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A Embrapa – Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária

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FOCO DE ANÁLISE DA AO

4.1 A Embrapa – Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária

A Embrapa – Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária é uma empresa pública vinculada ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, criada em 26 de abril de 1973. Sua missão é viabilizar soluções de pesquisa, desenvolvimento e inovação para a sustentabilidade da agricultura, em benefício da sociedade brasileira (EMBRAPA, 2009). Pode ser classificada como uma organização de conhecimento intensivo, por oferecer ao mercado produtos (bens ou serviços) baseados no em pesquisa e construção de conhecimento científico. A Embrapa atua na área de Pesquisa e Desenvolvimento Agropecuário. Seu foco de atuação é a pesquisa para o desenvolvimento sustentável do espaço rural brasileiro, visando à eficiência e a competitividade dos segmentos agropecuário, agroindustrial e florestal. Atua no mercado de criação de conhecimento e tecnologia que, de acordo com seu IV Plano Diretor 2004-2007, promovam a sustentabilidade e a competitividade do agronegócio, a inclusão social e o bem-estar da sociedade brasileira, considerando seu público-alvo o indivíduo, grupo ou entidade, pública ou privada, cujas atividades dependam dos produtos e serviços de natureza econômica, social ou ambiental oferecidos pela empresa (EMBRAPA, 2008b).

A Embrapa está sob a coordenação do SNPA – Sistema Nacional de Pesquisa Agropecuária que é constituído por instituições púbicas federais e estaduais, universidades, empresas privadas e fundações, que, de forma cooperativa, executam pesquisas nas diferentes áreas geográficas e campos o conhecimento científico. Tecnologias geradas por esse sistema aprimoraram a agricultura brasileira. Um conjunto de tecnologias para programas específicos de desenvolvimento de produtos agrícolas reflete o expressivo aumento na produção de hortaliças, de grãos, de frangos e de carne bovina do Brasil. Além disso, esses programas conseguiram organizar sistemas de produção para aumentar a eficiência da agricultura familiar e incorporar pequenos produtores no agronegócio, garantindo melhoria na sua renda e bem-estar. Há, portanto, a preocupação com pesquisas e desenvolvimento de novas tecnologias, que possam facilitar a vida dos produtores e dos trabalhadores agrícolas do país (EMBRAPA, 2009).

As descobertas científicas na EMBRAPA geram patentes, produtos tecnológicos e serviços. Como exemplo de patentes tem-se as sementes, mudas, equipamentos e softwares. Os processos tecnológicos correspondem a sistemas ou métodos específicos desenvolvidos para a produção agropecuária, florestal ou agroindustrial como o processo de extração de óleos por membranas. Os serviços correspondem a formas de interação da Embrapa com os cidadãos para resolver um problema ou para habilitá-los a resolver este problema, como os de análise de solo, cursos e consultorias entre outras.

A estrutura da Embrapa compreende 45 (quarenta e cinco) unidades de pesquisa e 14 (quatorze) unidades centrais, estando presente em quase todos os Estados da Federação, nas mais diferentes condições ecológicas. As unidades centrais são órgãos integrantes da administração superior da empresa. Compete, pois a elas planejar, supervisionar, coordenar e controlar as atividades relacionadas à execução de pesquisa agropecuária e à formulação de políticas agrícolas. As 45 (quarenta e cinco) unidades descentralizadas são distribuídas

63 nas diversas regiões do Brasil e classificam-se em unidades de serviços 03 (três), unidades de pesquisa de produtos 16 (dezesseis), unidades de pesquisa em temas básicos2 12 (doze) e de pesquisas ecorregionais3 14 (quatorze).

Figura 9 – Organograma da Embrapa

Fonte: https://intranet4.sede.embrapa.br acesso em 16/04/2011.

2 Pesquisas em tema básico: Envolve pesquisa em temas mais globais. As unidades que adotam esse tipo de pesquisa acabam por abranger vários temas em sua carteira de projetos.

64 Na área de cooperação internacional a Embrapa mantém 68 acordos de cooperação técnica com 37 países e 64 instituições de pesquisa internacionais, envolvendo principalmente a pesquisa em parceria. Para ajudar neste esforço, a Embrapa instalou nos Estados Unidos e na França, com apoio do Banco Mundial, laboratórios para o desenvolvimento de pesquisa em tecnologia de ponta. Esses laboratórios contam com as bases físicas do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos, em Washington, e da Agrópolis, na Universidade de Montpellier, na França, permitindo o acesso dos pesquisadores a mais alta tecnologia em áreas como recursos naturais, biotecnologia, informática e agricultura de precisão. Recentemente, a Empresa instalou também um laboratório em Wageningen, na Holanda. Outra ação de destaque na área internacional é o escritório da Embrapa África, sediado em Gana, que tem o objetivo de compartilhar conhecimento científico e tecnológico para todo o continente, e assim contribuir para o desenvolvimento sustentável, social e econômico, para a segurança alimentar e para combate à fome em toda a região (EMBRAPA, 2009).

