Freqüência de distribuidoras benchmarking pelo DEA - CRS. 126. Tabela 5.33 Freqüência de distribuidoras benchmarking pelo DEA - VRS. 126.

(12) LISTA DE GRÁFICOS. Gráfico 2.1. Crescimento Anual Médio do PIB e OIE no Brasil de 1970 à 2003. 31. Gráfico 4.1. Distribuição da amostra por Região. 88. Gráfico 4.2. Distribuição da amostra por Porte. 88. Gráfico 5.1. Distribuição dos escores de eficiência por faixa pelo DEA-CRS 2001.. 100. Gráfico 5.2. Distribuição dos escores de eficiência por faixa de 2005 a 2001 pelo DEA – CRS. 101. Gráfico 5.3. Conjunto da freqüência de empresas eficientes de 2005 a 2001 pelo DEA – CRS. 102. Gráfico 5.4. Distribuição dos escores de eficiência por faixa de 2005 a 2001 pelo DEA – VRS. 103. Gráfico 5.5. Conjunto da freqüência de empresas eficientes de 2005 a 2001 pelo DEA – VRS. 105. Gráfico 5.6. Distribuição da eficiência por Região pelo DEA - CRS. 107. Gráfico 5.7. Distribuição da eficiência por Região pelo DEA -VRS. 110. Gráfico 5.8. Distribuição da eficiência por Porte pelo DEA – CRS. 113. Gráfico 5.9. Distribuição da média dos escores de eficiência por Porte pelo DEA – CRS. 114. Gráfico 5.10 Distribuição da eficiência por Porte pelo DEA – VRS. 116. Gráfico 5.11 Distribuição da média dos escores de eficiência por Porte pelo DEA – VRS. 117. Gráfico 5.12 Distribuição da média dos escores de eficiência por Controle Acionário pelo DEA – CRS. 119. Gráfico 5.13 Distribuição da média dos escores de eficiência por Controle Acionário pelo DEA – VRS. 120. Gráfico 5.14 Distribuição da média dos escores de eficiência por Segmento pelo DEA – CRS. 121. Gráfico 5.15 Distribuição da média dos escores de eficiência por Segmento pelo DEA – VRS. 122. Gráfico 5.16 Melhoramento potencial de insumo e produto para DMU4 pelo DEA – CRS - 2005. 123.

(13) LISTA DE FIGURAS. Figura 2.1. Processo para Estabelecimento de um Marco Regulatório no Setor Elétrico.. 38. Figura 2.2. Processo de Estabelecimento do Marco Regulatório no Setor Elétrico no Brasil.. 40. Figura 2.3. Estrutura Estabelecida pelo Marco Regulatório para o Setor Elétrico Brasileiro.. 42. Figura 3.1. Nível de julgamento humano nos modelos de avaliação de desempenho.. 51. Figura 3.2. Função de Produção Y = f (x). 52. Figura 3.3. Rendimentos de Retorno de Escala. 54. Figura 3.4. Fronteira de Produção e Eficiência. 58. Figura 3.5. Comparativo da Fronteira Eficiência DEA CRS e VRS. 66. Figura 3.6. Comparativo dos Modelos DEA CRS e VRS, nas orientações produto e insumo. 68. Figura 3.7. Comparativo da Fronteira pela Análise de Regressão e DEA de um conjunto de Empresas. 75. Figura 3.8. Representação da Análise de Componentes Principais. 79. Figura 4.1. Fluxo do Modelo de Pesquisa. 93. Figura 5.1. Mapa de Benchmarking. 124.

(14) LISTA DE QUADROS. Quadro 1. Principais marcos regulatórios do setor elétrico brasileiro.. 25. Quadro 2. Cronograma das privatizações no Brasil.. 41. Quadro 3. Comparativo entre os modelos do Setor Elétrico Brasileiro (antigo versus novo).. 44. Quadro 4. Cadeia da industria de energia elétrica.. 46. Quadro 5. Principais métodos de Benchmarking adotados na regulação por incentivo do setor elétrico pelo mundo.. 62. Freqüência do uso de variáveis nos trabalhos com DEA no setor elétrico.. 90. Quadro 6.

(15) LISTA DE ABREVIATIRAS E SIGLAS. AMFORP - American & Foreign Power Company Inc. ANEEL - Agência Nacional de Energia Elétrica BCC - Banker Charnes Cooper BNDES - Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social CBEE - Comercializadora Brasileira de Energia Emergencial CCEE - Câmara de Comercialização de Energia Elétrica CCPE – Comitê Coordenador do Planejamento de Expansão do Sistema CCR - Charnes Cooper Rhodes CHESF - Companhia Hidro Elétrica do São Francisco CMSE - Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico CNAEE - Conselho Nacional de Águas e Energia Elétrica CNPE - Conselho Nacional de Política Energética COFINS - Contribuição Social para Financiamento da Seguridade Social CONESP - Comissão Nacional das Empresas Concessionárias de Serviços Públicos CRC - Conta de Resultados a Compensar CRS - Constant Return to Scale (Retorno Constante de Escala) DEA – Data Envelopment Analysis (Análise Envoltória de Dados) DMU - Decision Making Unit DNAEE - Departamento Nacional de Águas e Energia Elétrica ELETROBRÁS - Centrais Elétricas Brasileiras S. A. ELETRONORTE - Centrais Elétricas do Norte do Brasil S.A ELETROSUL - Centrais Elétricas do Sul do Brasil S.A ENERSUL - Empresa Energética do Mato Grosso do Sul S. A..

(16) EPE - Empresa de Pesquisa Energética IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística INPUT - Entrada ISEB – Indústria do Setor Elétrico Brasileiro IUEE - Imposto Único sobre Energia Elétrica MAE - Mercado Atacadista de Energia MME - Ministério de Minas e Energia OCDE - Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico OIE – Oferta Interna de Energia ONS - Operador Nacional do Sistema Elétrico OUTPUT - Saída PIB - Produto Interno Bruto PNE - Plano Nacional de Eletrificação (de 1943) PNE - Plano Nacional de Eletrificação (Projeto de Lei nº 4.277/1954) PND - Plano Nacional de Desenvolvimento PND - Programa Nacional de Desestatização (criado em 1990) PROINFA - Programa de Incentivo as Fontes Alternativas de Energia Elétrica RESEB – Projeto de Reestruturação do Setor Elétrico Brasileiro REVISE - Revisão Institucional do Setor Elétrico RTE - Recomposição Tarifária Extraordinária SEB - Setor Elétrico Brasileiro SIN - Sistema Interligado Nacional VRS - Variable Return to Scale (Retorno Variável de Escala).

