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Com a colonização da América houve a criação de novas identidades sociais baseadas na raça (índios, negros e mestiços), pois essa redefinição de identidades sociais deixa de designar apenas a procedência geográfica (espanhol, português, europeu) e passar a ter uma conotação racial associada às hierarquias, lugares e papéis sociais. Raça e identidade racial tornaram-se instrumentos de classificação social básica (QUIJANO, 2007). A idéia de que povos diferentes eram “raças” inferiores, produtores de culturas inferiores e representavam o passado, o atraso, o primitivo justificou genocídios e outras atrocidades como o comércio e escravidão de seres humanos.

Clóvis Moura (1992) revela que após a longa travessia oceânica, os africanos sobreviventes estavam complemente destituídos da condição humana. Em terra firme recebiam uma nova religião através do batismo católico e novos nomes. O cristianismo, religião que imperava na Europa no período das grandes navegações, impunha um modelo de humanidade que não condizia com os indivíduos encontrados nos novos territórios conquistados. O homem europeu foi obrigado a rediscutir seu conceito de humanidade e concluiu que os índios e os negros não eram humanos, nem tinham alma.

Transformados em “coisa”, eram propriedade ou bem de alguém. Como tal, podiam ser leiloados, vendidos, comprados, alugados, penhorados, hipotecados. Oriundos de diversas regiões e culturas do continente africano, esses povos perdiam o direito à propriedade do seu corpo, a sua língua, a sua memória, a sua origem, a sua identidade. Era praticamente impossível para um escravo viver em família. Os colonizadores preferiam negociar e comprar escravos de diferentes línguas e etnias, evitando assim que estes se ressocializassem e recriassem laços de afetividade ou sentimento de grupo.

Quijano (2007) aponta que nos três séculos seguintes da colonização das Américas, foi decretado o apagamento das identidades dos diversos grupos humanos não-europeus: incas, astecas, maias, quibchas, entre outros, tornaram-se simplesmente índios. Da mesma forma, haussás, zulus, iorubas, monjolos, angola, congos, entre tantos outros, tornaram-se apenas negros.

Tão grande foi o contingente de africanos que a Cidade da Bahia recebeu que esta se tornou famosa pela alta proporção de negros em sua população. Alguns viajantes a descreveram como uma nova Guiné (AZEVEDO, 1996), ou expressaram essa face que a tornou característica. Assim o fez o francês Avé-Lallemant, em 1859:

Tudo parece negro: negros na praia, negros na cidade, negros na parte baixa, negros nos bairros altos (...) tudo que corre, grita, trabalha, tudo que transporta e carrega é negro; até os cavalos dos carros na Bahia são negros (...) Esses homens cor de azeviche formam o mais admirável grupo atlético que se possa ver. Põem-se em marcha aos gritos e com certo entusiasmo bélico. O suor escorre-lhes pelo corpo nu, retesam-lhes todos os músculos, salientes, bojudos; as partes carnudas das espáduas e a parte superior do braço são muitas vezes idealmente belas; Miguel Ângelo não as teria esculpido mais perfeitas no mármore (...). Carregar um peso é quase uma dança; o ritmo da marcha nesse trabalho é quase como o dum cortejo sálio. Os próprios gritos têm de ser rítmicos, os músculos do peito têm que ajudar (apud MOURA, 1998, p.28).

No entanto, a violência da escravatura e do racismo não foram suficientes para que esses povos se submetessem passivamente à servidão. A reação veio através da rebeldia materializada em suicídios, assassinatos, banzos, infanticídios, rebeliões coletivas, formação de quilombos. Reminiscências da vida e dos valores de seus respectivos grupos ancestrais foram reavivadas, reinterpretadas e recriadas, dando a forma de uma cultura negra no Brasil que não é, senão, a reconstrução de uma africanidade em solo brasileiro, resultado do cruzamento de múltiplas culturas e estratégias de continuidade do ethos africano.

