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Índice de desenvolvimento Humano (idH)

4 importância das florestas plantadas para o brasil

4.5 Índice de desenvolvimento Humano (idH)

O Índice de Desenvolvimento Humano (IDH), do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), avalia a evolução da qualidade de vida da população, levando em conta os indicadores sócioeconômicos de renda, educa- ção e longevidade. O acompanhamento da evolução desse índice serve como ferramenta de análise do desenvolvimento de uma região ou localidade. Assim, é possível acompanhar a melhoria na qualidade de vida da população através da relação entre o crescimento econômico e a melhoria das condições de bem-estar social.

O IDH varia de 0 a 1 e classifica as regiões como: (i) de baixo desenvolvimento humano (de zero até 0,499); (ii) médio desenvolvimento humano (entre 0,500 e 0,799); (iii) alto desenvolvimento humano (superior a 0,800). O IDH é calculado em três dimensões: (i) vida longa e saudável, medida pela esperança de vida ao nascer, que considera a expectativa e vida em número médio de anos para uma pessoa nascida em uma determinada localidade em um ano de referência, refletindo as condições de saúde e salubridade do local; quanto maior o número de mortes nas faixas etárias mais precoces, menor será a expectativa de vida; (ii) acesso ao conhecimento, que é auferido pela taxa de alfabetização de adultos e pela taxa de escolarização bruta; e (iii) nível de vida digna, medido pelo PIB per capita, que utiliza o Produto Interno Bruto (PIB) de um país ou região (valor agregado na produção de todos os bens e serviços ao longo de um ano dentro de suas fronteiras) dividido pela população residente.

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Dentre os índices constituintes do IDH-M, a renda é o que, no curto prazo, sofre influência direta da atividade florestal, que atua no incremento da renda dos produtores rurais, na produção de matéria-prima, na agregação de valor aos produtos acabados e na promoção do crescimento econômico com o uso racional da terra. Em contrapartida, a contribui- ção social é o que irá absorver a mão-de-obra quando houver desenvolvimento de uma região. Isto poderá trazer efeitos indiretos na melhor distribuição de renda, redução dos níveis de desemprego e da desigualdade social, acesso à educação e moradia, alimentação com equilíbrio quantitativo e qualitativo, melhores condições de transporte e saneamento básico, acesso à comunicação, e assistência médica e odontológica. Neste contexto, por meio de seus indicadores (renda, educa- ção e longevidade), pode-se analisar o IDH-M dos municípios com florestas plantadas relacionadas a diferentes segmentos do setor florestal. Assim, pode-se monitorar os impactos, positivos e negativos, que a atividade pode exercer e determinar as possíveis contribuições do setor no desenvolvimento sócio-econômico da população.

Uma forma de visualização do efeito do IDH-M em um município ou região é a taxa de redução de hiato, que avalia a evolução da qualidade de vida da população enfatizando a distância entre o valor atual (ou mais recente) do IDH-M e o valor máximo que poderia ser atingido, ou seja, seu hiato. Esta taxa compara dois períodos sequenciais, demonstrando a existência de variações na qualidade de vida da população entre os mesmos. Os dados resultantes são apresentados em valores percentuais. Assim, o hiato de desenvolvimento humano é a distância entre o IDH-M do município e o seu limite máximo (1,00). A taxa de redução do hiato é obtida comparando-se o valor do hiato atual e do anterior. A taxa de redução de hiato dos indicadores sociais do IDH-M mostra onde são necessários maiores investimentos, sobretudo os de âmbito governamental. Assim, quanto maior a taxa de redução de hiato (mais próxima ao limite máximo), mais complexas as políticas de desenvolvimento municipal devem ser e menores serão seus impactos. Ao contrário, quanto menor for a taxa (mais distante estiver de 1,00) mais impactante será a adoção de medidas políticas simplificadas 1.

O gráfico 4.03 apresenta o IDH-M e seus indicadores sociais para alguns municípios selecionadas com atividade de florestas plantadas. Adicionalmente, apresentam-se tais indicadores para as respectivas capitais do estado, para comparar com o crescimento dos municípios florestais. Além disso, evidenciam-se os percentuais de crescimento no período 1991- 2000 e a taxa de redução de hiato entre estes anos.

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Gráfico 4.03 idH-m (educação, longevidade e renda) e taxa de redução do hiato de capitais e municípios envolvidos com a atividade florestal para as três dimensões do idH entre 1991-2000

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Gráfico 4.03 idH-m (educação, longevidade e renda) e taxa de redução do hiato de capitais e municípios envolvidos com a atividade florestal para as três dimensões do idH entre 1991-2000 (continuação)

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Gráfico 4.03 idH-m (educação, longevidade e renda) e taxa de redução do hiato de capitais e municípios envolvidos com a atividade florestal para as três dimensões do idH entre 1991-2000 (continuação)

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Gráfico 4.03 idH-m (educação, longevidade e renda) e taxa de redução do hiato de capitais e municípios envolvidos com a atividade florestal para as três dimensões do idH entre 1991-2000 (continuação)

101 Observa-se que o percentual de crescimento do IDH-M e de seus respectivos indicadores foram maiores nos muni-

cípios selecionados do que nas capitais em todos os casos. Estes municípios estão associados à indústria de transformação da madeira como principal atividade local. No setor de celulose e papel encontram-se Caravelas, Itapebi e Mucuri na Bahia, Brasilândia e Três Lagoas em Mato Grosso do Sul e Curiúva no Paraná; na siderurgia são destacadas Turmalina, Bom Despacho e Capelinha em Minas Gerais e nos produtos de madeira sólida são apresentados os municípios de Água Clara em Mato Grosso do Sul, Arapoti e Bituruna no Paraná.

Ao se comparar a evolução dos indicadores do IDH-M dos municípios por indicador social, verifica-se que os municípios de Caravelas, Itapebi, Mucuri, Brasilândia, Turmalina, Capelinha e Curiúva (celulose e papel e siderurgia) apre- sentaram a educação como principal fator de crescimento do IDH-M no período, devido, entre outros, à necessidade de mão-de-obra especializada para trabalhar na indústria e a melhor distribuição de renda à população. Nos municípios com produtos de madeira sólida as contribuições principais são educação e longevidade. Bom Despacho apresentou a renda como maior fator de crescimento do índice.

Quanto à taxa de redução do hiato, o indicador educação se destaca em todos os casos, apresentando as maiores taxas de redução no período analisado. Isso deve ser reflexo, entre outros aspectos, de medidas governamentais de redu- ção do analfabetismo e controle de alunos nas escolas.

Ao avaliar a evolução da qualidade de vida da população, constata-se que é mais difícil apresentar percentuais de crescimento elevados à medida que os núcleos sociais apresentam maior desenvolvimento do IDH-M. Assim os municípios considerados de alto desenvolvimento humano possuem menor crescimento em relação aos de médio desenvolvimento humano.

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