(17) SUMÁRIO. 1. INTRODUÇÃO................................................................................................... 1.1 Considerações Iniciais.................................................................................... 1.2 Objetivos........................................................................................................ 1.2.1. Objetivo Geral................................................................................................ 1.2.2. Objetivos Específicos..................................................................................... 1.3 Justificativa..................................................................................................... 1.4 Estrutura da Dissertação................................................................................. 1.5 Limitações do Trabalho................................................................................... 17 17 19 20 20 20 22 23. 2. O SETOR ELÉTRICO BRASILEIRO E A REESTRUTURAÇÃO............. 2.1 Aspectos Relevantes no Processo de Reestruturação..................................... 2.2 Revisão no Cenário do Setor Elétrico Mundial.............................................. 2.3 Crescimento Econômico e Oferta Interna de Energia no Brasil.................... 2.4 O Setor Elétrico Brasileiro............................................................................. 2.4.1. Histórico do Setor Elétrico Brasileiro............................................................ 2.4.2. Processo de Reestruturação do Setor Elétrico no Brasil................................ 2.4.3. Características do Novo Modelo do Setor Elétrico........................................ 2.4.4. Principais Agentes do Novo Modelo do Setor Elétrico.................................. 24 24 25 29 32 33 38 44 47. 3. METODOLOGIA PARA AVALIAÇÃO DE DESEMPENHO..................... 3.1 Desempenho Organizacional......................................................................... 3.2 Fronteira de Produção e Eficiência................................................................ 3.3 Medidas de Eficiência.................................................................................... 3.3.1. Métodos de Benchmarking............................................................................. 3.4 Análise por Envoltória de Dados – DEA....................................................... 3.4.1. Modelos e Orientações................................................................................... 3.4.2. Aplicação do Modelo DEA............................................................................ 3.4.3. Limitações do Modelo DEA........................................................................... 50 50 52 57 60 63 65 76 82. 4. METODOLOGIA............................................................................................... 4.1 Aplicação da Análise por Envoltória de Dados (DEA) às Empresas Distribuidoras de Energia Elétrica Brasileiras.............................................. 84. 4.1.1. 4.1.2. 4.1.3. 4.1.4.. 85 86 89 93. Definição do Modelo Utilizado..................................................................... Definição da Amostra.................................................................................... Seleção dos Insumos e Produtos Relevantes................................................. Histórico de Estudos Anteriores..................................................................... 84.

(18) 5. ESTIMAÇÃO E ANÁLISE DOS RESULTADOS.......................................... 5.1 Eficiência Geral.............................................................................................. 5.1.1. Eficiência Geral pelo modelo DEA-CRS....................................................... 5.1.2. Eficiência Geral pelo modelo DEA-VRS...................................................... 5.2 Análises da Eficiência por Segmentos........................................................... 5.2.1. Eficiência por Região Geográfica.................................................................. 5.2.2. Eficiência por Porte........................................................................................ 5.2.3. Eficiência por Controle Acionário................................................................. 5.2.4. Eficiência por Segmento de Atuação............................................................. 5.3. Potencialização da Eficiência pelas Empresa................................................. 97 97 100 103 105 106 111 118 120 122. 6. CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES......................................................... 128 6.1 Conclusões..................................................................................................... 128 6.2 Recomendações.............................................................................................. 130 REFERÊNCIAS...................................................................................................... ANEXOS................................................................................................................... 131 140.

(19) 17. 1. INTRODUÇÃO 1.1. CONSIDERAÇÕES INICIAIS. Até o inicio da década de 90, o setor elétrico brasileiro caracterizava-se por ser estatal, regulado e verticalizado, com empresas atuando simultaneamente nas diversas atividades do setor, tais como geração, transmissão e distribuição de energia elétrica. A partir da segunda metade da década de 90, a ampliação do poder de consumo da população pelo plano real (a partir de 1994) tornou evidente a necessidade imediata de novos investimentos no setor para atender ao aumento da demanda. No entanto, a incapacidade do Estado de buscar recursos que fizessem frente à necessidade dos novos investimentos e a exigibilidade de manter o equilíbrio das contas públicas, desestabilizaram a estrutura vigente no setor e tornaram inevitável o processo de reestruturação. No processo da reestruturação, o papel do governo deveria ser apenas de responsável pela definição das políticas energéticas do país e pela regulamentação técnica e econômica do setor, definindo, inclusive, as bases para os relacionamentos entre os diversos agentes que passariam a atuar no mesmo. A reestruturação do setor elétrico iniciou-se formalmente, de acordo com Ferreira (1999) e Godoy (2000), com a publicação da Lei Geral de Concessões (Lei nº 8.987) em 1995. E a mudança institucional teve inicio a partir da criação da Agência Nacional de Energia Elétrica – ANEEL (Lei nº 9.427/96), caracterizada pela retirada do Estado da função de empreendedor para atuar como Agente Regulador. Todo o arcabouço legal foi estabelecido no relatório do Projeto de Reestruturação do Setor Elétrico Brasileiro (RESEB), em dezembro de 1997. Para tornar realidade o novo modelo, foram adotadas duas ações fundamentais: a alteração do arcabouço legal e a privatização das empresas públicas de energia elétrica. As privatizações, seguidas ou não de separação entre as diferentes atividades (desverticalizações) antes exercidas pelo monopolista de serviços públicos, e a introdução de concorrência onde antes havia monopólio protegido por concessão pública, juntamente com a exigência de livre acesso de novas firmas à infra-estrutura de transporte e distribuição de energia, pretendiam dotar o setor de viabilidade e eficiência.

