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A Evolução do Comércio Electrónico

Capítulo 5. Validação do Protótipo

2.7 O Comércio Electrónico.

2.7.4 A Evolução do Comércio Electrónico

A descrição dos principais aspectos, relacionados com a evolução do comércio electrónico, vai iniciar-se com a apresentação de uma série de indicadores que permitem retractar o estado actual da Internet, em geral, e do comércio electrónico, em particular, segundo duas perspectivas: globalizante e nacionalista.

Indicadores Globais do Comércio Electrónico.

- O número de servidores “host’s”, ligados a Internet, passaram de 100.000 em 1990, para 10 Milhões em 1995, estando previstos 100 Milhões para o final da década [Kare-Silver 1999].

- O número de sites comerciais passaram de 350 em 1994, para 220.000, em 1996, prevendo-se que os mesmos venham a ser na ordem de 1 Milhão em 2000 [Kare-Silver 1999].

- Os resultados totais previstos para o comércio electrónico, incluindo as vertentes Business-to-Business e Business-to- Consumer, deverão rondar, no ano 2000, os $200 biliões de dólares [Kare-Silver 1999].

- Relativamente ao comércio a retalho, Business-to-Consumer, as vendas totais no ano de 1998, atingiram os 14.9 biliões de dólares, estando previstos, para o ano de 1999, um crescimento na ordem dos 145% [Boston C. G. 1999].

- A distribuição percentual estimada para os diversos ramos de

actividade, tendo por base os valores obtidos em 1998, deverá ser, segundo um estudo desenvolvido pala Boston Consulting Group, a seguinte:

Quadro 2.2 – Distribuição dos volumes de vendas no comércio electrónico Adaptado de [Boston C. G. 1999].

Categorias 1998 % 1999 %

Informática, Viagens,

Banca & Finanças, Objectos coleção, Música & Video, Livros, Desporto, Flores,Cartões, Produtos diversos, Venda Bilhetes, Electrónica, Automóvel, Casa / Jardim, Brinquedos, Alimentares & Bebidas 6.0 % 0.7% 9.8% --- 0.4% 2.4% 0.1% --- 0.1% 1.1% 0.5% --- - 0.1% 0.1% -0.1%

Fonte: The Boston Consulting Group

Volume Transacções, em Biliões de Dólares 9.2% 1.8% 15.2% --- 1.8% 5.1% 0.3% --- 0.3% 5.0% 2.3% --- 0.1% 0.5% -0.1% 7,400 7,300 5,800 5,400 1,700 1,500 1,400 1,400 1,300 1,200 770 460 440 270 230 Total 36,570

Indicadores Nacionais do Comércio Electrónico.

O conjunto de indicadores referente ao panorama nacional, sob o ponto de vista do consumidor, foram recolhidos de um estudo realizado pela Unicre em colaboração com a empresa Vector XXI. O referido estudo “I relatório sobre lojas electrónicas em Portugal”, foi concluído em Fevereiro de 1999 e encontra-se disponível nos sites da Unicre, “www.unicre.pt” ou da Vector XXI, em “www.vectorxxi.pt”.

Os indicadores, que se julgam mais relevantes, no contexto do referido estudo são:

• Das 3.149 milhões de famílias existentes em Portugal, segundo

dados do último censo, realizado em 1991, estimou-se em 409.000 famílias, em que pelo menos um membro da mesma é utilizador da Internet. Foi, ainda, referido que 12% dos lares “famílias” pensam vir a ter acesso à Internet, ainda no decorrer do ano de 1999.

• Em 10% dos lares, com ligação à Internet, existia, pelo menos, um

elemento que já teria feito compras na Internet, o que equivale a dizer que se estimam em 41.000 o número de famílias portuguesas que já fizeram compras em sites comerciais.

• Em Portugal, o perfil, tipo, do indivíduo que efectua compras na

Internet apresenta as seguintes características: frequenta ou é detentor de um curso superior e tem entre 20 e 29 anos.

Os principais motivos apontados como indutores a compras on-line,

apontados pelos inquiridos foram: conveniência (59%), adequação da oferta às necessidades (28%), maior possibilidade de escolha (21%); menores preços (21%), mais informação acerca dos produtos ou bens adquiridos (7%) e outros (14%).

• Em contrapartida, os factores menos apreciados, no âmbito do

comércio electrónico, são: a falta de confiança nos sistemas de pagamento (18%), o carácter imaterial do processo, que um contacto mais próximo com o produto (17%); complexidade do processo (5%), contacto impessoal com entidade vendedora (5%), relutância em disponibilizar dados pessoais (3%), entre outros (52%). O último valor apresentado deverá, muito provavelmente, ficar a dever-se a factores como sejam a novidade, o carácter experimental e a desconfiança generalizada.