As diversas culturas dos negros afirmaram - se no Brasil a partir do século XIX, resultando de uma conjuntura de total desgaste do sistema escravista. Nessa situação, o corpo negro era o espaço da resistência, pois dominando seu próprio corpo, o negro escravo reiterava sua condição humana (SODRÉ, 2002).

Na cultura negra, as regras básicas são a obrigação (de dar) e a reciprocidade (receber e restituir); ou seja, ela funciona por meio da troca. Essa troca acontece no grupo e não exclui nada: animais, plantas e homem que compõem o campo onde é possível a troca (SODRÉ, 1983). É esse um ponto de divergência com a cultura ocidental, pois esta última não admite outra forma de concepção de realidade, senão a própria, que separa a vida e a morte. Especialmente para aqueles negros nagô, predominantes no Recôncavo Baiano, existe uma força vital presente em todas as entidades: o axé. Mas é preciso o contato de dois seres para que possa existir. Pode variar de intensidade, tamanho, mas é percebida e transmitida através da relação do indivíduo com os princípios cósmicos (orixás), com os irmãos de linhagem, com os ancestrais ou com os descendentes (SODRÉ, 1983, p. 129).

Nesses grupos, até mesmo o saber difere, pois ele não é uma força viva, não é uma abstração de conceito. Para tê-lo é preciso absorver o axé. A cultura negra consolidou- se no Brasil como estratégia de resistência à ideologia dominante, mas de modo heterogêneo e independente da história da África e da conjuntura implementada pelo processo colonizador e civilizatório no Brasil. As formas encontradas em terras brasileiras variavam entre si e mantiveram inclusive as "formas essenciais da diferença simbólica" (SODRÉ, 1983, p.133).

Os negros também buscaram se reorganizar socialmente através da criação de associações, tais como caixas de poupança para a compra de escravos, confrarias, conselhos, preservação de cultos ancestrais e manutenção de uma língua africana (ioruba), como a língua usada nos rituais (ALBUQUERQUE; FRAGA FILHO, 2006).

Segundo Muniz Sodré (1983), apesar das dificuldades enfrentadas, o negro boçal (aquele africano não integrado à vida brasileira) e os crioulos negros — ou mulatos, livres ou não, nascidos no Brasil — se fortaleciam enquanto grupo. Os primeiros traziam mais fortes os valores tradicionais da vida comunitária no continente africano. E são eles ou aqueles próximos a eles que criam a primeira comunidade de terreiro nagô (egbé) na cidade de Salvador, Bahia. Os terreiros de candomblé foram os espaços encontrados para a ressocialização do homem negro, nos quais ele procurou recriar e preservar a sua tradição e sua cultura. Tornou-se, a religiosidade do Candomblé, o território da resistência e de afirmação:

O patrimônio simbólico do negro brasileiro (a memória cultural da África) afirmou-se aqui como território político-mítico-religioso, para a sua transmissão e preservação. Perdida a antiga dimensão do poder guerreiro, ficou para os membros de uma civilização desprovida de território físico a possibilidade de se “reterritorializar” na diáspora através de um patrimônio simbólico consubstanciado no saber vinculado ao culto aos muitos deuses, à institucionalização das festas, das dramatizações dançadas e das formas musicais (SODRÉ, 2002, p.53).

O candomblé se fortalece enquanto prática religiosa durante todo o período da escravidão, mas especialmente na primeira metade do século XIX. E nesse período, o Estado institui importantes traços simbólicos para a identidade nacional brasileira como a vinda da Missão Artística Francesa, em 1816, e a fundação da Academia Imperial de Belas Artes, em 1826 (SODRÉ, 2002). Para Sodré (2002), a preservação de uma mitologia africana era uma maneira de manter vivas as suas próprias origens. Os terreiros eram o espaço em que a origem era transformada e reinterpretada em solo brasileiro, resistindo à ideologia dominante e dando-lhes uma alternativa de humanidade. Essa territorialização foi elemento imprescindível para a formação de um novo sentimento de grupo e de identidade entre os homens e mulheres escravizados no Brasil. Espaços de sociabilidade e solidariedade como os dessas comunidades litúrgicas

afro-brasileiras, territórios negros urbanos e rurais (quilombos) constituíram o povoamento do Brasil e de cidades como Salvador:

... a territorialização não se define como mero decalque da territorialidade animal, mas como força de apropriação exclusiva de espaço (resultante de ordenamento simbólico), capaz de engendrar regimes de relacionamento, relações de proximidade e distância (SODRÉ, 2002; p.14).