(20) 18. econômica, propiciando a participação da iniciativa privada nos investimentos necessários, assegurar a oferta e aumentar a eficiência de longo prazo do setor. O início do processo das privatizações, que perdurou entre os anos de 1995 a 2001 e atingiu principalmente as distribuidoras, ocorreu de forma paralela à implantação do novo modelo do setor, e sem a regulamentação totalmente pré-definida não conseguiu atrair o interesse suficiente da iniciativa privada para os investimentos, capazes de evitar o forte contingenciamento do consumo (racionamento), ocorrido entre junho de 2001 a fevereiro de 2002. A crise do setor evidenciou que o país ainda enfrentava grandes desafios nessa área, posto que, o crescimento sustentável depende crucialmente, da confiabilidade e qualidade do suprimento de energia. A regulamentação, principalmente dos chamados monopólios naturais, onde se enquadram às distribuidoras de energia, independente da questão de propriedade pública ou privada, era fundamental para atuar na fixação dos preços e fomentar a eficiência destes setores. A partir de 2003, o governo decidiu rever as bases do modelo institucional do setor elétrico e constituir novos agentes que passariam a exercer a regulação técnica e econômica das atividades a serem desenvolvidas no setor. Apesar da crise, em 2004 uma pesquisa realizada por amostra de domicílios – PNAD, do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), apontou que 96,8% dos domicílios particulares permanentes do país possuem energia elétrica, o que torna o setor, o serviço público com maior índice de atendimento em todo país. O novo modelo do setor elétrico teve dentre suas diretrizes de reestruturação, o estabelecimento de ações, que buscaram ganhos de eficiência e melhorias de desempenho das suas funções, com otimização da relação custo / benefício e busca de qualidade nos serviços prestados aos seus clientes. Na avaliação de empresas, o desempenho assume entre diversas dimensões, relacionadas (Catelli,1999: 194):. . dimensão de amplitude: funcional, divisional, global;. . dimensão de qualidade: eficácia e eficiência;. . dimensão de natureza: operacional, econômico e financeiro..

(21) 19. Ao longo de todo o processo de reestruturação, diversos estudos têm se ocupado em avaliar a modernização do setor elétrico brasileiro (Catapan, 2005), o comportamento das tarifas (Bacelar, 2005) e conhecer a amplitude da eficiência das empresas do setor de energia elétrica e a qualidade dos serviços prestados (Uma avaliação do desempenho de empresas do setor de distribuição de energia elétrica – Bonilha e Goulart, 2000, Mensuração das eficiências das distribuidoras do setor energético brasileiro usando fronteiras estocásticas – Arcoverde, 2005 e Avaliação da eficiência técnica das empresas de distribuição de energia elétrica utilizando a metodologia DEA – Vidal, 2002). Dentre as técnicas utilizadas, alguns trabalhos utilizam a Análise por Envoltória de Dados – DEA, que define uma curva de eficiência (ou de máxima produtividade), considerando a relação ótima insumo/produto. Esta pesquisa analisa o impacto das políticas de reestruturação e de regulamentação da indústria de energia elétrica, no setor de distribuição, através da avaliação do desempenho de empresas distribuidoras de energia elétrica, segundo os critérios de eficiência econômica, com a utilização de dados econômico-financeiros pela Análise por Envoltória de Dados – DEA no período de 2001 a 2005.. 1.2. OBJETIVOS. A busca da viabilidade dos novos investimentos e a eficiência econômica das empresas foram os grandes objetivos do processo de reestruturação do setor elétrico brasileiro, um aspecto relevante é avaliar os resultados das medidas implementadas. Uma forma de se avaliar o desempenho das empresas é analisar as informações econômico-financeiras das empresas do setor, as quais devem ser apresentadas segundo o Manual de Contabilidade do Serviço Público de Energia Elétrica elaborado pela Agência Nacional de Energia Elétrica – ANEEL. Este trabalho propõe-se avaliar como a reestruturação do setor elétrico atuou sobre as empresas distribuidoras do setor, através da análise da eficiência relativa de um conjunto de distribuidoras do setor elétrico no Brasil estimada com base na técnica de Análise por Envoltória de Dados (DEA – Data Envelopment Analysis)..

(22) 20. 1.2.1. OBJETIVO GERAL. O objetivo geral deste trabalho é analisar a evolução da eficiência das empresas distribuidoras de energia elétrica no Brasil, após a reestruturação do setor, através do modelo de Análise por Envoltória de Dados ou Data Envelopment Analysis – DEA, no período de 2001 a 2005.. 1.2.2.OBJETIVOS ESPECIFICOS . apresentar. o. setor. desenvolvimento. elétrico. econômico. brasileiro, e. as. sua. importância. mudanças. para. promovidas. o. pela. reestruturação; . conceituar e apresentar as principais técnicas para avaliação de eficiência;. . apresentar a metodologia de Análise por Envoltória de Dados – DEA (Data Envelopment Analysis), suas propriedades, limitações e aplicação;. . analisar, através dos resultados obtidos com a aplicação da metodologia DEA utilizada nesta pesquisa, os reflexos das mudanças no desempenho das empresas distribuidoras do setor elétrico pelo modelo DEA.. 1.3. JUSTIFICATIVA. O conceito de eficiência econômica está relacionado à limitação de recursos e às ilimitáveis necessidades sociais. Nesse sentido, seu significado está associado a escolhas socialmente eficazes, que reproduzem as escalas de preferência da sociedade por determinadas combinações de bens e serviços finais públicos e privados (Toscano, 2003). Na análise econômica, a performance ou desempenho de uma indústria mostra sua eficiência em uma determinada estrutura de mercado e a medida da eficiência pode ser percebida por meio dos preços ao consumidor final, da qualidade dos serviços e dos custos de produção (OCDE, 2001). Segundo Rees (1979), a idéia de eficiência econômica da empresa pública se divide em dois conceitos: o de eficiência administrativa e tecnológica, pelo qual a empresa.

(23) 21. reduz seus custos internos, e a eficiência alocativa que é um conceito derivado da teoria da Economia do Bem Estar. De acordo com os pressupostos, a implantação de um sistema competitivo na Indústria de Energia Elétrica conduziria: "a eficiência econômica da indústria como um todo, a auto-sustentação da indústria de modo a garantir a expansão do sistema, a operação do sistema com elevado grau de confiabilidade e de qualidade e a prestação dos serviços de forma universal e não discriminatória". (Silva, 2001:18). Segundo Ferreira (1999), o processo de reestruturação do setor elétrico brasileiro, até o momento, provou ser bem sucedido em termos de geração de receita através da venda de ativos, atração do capital estrangeiro para financiamento de um novo modelo competitivo e substituição de um ambiente no qual a maior parte das empresas era afetada por resultados fracos, alto endividamento e níveis baixos de financiamento. No entanto, outros autores não compartilham desse otimismo. Nassif (2000) mostra preocupações com relação à ausência de investimentos no setor devido à falta de definições sobre o modelo elétrico As divergências opiniões podem ser entendidas, com a afirmação de Sink e Tuttle (1993), que o desempenho de uma empresa pode ser analisado sob enfoques globais, parciais e unitários e é dependente de um complexo inter-relacionamento de vários parâmetros. Durante muito tempo, a utilização de índices econômico-financeiros constituiu-se na técnica mais empregada no meio acadêmico e empresarial para compreensão da saúde das empresas. Segundo Cardoso (2000), no trabalho “A Economia da Informação Contábil”, tal pratica se justifica com a crença que o sistema contábil é o principal – e mais confiável – sistema de informações quantitativos em quase todas as organizações. Sendo, basicamente, o único meio de coletar, resumir, analisar e relatar informações acerca dos negócios de uma empresa. Entretanto, estudos recentes apresentam a determinação de uma fronteira de eficiência como uma forma de abranger os diversos enfoques e parâmetros, que servem de referência para as análises. O uso dessas fronteiras justifica-se pelo fato de (Bauer, 1990): i.. a noção de uma fronteira ser consistente com a teria econômica do comportamento otimizador;.