Dos indivíduos inquiridos, que já efectuaram compras em sites de

comércio electrónico, 89% afirmaram que pretendem continuar a adquirir produtos via Internet.

O estudo referia, ainda, que 71% dos então consumidores on-line,

tinham efectuado, apenas, compras em sites estrangeiros, o que, de certo modo, demonstra a dificuldade de afirmação do comércio electrónico nacional.

Os estado da arte do comércio electrónico nacional, na perspectiva do vendedor, pode ser traçado tendo por base o mais recente estudo desenvolvido pela BCG “Boston Consulting Group”, intitulado “El comércio electrónico: los nuevos detalhistas em España y Portugal” [Boston C. G. 2000].

De acordo com o referido estudo, efectuado em Portugal e Espanha, o comércio electrónico na Península Ibérica, assume, ainda, pequenas dimensões, mas permite antever um crescimento muito rápido e acentuado. Os volumes de vendas, registados em estabelecimentos espanhóis, em 1999, foi de 2.600 milhões de pesetas, contra 800 milhões de escudos registados em Portugal, no mesmo período. Os valores estimados para o ano 2000 são, respectivamente, de 8.800 milhões de pesetas e 2.600 milhões de escudos, o que equivale a um crescimento, aproximado, de 340% para Espanha e Portugal.

De acordo com o referido estudo, apenas 10% da população da Península Ibérica é utilizadora da Internet, sendo que, desta, apenas 1% é cliente do comércio electrónico.

Os principais factores apontados, para o êxito do comércio electrónico são:

• Imagem de marca que transmite confiança e segurança;

• Exploração máxima da conectividade da rede;

• Eliminar algumas das limitações do comércio tradicional, pela

aposta numa maior amplitude da oferta e maior qualidade da informação;

• Combinar a oferta dos canais virtuais com a oferta em canais

físicos;

• Apostar na qualidade dos serviços de entrega;

• Desencadear uma relação personalizada e interactiva com o cliente.

Dois aspectos relevantes, e que devem ser tidos em atenção, prendem- se com as questões de distribuição dos volumes de vendas, em função das categorias dos artigos comercializados e com a repartição das mesmas pelas empresas, que se encontram a competir no mercado.

Estes aspectos podem ser analisados por intermédio dos gráficos seguintes:

Gráfico 2.1 - Distribuição das vendas por categorias em Portugal e Espanha, em Milhões de Euros.

Distribuição das vendas por categoria em Portugal e Espanha 4,1 3,3 3,1 2,8 2,6 1,3 0,6 0,5 0,2 1 0 1 2 3 4 5 Livros e revistas Informática Alimentação e bebidas Viagens e turismo Desporto Música e vídeo Intermediação financeira Têxtil Electrónica Outros

Gráfico 2.2 - Concentração da oferta de comércio electrónico em Portugal, em função do número de empresas que competem no mercado.

Para finalizar a revisão que se impunha, tendo em vista a caracterização do estado actual do comércio electrónico, interessa, ainda, analisar a repartição das cotas do mercado electrónico, em função do tipo de empresas concorrentes.

As empresas que competem nos mercados electrónicos podem ser catalogadas de acordo com as suas origens em empresas multicanal e empreendedoras de Internet. As empresas multicanal são, tipicamente, organizações que evoluíram para o mercado Internet sem que, para tal, tivessem abdicado dos seus canais tradicionais.

O grupo de empreendedores é constituído por uma série de empresas que iniciaram a sua actividade com base na exploração dos canais virtuais e não possuem qualquer vínculo com os canais físicos.

O panorama actual do comércio electrónico refere que o mercado electrónico ibérico é controlado pelas empresas multicanal, uma vez que estas detêm aproximadamente 75% do referido mercado, tanto no que se refere ao número de empresas, como relativamente ao volume de vendas.

Com base na leitura dos dados apresentados, poder-se-á constatar que, quer a Internet, quer o comércio electrónico, estão a atingir proporções tais, que, muito dificilmente, poderão passar despercebidas aos olhos da sociedade.

Apenas nos últimos dois anos, o comércio electrónico apresentou um crescimento médio na ordem dos 335%, o que dá uma média anual de 167,5%. Estes valores, por si só, são perfeitamente elucidativos da importância que esta nova forma de comércio assume e poderá, sobretudo, vir a assumir no futuro.

Concentração da oferta em Portugal

63% 20%

10% 7%

Capítulo 3