A cidade de Salvador, assim como em toda parte do mundo que experimentou o escravismo, conviveu com inúmeras formas de resistência negra. Entre estas, destacamos a formação dos mocambos ou quilombos. A palavra quilombo, segundo Reis (1995, p.16), deriva de kilombo, “uma sociedade iniciática de jovens mbundu adotada pelos invasores jaga (ou imbangala), estes formados por gente de vários grupos étnicos desenraizada de suas comunidades.” No século XVIII, o rei de Portugal descrevia o quilombo como “toda habitação de negros fugidos que passem de cinco, em parte despovoada, ainda que não tenham ranchos levantados nem se achem pilões neles” (MOURA, 1993, p.11). Embora o termo quilombo tenha se popularizado após a ocorrência do Quilombo dos Palmares (século XVII), em Alagoas, tal definição instituída pelos portugueses tornou muito maior a ocorrência desses agrupamentos ao olhos da sociedade da época. Palmares é um dos mais significativos quilombos da história. Reuniu alguns milhares de pessoas num modelo de sociedade oposto ao vigente naquela época e resistiu durante quase cem anos, desestabilizando o sistema escravocrata do Brasil. Muitos quilombos formaram-se, inicialmente, através da reunião de fugitivos individuais, mas aos poucos foram sendo reforçados com as fugas coletivas. Nesses espaços conviviam não só africanos e seus descendentes, mas também soldados desertores, indígenas, perseguidos pela justiça, aventureiros (REIS, 1995). O historiador João Reis (1995) considera ainda que os quilombos inscrevem-se dentro do que podemos denominar revoltas escravas devido a sua estrutura de defesa militar e às tentativas de sublevação de escravos nos engenhos e fazendas. A maioria deles ficava no entorno das cidades ou centros produtivos e “mantinham redes de comércio, relações de trabalho, de amizades, parentesco, envolvendo escravos ainda assenzalados, negros livres e libertos, comerciantes mestiços e brancos” (REIS, 1995, p.18). Gomes (2005) acrescenta que:

Ainda que houvesse ordens reais determinando o cultivo de alimentos (principalmente mandioca) juntamente com a cana-de-açúcar, visando ao abastecimento de Salvador, os fazendeiros do Recôncavo sempre se mostraram resistentes a isto.

Houve, assim, a entrada dos quilombolas no circuito de abastecimento. Feijão, milho, mandioca e outros excedentes produzidos em alguns mocambos podiam tanto ser trocados com os escravos nas senzalas, com taberneiros, como ser enviados para os mercados locais (até mesmo Salvador), por meio de vários intermediários comerciais (GOMES, 2005, p.408).

Esses grupos tinham um caráter flutuante ou móvel, pois devido à proximidade com núcleos de povoamento, fazendas ou lavras eram constantes os ataques de capitães-do- mato (milícia formada especificamente para o combate à fuga de escravos). Os aquilombados foram responsáveis pelo desbravamento e povoamento de diversas regiões do país. Em Salvador, capital da colônia, o fenômeno foi o mesmo: a parte administrativa ou a cidade “oficial” foi cercada por núcleos quilombolas responsáveis pela conformação geográfica atual da cidade. Destacamos os Quilombos de Nossa Senhora dos Mares, do Cabula, do Rio Vermelho, do Urubu e Buraco do Tatu ou de Itapuã .

