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Comércio internacional

3 MERCADO FLORESTAL

3.2 Principais Produtos Derivados de Florestas Plantadas 1 Produção e consumo

3.2.2 Comércio internacional

Segundo dados divulgados pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento - Secretaria de Relações Internacionais do Agronegócio (SRI/MAPA), o ano de 2008 apresentou superávit comercial de cerca de US$ 60,0 bilhões para o agronegócio. As exportações deste setor totalizaram US$ 71,8 bilhões, refletindo crescimento de 22,9% em relação a 2007.

Os produtos de madeira, que integram o agronegócio, também apresentaram contribuição significativa para este desempenho favorável. Prosseguindo com níveis positivos de crescimento ao longo dos anos, as exportações brasileiras totais alcançaram US$ 197,9 bilhões no acumulado de 2008, o que representou acréscimo de 23,2% frente a 2007 (US$ 160,6 bilhões).

De forma relativamente similar, as exportações brasileiras de produtos de florestas plantadas aumentaram 17,2% em 2008, quando atingiram US$ 6,8 bilhões comparados aos US$ 5,8 bilhões exportados no acumulado de 2007. O Setor de Florestas Plantadas foi, em 2008, responsável por 3% do total das exportações totais do país.

O gráfico 3.09 retrata a evolução histórica das exportações e importações brasileiras para todos os produtos entre 1999-2008, bem como o saldo (balança comercial) anual do comércio internacional do Brasil.

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Gráfico 3.09 Evolução da balança comercial de produtos de florestas plantadas no Brasil (1998-2008¹)

Fonte: SECEX (2009), adaptado por STCP.

¹ vide Notas Metodológicas – Capítulo 5 deste Anuário.

No 3º trimestre de 2008 houve valorização da moeda norte-americana frente ao Real, invertendo a tendência ob- servada para os primeiros 3 trimestres.

As exportações brasileiras de produtos de florestas plantadas apresentaram crescimento ao longo do ano de 2008, o que evidenciou os esforços empreendidos pelas empresas florestais exportadoras para se manterem competitivas e atuantes no mercado internacional.

A evolução das exportações brasileiras, por produto de florestas plantadas, é apresentada na tabela 3.03. Para o ano de referência (2008), os produtos mais representativos para a pauta de exportações foram celulose e papel, com respecti- vamente 57,4% e 28,1% de participação no total exportado dos produtos de florestas plantadas. Os demais produtos têm níveis de exportações menores, quando comparados à celulose e papel devido ao fato de grande parte de sua produção estar voltada ao mercado nacional.

79 Tabela 3.03 Evolução das exportações brasileiras de produtos de florestas plantadas (milhões US$)

Fonte: SECEX (2009), adaptado por STCP. ¹ Inclui apenas coníferas.

² Painéis Reconstituídos, segundo dados da SECEX, incluem: MDP, MDF, Chapa Dura, OSB e outros (waferboard).

³ “Outros” inclui: molduras, blocks & blancks e EGP.

Quanto ao destino da exportação brasileira de produtos oriundos de florestas plantadas, os Estados Unidos (prin- cipal importador) apresentou, em função da crise financeira no final de 2008, pequeno decréscimo em sua participação no montante total, passando de 21% (2004) para 20% (2008). Destaca-se que as exportações brasileiras de celulose no pe- ríodo de referência cresceram 127,5%. Em 2008, os Países Baixos estavam na segunda posição (20%), seguidos pela China (18%), Bélgica (11%) e Itália (11%), conforme se observa na figura 3.02. Na listagem completa de importadores de celulose, verifica-se que, em 2004, o produto brasileiro era exportado para 54 países e em 2008 para 57 países importadores.

Figura 3.02 Principais países importadores de celulose do Brasil

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Conforme é possível observar na figura 3.03, o montante total exportado do produto cresceu 61,6% em 2008 em relação a 2004. Porém, os três principais importadores permanecem os mesmos, com participações semelhantes (2004 / 2008), sendo eles Argentina (18% / 21%), Estados Unidos (16% / 12%) e Chile (7% / 7%). Os outros países importadores de papel do Brasil, que em 2004 já representavam 50% do total do volume exportado, chegaram a 53% em 2008.

