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3. METODOLOGIA PARA AVALIAÇÃO DE DESEMPENHO

3.3 Medidas de Eficiência

3.3.1. Métodos de Benchmarking

Para alguns autores, no processo de avaliação de desempenho, é muito importante a empresa definir previamente quais indicadores utilizará para medir o desempenho e desenvolver um sistema para coletar e comparar essas medidas.

Após a mensuração do desempenho, usando, normalmente, um conjunto de medidas desdobradas/parciais, a empresa precisa fazer a análise sobre sua performance. E a medida da eficiência pode ser percebida por meio da comparação entre o nível de desempenho atingido e algum tipo de padrão ou nível de desempenho visado.

Estes padrões podem ser:

 Padrões Históricos: consiste na comparação do desempenho atual com

desempenhos anteriores, construindo assim uma tendência do

comportamento de desempenho ao longo do tempo;

 Padrões de Desempenho Alvos: são aqueles estabelecidos arbitrariamente para refletir algum nível de desempenho que é visto como adequado;

 Padrões de Desempenho da Concorrência: utilizam a comparação do desempenho atingido com aquele que está sendo conseguido por um ou mais concorrentes;

 Padrões de Desempenho Absolutos: são aqueles tomados em seus limites (ex: estoque zero, defeito zero, etc.).

Muitos indicadores de desempenho dependem, de acordo com Horngren et al (2004), de informações financeiras internas (ex: lucro), porém as empresas estão cada vez mais complementando seus sistemas de avaliação de desempenho organizacional com informações financeiras externas (ex: preço das ações) e informações não financeiras internas e externas (ex: índices de defeitos e índices de satisfação do cliente). Este conjunto completo de indicadores é freqüentemente usado como referência para estabelecer comparações com outras unidades dentro da empresa e/ou com outras empresas (benchmarking).

Ainda segundo Horngren et al (2004), os gestores muitas vezes usam benchmarks (referências) para avaliar o desempenho, pois estes representam as melhores práticas que podem estar disponíveis e sendo aplicadas no mercado. Por conta disso, o benchmarking é conhecido como o processo de avaliação do desempenho relativo, ou seja, o desempenho da empresa em relação ao mercado.

Quando uma empresa utiliza o mercado como parâmetro de comparação, enfatizam Slack et al (2002), é necessário que se use uma abordagem denominada Benchmarking. Quando são usados indicadores de seus concorrentes como referência para estabelecer comparações de seu desempenho, esse processo é chamado de benchmarking competitivo.

Segundo Spendolini (1994), benchmarking é um processo contínuo e sistemático para avaliar produtos, serviços e processos de trabalho de organizações que são reconhecidas como representantes das melhores práticas, com a finalidade de melhoria organizacional. O processo de benchmarking compõe-se de um conjunto de práticas que

visa atingir metas quantitativas ou mensuráveis a partir de dados coletados das empresas que apresentam as melhores práticas de uma determinada atividade.

Com a reestruturação do setor elétrico acontecendo em diversos países, Jamasb et al (2001), realizou uma pesquisa, com 24 países, sendo 16 da Europa, analisando quais os métodos e modelos de benchmarking mais utilizados na regulação por incentivo do setor elétrico. A regulação por incentivos, permite a implementação de regras que induzam as firmas reguladas a atingir metas desejáveis, através da concessão de algum direito.

País Setor* Benchmarking Método

Benchmarking

Usa qualidade no Benchmarking

Áustria G,T,D Está considerando A ser definido Está considerando Bélgica T,D Está considerando A ser definido A ser definido

Dinamarca T,D Está considerando DEA Não

Finlândia T,D Está considerando DEA Será Incluído

França G,T,D Está considerando - -

Inglaterra – Gales T,D Sim COLS Não

Inglaterra – Escócia D Sim COLS Não

Irlanda G,T,D Sim DEA -

Hungria G,T,D Limitada Auditoria nas revisões -

Itália G,T,D Sim Comparações Penalidades Padrão

Paises Baixos G,T,D Sim DEA Está considerando

Noruega T,D Sim DEA -

Portugal T,D Está considerando A ser definido A ser definido

Espanha G,T,D Sim Modelo Próprio A ser definido

Suécia T,D Método Próprio Modelo Próprio -

Tasmânia T,D Sim Auditoria nas revisões Está considerando

Canadá T,D Sim TFP Padrão Mínimo

Japão T,D Sim Yardstick -

Estados Unidos T,D Sim TFP Sim

Brasil T,D Está considerando DEA MCDA

Chile G,T,D Sim Yardstick Padrão

Colômbia G,T,D Sim DEA Padrão Internacional

Índia G,T,D Sim ROR Por Desempenho

Quadro 5 - Principais métodos de Benchmarking adotados na regulação por incentivo do setor elétrico pelo mundo Fonte: Tarciso Bacelar (2005) com base em Jamasb (2001)

* G (Geração) ; T (Transmissão) e D (Distribuição)

A pesquisa indica uma certa preferência pelo método de Análise por Envoltória de Dados – DEA (Data Envelopment Analysis) para análise de eficiência do setor. Outros métodos também relacionados foram:

 COLS (Corrected Ordinary Least Square ou Método dos Mínimos Quadrados Corrigidos) utilizado na Inglaterra, aplica à abordagem de Fluxo de Caixa Descontado, com base em cenários alternativos utilizando um cálculo de custo de capital;

 Yardstick (Concorrência de Mercado) considera que as firmas são projetadas e dimensionadas para serem eficientes, servindo de modelo para as demais;

 TFP (Total Factor Productivy ou fatores de produtividade total) estima os ganhos futuros de produtividade da empresa a partir de séries históricas de produtividade, sendo necessário ter-se o registro da série histórica para servir de base para a análise. Como pode ser observado na tabela 3.1, a maioria dos países que esta adotando modelos de regulação por incentivo, como forma de fomentar a eficiência de seus setores de distribuição e transmissão de energia utiliza o método de benchmarking ou pretendem estabelecer essa pratica.

A pesquisa analisou ainda a utilização da qualidade do serviço na determinação do benchmarking. O Brasil encontra-se entre os países que já consideram a qualidade do serviço pelo método de decisão multi-critério (MCDA) usado no modelo de benchmarking. Um dos fatores determinantes para o emprego da metodologia DEA como um indicador de performance para o benchmarking quantitativo, é exatamente sua característica de apenas apontar e identificar potenciais de melhoria na atividade que está se estudando. (Homburg, 2001).