Entre esses territórios, o mais importante foi o do Buraco do Tatu, situado na estrada que ligava Campinas de Pirajá a Santo Amaro de Ipitanga (atual cidade de Lauro de Freitas). Nessa área, também hoje chamada de Miolo Urbano de Salvador, encontravam-se ainda os Quilombos de Pirajá, Campinas de Pirajá, Mata Escura e do Urubu. Hoje nesse território encontram-se: a mata pertencente à Área de Proteção Ambiental (APA) Joanes-Ipitanga; o bairro de Itapuã e os bairros que hoje constituem o Complexo Habitacional Cajazeiras, um aglomerado de bairros ou conjuntos habitacionais populares e favelas construídos a partir dos anos 1970.

O Quilombo do Urubu, conforme enfatiza Pedreira (1973), formou-se em 1826 nas matas do sítio Cajazeiras. Foi bastante combativo e perseguido, pois corria o boato de que os quilombolas planejavam uma revolução em Salvador. Sob a acusação de protagonizar um ataque a lavradores nas imediações do Cabula, iniciou-se a caçada final a esses guerreiros no final do mesmo ano, e os sobreviventes foram presos no Forte do Mar. A destruição, segundo Pedreira (1973), se deu em 17 de dezembro como descreve um dos comandantes da tropa denominado de José Balthazar da Silveira:

Participo a V. Sas. que marchando da Cidade às dez horas do dia. Como me foi por V. Sas. ordenado, com doze soldados e um cabo, para o Cabula, e chegando a Estrada do 1º lugar tive notícia que os negros estavam reunidos em o lugar denominado - Urubu - em número pouco mais ou menos de cinqüenta, e também algumas Negras, e procurando para ver se os descobria, encontrei com um Capitão de Assaltos, e mais dois Crioulos gravemente feridos, ai soube terem sido aqueles feridos pelos negros que se achavam alevantados; com esta notícia deliberei-me a segui-los e finalmente descobri em uma baixa do ponto do Urubu onde já encontrei com um Sgto. e 20 soldados do Regimento de Pirajá, e unindo-me com esta força fui exercer a sua destruição, o que sendo percebido pelos referidos pretos, poz eram-se em defesa fazendo isso uso de um carro de boi com um ferro na parte inferior que formava uma espécie de corneta, e como viessem armados de facas, Facões, Lazarinas e Lanças e mais outros instrumentos curtos, gritei-lhes que se entregasse, mais eles lançando-se furiosos sobre a tropa, gritavam Mata, e Mata. Foi-me necessário mandar fazer fogo, com o que consegui desperçarem-se, e indo em alcance prendi a negra Zeferina, a qual se achava com arco e flexa na mão, e achei três negros mortos e uma negra, e alguns sacos de farinha e bolacha, e como já fosse noite e eu não tivesse certeza onde se achasse os despersados negros por que todos tinham fugido deixei perto do referido lugar o mencionado Sgto. e Soldados de Pirajá, para observar qualquer movimento que houvesse, retirando-me as sete horas e entregando neste Qel. A preta apreendida com o arco e flexa que lhe foram achados. Bahia e Quartel da Polícia, 17 de dezembro de 1826 (PEDREIRA, 1973, p.142-143)

O Quilombo Buraco do Tatu é anterior a esse, teve início em 1744, e foi destruído quase vinte anos depois, em 1763. Era bastante organizado e possuía um sistema de defesa militar bem definido (Anexo 1). Localizava-se na região conhecida hoje como Itapuã, embora os moradores de Cajazeiras (bairro próximo) defendam sua existência nesse território. O quilombo tinha no seu entorno muitos vigias, inúmeras trilhas falsas e armadilhas pra confundir as expedições reescravizadoras e facilitar a fuga durante os ataques. Dedicavam-se também à agricultura, embora fossem acusados de furtos e assaltos. Quatro quilombolas morreram na batalha final e outros sessenta e cinco foram capturados com vida. A carta escrita pelo Governo Interino da Bahia, citada por Pedreira (1973, p.129-131), narra as circunstâncias em que o ataque final ocorreu:

Ilmo. e Exmo. Sr. – Os justíssimos clamores que por vezes repetidas chegaram à presença do Governo, exemplo os moradores das roças ou fazendas sitas nas matas do continente desta Cidade, duas léguas distante dela, os freqüentes prejuízos que recebiam dos negros aquilombados nas ditas matas, saindo delas a fazer latrocínios e grandes destruições nas fazendas, assaltando as moradias dos íncolas daqueles lugares, roubando os gados e toda a mais criação; procurando as estradas a despojar os viandantes de vestuário e dinheiro que levavam consigo, principalmente os pretos e pretas que, vindo todos os dias para a Cidade com a vendagem dos víveres que produzem nas roças , voltam no mesmo ou dia seguinte para elas com o produto das vendas; conduzindo por força para o Quilombo aquelas pretas que melhor lhes pareciam e, finalmente entrando de noite pelas ruas da Cidade a prover-se de pólvora, chumbo e demais bagatelas que precisavam para a sua defesa; tendo correspondência com os negros da mesma Cidade e daquelas roças, e ainda com alguns brancos, pelo receio de os não matarem naquele retiro das suas habitações, nem destruírem as suas lavouras, motivaram o Governo a tomar aquelas precisas informações sobre a verdade dos fatos referidos, existência do tal “quilombo” e força dele.

Por verídicas informações, constou ao Governo, plenamente, a existência do Quilombo chamado Buraco do Tatu, e qua haverá vinte anos tivera princípio e é, ao presente, um grande corpo de negros, e arriscado pela situação em que estava e pelos subterrâneos feitos com muitos estrepes, cuja planta será presente a V. Excia pelo que, de algum modo, se possa considerar a figura do dito Quilombo.

E continua o governador interino em seu relato:

De todas as providências que devia o Governo praticar, era a mais necessária a dos práticos daquelas matas, se soubessem dos precipícios que nelas havia ocultos, para efeito de chegar ao Quilombo sem grande risco de vida e destroço de gente, por de outra sorte fazer-se impraticável a conquista daqueles negros. Com mui pequena diligência se vieram a descobrir guias de gente que se dispunha para a entrada, a qual foi ordenada com índios, soldados da Conquista dos bárbaros, com os da Aldeia de Jequiriçá em Jaguaripe, e com muitas pessoas proporcionadas para aquela invasão.

Formou-se, com esta gente, um corpo de 200 pessoas, com alguns granadeiros para o uso das granadas, municiado com os aprestos de guerra e boca para todo aquele tempo que durasse o ataque, sendo a ordem que levavam não desistir do conflito nem retirar-se das matas sem ficar destruído o Quilombo, presos os negros e mortos os resistentes, pesquisadas as matas, queimadas as choupanas e estrepazia, e entulhados os fossos que tinham feito por todas elas; o que tudo se executou da melhor forma que permitiu o acontecimento.

Foram presos 61 entre pretos e pretas, recolhidos à Cadeia e relaxados à Justiça da Ouvidoria Geral do Crime para devassar e proceder no castigo que a lei determinasse aos réus de semelhante delito. Foram sentenciados finalmente, como se mostra da certidão da pronúncia que vai inclusa, da qual também constará que se multaram culpados da pena pecuniária, cada um à proporção, para inteira solução de 245$493 réis que a Fazenda Real tinha dispendido na compra dos mantimentos que se fizeram prontos para a gente da referida entrada. Deus guarde a V. Excia. Bahia e Janeiro 14 de 1764. (as) Coronel Gonçalves Xavier de Brito e Alvim, Chanceler José Carvalho de Andrade, Dom Frei Manoel de Santa Inês, Arcebispo.

O Buraco do Tatu é hoje uma das referências para estudiosos das questões étnicas do Brasil e é constantemente celebrado e reverenciado nas instâncias do movimento social e cultural negro, especialmente aqueles da cidade de Salvador.

1.3 TENTATIVAS DE EMBRANQUECIMENTO DO ESPAÇO URBANO DE