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a situação favorável do Brasil no iaiF Brasil e a atração de novos investimentos em florestas plantadas

síntese de florestas plantadas no brasil em

2 Silvicultura de FloreStaS PlantadaS 1 destaques da Silvicultura em

2.1.2 a situação favorável do Brasil no iaiF Brasil e a atração de novos investimentos em florestas plantadas

• Liderança do Brasil no IAIF

O Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) desenvolveu nos últimos anos o chamado Índice de Atração ao Investimento Florestal (IAIF), que tem por objetivo avaliar a atratividade do setor florestal dos países latino-americanos aos investimentos diretos, e assim orientar investidores sobre os países com maior potencial de êxito nos investimentos aplica- dos no setor florestal. O índice varia em uma escala entre 0 a 100, na qual quanto maior a pontuação, maior a atratividade de um país aos investimentos florestais.

A metodologia de construção e atualização do IAIF tem por base três sub-índices: SUPRA, INTER e INTRA Setorial. O sub-índice SUPRA Setorial calcula o impacto macro-econômico e outros fatores que afetam a rentabilidade dos negócios em todos os setores produtivos de um país. Por sua vez, o sub-índice INTER Setorial mede os fatores que são gerados em outros setores econômicos, mas que afetam o desempenho dos investimentos diretos no setor florestal, enquanto o Sub- índice INTRA Setorial avalia os fatores intrínsecos ao setor florestal que afetam a rentabilidade dos negócios florestais. A primeira classificação do IAIF ocorreu em 2005 (com dados base de 2004), quando o Brasil se posicionou como o líder para receber investimentos no setor na América Latina. Em 2008, o BID publicou uma revisão do índice (com base em dados base de 2006) e novamente o Brasil se manteve na liderança, mostrando seu alto potencial para receber investimentos florestais.

A tabela 2.01 apresenta a classificação dos 10 países latino-americanos com melhor desempenho no IAIF nos anos 2004 e 2006. Outros países do Cone Sul como o Chile, Argentina e Uruguai estão entre os principais na classificação do IAIF, em ambas as avaliações, embora com pontuação significativamente menor que o Brasil.

Os resultados do desempenho do Brasil para cada fator (sub-índice) do IAIF em 2004 e 2006 podem ser observados na tabela 2.02. A mesma também evidencia a máxima classificação possível e o crescimento potencial para o país em cada sub-índice.

O Brasil tem integrado suas vantagens competitivas no setor florestal através das condições naturais favoráveis, conhecimentos científicos e capacidade empreendedora, o que resulta em um potencial altamente competitivo de cres- cimento. Apesar do país ser uma das melhores opções para investimentos em ativos florestais, há fatores que necessitam ser melhorados para aumentar o potencial de receber investimentos.

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tabela 2.01 Principais países no ranking do iaiF 2004 e 2006

Fonte: BID (2008), adaptado por STCP.

Em linhas gerais, o Brasil apresentou melhoria de 47% e 20%, respectivamente, na média dos fatores dos sub-índices SUPRA e INTER-setoriais entre 2004 e 2006. Os fatores do IAIF que mais favoreceram o desempenho favorável do país em 2006 foram o seu mercado de capitais, infra-estrutura econômica e social, apoio aos negócios florestais e industriais, tamanho do mer- cado doméstico e a disponibilidade de terras de vocação florestal. Dentre os maiores crescimentos dos fatores INTER-Setoriais, evidencia-se a melhoria das políticas agrícolas, cuja pontuação cresceu 307% entre 2004 e 2006 e a redução nas restrições de plantio e colheita (melhoria de 225%). Em menor grandeza, mas não menos importante, está a taxa de câmbio (melhoria de 186% na pontuação), neste caso atingindo em 2006 a máxima pontuação possível. Por outro lado, alguns fatores sofreram perdas, entre eles alguns dos sub-índices INTRA-Setorial, tomando por base a deterioração da percepção de players do setor florestal na redução de apoio às empresas florestais.

O Brasil ainda enfrenta obstáculos para melhorar sua posição em importantes indicadores, tais como ações adversas (ex: subsídios à agricultura, restrições ao manejo de algumas espécies, ampliação de restrições para a reserva legal e áreas de preservação permanente, entre outros) e recurso florestal (área disponível para plantio florestal em um país). Assim, para o país melhorar seu desempenho e efetivamente atrair mais e maiores investimentos florestais, o setor de florestas plantadas deverá receber mais atenção do Governo através de políticas voltadas especificamente ao seu desenvolvimento.

O potencial de crescimento do IAIF brasileiro é de 65%, apontando a lacuna que se tem para implementar políticas para melhorar ainda mais a capacidade de atração de investimento florestal (tabela 2.02).

Cabe ressaltar que sobre a base da estrutura do IAIF se desenvolve uma metodologia para a implantação do chama- do Processo de Melhoria do Clima de Negócios para Investimentos no Setor Florestal (PROMECIF). O PROMECIF incorpora os fatores e indicadores que integram o IAIF, a fim de orientar as autoridades governamentais a diagnosticar o ambiente doméstico para investimento e desenvolver medidas para ajustar esses fatores, tornando seu país mais atrativo aos inves- timentos diretos no setor florestal.

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tabela 2.02 resultados do iaiF no Brasil por sub-índice em 2004 e 2006

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• Atração de novos investimentos em florestas plantadas no Brasil

Na análise e seleção de um ou mais países para investimento, cada vez mais investidores internacionais levam em conta, principalmente, as características econômicas dos mesmos. Para auxiliar estes investidores em suas decisões, algumas agências de classificação de riscos possuem índices de riscos (ratings) que representam a probabilidade de inadimplência de um país. Este índice subdivide os países entre aqueles com grau de investimento (Investiment Grade) que indica probabilidade baixa ou moderada de inadimplência e aqueles com grau especulativo (Speculative Grade) com alta probabilidade de inadimplência, ou onde esta já acontece.

Em 2008, o Brasil passou de grau especulativo para grau de investimento no índice de credit ratings da agência Standard & Poors, permitindo ao país captar recursos externos a juros menores (menor prêmio de risco em títulos de dívida).

O Brasil apresenta vários fatores atrativos aos investidores estrangeiros, dentre eles a possibilidade de acesso a um mercado interno consumidor amplo e crescente e uma maior estabilidade política. Em tempos de crise econômica internacional, de escassez de oferta de crédito externo e de um menor patamar de investimentos, o Brasil se tornou uma alternativa viável aos grupos empresariais que ainda dispõem de maior liquidez e estão dispostos a investir. As vantagens competitivas e comparativas do país no setor florestal, principalmente em florestas plantadas de rápido crescimento, per- mitem maior garantia de elevado retorno econômico a estes investidores.

No Brasil, o setor florestal tem se desenvolvido principalmente com base em investimentos diretos de origem doméstica. No entanto, os investimentos de origem estrangeira também têm crescido. Para investimentos no curto prazo, espera-se que a crise financeira mundial apenas atrase os investimentos previamente anunciados no setor florestal. Já para investimentos no médio e longo prazos, há a expectativa de implementação de mega-investimentos na silvicultura de florestas plantadas e na indústria de base florestal nacional. Esta perspectiva promete elevar os níveis de produção, tanto nas florestas quanto nas transformações industriais, para patamares nunca antes observados.