JUPITER COROADA
Retomada do Espaço Que é Nosso:
uma abordagem de gênero
- R e t o m a d a d o E s p a ç o Q u e é N o s s o -
^ B u m a a b o r d a g e m d e g ê n e r o ^ B
Este trabalho acadêm ico se propõe a discutir a questão do gênero pela perspectiva da mulher artista e tatuadora. Estabeleço as bases por meio de uma investigação histórica acerca da trajetória das mulheres que escolheram seguir esse ofício; e por meio de uma introdução superficial a respeito da simbologia do feminino através da bruxa e da deusa m ãe terra. Assim, apresento um percurso de imersão em vivências de mulheres, a fim de exaltar o re-em poderam ento frente ao espaço que é delas por direito - ainda que, muitas vezes, seja um direito negado.
Através de diferentes linguagens - tatuagem , desenho, perform ance, zine, videoarte - a Retom ada do Espaço Q ue é Nosso traz uma abordagem poética relativa à energia feminina: que é sagrada, é poderosa e é plural - m as que se encontra constantem ente sob opressão. O trabalho é apresentado em três partes, são elas: P erm anecente, S G R D O F E M N N O e Perseverare.
Palavras-chave: mulher, tatuagem , bruxa, deusa, perm anecente, sgrdo femnno,
perseverare, jupiter coroada, retom ada, espaço
Introdução
S o b reviven tes da batalha diária
A tatu ag em
A bruxaria
R eto m ad a: P arte I - P e rm a n e c en te
R eto m ad a: P arte II - S G R D O F E M N N O
R eto m ad a: P arte III - P e rseverare
C o n sid eraçõ es Finais
R e fe rê n c ia s Bibliográficas
^ ^ r Mmha experiência ao adentrar [ essa profissão me colocou em contato com vários questionamentos a respeito do com portam ento geral para com as mulheres tatuadas e tatuadoras Essas
»nquíetações são também combustível para o interesse de pesquisa
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p le a s u re is e m p o w e r m e n t e m p o w e r m e n t = o rg a s mDEMAND YOUR ORGASM”1
f e f°ra da e 2014. a efapas de Correspond(
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Trecho da música Demand Your Orgasm, da banda Libertinagem
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Sobreviventes da batalha diária
ARTEMIS#2
ao oniine: <h t t p : / / jSs
Jj^ M D ftc itZPnmmrn !doçs/artemi; 7 >
5 Fiz, aqui, uma associação direta entre o fo rm a to da âncora e o fo rm a to do sím bolo de M arte
A Artem is representa, na m inha trajetória, meu primeiro envolvimento com (auto)publicações
in d e p e n d e n t e s .Um dos objetivos desse projeto, apontado em seu resum o, é justam ente “que m ais m ulheres sintam -se incentivadas a produzir artisticam ente e a se autopublicarem ’ . D e fato, estar entre m ulheres foi um elem ento decisivo para que eu m e sentisse segura e á vontade para m e expressar - diferente do peso que existe em m e expor a pessoas que pré-julgariam a mim e ao m eu trabalho, com finalidade de discriminar, tom ando como base o meu gênero.
Ainda no que se trata de revista independente com conteúdo voltado à produção feminina, temos a Catfight6, nascida em 2005 na Holanda, e editada por F. Lady, também com fotos, trabalhos e estórias enviadas por colaboradoras, mas registrando especificamente o graffiti e a arte urbana das mulheres.
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Yeah baby. to toe ^ we
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CatígM te not o‘
because published ^ ^eTn fmnted. So it 5 t^06^deiesürnatej can do;
^ndetappieciated^ana^ shoWS what
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F.LadY at ali time.
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download e para mais informações,g r a t u i t o ,^ g ^ j g t i t n i a ê a z ' n e ' c o m ^>
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Ao entrar em contato com esse material, encontrei o seguinte trecho de reportagem .
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„uadnm sta. à s b a la d a s resiste. sobTe
9 M argaret Mead (1949, apud M ifflin , 1997) teoriza que, em culturas tribais, homens
m odificavam seus corpos para m arcar im portantes transições que, para m ulheres, eram sinalizadas biologicam ente: m enstruação, gravidez e menopausa são todas tangíveis evidências de mudanças, passagem do tem po, am adurecim ento, etc.
r z z . — — —
p e r f u r a ç ã o e d e p ig m e n t a ç ã o d a p e ^ ^ q u e e s s e s e n t im e n to d e r iv a , d a h u m a n id a d e ( C o s t a , e jm p o s t a p e l0 c r is t ia n is m o , e s p e c if ic a m e n t e , d a r e p r e s e n a ç a ^ M é d ja q u a n d 0 h a
S e g u o d o ^ e s ^ ^ ^ 0 ^ c o r p o r a , c o m m a r c a s
• - : r r i : s n . r : r - - - — •
ideia do corpo como imagem e semelhança de de .
