• Nenhum resultado encontrado

RADIOGRAFIA AO PARLAMENTO "DAS ESQUERDAS"

N/A
N/A
Protected

Academic year: 2021

Share "RADIOGRAFIA AO PARLAMENTO "DAS ESQUERDAS""

Copied!
5
0
0

Texto

(1)

RADIOGRAFIA

(2)

As legislativas de 2015

resultaram numa situação

inédita: todos os partidos

de esquerda apoiam um

Governo. Tal compromisso

obriga a reuniões pela

madrugada fora, acordos

conseguidos no limite

do prazo e muita ginástica.

Mas será que isso afetou

o trabalho dos deputados?

A VISÃO faz a análise

completa

(3)

INICIATIVAS

E O MAIS PRODUTIVO E...

O deputado mais novo do Parlamento foi aquele que apresentou mais iniciativas legislativas: 190.

Luís Monteiro (24 anos) também não é nenhum veterano no poder legislativo: só chegou a S. Bento em 2015.

ZERO INICIATIVAS

Três deputados (todos do PS) não apresentaram

nenhuma iniciativa parlamentar, durante esta

sessão legislativa. (João Soares, Miguel Coelho e

Sérgio Sousa Pinto)

84

IA

41

BE PCP CDS PSD PAN PEV PS

Luís Carla Nuno Luis André Heloísa Fernando Monteiro Cruz Magalhães Montenegro Silva Apolónia Rocha

1 1 1 1 1 1 1 1

PSD António Costa Silva 1 1 1 1 1

38

CDS Álvaro Castelo Branco

766

BE

Jorge Fatcato Simões no entanto, este número

não significa mais criatividade: dos 766 apresentados, 553 são sobre o cumprimento de

legislação sobre acessibilidades e 207 sobre

parques infantis adaptados a crianças com deficiência

1

MENTfl

REQUERIMENTOS COPY-PASTE

O Bloco volta a estar em destaque. Jorge Falcato Simões (também ele um estreante no Parlamento) é o deputado com mais requerimentos entregues durante a sessão...

1

ZERO REQUERIMENTOS Com o PS no Governo,

não é de estranhar que 31 dos 86 parlamentares

socialistas não tenham assinado qualquer

requerimento

PCP PAN PS PEV

João Ramos André Silva Carlos Pereira Heloisa Apolónia

Nunca se tinha visto: em poucos dias, no final de 2015, o Parlamen-to chumbava um governo de direita, liderado pelo par-tido vencedor nas eleições de outu-bro, e entronizava um Executivo lide-rado pelo segun-do mais votasegun-do. Os socialistas che-gavam ao Governo com o apoio iné-dito de toda a esquerda e rebentavam com 40 anos de prática parlamentar e de arco da governação circunscrito a PS, PSD e CDS. Na sessão legislativa que agora termina, a direita remeteu--se à oposição e a relação dentro da "geringonça" foi ficando mais oleada. Conforme ficou demonstrado no úl-timo debate sobre o Estado da Nação, tudo parece fluir entre o PS e os seus parceiros no Parlamento (Bloco de

Esquerda, Partido Comunista Portu-guês e o Partido Ecologista Os Verdes).

O balanço impõe-se: o que real-mente mudou no Parlamento. agora que está perfeitamente estabelecida uma nova arquitetura de poder? Mu-dou o centro do poder. O Executivo tem a sua autonomia. claro, mas a sua capacidade de ação está condicionada pelos seus parceiros - que não es-tão no Governo, mas na Assembleia da República. Para Carlos César, lí-der parlamentar do PS, o reforço do

poder do Parlamento e pois "uma consequência prática do facto de os partidos que apoiam o Governo só coabitarem neste espaço institucional. Se os parceiros estivessem no Gover-no, o papel do Parlamento era outro, menos importante".

Na prática, o trânsito no jardim e na escadaria que separam a residência oficial do primeiro-ministro (PM) da Assembleia da República intensifi-cou-se. Há questões que chegam ao Parlamento já negociadas entre An-

tónio Costa e os parceiros, tal como há assuntos que têm de ser mandados para a residência do PM, porque os entraves ao acordo entre as partes, no Parlamento, são difíceis de ultrapas-sar. E o trânsito já faz parte da rotina, porque "as zonas de fratura entre os três são impeditivas de uma gestão num mesmo espaço institucional", explica César, para quem, mesmo assim, "a situação encontrada era a possível entre as impossíveis."

