• Nenhum resultado encontrado

6. AÇÕES DE NATUREZA CIENTÍFICO PEDAGÓGICA

6.5. Ação Científico Pedagógica Coletiva Enquadramento

No âmbito do Estágio Pedagógico do 2º ano de Mestrado em Ensino de Educação Física nos Ensinos Básico e Secundário da Universidade da Madeira, foram realizadas Ações Coletivas Científico Pedagógicas, abordando as temáticas relacionadas com a Educação, e mais especificamente, com a disciplina de EF.

Todos os anos as ações científico-pedagógicas têm temas diferentes. Este ano a temática geral intitulou-se “Contributos práticos para a abordagem da Educação Física” consistindo em abordar as diferentes didáticas de ensino fossem elas coletivas, individuais ou alternativas e de que forma determinadas estratégias poderiam ser úteis para a sua abordagem nas aulas de EF. Esta temática surgiu na medida em que algumas matérias não seriam abordadas como prova de falta de motivação por parte dos alunos. Assim algumas abordagens foram salientadas (GeoCaching, Orientação, Atletismo, Capoeira, ARE, Andebol, Smashball e Ginástica), não no sentido de substituir aquilo que já existe, não no sentido de mostrar como é que a EF deve ser lecionada, mas sim demonstrar que possíveis estratégias podem ser usadas através das temáticas referidas para conseguirmos motivar os alunos para a prática, tendo em conta objetivos comuns.

A ação foi englobada na formação contínua de educadores e de professores, no sentido de fornecer uma abordagem prática e facilmente aplicável, através de situações de aprendizagem que procuram acompanhar as tendências evolutivas culturais de uma sociedade em constante mudança.

Como já foi referido anteriormente um dos objetivos passa por complementarmo-nos na nossa formação, desafiarmo-nos a nós mesmos, aproximarmo-nos dos nossos limites daí, mais uma vez, o desafio em investigar sobre uma temática fora da zona de conforto, DC, mais especificamente a Capoeira. Existem diversas razões para os professores de EF não abordarem os DC, entre elas a necessidade de formação específica, material específico e falta de tempo no programa anual (Figueiredo, 1998). Todavia, julgamos que não devem haver justificações deste tipo, pois quando queremos algo e consideramos importante temos de fazer acontecer, colocando o aluno no centro do processo.

Esta temática já tinha sido abordada pelo colega de estágio na sua ACPI. Consequentemente aproveitámos o facto de esta matéria ter sido considerada uma lacuna apontada pelos professores do GEF para tentar demonstrar que não é necessário ser nenhum especialista da área para poder proporcionar aos alunos experiências que consideramos fundamentais no seu crescimento pessoal, social e comportamental.

Sendo assim, realizámos um pequeno estudo, com recolha de dados quantitativos, através do qual procurámos perceber qual a opinião dos professores e alunos em relação aos DC e, mais especificamente sobre a Capoeira, tentando também perceber se existiam diferenças na satisfação dos alunos em relação à matéria após aulas lecionadas por um professor “expert” na matéria e outro sem formação específica na área.

6.5.1. Objetivos - ação e do módulo da abordagem da Capoeira na Escola Objetivo Geral

 Explorar e apresentar estratégias alternativas para a abordagem da EF.

Objetivos específicos

 Enquadrar a Capoeira nos DC e no PNEF;

 Expor uma metodologia de abordagem em meio escolar;  Apresentar casos concretos de intervenção na escola:

o Analisar a perceção dos professores em relação à matéria dos DC e da Capoeira;

o Perceber o que leva nas aulas de Educação Física; à lecionação, ou não, dos DC e da Capoeira;

o Analisar a perceção dos alunos em relação à matéria dos DC e à experiência de Capoeira;

o Avaliar a satisfação dos alunos após uma experiência de Capoeira numa aula; o Perceber se existem diferenças na satisfação dos alunos entre a atuação de um

professor com formação específica e de um professor sem formação específica em Capoeira.

 Fornecer ferramentas de atuação.