Ela atribui o retorno da tatuagem no ocidente através de marinheiros prisioneiros e circenses, que passam a tatuar o corpo por iniciativa própria, a Partir do fim do século XIX. E questiona:
uma vez que atos de furar, recortar e Pigmentar 0 corpo acom panham a historia da hum anidade em diferentes culturas, com usos e costumes f específicos, seriam ainda atos de desvio como está presente
no imaginário
o c id e n t a l d e s d e a e x p a n s ã o d a .g r e ja , o u s a o a to s c a r a c t e r is t ic a m e n t e h u m a n o s ?
E s a b id o q u e , m e s m o
nos dias de
a u ltra p a s s a g e m
de mostra cada vez
barreiras,
b o je a P e s s o a t a t u a d a s o fr e r e g u la r m e n t e c o m
rle vivermos um discriminação, apesar
momento em que barreiras culturais se
mais acessível. E ssas
normalmente impostas por um grupo 4 nnressão exercida
p r iv ile g ia d o , s e r v e m a o p r e s
sobre os demais grupos, a fim
,0 5 s o b e x p lo r a ç ã o e m a n ip u la ç ã o ^ D is c u r s o s d e
ódio
s ã o p r o p a g a d o stodos
o s d ,a s p o r u m a s o c ie d a d e q u e . e x t r e m a m e n t e m a c h .s t a , r a c
„ l i s t a h o m o f ó b ic a , t r a n s f o b ic a .
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intolerante. Q uem nao se enca , as consequências.
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as consequências
É possível, então, imaginar o quão marginal e u n d e rg ro u n d era o peso que a tatuagem exercia no indivíduo, décadas atrás, ao ser aderida por grupos que não pertencem ao padrão hom em -branco-rico-hétero-cis-m agro/atlético-cristão. Este, pautado em argumentos falaciosos e preconceituosos, nega àqueles visibilidade e acesso, podando experiências e motivando agressão e violência de diversos tipos.
Buscando uma investigação histórica do percurso das mulheres no universo da tatuagem elétrica, com informações detalhadas e docum entadas, utilizei-me da obra de Margot Mifflin:
B o d ie s o f S ubversion, A S e cre t H is to ry o f W om en a n d Tattoo
rC 0 rp 0 s * ®ubversã0
6creía sobre mu/heres • y história A d u ç ã o nvre) e te tto o ”, em
Segundo a autora, não foi coincidência que o interesse das mulheres frente à tatuagem viesse à tona com o acordar da primeira onda do feminismo, ao final do século XIX.
Referente a essa época, a docum entação que temos diz respeito às c a n s e s , que trabalharam como mulheres extrem am ente tatuadas” nos hows de aberrações (fre a k s h o w s ). O s P meiros registros datam da década de 188°, com Nora Hildebrandt e Irene W oodware (La Belle Irene), am bas com CerCa de 20 anos de idade. Pessoas adas já se mostravam presentes 001110 atra?°es do circo em datas teriores a essa, porém apenas homens 0cupavam essa posição.
e s s a s m u lh e r e s e iro P ° r M U " a S V e l Ss a o p ic a d a '
e r a m a c o m p a n h a t e r e m s id o h is t ó r ia s te n ta s l0 S a S s o b a lg u m a
f o r c a 6 ' u u
t a t u a d a s a t a t u a g e n s
a m e a ç a , N a P , a ‘ ,c^ ^ s e u 5 p a is o u p r o v in h a m d o tr a a ^ ^ ^
m a r id o s t a t u a d o r e s . ^ a l t > u m * n ° c a r a m a ta tu a r , o ü n i c o
m u lh e r e s o o m e ç ^ ^ , ,
e lo p o s s ív e l a t r a v è s d e
0 ro fiS S aO dee l a 'e n g u a n t o g u e . P -
^ m e m ' n u n c a e x is tiu t a ' r e s tr iç ã o
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Evidente a 1
agentes
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Foi o caso de Maud Stevens W agner, considerada a primeira tatuadora ocidental. Ela era contorcionista no circo e conheceu o marinheiro e tatuador Gus em 1904, com quem começou a nam orar - mas com uma condição: desde que ele a ensinasse a tatuar. Tiveram uma filha, Lotteva W agner, que tam bém aprendeu o oficio1?,
deveria então que a denúncia
levada a sério,
undo M ifflin , Lotteva cresceu na estrada e já começava a ta tu a r com 9 anos de idade
Outra m ulher de destaque foi Laura Lee, apreciadora e colecionadora de tatuagens, e que até o dia de sua morte (tam bém nos anos 90) era a única m ulher negra conhecida no circuito de convenções de tattoo. Boa parte das tatuagens de Lee, incluindo um retrato de Malcolm X, foram feitas por Gresham , que incentivava o ato de tatuar temáticas do orgulho afro11.
Ao co m e n ta r sobre artistas criando e im provisando novas tem áticas para ta tto o s — algumas vezes com caráter político — M ifflin nos traz o relato de Gresham, que uma vez recriou o desenho da B etty Boop com características afro (corporais ou culturais), incitando assim uma pequena tendência entre suas clientes negras.