(24) 22. ii.. a ênfase no fato de desvios da fronteira ter uma interpretação natural como uma medida de eficiência;. iii.. a informação sobre a estrutura da fronteira e sobre a eficiência relativa das unidades econômicas terem muitas aplicações políticas.. A pesquisa de Bonilha e Goulart combinou os dados contábeis com a técnica de fronteira de eficiência e analisou o desempenho das empresas distribuidoras de energia elétrica no período de 1998 a 2000, a partir de dados extraídos das demonstrações econômico – financeiras utilizando a técnica não paramétrica de Análise por Envoltória de Dados – DEA, o qual serviu de base para o atual estudo. O proposta deste estudo foi analisar o desempenho das empresas distribuidoras, de forma semelhante a pesquisa de Bonilha e Goulart, para o período de 2001 a 2005, utilizando a metodologia DEA, a fim de verificar como evoluiu a eficiência do setor com o racionamento de energia ocorrido entre 2001 e 2002 e as novas medidas de reestruturação do setor.. 1.4. ESTRUTURA DA DISSERTAÇÃO. Este estudo encontra-se organizado em seis capítulos. No primeiro capítulo enfatiza-se as considerações iniciais, introdução ao tema, objetivos do trabalho, justificativa da importância para sua realização, estrutura do trabalho e suas limitações. No segundo capítulo discorre-se sobre o setor elétrico brasileiro e o seu processo de reestruturação, contemplando-se informações relativas ao histórico do setor no Brasil, referencia mundiais no processo de reestruturação e sobre o modelo regulatório nacional vigente, com suas características e agentes. No terceiro capítulo capitulo apresenta-se uma revisão da literatura sobre temas diretamente relacionados com a função produção, indicadores e fronteira de eficiência, métodos de elaboração da fronteira de eficiência, dentre os quais, o modelo de Análise por Envoltória de dados (Data Envelopment Analysis) escolhido para a pesquisa. No quarto capítulo explica-se a metodologia utilizada, apresentando a estrutura da pesquisa, composição da amostra, seleção de variáveis a serem utilizadas no modelo..

(25) 23. No quinto capítulo demonstra-se a aplicação da metodologia DEA (Análise por Envoltória de Dados) a pesquisa, o tratamento e análise dados de forma estatística e estimação e análise dos resultados obtidos. No sexto capítulo apresenta-se das conclusões e recomendações resultantes desta pesquisa.. 1.5. LIMITAÇÕES DO TRABALHO. A idéia inicial do trabalho era analisar o impacto do novo modelo sobre a eficiência das empresas do setor elétrico, incluindo todas as atividades do setor, no período de 1995 a 2005. Entretanto, ao longo da etapa de levantamento de dados forma surgindo as primeiras limitações a execução da pesquisa. Entre as diversas mudanças do setor elétrico, estão as privatizações e a desverticalização das empresas, que foram importantes na delimitação deste trabalho. No processo de privatizações, entre 1995 e 2000, muitas empresas passaram por transformações, umas foram divididas, outras desapareceram e outras surgiram, o que dificultou a definição de uma amostra de empresas continua ao longo de todo o período inicialmente desejado para a pesquisa. Deste modo, a análise temporal sofreu restrições, optando-se por trabalhar com uma amostra consistente com dados por um período menor, no caso os últimos 05 anos. Com o processo de desverticalização, as empresa deveriam deixar de atuar simultaneamente em mais de uma atividade do setor, assim, o mercado buscava criar uma estrutura de concorrência para as atividades de geração e comercialização e manter o monopólio natural nas atividades de transmissão e distribuição. Com as mudanças na estrutura das empresas para adequação as novas estruturas de mercado, a comparação entre empresas de condições de mercados diferenciados, mesmo considerando a utilização de variáveis financeiras e não técnicas, tornou inviável, pois não atenderia a necessidade de homogeneidade da amostra para análise. Deste modo, o estudo se limitou a analisar o impacto da reestruturação do setor elétrico, através da análise da eficiência relativa de um conjunto de distribuidoras do setor elétrico no Brasil, estimada com base na técnica de Análise por Envoltória de Dados (DEA – Data Envelopment Analysis), no período de 2001 a 2005..

(26) 24. 2. O SETOR ELÉTRICO BRASILEIRO E A REESTRUTUTAÇÃO. 2.1 ASPECTOS RELEVANTES NO PROCESSO DE REESTRUTURAÇÃO. Desde a década de 70, a economia mundial, e em particular o setor elétrico, vem passando por um grande processo de reforma e desregulamentação. No Brasil, da década de 1990 até os dias atuais, ocorreram ao menos três fatos relevantes para o mercado de energia elétrica. O primeiro fato aconteceu no segundo semestre de 1994, com o Plano Real, que promoveu um aumento do poder de compra das classes de menor renda, principalmente no consumo de eletrodomésticos e similares. Como conseqüência, também ocorreu aumentos no consumo e no número de consumidores de energia elétrica. O segundo fato marcante veio a partir de 1995, quando o processo de reestruturação do setor elétrico, deu inicio as privatizações, gerando muita expectativa nos consumidores finais, os quais se questionavam sobre a qualidade dos serviços e a oscilação das tarifas após a saída do governo do controle das empresas. O terceiro fato veio no segundo semestre de 2001, com o racionamento de energia elétrica ocorrido no país. O denominado “Apagão” mudou os hábitos do consumidor de energia elétrica em todo país. Foram incorporados novos hábitos, para adaptar o consumo a oferta de energia, como o de desligar equipamentos fora de uso, maximizar o aproveitamento da energia natural e a substituição de lâmpadas e equipamentos por modelos com tecnologia de baixo consumo de energia elétrica. A brusca redução no consumo manteve-se mesmo após o fim do racionamento, levando as empresas do setor a uma crise financeira e obrigando o governo rever as bases do modelo institucional do setor elétrico. Em junho de 2001, o governo federal criou a Câmara da Crise de Energia Elétrica CCEE, que entre outras atribuições, era responsável pela gestão do Comitê de Revitalização do Modelo do Setor Elétrico (instalado em 27/06/2001), com objetivo de propor medidas capazes de corrigir as disfuncionalidades correntes e aperfeiçoar o modelo na busca da eficiência econômica do setor. No Brasil, as mudanças foram norteadas por diversos marcos regulatórios, abrangendo a estrutura organizacional e o processo de reestruturação..