6.6. Métodos e procedimentos

Salientamos que este processo envolveu dois tipos de planeamento considerando a ação geral, envolvendo todos os módulos, e a ação específica dos dois estagiários. Tivemos que trabalhar em grupo procurando resolver problemas que diziam respeito ao local e data da ação, definição do público-alvo, organização da ação, definição dos temas comuns e divulgação da mesma.

Definimos então o seguinte cronograma tendo em conta o planeamento da mesma:

 Definição do tema geral da ação (objetivos, módulos, preletores convidados e respetivos temas);

 Definição e avaliação de protocolo a aplicar na escola (módulo 1);

 Aplicação do protocolo (lecionação de aulas e recolha de dados através dos questionários aplicados;

 Análise dos dados e realização do Power Point;  Divulgação:

o Contacto direto com os professores;

o Envio de e-mail para o correio eletrónico de professores, associações desportivas, escolas, delegados de grupo disciplinar, diretores de Conselho Executivo dos diferentes núcleos de estágio, no sentido de convidar a estarem presentes como também solicitando a divulgação da ação;

o Criação de página de Facebook e convite dos potenciais interessados; o Vídeo promocional colocado na página de Facebook;

o Cartaz de divulgação da atividade (ver anexo N) e programa (ver anexo O) anexado ao e-mail enviado às diferentes entidades e afixação do mesmo na sala de professores dos grupos disciplinares e possíveis escolas dos diferentes concelhos de habitação e não só dos estagiários.

o Criação de site pelos serviços académicos de forma a realizar a inscrição de participantes;

 Requisição do material e instalações;

 Realização de um questionário sobre a ação;  Realização de compras para o coffee break;

 Supervisionamento do sistema de som, projetor e apresentações;  Elaboração da ficha de presenças.

A organização da ação também ficou a nosso cargo. Existiu uma dinâmica entre os diferentes núcleos de estágio no sentido de dividir tarefas no dia definido para ação. Assim quem apresentasse no dia 20 de fevereiro estaria liberto de tarefas operacionais a desempenhar no próprio dia, invertendo os papéis no dia 5 de março. Sendo assim destacaram-se as seguintes tarefas a realizar:

 Preparação da sala do senado e verificação do material (microfones, projetor, computador);

 Organização da sala 1 para o coffee break;  Secretariado – controlo de entradas e saídas;

 Entrega do microfone durante o período de questões;  Colocação dos nomes dos respetivos preletores;

 Localização da sala do senado através da colocação de setas indicativas.

A ação estava planeada para dois dias, como já foi referido anteriormente, sendo que o tempo previsto para cada módulo ficou ao critério de cada núcleo, tendo em conta o tempo necessário para a componente teórica e prática num total de 16 horas. As apresentações teóricas foram realizadas em sequência para evitar constante mudança de espaço passando depois para a componente prática das referidas didáticas apresentadas em cada dia. Deste modo, a ação ficou organizada da seguinte forma:

Dia 20 de fevereiro

 Módulo 1 - “Abordagem da Capoeira na escola”;

 Módulo 2 – “Orientação e Geocaching: Uma abordagem em contexto escolar”

Dia 5 de março

 Módulo 3 – “Implementação do Modelo de Educação Desportiva numa Unidade Didática de Ginástica: Contributo para a Motivação e Autoeficácia de alunos do 3º ciclo”;

 Módulo 4 - “ARE em âmbito escolar: problemas e soluções”;

 Módulo 5 – “O jogo e as suas possibilidades metodológicas no processo de ensino- aprendizagem nas aulas de Educação Física”.

Especificando a nossa temática salientamos a nossa intervenção: “Abordagem da Capoeira na Escola” precedida das apresentações da Mestre Susana Barreto: “Capoeira em contexto escolar” e

Mestre André Pinto “ Desporto: meio de transformação do Homem – Capoeira como ferramenta”. Seguidamente passámos à componente prática com a intervenção do Grupo Ginga Capoeira e da aula proporcionada pelos dois professores estagiários com algumas situações de aprendizagem.

No final do segundo dia foram entregues questionários de satisfação aos professores de forma a “avaliar” a pertinência dos conteúdos apresentados na ação assim como analisar problemas ou possíveis sugestões para ações futuras.

6.7. Principais ilações da ACPC - Contributos práticos para a abordagem da