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pequena tendência en tre suas clientes negras
Mildred Hull, tatuadora
anos 2 0 e 40
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• da mulher tatuada, a autora
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| Mildred Hull, tatuadora
em Nova York entre os anos 2 0 e 40, é uma exceção. Diferente das m u,heres que trabalharam nos estúdios dos m aridos, Hull
a L T d '0ja ’ " " 9rande inCÔm0d° Para 08 « * * » • . 0 - <en.avam sabotá-la diminuindo seus preços, a fim de lhe roubar
os hom ens são nos negócios, sem pre invejosos quanto eles”, ela
a clientela. “Você sabe como
se uma mulher se sai tão bem
As investidas dos tatuadores em diminuir e subjulgar as mulheres eram (e ainda são) constantes. Historicamente, tatuadores são muito territoriais e competitivos, e só repassavam seus conhecimentos, quando envelheciam, a outro homem aprendiz. Era uma tradição carregada em veias masculinas por anos - não se abria às mulheres. Embora am enizada, a situação atual é semelhante: por causa da rede que os homens criaram, tem sido difícil para o trabalho das tatuadoras ganharem visibilidade em convenções, competições, revistas, etc.
K a n d ^ e r e t t . havaiana um a cidadela: ela era
■sua entrada no circulo da tattoo com m* ^ que e s p e r a ^
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As investidas dos tatuadores em diminuir e subjulgar as mulheres eram (e ainda são) constantes. Historicamente, tatuadores são muito territoriais e competitivos, e só repassavam seus conhecimentos, quando envelheciam , a
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Vyvyn Lazonga, apaixonada por desenho desde criança, iniciou seu aprendizado em tattoo em 1972, em Seattle. Até que conseguisse, em 79,
Lembrando que, nesse momento, a acessibilidade ao material era muito restrita, entende-se a dependência que a tatuadora tinha em relação a seu patrão, que a manipulava:
dizia não ter tempo para consertar as máquinas quebradas, e no entanto dispunha sim de tempo para enfeitá-las com brilhantes e joias falsas. Sua preocupação em ter uma mulher trabalhando em sua loja não dizia respeito à qualidade do trabalho que ela executa, e sim às aparências.
Lazonga era esnobada por tatuadores nas convenções e rotineiramente ridicularizada no estúdio de seu patrão, como quando ouviu um cliente com entar com os amigos: “o quão você gostaria de fo d e r uma coisa dessa?”. Em sua própria loja, ela diz, não admite pessoas assim.
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T a t u a d o r a s e r a m P e n t e s d e n o s
a n o a 7 0 . s u a o p = - ^ é ^ q u e
c o le g a s d e p r o t ã o L* e ^ ^ ^ ^ c o m o
tomos t ^ d a s as * um as com
nos juntemos, ^
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C a s o s d p . .
da m u lh e r Cn Jetif'CaÇão d 0 r
e r - c o m o o o í 0 CorP osâo raros na . , e,a ™ a to u nàr,
^ » < * * , r ^ r m /w " c/fa c°tecfonadora de ep/,aníe Farine,//
; 0m pef« e 'ri c ° n c u rs o s Ua9enS' * * anos 90. £/a dfe Q c°rivenções
PrSSença * C r meSm° « * a
« -m p o n a o „ P °ucas mü(heres
b r a d a n t e s : V m " ’ " " « o . e r a m
° U,ra “ ri,pefWora 08 pediu á bUnda <te'a na n ^ co'°casse a
3 ^ e /e p u d p ' e m fte « te a e /e
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■ a tam bém r m e lh ° r
q u e « ™ g * n h a r 0 c0nc m en!a « » . se feram ' " < ^ a s a e CUrS° ‘ a ° nn ,lheres
° rne* * > • b l i n d o ro ^ ba*
S j9esfn/3 s r° uPas
. er,clu a n tn exu a lrnente
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c°mpetidores ° s
qUal<>u* des s a s . ■ riâ0 havja
e xigêri c/a s ’
N esse período, as revistas sobre tatuagem já estavam em alta no círculo
interno do meio. Enquanto os hom ens fotografados m antinham suas calças para
as fotos, m esm o que isso significasse esconder parte da tattoo, as m ulheres eram
frequentem ente retratadas sem camisa, com os seios nus, m esm o não havendo
qualquer necessidade de nudez - caso a intenção fosse mostrar a tatuagem . “Se
você não tira sua camisa, eles não querem você na revista”, diz Andrea Elston,
tatu adora.
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_ raw aase mar* peças de roupa do que o r íimento em questfio pratica que
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•e ate hoje em mesftK) em Brasilia
C o m o p o f dos E stado í conservado para m u l t
a m c o n tra o PaV
>s aue executam os n*
^ ^ ^ T p í l e t a d e d o s senadores ■ 2012 T u .n o -c o n h e c id o pelo
d° . r o U * ' alAr,üS ,gUalÍtárl° L
, , , .- n ip r e n o s
“ Como. por exem plo, exigir que a cliente retirasse a blusa pars fazer uma tatuagem nv pulso.
,
WMHBStg.