(27) 25. O quadro 1 apresenta um resumo dos principais marcos na regulamentação do setor elétrico brasileiro: Ano. Evento. 1934. Decreto nº 24.643 – Instituição do Código de Águas. 1988. Alteração do art. nº 176 da Constituição Federal. 1990. Lei nº 8.031 – Criação do Programa Nacional de Desestatização – PND. 1993. Lei nº 8.631 – Fixação dos Níveis das Tarifas de Energia Elétrica e extinção do Regime de Remuneração Garantida.. 1995. Lei nº 8.987 – Concessão de Serviços Públicos Lei nº 9.074 – Concessão de Serviços de Energia Elétrica. 1996. Lei nº 9.427 – Criação da ANEEL (Agencia Nacional de Energia Elétrica). 1997. Lei nº 9.478 – CNPE (Conselho Nacional de Política Energética) e ANP (Agência Nacional do Petróleo) – Lei do Petróleo Decreto nº 2.335 – ANEEL Implantação da ANEEL. 1998. Lei nº 9.648 – MAE (Mercado Atacadista de Energia) e ONS (Operador Nacional do Sistema) Decreto nº 2.655 – MAE e NOS. 2001. MP nº 2.198-5 – Cria a Câmara de Gestão da Crise de Energia Elétrica – Programa Emergencial de Redução do Consumo de Energia Elétrica. 2002. Lei nº 10.433 – Criação do MAE Lei nº 10.438 – Acordo Geral do Setor Elétrico, criação do PROINFA (Programa de Incentivo às Fontes Alternativas de Energia Elétrica) e CDE (Conta de Desenvolvimento Energético), e possibilita o aditamento dos contratos iniciais.. 2004. Lei nº 10.847 – Criação da EPE (Empresa de Pesquisa Energética) Lei nº 10.848 – Novo Modelo do Setor Elétrico (leilão pela menor tarifa) Decreto nº 5.163 – Regulamenta Lei 10.848 Decreto nº 5.175 – Constituição do CMSE (Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico) Decreto nº 5.177 – Regulamenta o funcionamento da CCEE (Câmara de Comercialização de Energia Elétrica) Decreto 5.184 – Regulamentação da EPE (Empresa de Pesquisa Energética). Quadro 1 – Principais Marcos Regulatórios do Setor Elétrico Brasileiro Fonte: Elaboração própria com dados da ANEEL. 2.2 REVISÃO NO CENÁRIO DE SETOR ELÉTRICO MUNDIAL. Segundo Vinhaes (1999), há uma busca constante, pelos governos dos mais diversos países, da introdução de mercados livres, com concorrência perfeita, quando possível, e de uma forte regulamentação, quando necessário, naqueles mercados de concorrência improvável, com fortes traços de um monopólio natural. A idéia da.

(28) 26. competição se baseia na tese de que as empresas atingem maiores níveis de eficiência quanto mais estejam submetidas à concorrência. Esses processos visam sempre a diminuição da participação do Estado em diversos segmentos da economia, para que o mesmo possa cumprir o seu verdadeiro papel de levar o bem estar a toda a população e da forma mais econômica e otimizada possível. Assim, o processo de reestruturação do setor elétrico foi ocorrendo de forma distinta em vários países ao redor do mundo. De acordo com Soares (1998) e Vinhaes (1999), alguns dos fatores comuns que provocaram a mudança no modelo de organização e de regulamentação do setor, seriam as próprias disfunções provocadas internamente pelo tipo de regulamentação adotada e a falta de incentivos à eficiência e, externamente, pelas alterações macroeconômicas e tecnológicas ocorridas nos países, pela gestão ambiental e pelo movimento neoliberal. No final da década de 70, alguns desses fatores provocaram o início das reformas nos Estados Unidos. A década de 80 marcou as profundas modificações na estrutura, propriedade, regulação e desempenho das indústrias do setor elétrico da Europa. Durante o final dos anos 80 e durante toda a década de 90, observaram-se modificações nos setores de eletricidade de vários países da América Latina e no Brasil. Os Estados Unidos da América (EUA) podem ser considerados como o país precursor no processo de reestruturação e reforma do setor elétrico, que teve início com a publicação da Lei PURPA (Public Utility Regulatory Policy Act) em 1978 (Vinhaes, 1999). Nos EUA, não houve uma mudança drástica no controle dos ativos das empresas, pois, grande parte delas já pertencia à iniciativa privada antes do processo de reforma. As mudanças atingiram a estrutura do setor, pela redefinição do papel do Estado na regulação do setor e no desempenho das empresas, devido a abertura do mercado americano para a entrada de novas empresas. Além disso, os consumidores americanos passaram a ter livre acesso aos sistemas de transmissão e de distribuição e podiam escolher livremente os seus fornecedores de energia. As reformas do setor elétrico nos EUA foram bem sucedidas, no que se refere à entrada de novos agentes na geração de energia elétrica e ao estímulo da utilização de plantas mais eficientes e ambientalmente aceitáveis. No entanto, o segmento continua bastante concentrado, e existe uma sobre-capacidade provocada pelo regime tarifário praticado..

