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1.1. O fenómeno do envelhecimento

1.1.2. Índices de envelhecimento e dependência

Nesta secção, daremos especial ênfase aos índices de envelhecimento e especialmente, ao índice de dependência total, com o intuito de se contribuir para a compreensão da tendência

A dependência nos autocuidados (deambular e transferir-se) na população idosa

do envelhecimento do indivíduo e a sua propensão para a adquisição de dependência física.

a) Índice de envelhecimento

Relação entre a população idosa e a população jovem, definida habitualmente como o quociente entre o número de pessoas com 65 ou mais anos e o número de pessoas com idades compreendidas entre os 0 e os 14 anos (expressa habitualmente por 100 pessoas dos 0 aos 14 anos), (Instituto Nacional de Estatística [INE], 2012).

O envelhecimento da população representa um dos fenómenos demográficos mais preocupantes das sociedades modernas do século XXI. Este fenómeno tem marcadamente reflexos de âmbito socioeconómico, com impacto no desenho das políticas sociais e de sustentabilidade, bem como alterações de índole individual através da adoção de novos estilos de vida (INE, 2012).

Em Portugal, a proporção da população com 65 ou mais anos é, em 2011, de 19%. Este valor contrasta com os 8% verificados, em 1960, e com os 16% da década anterior.

O índice de envelhecimento da população reflete também esta tendência. Em 2011, o índice de envelhecimento acentuou o predomínio da população idosa sobre a população jovem. Os resultados do censos 2011 indicam que o índice de envelhecimento do país é de 128, o que significa que Portugal tem hoje mais população idosa do que jovem e que por cada 100 jovens há hoje 128 idosos. Em 2001, havia 85 municípios com o índice de envelhecimento menor ou igual a 100. Em 2011, este valor é de 45 (INE, 2012).

Segundo o INE (2009), como referido por Ribeiro e Paúl (2011), nas projeções de população residente em Portugal 2008-2060, a proporção de jovens com menos de 15 anos diminuirá, a par de um aumento do peso relativo da população com 65 ou mais anos, que se prevê que duplique nestes próximos 50 anos, ou seja, passe de 17,4% (116 pessoas por 100 jovens) em 2008, para 32,3% (271 pessoas idosas por 100 jovens) em 2060. Para o aumento da população mais velha contribuirá, sobretudo, o grupo de 80 ou mais anos, que passará dos atuais 4,2% para 12,7% - 15,6%, em 2060.

Na Tabela 1 podemos analisar o Índice de Envelhecimento no concelho de Ribeira de Pena, relacionando com o nosso país, que apresenta valores aproximados de 128. Neste concelho, por cada 100 jovens existem 197,5 pessoas idosas.

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Tabela 1.

Índice de envelhecimento no concelho de Ribeira de Pena em 2011

Local de residência

Índice de envelhecimento (N.º) por Local de residência 2011 Portugal 127,6 Continente 130,5 Ribeira de Pena 197,5 Fonte: INE, 2012

Na Tabela 2 estão definidos os mesmos dados para as 7 freguesias do concelho, observando, podemos tirar conclusões sobre a freguesia em estudo, Alvadia, a segunda freguesia com valores mais elevados no envelhecimento. Nesta freguesia, por cada 100 jovens existem 447,1 pessoas idosas.

Tabela 2.

Índice de envelhecimento, por freguesia, no concelho de Ribeira de Pena em 2011

Local de residência

Índice de envelhecimento (N.º) por Local de residência 2011 Alvadia 447,1 Canedo 620 Cerva 156,2 Limões 250

Ribeira de Pena (Salvador) 209,3

Santa Marinha 270,7

Santo Aleixo de Além-Tâmega 264,3

Fonte: INE, 2012

b) Índice de dependência de idosos

Relação entre a população idosa e a população em idade ativa, definida habitualmente como o quociente entre o número de pessoas com 65 ou mais anos e o número de pessoas com idades compreendidas entre os 15 e os 64 anos (expressa habitualmente por 100 pessoas com 15-64 anos), (INE, 2012).

A Tabela 3 apresenta valores relacionados com o índice de dependência de idosos no mesmo concelho, em que por cada 100 pessoas em idade ativa existem 42,3 idosos, relacionando com o país, o concelho apresenta valores mas elevados em 13,5%.

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Tabela 3.

Índice de dependência de idosos no concelho de Ribeira de Pena em 2011

Local de residência

Índice de dependência de idosos (N.º) por Local de residência 2011 Portugal 28,8 Continente 29,3 Ribeira de Pena 42,3 Fonte: INE, 2012

Figura 2. Índice de dependência de idosos, por freguesias, no concelho de Ribeira de Pena em 2011 (INE, 2012)

A Figura 2 remete-nos para a realidade das freguesias do concelho relacionado com a mesma temática. Na freguesia que mais importa analisar, temos 73,8 idosos por cada 100 pessoas em idade ativa, Cerva é a freguesia que revela menor índice de dependência, 36,4 idosos.

c) Índice de dependência total

Relação entre a população jovem e idosa e a população em idade ativa, definida habitualmente como o quociente entre o número de pessoas com idades compreendidas entre os 0 e os 14 anos conjuntamente com as pessoas com 65 ou mais anos e o número de pessoas com idades compreendidas entre os 15 e os 64 anos (expressa habitualmente por 100 pessoas com 15-64 anos), (INE, 2012).

Alvadia; 73,8 Canedo; 73,8 Cerva; 36,4 Limões; 60,8 Salvador; 42,2 Santa Marinha; 45,8 Santo Aleixo de Além- Tâmega; 51,6

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O índice de dependência total é um indicador que permite uma perceção sobre os esforços que a sociedade exerce sobre a população ativa. Os resultados do censos 2011 permitem quantificar que o esforço da sociedade sobre a população ativa se agravou na última década em 4% e que, a menos que se verifique uma inversão da diminuição da natalidade, este indicador tenderá a agravar-se (INE, 2012).

O Censos de 2011 revela também que, na última década, o índice de dependência total aumentou de 48, em 2001, para 52, em 2011 (INE, 2012). O agravamento do índice de dependência total é resultado do aumento do índice de dependência de idosos que aumentou cerca de 21% na última década. O índice de dependência de jovens teve, no mesmo período, um comportamento contrário, assinalando uma diminuição de cerca de 6%.

d) Índice de longevidade

Relação entre a população mais idosa e a população idosa, definida habitualmente como o quociente entre o número de pessoas com 75 ou mais anos e o número de pessoas com 65 ou mais anos (expressa habitualmente por 100 pessoas com 65 ou mais anos), (INE, 2012).

O índice de longevidade relaciona a população com 75 ou mais anos com o total da população idosa com 65 ou mais anos. Na região Norte, o índice de longevidade aumentou na última década, passando de 40,4, em 2001, para 46,8, em 2011. As mulheres, em 2011, apresentam um índice de longevidade superior ao dos homens, 49,7 e 42,6, respetivamente. A evolução verificada na região é coincidente com o que ocorreu em termos nacionais em que este indicador cresceu de 41,4, em 2001, para 47,9, em 2011 (INE, 2012).

Referenciados os índices de envelhecimento, dependência e longevidade, importa agora fazer a caracterização do envelhecimento e capacidade funcional.