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_______________________________________ r , n ^ t a d e c o n v e n ç ã o d e
^ a n o s 9 U q ue surge uma prime,ra
p ro p o s ta dofa
É tam bém nos anos
9U g t a tu a d o raD ean a Uppen
-Tatuagem "sô para m u .e re s " , i d e a ^ ^ ^
de m achism os
qpara partlc,pa ,
en' a esportes, em que a mulher ainda com uma sene
visibilidade às tatuadoras. E a|guns .
a r g u m e n t a n d o
que tatuagem
n ã oe como ^ oposiçâo a e5Sa
a rg U _______ w in in n ic a c o m p e t in d o c o n ^ u m a
e s t a r ia e m d e s v a n t a g e m b io ló g ic a ^ ^ s e ja b io ló g ic a , h ã s«m W e ', a . h â u m a p e r s p e c tiv a
d , f e r e n t , e m ^ ^
„reconhecimento i desvantagem , ^ que executam'2, aiém entrentarem d,f,cu ^
No entanto
,m pec//hos as . ’ a p e s a r de Promoveram ' * * * »
^ o e m entos .
asPecíos Z B --- l e n h o s
Vários
consfcfi etc.
Pr°fis sã o a aPlicaçã ju n to
e ra çâo ao local
com
te m á tica d0s em Pele,
ado corpo, a o da
cliente i
Muitas dessas artistas m encionadas buscaram introduzir elem entros de art
° « nouveau em seus trabalhos, além de representações essencialm ente mininas registradas - como quando, nos anos 30, a tatuadora Ruth W eyland Piorava em sua arte imagens explícitas de interações lésbicas, e quando, nos , em ergiu a ideia de tatuar o desenho de um útero, possivelm ente como de poder feminino e fertilidade. Muitas clientes tam bém procuram uadoras em função de se sentirem mais confortáveis e seguras contra abusos parte dos homens. Segundo Mifflin, certos tatuadores eram conhecidos por 9 r que a cliente retirasse mais peças de roupa do que o necessário para o cedim ento em questão13 - prática que, lam entavelm ente, acontece até hoje em _ flguns estúdios, aqui m esm o em Brasília.
_________ , 4a
- Como por ^ T ^ o ano de" ^ do partido r e ^ a n ^
-o s Est ado s U n id o s ^ u = ^ ycheckFai ^ ; : = 6 0 s -
conservadorism o) vota ecuta m os mpsmo ser Ç
para m ulheres e h o m e n s ^ q u « ^ ^ ^ ^ ^ ^ ^ ^ ^ ^ ^ ^ ^ ^ | 13 ^ om o ^ p0(. exernplo, exigir que a cliente retirasse a blusa para fazer uma tatuagem no pulso.
M ulheres tatuadas confrontam a sociedade com sua independência14. De volta aos anos 80, Krystyne Kolorful, com 95% do corpo tatuado, defende que esse ato representa tam bém uma clara declaração de que o co rp o é dela e ela fa z com ele o q ue quiser.
Charles Roark, u m ”ara " ada ' *
m esm a" (p .106) f espintual Ela ° a'Euem que está descobrindo e r e d e s m h n n ^ a si
tespe«»
W a'° 'a v u ^ 0® 3 " Qoes'-ôeS s e ^ ^ r 6e « a * * * * -
,\da^e ,Njës
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nou c o n h * * " » - *
•eSe n ta v a
Pata 8
• c i 13
construir sua
«auma a . W * cuarido criança
Segundo Mifflin, a tatuagem é um modo de modificar a natureza para criar
uma autobiografia viva, escrita na pele - a m em brana que nos separa fisicam ente
do mundo ao redor, formando escudos protetores. Ela tam bém rem ete brevem ente
a rituais tribais envolvendo a tatuagem , como no corpo mumificado da sacerdotisa
egípcia Am unet, encontrado próximo à cidade de Luxor em 1923, e datado de
2 0 0 0 anos a.C . O corpo trazia m arcas de séries de pontos e traços nos ombros,
pescoço, seios e abdom e, possivelm ente correlacionados com fertilidade e
poderes medicinais.
roteton
: 9 p *
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jável. Mas com os cristãos não é assim. Eles irão tratá-la como mulher vergonhosa, e o homem que Gorlois convencer a desposá-la fará com que sofra durante toda a sua vida pelo fato de não ser o pai da criança 1 V __ Que você c a rre g íL A > — Sfj 'w — - — ' " w — — <uloy—
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« í l i U#9es8ârio aue ^ «™„._ kSso rePresentava, e não ubstaote,.
No decorrer da pesquisa, me deparei também com o artigo de Rosângela Angelin, entitulado A “Caça às Bruxas”: uma interpretação feminista.
O conteúdo me contempla de tal forma que faço questão de anexar o artigo na íntegra, facilitando o acesso a essa leitura.
Em seu texto, Angelin (2005) trata do período da Idade Média em que a Igreja Católica fundou os Tribunais da Inquisição: dedicados a julgar e eliminar episódios de heresia. Ativos por mais da metade de um milênio, promoveram perseguição, tortura e assassinato de milhões de pessoas. A definição de
“herege” foi construída15 e utilizada de acordo com os interesses da Igreja e daqueles que a representavam. Servia para condenar todo e qualquer ato ou pessoa que ameaçasse a proliferação (conquista de território e poder) do Cristianismo. Assim, é possível imaginar como tantas mulheres - como parteiras enfermeiras, curandeiras, conhecedoras ; das plantas, da medicina natural e fitoterápica, detentoras dos poderes sexuais e da geração da vida, etc - foram tidas como ameaça ao progresso dos homens - especialmente se organizadas em grupos. A caça às bruxas foi, então, instaurada.