(29) 27. A falta de investimentos na geração, aliada a grande desregulamentação no setor, tem levado o preço de venda da energia elétrica a níveis extremamente elevados e há o iminente risco de desabastecimento, cortes no fornecimento ou racionamentos. De acordo com Banerjee (2000), alguns estados americanos têm apresentado um crescente risco de racionamento pela falta de oferta na energia produzida. No entanto, ainda segundo Banerjee (2000), há experiências bem sucedidas em outros estados americanos do processo de reforma naquele país, inclusive, com redução do preço final para os consumidores devido à competição verificada entre as empresas. Devido à grande independência verificada entre os estados americanos, observa-se que existem regiões nos EUA em que existem diversas empresas ofertantes de energia com grande capacidade competitiva entre elas, enquanto que outras regiões, ainda apresentam uma estrutura bem verticalizada. O governo americano vem buscando soluções e envidando esforços para resolver os problemas de oferta de energia elétrica em algumas regiões do país. Na Europa, o processo de mudanças começou na década de 80 e vem atingindo resultados expressivos no que diz respeito a melhoria da energia ofertada ao consumidor final e dos serviços ofertados. Logicamente, com a melhoria, alguns ajustes foram necessários, como particularmente o preço final do produto, que sofreu uma pequena elevação. A Inglaterra, que serviu de modelo a reestruturação brasileira, e a Noruega, que possui um modelo eletro-energético eminentemente hidráulico muito parecido com o brasileiro, foram alguns dos países europeus que passaram por uma profunda reformulação na reestruturaram dos seus setores de energia elétrica. As mudanças ocorridas na Inglaterra representaram o caso extremo da passagem de um sistema notadamente estatal, para um sistema bastante privatizado, com uma larga transferência de ativos públicos para a iniciativa privada. O processo de reestruturação do setor elétrico na Inglaterra foi marcado, inicialmente, por um forte componente político. Com o intuito de reduzir a força dos sindicatos e do Partido Trabalhador, o Partido Conservador da Primeira Ministra Margareth Thatcher buscou substituir o carvão, até então o mais importante combustível que movia a produção de eletricidade na Inglaterra. Essa mudança da fonte primária no processo, passando-se a utilizar em grande escala o gás natural para a geração de energia termoelétrica, no início provocada como uma tentativa de enfraquecer o sindicato dos mineiros de carvão, mostrou uma maior eficiência no processo de geração.

(30) 28. de energia elétrica, bem como, uma menor poluição ao meio ambiente. A inclusão desse combustível acabou por inibir também a expansão da geração nuclear nesse país (Rosa & Senra, 1995). O processo inglês começou com a privatização das empresas distribuidoras passando em seguida para as centrais geradoras. As atividades de geração, transmissão e distribuição de energia passaram a ser efetuadas de uma forma desverticalizada e independente. Paralelamente, surgiu a atividade de comercialização de energia que pretendia introduzir no processo, e de uma vez por todas, a competição, pois os compradores poderiam vir a escolher o seu fornecedor de energia elétrica. A transmissão e a distribuição de energia, por serem monopólios naturais, sendo economicamente inviável a construção de linhas de transmissão ou de distribuição em paralelo e para a mesma finalidade, continuariam sendo reguladas pelo estado, mesmo que passassem para as mãos da iniciativa privada. Já as atividades de geração e de comercialização, deveriam ser competitivas, porém, ainda regulamentadas pelo órgão regulador do governo. Para que o modelo viesse a operar bem e da forma desejada, foram instituídas pelo órgão regulador, regras operacionais que garantissem a estabilidade do sistema, as quais deveriam ser obedecidas por todos os agentes atuantes no mesmo. Este órgão regulador deveria agir de forma livre e independente, de forma a garantir as condições de participação de todos os agentes no processo, o livre acesso aos sistemas de transmissão e de distribuição e coibindo quaisquer abusos por parte das empresas integrantes do setor. Além disso, foi instituído o mercado de energia que, serviria como uma espécie de bolsa de energia em que as empresas poderiam livremente negociar suas energias comprando e vendendo, além de realizar o fechamento, ao final do período de apuração, entre os valores de energia contratados e efetivamente consumidos pelas empresas participantes do setor. Essas diferenças nas energias transacionadas nesse mercado seriam liquidadas ao preço de mercado. Segundo Vinhaes (1999) e Theotônio (1999), a reestruturação do setor elétrico inglês apresentou como vantagem o aumento da oferta da energia gerada, com o crescimento dos investimentos e do número de produtores, particularmente dos produtores independentes de energia. As empresas atuantes nessa área tiveram que aumentar sua eficiência e melhorar a qualidade do seu produto e dos seus serviços para que pudessem alavancar sua produção e conquistar mercado..

(31) 29. A reforma da indústria de energia elétrica brasileira, embora inspirada pelo modelo inglês, apresenta grandes peculiaridades, tendo em vista que mais de 90% da geração de energia elétrica é hidráulica, enquanto a geração inglesa é predominantemente termoelétrica. De acordo com Carneiro & Rocha (1999), na América Latina, as reformas e reformulações no setor público de diversos países (notadamente: Argentina, Brasil, Chile, Colômbia e México), surgiram a partir de condições iniciais semelhantes. Os processos de reformas e reformulações da participação do estado no setor público surgiram devido aos grandes problemas econômicos porque vinham passando esses países. Em cada um deles, foram feitas tentativas de ajustes fiscais para contenção de gastos públicos e reformas tributárias para aumento da arrecadação pelo governo. Em seguida, partiu-se para uma descentralização de alguns setores do serviço público, como educação e saúde, como uma forma de melhorar sua eficiência e o próprio serviço prestado à comunidade. Aliado a tudo isso, os governos desses países da América Latina, passaram a promover um grande processo de privatização em diversas empresas, até então sob o seu controle. Na América Latina, o processo de reformas, por ser bastante recente (final da década de 80 e década de 90), ainda pode ser considerado como em período de adaptação e ajustes. As reformas têm suscitado uma série de controvérsias a respeito dos resultados obtidos com a inserção de competição e dos modelos de regulação utilizados pelos países. As discussões mais recentes estão associadas à própria operação dos mercados e aos problemas de poder de mercado que se apresentam. Considerações sobre submercados, restrições de transmissão, encargos de capacidade, exercício de poder de mercado, desenho regulatório tem sido objeto de estudo de inúmeros autores, principalmente nos Estados Unidos e na Inglaterra.. 2.3 CRESCIMENTO ECONÔMICO E OFERTA INTERNA DE ENERGIA. De acordo com Elgerd (1970), poder-se-ia medir o grau de desenvolvimento de uma economia a partir do grau de utilização da energia elétrica per capita uma vez que esse índice mediria, de uma certa forma, o próprio grau de industrialização do país..