OPOSIÇÃO DO AVESSO

(4)

INTERVENCÕU

AQUI, OS

PEQUENOS

FAIAM MAIS VEZES

Heloísa Apolónia e José Luís Ferreira, seguidos de perto de André Silva, são os deputados que mais falaram (pelo menos formalmente, para os microfones) no plenário. Contam com 78, 75 e 72 intervenções, respetivamente.

78

72

494,9cna

120

1

94, "IndréOb

e

4

.

140

w% co 1 PERGUNTAÇ

REPETIR MIL VEZES

A MESMA PERGUNTA

A deputada com mais dúvidas, nesta sessão, foi Ana Rita Bessa. do CDS... 1

1 1

1 ZERO PERGUNTAS

Dez parlamentares

socialistas (sem contar com o Presidente da AR, Ferro Rodrigues) não têm dúvidas. Será que também

raramente se enganam?

829

BE Joana Mortágua ... mas 751 iguais

138

%Jost‘.

4

1161

CDS Ana Rita Bessa

... bem, na verdade apresentou 1023 vezes a mesma

pergunta, que depois 1 enviou a entidades 1 diferentes 1 1

219

ZERO INTERVENÇÕES

De setembro de 2016 a julho deste ano, houve 11 deputados que não

chegaram a intervir no plenário parlamentar. Oito são do PSD, dois

do PS e um do PCP

50

47

111

140 40

3 3

PEV Heloisa Apolánia PAN André Silva BE Pedro Filipe Soares PCP Paula Santos CDS Cecília Meireles PSD Duarte Pacheco Car P os César

CDS) do que de "partidos no poder" e "oposição".

Assim, mudou muita coisa, no Parlamento? "Mudou, seguramen-te", confirma o líder parlamentar do CDS, Nuno Magalhães. Mas defende "que não foi para melhor, do ponto de

vista da clareza política". O deputado

centrista não poupa nas críticas ao Governo e aos seus parceiros.

Sus-tenta que os partidos que suportam

o Executivo "às segundas protestam, às quartas têm dúvidas e às sextas vo-

FALA-SE MAIS

DE "GERINGONÇA"

E "CARANGUEJOLA"

(PSD E CDS) DO

QUE DE "PARTIDOS

NO PODER"

E "OPOSIÇÃO"

tam" ao lado do Governo. E conclui: "o Parlamento, infelizmente, tornou-se uma encenação"

Uma crítica que tem eco nas pa-lavras de Luís Montenegro, que foi o líder da bancada parlamentar do PSD durante toda a sessão legislativa. O deputado social-democrata diz que por vezes "parece que que há um ascendente nos debates por parte das forças que apoiam o Governo face às forças que se lhe opõem". Considera que esta situação se deve "à despro-porção" que existe no Parlamento entre oposição e os restantes partidos. Este cenário, que considera "invulgar e insólito", traz maior dificuldade à oposição, já que, afirma o ex-líder da bancada social-democrata, "cada vez que um deputado do PSD ou do CDS fala, fazendo o seu trabalho de oposição, tem cinco intervenções a defender o Governo". Ainda assim, Montenegro diz que o PSD conseguiu provar que é um partido que apre-senta "várias propostas" enquanto

mantém "o escrutínio e a fiscalização necessários" para a democracia.

O JOGO DE CINTURA À ESQUERDA

(5)

8

2

xxx xx

XXX

PEV X X José Luís PAN Ferreira André Silva NÃO JUSTIFICADAS

3 Maria Luís Albuquerque (PSD) 2 Miguel Morgado (PSD)

Luisa Salgueiro (PS)

Maria Antónia Almeida Santos (PS) Filipe Anacoreta Correia (CDS) João Almeida (CDS)

Teresa Caeiro (CDS)

ZERO FALTAS

Quinze deputados do PSD nunca falharam uma sessão plenária. Mas em

termos percentuais, o partido mais cumpridor é o PEV, com 50% da bancada

presente em todas as sessões, já que Heloísa Apolónia nunca faltou

DEPUTADOS QUE NUNCA FALTARAM

1 António Leitão Amaro (PSD)

Maria Manuel Tender (PSD) Teresa Leal Coelho (PSD) Sónia Fertuzinhos (PS) José Manuel Pureza (BE) Cecilia Meireles (CDS)

1

PEV BE PSD PS PCP CDS

1/2 1/19 15/89 9/86 1/15 1/18 50,00% 36,84% 16,85% 10,46% 6,66% 5,55%

POR ONDE TERA ANDADO MARIA LUIS?