Segundo A ngelin, "as bruxas n ã o surgiram e s p o n ta n e a m e n te , m as fo ra m fru to de um a c a m p a n h a d e te r ro r realizada pela classe d o m in a n te ".
Infelizmente, não é novidade que a religião foi e é utilizada como forte recurso para promover, justificar e perpetuar comportamentos sexistas e
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misoginos dos mais variados níveis de violência. As ideias propagadas pela doutrina cristã, representada fortemente pela figura masculina17, procuram até hoje manter sob manipulação e rédeas curtas as vivências das mulheres na sociedade em que vivemos. Quando se diz que a mulher deve ser s u b m is s a ao homem (justificativa: porque deus quis), sujeitando-a a vivências mais limitadas e dolorosas simplesmente em função do gênero, ultrapassa-se qualquer barreira de liberdade religiosa ou de expressão. Pelo contrário: entramos, aqui, no território do discurso de ódio18.
Angelin monta, então, um paralelo entre a caça às bruxas na inquisição e a Retomada da figura da bruxa, nos dias de hoje, como símbolo da resistência feminina.
M isoginia é o te r m o q ue d e fin e o ódio às m u lh eres e m en in as. Pode se m a n ife s ta r de diversas form as: discrim inação , violência
(verba!, física, psicológica, sexual), jesu s e tc . O
o b je tific a ç lo , e tc . esp írito S anto, D eus, C' [‘ á 0 ' ’ L M ã o ,
* As r °
H o m e m , C r i a d o á s u a i m a s e n - i < ^ tamt. émde: acordocom a ^ criada então para serv.r ao Homem, w u e la históna da maç gênero feminino é mais vulnerável ao p
18 O discurso de ó dio é c a ra c te riza d o p or q u a lq u e r c o m p o r ta m e n to q ue in cite vio lê n c ia ou ação d is c rim in a tó ria co ntra um g ru po d e pessoas, in fe rio riza n d o -a s com base em
características co m o raça, g ê n e ro , e tn ia , o rig e m , relig ião , o rie n ta ç ã o sexual, etc. Na nossa o rg anização ju d ic ia l, existe a n o rm a q u e d e fe n d e a lib e rd a d e de expressão co m o d ire ito fu n d a m e n ta l e existe a n orm a q u e p enaliza a d iscrim inação . Em um a situação d e discurso de ó d io , há c o n flito e n tre o princípio da lib e rd a d e de expressão e o princípio da n ão-
d iscrim inação . Silveira (2 0 0 7 ) sugere q u e a solução seja p a u ta d a na h a rm o n iza ç ã o dos
"p rin cíp ios da a u to n o m ia ind ivid ual, da ig u a ld a d e , da d ig n id ad e da pessoa h u m a n a , da re c ip ro c id a d e , e re s p e ite a in te g rid a d e do d ire ito , c o nsid eran do os p re c e d e n te s ju diciais e as circunstâncias en volvid as". Im p o rta n te p o n tu a r, no e n ta n to , q ue nossas atu a is e s tru tu ra s da justiça são regidas p or figuras e m posição d e p rivilégio, g e ra n d o relações de p o d e r q u e m u itas vezes re s u lta m em abuso. N ão é difícil o b servar, p or e x e m p lo , q ue as in stitu içõ es da lei são co m p ostas m a jo rita ria m e n te p or h o m e n s brancos, e m d e trim e n to da p a rtic ip a ç ã o d e pessoas de o u tra s etn ias, raças ou g ên ero s. E q ue estes m esm os h o m e n s brancos e stão m u itas vezes c o m p le ta m e n te alh eios às d e m a n d a s dos grupos "m in o ritá rio s " aos quais não p e rte n c e m . Essas d e m a n d a s acab am p o r ser, e m g ra n d e p a rte , ignoradas ou a té m e s m o ridicularizadas.
Por Rosângela Anaelin -
um e le m e n to histórico da Idade Média. Entre os A "caça às b ru x a s e
séculos XV e XVI o "teocentrismo" - Deus como o centro de tudo - decai dando lugar ao "antropocentrismo", onde o ser humano passa a ocupar o centro.
Assim a arte, a ciência e a filosofia desvincularam-se cada vez mais da teologia cristã
'
conduzindo, com isso a uma instabilidade e descentralização do poder da Igreja. Como uma forma de reconquistar o centro das atenções e o poder perdido, a Igreja Católica insta jro u os "Tribunais da Inquisição", efetivando-se assim a "caça às bruxas". Mas quem eram, enfim, estas mulheres que fizeram parte de um capítulo tão horrendo da história da humanidade, e por que o feminismo retoma as bruxas como um dos seus principais símbolos?t & " c a ç a à s b r u x a s "
175° , com a » « das regiões em que ^ lg re ja 0 form as, dep . uma m assiva ca P noDUjacão rural (EHRENREICH característica p contra as m ulheres d P P *.ant 0 nela Ig re ja Católica,
pela Gjasse o ^ 1 ^ campanh;a f o t e n d o um significado religioso,
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incluindo crianças e 132).