(32) 30. Segundo Maddison (2001, p.125) o desempenho da economia mundial, na última metade do século XX, foi melhor do que em qualquer outro período da história da humanidade. O Produto Interno Bruto (PIB) mundial aumentou seis vezes, entre 1950 e 1998, com uma taxa de crescimento anual de 3,9%. Entre 1820 e 1950, a taxa de crescimento foi de 1,6%, e foi de apenas 0,3% no período entre 1500 e 1820. A Oferta Interna de Energia – OIE representa a energia que se disponibiliza para ser transformada (refinarias, carvoarias, etc), distribuída e consumida nos processos produtivos do País. No Balanço Energético Nacional, a menos de eventuais ajustes estatísticos, a soma do consumo final de energia, das perdas na distribuição e armazenagem e das perdas nos processos de transformação, recebe a denominação de Oferta Interna de Energia – OIE, também, costumeiramente denominada de matriz energética ou de demanda total de energia. De acordo com o Balanço Energético Nacional 2004 – Cap. 1 Seção 2.4 - Energia e Economia, o período de 1980 a 1985 foi marcado por duas representativas diretrizes econômicas: (i) grande expansão da indústria energointensiva, voltada para a exportação (aço, alumínio e ferroligas), como forma de aproveitar o excesso de capacidade instalada de geração elétrica e de amenizar o déficit comercial e; (ii) implementação de medidas de contenção do consumo de derivados de petróleo. Neste contexto, a economia do País cresceu a uma taxa média de apenas 1,3% a.a, com índices variando entre (-) 4,3% em 1981 e (+) 7,8% em 1985 e a OIE cresceu a 2,7% a.a. A partir de 1985, com a queda nos preços internacionais do petróleo (de mais de 40 dólares o barril, para cerca de 15 dólares), as vantagens comparativas das fontes nacionais de energia foram perdendo força, havendo o retorno parcial dos derivados de petróleo. (Economia & Energia nº 33, 2002). No período 1985 a 1993, o ritmo de crescimento das exportações de produtos intensivos em energia foi atenuado e a economia do País cresceu a uma taxa média de apenas 1,8% a.a. As taxas de crescimento da demanda de energia também diminuíram, mas não na mesma proporção que as do PIB. A OIE cresceu 1,7% a.a., e o consumo de eletricidade cresceu 4,2% a.a..

(33) 31. De 1993 a 1997, com a estabilização da economia, estabeleceu-se um novo ciclo de desenvolvimento que elevou as taxas de expansão da economia e do consumo de energia. Nesse período o PIB cresceu 3,9% a.a. e a OIE cresceu 4,8% a.a., com os derivados de petróleo apresentando taxa média de crescimento de 7,1% a.a. e a eletricidade de 5,1% a.a. e a biomassa de 2% a.a.. A eletricidade residencial (8,4% a.a.) e comercial (8,6% a.a.), a gasolina automotiva (13,8% a.a.) e o querosene de aviação (9,4% a.a.) foram os grandes indutores das altas taxas de consumo de energia, por conta da melhor distribuição de renda, causada pelo Plano Real. Nos anos de 1998 e 1999, em razão de sucessivas crises externas, principalmente cambial nos países asiáticos, o Governo brasileiro foi obrigado a tomar medidas que levaram a uma forte retração no crescimento econômico, tendo o PIB apresentado um crescimento de apenas 0,13% a.a.(1998) e. 0,81% a.a.(1999). Como os energéticos,. associados ao bem estar da população, mantiveram altos níveis de consumo, a OIE apresentou um crescimento (2% a.a.), bem acima do PIB. Em 2000, após a desvalorização da moeda, ocorrida no ano anterior, a economia demonstrou sinais de recuperação, o PIB cresceu 4,36%, alavancado por grandes desempenhos dos setores de: Comunicação (15,6%), Extrativa mineral (11,5%), e Indústria de Transformação (4,8%), enquanto a OIE cresceu apenas 0,7% a.a., em função do fraco desempenho de setores industriais intensivos em energia. A partir de 2001, a economia interna se retrai em decorrência do desaquecimento da economia americana, entre outros fatores, agravada pelos atentados terroristas que contaminaram as principais economias mundiais e da crise de desabastecimento de energia elétrica que atingiu o Brasil. Nesse ano, o PIB cresceu 1,42% a.a. e a OIE cresceu 1,78% a.a.. O gráfico 2.1 ilustra um resumo da evolução cronológica descrita. 10.00 8.60 8.00 6.00. 5.50 PIB. 4.80 3.90. 4.00. OIE. 2.70 1.30. 2.00. 1.33 1.85. 1.80 1.70. 0.00 1970 - 1980. 1980 - 1985. 1985 - 1992. 1992 - 1997. 1997 - 2003. Gráfico 2.1 Crescimento Anual Médio do PIB e OIE no Brasil de 1970 a 2003 Fonte: Balanço Energético Nacional 2004.

(34) 32. Diante da elevada influência do setor elétrico para a economia nacional e o desenvolvimento do país, o governo brasileiro tem tratado este setor como essencial e fundamental para o progresso da nação e procurado buscar maneiras para que a oferta de eletricidade possa chegar a todos os brasileiros indiscriminadamente.. 2.4 SETOR ELÉTRICO BRASILEIRO. O setor elétrico brasileiro passou por ciclos de naturezas distintas, em que a ação estatal sempre buscou equilibrar a eficiência e a eficácia do sistema. Ao longo de sua história, foi se formando uma estrutura fortemente monopolista, com grandes empresas gerando, transmitindo e distribuindo energia elétrica. Quando não era o agente controlador dessas empresas, o governo atuava como agente regulador do sistema, determinando preços (tarifas) e requisitos técnicos e de qualidade da energia comercializada. Segundo Oliveira (1997), o desenvolvimento do setor elétrico no Brasil foi influenciado pelas dimensões continentais do país e pelo enorme potencial hidrelétrico de suas bacias fluviais. As significativas economias de escala, resultantes da construção de enormes usinas elétricas, levaram à criação de um sistema interligado de transmissão de energia no qual as empresas de serviços públicos dividiam os custos relativos às linhas de transmissão. No início da década de 90, surge a necessidade de pesados investimentos no setor para que o processo de crescimento da indústria nacional não sofresse descontinuidade, o que fez com que o Governo Federal busca-se novas alternativas que viabilizassem a reforma para expansão do setor com a inclusão de capitais privados e agentes participantes. Entretanto, de acordo com Fittipaldi (2000), os grandes agentes financiadores mundiais sofreram um processo de mudanças passando de uma estrutura de corporate finance para uma estrutura de Project finance. Na estrutura de corporate finance, os grandes bancos mundiais. emprestavam. dinheiro à empresa para que a mesma o utilizasse nas obras definidas por ela como prioritárias. Os próprios prazos e condições para pagamento eram mais flexíveis, onde uma obra que estava sendo executada poderia vir a dar subsídios para outra. Na estrutura de Project finance, novo modelo de financiamento, os empréstimos são.