Teresa Caeiro (CDS) foi a deputada que mais faltas deu. Mas 31 das 41 faltas foram justificadas por doença, tal como 29 das 36 de Paulo Pisco (PS) que foram justificadas com trabalho político. Cinjamo-nos, assim, às injustificadas: Maria Luís Albuquerque foi a única deputada a ter três faltas que não tiveram qualquer justificação. O seu partido, o PSD, também foi o campeão das faltas injustificadas.

41

xxx

xxx

xxx

xxx

xxx

xxx

xxx

xxx

xxx

xxx

xxx

xxx

xxx

xxx

xx

CDS Teresa Caeiro (31 por doença; 5 trab. político, 3 por força maior e 2 injustificadas)

36

XXX XXX XXX XXX XXX XXX XXX XXX XXX XXX XXX XXX PS Paulo Pisco

30

„-Ax

xxx

xxx

xxx

xxx

xxx

xxx

xxx

xxx

XXX

XYX

PSD Carlos Costa Neves

13

xxx

xxx

xxx

xxx

BE Pedro Soares

9

xxx

xxx

xxx

PCP Jorge Machado 01.17= ANA AM

As reuniões pela madrugada den-tro, as conversas nos corredores e os acordos conseguidos no limite do prazo são hábitos que se introduziram na vida parlamentar. Há três posições conjuntas diferentes e é preciso jogo

de cintura das várias partes. E, claro. tem de haver cedências. Mas João Oliveira, líder da bancada parlamentar do PCP, considera que "a questão das negociações não se coloca no nível das cedências". Até porque. recorda, o partido rejeitou "o que entendeu", como no caso da TSU. Prefere olhar sim para aquilo que foi alcançado. Joào Oliveira nota que o PCP tem hoje "uma maior capacidade de influência" e diz que uma das vitórias do partido é ter conseguido provar que as suas propostas "são realizáveis".

O número de iniciativas legislativas que os parceiros do Governo apresen-tam são semelhantes aos de outras legislaturas. A diferença está na quan-tidade de propostas que são aprova-das. Mas Pedro Filipe Soares diz que

há mais coisas que mudaram. O líder da bancada do Bloco de Esquerda explica que "agora há muito mais re-lacionamento com o Governo", uma circunstância nova e "mais exigente". A gestão de todas as tarefas não é fácil, mas o líder do grupo parlamentar do BE parece ter urna receita de sucesso: "muito trabalho, muita disponibilida-de e muita abertura para o diálogo". Pode não resultar sempre e pode não ter a eficácia desejada já que, afi-nal de contas, "o Bloco de Esquerda queria ter avançado mais" -, mas até agora esta fórmula tem servido para aprovar várias iniciativas bloquistas.

E AINDA UMA ESTREIA

Caso diferente é o do PAN. O partido está pela primeira vez representado no Parlamento e a estreia surge num contexto político inédito. Olhando para a atividade do partido, André Silva mostra-se satisfeito com os números alcançados - durante esta sessão legislativa o PAN apresentou

40 projetos de lei, apenas menos oito do que o PSD. Confessa que estes dados só são possíveis "porque há uma equipa que trabalha com es-forço" e que "dorme muito pouco" para conseguir obter resultados. O deputado reconhece que a arquitetura parlamentar que se formou a seguir às eleições legislativas de 2015 pode ter beneficiado o PAN, já que "trouxe uma maior parlamentarização" à vida política portuguesa, permitindo "um maior diálogo" entre as partes.

Referências

Documentos relacionados

Os planos de previdência têm como principal objetivo a acumulação de recursos para gerar uma renda complementar ao benefício pago pelo Instituto Nacional do Seguro Social –

O livro de Crônicas esclarece o motivo para a resposta negativa: já que Davi havia passado muito tempo de sua vida em guerras, Deus queria um homem de paz para construir

O diretor da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), Edvaldo Santana, disse ontem que o atual cenário de turbulências no setor elétrico “está caminhando para

Há amplo espaço para preocupação quanto às dificuldades para aprovação de reformas necessárias à contenção do déficit público, peça crucial para o sucesso

Se nesse período crítico, ela encontra alguém que, ignorante e inescrupulosamente, lhe fornece exercícios respiratórios, e se ela segue as instruções fidedignamente na esperança

Processo de se examinar, em conjunto, os recursos disponíveis para verificar quais são as forças e as fraquezas da organização.

Nossos olhos se arregalaram por um momento, até que alguém resolveu, corajosamente, questionar: “Mas por quê?” E a resposta veio pronta: “Porque, meu filho, por mais que nós

Ao refletir sobre suas experiências, muitas mulheres perceberam que há uma enorme desvalorização do seu traba- lho por parte dos maridos e também da própria comunidade, que