1.1. Quem eram as bruxas
e
&
Ao buscarmos uma definição do termo "bruxa" em dicionários, logo pode-se perceber a direta vinculação com uma figura maléfica, fe ia 'e perigosa. Neste sentido, também os livros infanto-juvenis costumam descrever histórias onde existe uma fada boa e linda e uma bruxa má e horrível.1
Ao analisarmos o contexto histórico da Idade MAlia
vemo~ nila
hparteiras, as enfermeiras e as assistentes. Conheciam » 2 ? -,UXas eram as emprego de plantas medicinais para curar enfermidarip, am sobre 0 comunidades em que viviam e, conseqüentemente « T r T 6 ep,demias nas elevado poder social. Estas mulheres eram muitas v'e
7
« = , ■° oras de umve2es' a unica possibilidade
^ A figura da bruxa com o uma m ulher, velha, feia, rabugenta e assustadora, foi introduzida a partir dos contos e histórias dos Irm ãos Grüm m (escritores alem ães).
longo ■ B e r S ^ ^ ^ s e m % h !to ^ e n d ia ^ o fí? b re í‘' Ha$ f° ram P° r Um
passavam esse conhecimento paia
* * ° T
*Segundo afirmam EHERENREICH & ENGLISH (1984, S. 13), as bruxas não surgiram espontaneamente, mas foram fruto de uma campanha de terror realizada pela classe dominante. Poucas dessas mulheres realmente pertenciam à bruxaria, porém, criou-se uma histeria generalizada na população, de forma que muitas das mulheres acusadas passavam a acreditar que eram mesmo bruxas e que possuíam um "pacto com o demônio".
. „ „normalmente, por mulheres de
o estereótipo d e M é n c i a f « a , ^ de
poderosos ou que w
1.2. A "caça às bruxas e o "Tribunal da Inquisição"
Ha Tnrpía ratólica o patriarcado imperou, até mesmo porque Com a ascensao da Ig r^ a Ca ' tudQ
Q
que a mu)her tentava realizar, Jesus era um homem. Nest ^ jmora,jdade (alambERT, Ano II: 7). Os por conta propna, era visto como urna g passaram g ser costumes pagaos que Gregório IX instituiu o Tribunal considerados uma ameaça ' =ou9«T ri bunal do Santo Ofício", Católico Romano, c0" he“ L om a heresia e com os que não praticavam o que tin h a o objebvc> de ^ of|Cialmente pue a bruxaria e a antigare íg iã o d o s p a g ã o s representavam uma ameaça ao cristianismo, iniciando-se assim, lentamente, a perseguição aos hereges.
A "caça às bruxas" coincidiu com grandes mudanças sociais em curso na EuroDa A nova conjuntura gerou instabilidade e descentralização no poder da lareia Além disso, a Europa foi assolada neste período por muitas guerras, cruzadas pragas e revoltas camponesas, e se buscava culpados para tudo isso.
Sendo assim, nãofoi difícil para a Igreja encontrar motivos para a perseguição das bruxas.
■ %-
Para reconquistar o centro das atenções e o poder, a Igreja Católica efetivou a conhecida "caça às bruxas". Com o apoio do Estado, criou tribunais, os chamados "Tribunais da Inquisição" ou "Tribunais do Santo Ofício", os quais perseguiam, julgavam e condenavam todas as pessoas que representavam algum tipo de ameaça às doutrinas cristãs. As penas variavam entre a prisão temporária até a morte na fogueira. Em 1484 foi publicado pela Igreja Católica o chamado
"Malleus Maleficarum"
mais conhecido como"Martelo das
Bruxaé'.
Este livro continha uma lista de requerimentos e indícios para se condenar uma bruxa. Em uma de suas passagens, afirmava claramente, que as mulheres deveriam ser mais visadas neste processo, pois estas seriam,"naturalm ente", mais propensas às feitiçarias (MENSCHIK 1Q7 7 - m
EHRENREICH & ENGLISH, 1984: 13). ' ' J2 e
1- 3. Os "crimes" praticados pelas bruxas
contexto da ”ca„ . t
vitimas Ç as bruxas" ,
firmado um c , acusadas de praticar rrf Varías acusações cnr*
or9anizarem om c° m o d e n S n ™ es se^ a / s c o n l ? 35 m u '^ r e s . d ? ^ s? ^ - 9e r a & 2 Tam^
e r T ^ ^ s , tento
Hotícias Onfr medicinai<; 7 unia™~se narã h u,pac,as por mágicos" o* acusaÇão levantácl* rSar S< W n L í ° Car conhe«ment,
Além dis n '
1984: 15)
doenças e JSarem 56115 conhecimentos para a cura de
^ t u i ç ã o mPé d iS m a ™ ^ ^ f 5™ 0 3 ira da método de eliminar as s H S m „ ~ ascensão, que viu na Inquisição um bom
minar as suas concorrentes econômicas, aliando-se a ela.