A proposta estratégica da Embrapa é definida por meio de Planos Diretores. Esses Planos Diretores atuam como uma declaração do que a empresa se propõe e de como ela pretende atuar. Nele estão incluídas a missão, a visão e os valores que norteiam as atividades da empresa. O V PDE - Plano Diretor da Embrapa estabelece as grandes linhas de orientação para as atividades a serem desenvolvidas pela Embrapa no período de 2008 a 2011, com uma proposta estratégica até 2023. Nesse sentido, sua missão é: “Viabilizar soluções de pesquisa, desenvolvimento e inovação para a sustentabilidade da agricultura, em benefício da sociedade brasileira”. Sua visão compreende: “Ser um dos líderes mundiais na geração de conhecimento, tecnologia e inovação para a produção sustentável de alimentos, fibras e agroenergia” e seus valores são: “Excelência em pesquisa e gestão, responsabilidade socioambiental, ética, respeito à diversidade e à pluralidade, comprometimento e cooperação” (EMBRAPA, 2008b).

Em 2007 a Embrapa possuía um quadro de pessoal fixado em 8.632 empregados, destes, 2.294 eram pesquisadores atuando diretamente na área de pesquisa e 6.338 ocupavam o cargo de Analista e Assistente atuando nas áreas de suporte à pesquisa. Contudo, por meio da operacionalização dos recursos do PAC Embrapa – Plano de Aceleração do Crescimento da Embrapa, instituído pelo Governo Federal, há a previsão de contratação de mais 752 pesquisadores e de mais 459 profissionais de suporte à pesquisa em três anos. Durante esse período serão 650 milhões de reais investidos diretamente na Embrapa (EMBRAPA, 2009).

O investimento citado tem, portanto, o objetivo possibilitar à Embrapa atuar com uma competitividade elevada em consonância com as práticas de gestão pública contemporâneas. Ainda, o aumento do quadro funcional, proveniente de novas contratações, permitirá à organização repensar suas práticas de Gestão de Pessoas visando adaptá-las a um contexto organizacional moderno pautado no desenvolvimento de aprendizagem organizacional e de competências organizacionais, individuais, coletivas e gerenciais como fator de mudança da organização.

As políticas internas de Gestão de Pessoas da Embrapa são institucionalizadas no âmbito da Sede, que fica em Brasília, pelo DGP – Departamento de Gestão de Pessoas da Embrapa. O DGP é constituído por coordenadorias, conforme o funcionograma abaixo representado pela figura 10, que se encarregam de fornecer apoio à estratégia e ao desenvolvimento; ao desempenho; às relações trabalhistas e ao desenvolvimento dos

65 empregados. As coordenadorias têm como principais atribuições: estimular a aprendizagem profissional do empregado, criar condições para o compartilhamento e a perpetuação do conhecimento, fomentar perspectivas de crescimento profissional e ambiente organizacional favorável a fim de reter profissionais talentosos para a empresa (EMBRAPA, 2010).

Figura 10 - Funcionograma do Departamento de Gestão de Pessoas

Fonte: EMBRAPA. Deliberação n. 01, de 19 de fevereiro de 2010. Aprova as finalidades, as atribuições e a estrutura organizacional do Departamento de Gestão de Pessoas - DGP.

O perfil gerencial requerido na Embrapa é definido no seu PCE – Plano de Carreiras pela função gratificada de supervisão. São funções de confiança designadas aos empregados dos setores, independente do cargo, pela alta Administração, para atuarem como elo entre esta e os empregados. Os cargos de supervisão são designações de confiança, uma vez que, não há um processo para se assumir a carreira gerencial. Cada uma das 45 (quarenta e cinco) unidades descentralizadas possuem em média 8 (oito) cargos de supervisão, totalizando 360 (trezentos e sessenta) cargos. Os supervisores das unidades descentralizadas são estrategicamente posicionados de forma que suas atividades permitam desenvolver os planos estratégicos em diretrizes e metas operacionais. Observa- se, portanto que o papel do supervisor vai muito além de “supervisionar” o trabalho de seus subordinados, e garantir a execução. Sob uma ótica gerencial o supervisor atua como um

66 facilitador setorial das políticas e diretrizes institucionais. Devido ao seu posicionamento na escala hierárquica o supervisor torna-se o responsável por transformar a missão e a visão organizacional em objetivos e metas setoriais a serem alcançadas.

Ainda de acordo com o Plano de Carreiras da empresa o supervisor deve desenvolver 09 (nove) competências denominadas corporativas:

 trabalho em equipe,  gestão de pessoas,  gestão de projetos, prazos e recursos,  orientação estratégica,  liderança,  articulação de relacionamentos,  visão integrada de processos,  flexibilidade  gestão do conhecimento. As competências corporativas na empresa se referem à combinação de conhecimentos, habilidades e atitudes expressas pelo desempenho profissional do empregado que permitam ao supervisor atuar no sentido de aumentar a competitividade da unidade e de seu setor, desenvolver e aprimorar sua equipe de trabalho, promover a melhoria contínua do processo produtivo e executar atividades que requeiram um alto grau de especialização e experiência, objetivando o compartilhamento das competências consideradas estratégicas para a Embrapa atuar em um cenário onde o conhecimento é o principal ativo organizacional (EMBRAPA, 2006a).

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