(35) 33. realizados diretamente para determinadas obras, ou seja, o próprio projeto é que tem que produzir o retorno necessário para a liquidação do débito contraído. Tal mudança na estrutura de empréstimos e financiamentos a nível mundial veio desestimular o poder público de levar adiante o controle e a responsabilidade de executar novos investimentos, levando-o a decidir pela privatização das novas obras tanto de geração quanto de transmissão. As privatizações do Setor Elétrico iniciaram-se, de forma gradual, em 1995, com ênfase nas empresas do segmento de distribuição, quando também se iniciou o processo de reestruturação, com substanciais mudanças institucionais e regulatória, que buscaram introduzir um ambiente de concorrência na comercialização de energia, garantindo o livre acesso de conexão de novos empreendimentos de geração à rede elétrica de transmissão e distribuição, bem como a participação, em licitações, na construção e operação de novas linhas de transmissão. Deste modo, o governo passaria a assumir o papel de agente orientador e fiscalizador dos serviços de energia elétrica a serem prestados à população, contribuindo no desenvolvimento econômico e social do país.. 2.4.1 HISTÓRICO DO SETOR ELÉTRICO BRASILEIRO De acordo com Godoy (2000), a história do setor elétrico no Brasil caracterizou-se por algumas iniciativas isoladas e pioneiras, como em 1879, quando D. Pedro II, Imperador do Brasil, que normalmente se interessava por novas invenções e descobertas, concedeu a Thomas Edson o direito de introduzir no Brasil processos e aparelhos para geração de eletricidade, e inaugurou o primeiro sistema elétrico do país para iluminação da antiga Estação da Corte da Estrada de Ferro Central do Brasil (Estação D. Pedro II nos dias de hoje). Em junho de 1881, o mesmo D. Pedro II mandou instalar um sistema de iluminação elétrica no Campo da Aclamação (Praça da República). Já em 1883, Campos no estado do Rio de Janeiro, tornou-se a primeira cidade do Brasil e da América do Sul a receber iluminação pública elétrica. Até o inicio do século, várias usinas de pequeno porte foram sendo instaladas no Brasil. Posteriormente, o grande potencial hidráulico brasileiro atraiu investimentos estrangeiros para o setor e várias companhias de energia elétrica foram se instalando no.

(36) 34. pais, porém a falta de regulamentação permitia que as mesmas não investissem parte do lucro obtido na modernização das suas instalações, e deste modo a demanda começou a apresentar crescimento superior à oferta. A partir da revolução de 30, surgiram várias medidas administrativas que visavam modificar significativamente as condições de prestação dos serviços de energia elétrica no país. Em 1934, foi criado o Serviço de Águas, ligado ao Ministério da Agricultura e que viria a ser a primeira semente do atual Ministério de Minas e Energia. Ainda em 1934, institui-se o Código de Águas pelo Decreto nº 24.643 de 10/07/1934, que deu ao país uma legislação específica quanto aos aproveitamentos hidrelétricos para a produção de energia. Em 1948, a fim de aproveitar o potencial hidráulico do Rio São Francisco e levar energia elétrica a todo o Nordeste, é criada a Companhia Hidro Elétrica do São Francisco - CHESF que viria a se tornar um marco de desenvolvimento para toda a região. No inicio da década de 50, o setor estava sob o comando da iniciativa privada, tendo participações importantes de empresas estrangeiras, como a Power Brascan Limited (Canadá) e American Foreign Power Company - Amforp (Estados Unidos). A partir da década de 50, a história do Setor Elétrico no Brasil passa por importantes transformações, com uma sucessão de marcos históricos, fundamentais para o desenvolvimento do setor elétrico no Brasil. Em 1952, foi criada a CEMIG para eletrificar todo o estado de Minas Gerais e em 1957, numa parceria governo em conjunto com a iniciativa privada (Light e Amforp), é criada Furnas Centrais Elétricas com o intuito de construir uma usina hidrelétrica no Rio Grande, entre Minas Gerais e São Paulo e que levaria energia aos estados da região Sudeste do país. A constituição da empresa Furnas é um exemplo que ilustra o desinteresse do capital estrangeiro na expansão do Setor. A Light e a Amforp participaram, inicialmente, com 60% do capital da empresa, mas em menos de quatro anos esta participação reduziu-se a apenas 2%, devido aos constantes investimentos necessários à construção da usina e das linhas de transmissão para Minas Gerais, São Paulo e Rio de Janeiro (Contrim, 1994). Durante os anos 60, o Estado assume a responsabilidade pela reorganização do setor, com a criação:.

(37) 35. . em 1960, do Ministério de Minas e Energia (MME) que viria a ser o responsável pela política energética do país entre outras atribuições ligadas a essa área;. . em 1961, promulga-se a lei de criação das Centrais Elétricas Brasileiras S.A. – ELETROBRÁS (que viria a se constituir como empresa em 11/06/1962), que passou a atuar inicialmente na implantação da política tarifária definida pelo MME e pelas aquisições dos direitos e ações das concessionárias estrangeiras até então atuantes no país.. Em 1964, o governo brasileiro concluiu a compra das concessionárias de energia elétrica atuantes no Brasil e pertencentes ao grupo AMFORP. Tais empresas passaram a assumir a condição de empresas subsidiárias da ELETROBRÁS que passou definitivamente a exercer o seu papel de holding no setor com grande autonomia administrativa. Com a gestão do Fundo Federal de Eletrificação, a ELETROBRÁS passou a ser a principal agência de financiamento para o setor no país. Nesse período, o Departamento Nacional da Produção Mineral, criado nos idos dos anos 30 (e que controlava o serviço de águas no país), passa para Departamento Nacional de Águas e Energia – DNAE e posteriormente em 1968 passou a se chamar Departamento Nacional de Águas e Energia Elétrica – DNAEE sendo o responsável pelo planejamento, coordenação e execução dos estudos hidrológicos em todo o território nacional, além de realizar a supervisão, fiscalização e controle dos aproveitamentos das águas que alteram o seu regime e os serviços de eletricidade em todo o país. Destaque também nesse período para a criação das subsidiárias da região sul, Centrais Elétricas do Sul do Brasil – ELETROSUL (1968), e da região norte, Centrais Elétricas do Norte do Brasil – ELETRONORTE (1973). Ainda em 1973, a ELETROBRÁS, em conjunto com a empresa de energia elétrica estatal do Paraguai, Administración Nacional de Eletricidad, estabeleceu o acordo visando a construção da usina hidrelétrica de Itaipu na fronteira entre os dois países e que seria uma obra de responsabilidade dos mesmos. Assim, na década de 70, a ELETROBRÁS controlava as quatro grandes empresas regionais de produção e transmissão de energia elétrica (ELETRONORTE, CHESF, FURNAS e ELETROSUL) além de coordenar o planejamento e o atendimento ao mercado de energia elétrica como um todo. Para isso ela definia critérios e.

Referências

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