se os ou
1-4. Perseguição e condenação à fogueira
suspeitos pm “ ^S0r denunciacla ao "Tribunal da Inquisição". Os culpados até o m l i maioria mulheres, eram presos e considerados antes de confessarPmm Süar ,noSencia- Gera|mente, não podiam ser mortos culpabilidade ou a r 3 ~a
,\gaçao com
0 demônio. Na busca de provas de como- rasDar o«;’ r ^ í Cnme' eram utllizados procedimentos de tortura podiam ser V™ S de ^ ° C° rp° em busca de marcas do diabo' QueQuente; tortura em ^ ^
0^0
530 Ímersão em águabusca de uma ■ ' T , ' pf rfuraÇao do corpo da vitima com agulhas, na diabo"; surras ^ q“ e *erja * ido "tocada Pel°
seios. A intenr
3
n*0 « t L objetos cortantes; decapitaçao dos confissões preoarada npinc ar as vltimas até que assinasseminocência, acabava queS f v iv a * ' J á a f n fqUem 5U5tenhtava sua
morte mais m is p rirn ^ in « . - as que confessavam, tinham uma alguns países rnmn a i' " ’ í?™ estran9 uladas antes de serem queimadas. Em fogueiras pará n m rro g a rT s o frim e n ín ^ 3' ^ USadaS madeiras verdes nas bruxas eram s° fnmento das vitimas. E, na Itália e Espanha, as informantes eram f i n a n c p ^ Y ' ^ ^ ° S P° St° S de caÇadores de bruxas e Tribunal por condenacãn n r -r /v )0 mUlt° rentaveis- Estes' eram pagos pelo confiscados ° ndenaçao ocorr,da e os bens dos condenados eram todos
O
fim
da "car^ 'fogueira
foj a ^ < l bruxasW ocorreu sompnffUnd^ os «Tribeu a smda17^ na
6 aa ínquisicãn" è á s r z T " ' a Lei rem' a Lei da ; u i ™
■
permaneceu em vigor « é m Ca que y ate m eados dor m Hm/iria 1 ,m orocesso bem orç nizado, foi, sem duvioa, u... r - ~ - - 2
fm arlciado e rèatóadQSconjuntam ente p e la ïg re ja e o Estado
2. O feminismo e o resgate da imagem das bruxas
r Diante de tantas mortes de mulheres acusadas por bruxaria durante este período, podemos afirmar que
0
ocorrido se tratou de um verdadeiro genocídio contra0
sexo feminino, com a finalidade de manter0
poder da Igreja e punir as mulheres que ousavam manifestar seus conhecimentos médicos, políticos ou religiosos. Existem registros de que, em algumas regiões da Europa a bruxaria era compreendida como uma revolta de camponeses conduzida pelas mulheres (EHRENREICH & ENGLISH, 1984: 12). Nesse contexto político, pode-se citar a camponesa Joana D arc, que aos 17 anos, em 1429, comandou0
exército francês, lutando contra a ocupação inglesa. Esta acabou sendo julgada como feiticeira e herege pela Inquisição e queimada na fogueira antes de completar 20 anos. Diante disso, configurava-se a clara intenção da classe dominante em conter um avanço da atuação destas mulheres e em acabar com seu poder na sociedade, a tal ponto que se utilizava meios de simplesmente exterminá: las.0 fem inism o busca m
bruxas, através de às bru* a s " na / S ? mas tam bém m Í “ S3 h,stó ria' com unidades e ^ J f " 5 « n b e c im e n to * ™ í Méd®-
wtimas do Patriarcado T/u L 9reja- ^ v e r d ^ 0ntand° o 2 em suas ainda continuam sendn 1 ERT' An° II n » * 'e,as nada m a i s * tr'arcad° e
bmxa, antemente n>ascuC r ° d° pod^ S f ^ ^ s » t o ™ * fn ? rT representam n , , , " ° ' c°™nuando v , W ! e«wômico o í m pe,a força, coragem, m a s T viment° fem/ni« 0 P e c a d o '’d ainda é
h o - o n t e s e m a n c i p ^ / o r i r b é m a „ T * d b u s c a r / „ en
as ca c/e ,a '3/
noy/Qs R e fe rê n c ia s B ib lio g rá fic a s
ALAMBERT, Zuleika. Por uma nova imagem. Educação & Cultura - n iá rin Comercial, Ano II , n° 48.
EHRENREICH, Barbara & ENGLISH, Deirdre. Hexen, Hebammen und Krankenschwestern. 11. Auflage. München: Frauenoffensive, 1984
MENSCHIK, Jutta. Feminismus, Geschichte, Theorie und Praxis Köln- V pri^n
Pahl-Rugenstein, 1977. ' ' enag
2 . /
A posição da Igreja e contraditaria referente ao tem a "caça as bruxas". Existem docum entos nos Igreja pronunciava-se contra a tortura e assassinato destas vítim as, conduzidos pelas oligarquias locais 3
Nesse ponto, gostaria de trazer também a letra da música Mulher Segunde M eu P a , a flm de fazer algumas observações que nos servirão na assooiação de ide,as. Faixa inicial do disco "Sou suspeita, estou sujeita e nâo sou santa"’ » de A n e l. (2011), é agradável de se ouvir, a poesia é bonita. No entanto, apesar da mensagem aparentemente valorizar a mulher, ela traz uma ironia interessante de se observar.