Figura 3.03 Principais países importadores de papel do Brasil

Fonte: SECEX (2009), adaptado por STCP.

Para madeira serrada de pinus, o Brasil tem os Estados Unidos como principal importador, com 73% e 52% de participação do total exportado em respectivamente 2004 e 2008. Na sequência se observam o Marrocos, com 11%, e Espanha com 9% de participação em 2008, conforme se observa na figura 3.04.

Figura 3.04 Principais países importadores de madeira serrada de pinus do Brasil

Fonte: SECEX (2009), adaptado por STCP.

Quanto aos principais painéis reconstituídos, a seguir apresentam os destinos mais relevantes das exportações brasileiras de MDP (antigo aglomerado - figura 3.05), MDF (figura 3.06) e chapa dura (figura 3.07).

No comércio de MDP em 2004, os Estados Unidos responderam pela importação de 49% do total exportado pelo Brasil (US$ 51,9 milhões). A Argentina, que até então não tinha representatividade nas importações do produto, passou a importar 56% do total (US$ 9,8 milhões) em 2008, assumindo a primeira posição entre os países importadores deste produto.

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A figura 3.05 evidencia as alterações de mercado alvo do Brasil no período analisado.

Figura 3.05 Principais países importadores de MDP do Brasil

Fonte: SECEX (2009), adaptado por STCP.

O MDF apresentou grandes disparidades em relação aos países importadores. Os Estados Unidos permanecem como maior importador, passando de 16% (2004) para 29% (2008). O Chile (14%), a Alemanha (12%), a França (10%) e a Espanha (8%) aumentaram seu valor importado, visto que não eram países representativos em 2004. Além disso, os outros importadores, de menor representatividade, passaram de 43% do total em 2004, para apenas 27% em 2008, deixando a exportação deste produto concentrada em um número menor de países.

Figura 3.06 Principais países importadores de MDF do Brasil

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As exportações brasileiras de chapa dura tiveram pequena variação em valores (US$) entre 2004 e 2008. Por outro lado, o mercado alvo deste produto brasileiro teve alterações significativas no período analisado. Os Estados Unidos e a Bélgica prosseguem como os líderes do ranking, porém com a alteração de participação. Os Estados Unidos, que em 2004 representavam 56% da exportação, em 2008 representa apenas 39%. A Bélgica, por sua vez, aumentou de 10% para 18% no mesmo período. As posições seguintes foram ocupadas pela Rússia (7%), a Nigéria (7%) e a República Dominicana (3%) que, anteriormente não apareciam no ranking e evidenciam novos destinos para o mercado exportador brasileiro.

Figura 3.07 Principais países importadores de chapa dura do Brasil

Fonte: SECEX (2009), adaptado por STCP.

O compensado brasileiro de pinus apresentou queda em valor exportado entre 2004 e 2008. Isso se deve, entre outros fatores, à crescente difusão de novos produtos derivados da madeira com funções semelhantes à do compensado, porém com menor custo e boa durabilidade, como os painéis de madeira reconstituída (MDP e MDF). Além disto, houve queda acentuada da demanda por parte do segmento de construção civil norte americano. Os Estados Unidos, com participação de 48% em 2004, importou apenas 11% do total exportado do produto pelo Brasil, em 2008. Nesse mesmo ano, os principais importadores de compensado de pinus do Brasil foram a Alemanha (18%), o Reino Unido (15%) e a Bélgica (14%), sendo que a soma do volume importado por outros países (36%) supera o maior importador e evidencia a diversidade de países interessados na importação do produto brasileiro (vide figura 3.08).

Figura 3.08 Principais países importadores de compensado de pinus do Brasil

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A produção de carvão vegetal, no Brasil, é destinada basicamente ao atendimento da demanda de diversos seg- mentos da indústria (siderurgia, metalurgia, entre outros), bem como em menor escala para a utilização residencial urbana e rural. Em 2004, os Estado Unidos representaram o maior destino da produção brasileira de carvão de florestas plantadas, com decréscimo de 42% para 24% na participação em 2008 (figura 3.09). Em 2008, o Reino Unido manteve-se na segunda posição, com 22%, seguido da França, Bélgica e Alemanha com 14%, 11% e 10% respectivamente de representatividade.

Figura 3.09 Principais países importadores de carvão vegetal do Brasil

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