A música carrega o patriarcado já desde o título: segundo meu pai. Não é a opinião da própria mulher sobre si mesma, não é a opinião da mãe, da irmã ou da filha. É a opinião de um homem. E no segundo verso, ele admite, homem não sabe20. Acha que mulher é o que deus quiser (o mesmo deus que me quer submissa? jamais!). É tanto mistério que ele se confunde, se perde: pensa que sangrar é mera mania. E para justificar, imagina que mulher deve ter parte com o mar. Ou seria com o demônio?
Disponível para ouvir no link
< h ttp ://s c u b id u .b a n d c a m p .c o m /a lb u m /s o u - s u s p e ita -e s to u -s u je ita -n -o -s o u -s a n ta >
M u lh e r S e g u n d o Meu p ai D onaZica
Bern que m eu W ulher
H o m e m n a o s e u p a i, m e u a v o . F a lo u o q u ~ q u is e r
. M ulher e o qu«
Às vezes duerurne flor
A s V e s f d e 5 m u i w a m o r , h a i a a r n o t
S p o u n d o m e u P » ' ^ h 9 r
S S ap S S ^ “w’ anwWr
M ania ^ de sangrar
E n t r e g a - s e “ ^ „ t r e g a r
_ #a; se evuicy
A ^ ^ o u d u e m u m e r . a ^ u ^ e r WleU P D eve te r parte ünarte com o mar
* P o “ ^ 1 V° UVe ÍUS' 3 bo* and 1
V o c é é sd um g a ro to , e eu t e L
co m p o s iç ã o d a M g te s . Eliza, d isponível o n lin e pelõ link ° , 0 c t o b e r '
< b ttp s ://s o u n d c l0 u d .c o m /a rm s tro n g a n d /m e m o n e s -o f-o c to b e r>
Nesse ponto, gostaria de trazer também a letra da música Mulher Segundo Meu Pai, a fim de fazer algumas observações que nos servirão na associação de ideias. Faixa inicial do disco “Sou suspeita, estou sujeita e não sou santa”19, de Anelis (2011), é agradável de se ouvir, a poesia é bonita. No entanto, apesar da mensagem aparentemente valorizar a mulher, ela traz uma ironia interessante de se observar.
A música carrega o patriarcado j á desde o título: segundo meu pai. Não é a opinião da própria mulher sobre si mesma, nâo é a opinião d » mãe. da irma ou da filha - £ - a qc . a i â a m , — « ---m ■ - ___ ___ ^
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Disponível para o u v ir no link
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Retomada: Parte - Permanecente -
Apropriei-m e
invés de tratar do universo
pessoas: suas lem branças s o n fw , ,
Mais do que investiga* o >•'•'«» * r w ttw n s . Escolhi, então, cinco t* r ^ « a .?9m
H f | £ ^ f l w •
a ter o 6ra *«*• feiticeira, e r i ” COfSac .
' sue Vâo
i n o ■••»íbalhü. Entretanto, ao no . ■r.r-'-w particular das . « w í f v v V * associações.
* 0* * gomaria de investigar as
«ias para a correalização do algo do profundo delas, de -tu u * n msirição de tema. E, então, que
• ' v ^tos, fornecendo m aterial poético para i Pedi também que escolhessem a parte t *arnb^m um codinome para elas mesmas.
# RetDmada: Parte I - Permanecente - ■
Minha Prirneir, fcciortai; o H o
fala-se Que
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‘ ■ ^ r r : - ^ r - ~ = r r r -
"US,rou "o coroo rt * C"'"',eír° A ta, ^ a ' 9 « m ^ Pe"'0Cto ac°ntecer , - J 6 ^ 0 “ " ’Verso ^ e" 'a"<o era 'SP0S,° a * 0
’ "US,ra« * s bue se m o^ ° ; — s
quejá ^
^ e ern econtam história* ^ coi^ Cue vão
— “ ‘ - =
°- e/e encontre- Sobre
de
■>ria s.
Apropriei-me dessa literatura como poética para o trabalho. Entretanto, ao invés de tratar do universo coletivo, preferi me focar no universo particular das pessoas: suas lembranças, sonhos, experiências, construções, associações.
Mais do que investigar o intimo de pessoas, gostaria de investigar as mulheres Escolhi, então, cinco amigas como convidadas para a oorrealizaçâo do meu trabalho. Pedi que pensassem e escolhessem algo do profundo delas, de suas experiências pessoais de vida, sem restrição de tema. E, então, que sintetizassem a ideia em um ou mais elementos, fornecendo material poético para a criação de um desenho para tatuagem. Pedi também que escolhessem a parte do corpo relacionada ao desenho e também um codinome para elas mesmas.