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A Exploração das Actividades Físicas.

IST Produção

3.5.7 A Exploração das Actividades Físicas.

De acordo com o modelo de processo do comércio electrónico, as actividades de âmbito operacional “Exploratório” subdividem-se, quanto à sua natureza, em actividades físicas e actividades virtuais.

As actividades físicas englobam uma série de processos de valor, em que a intervenção humana se sobrepõe à utilização de meios e equipamentos tecnológicos. Os relacionamentos das actividades físicas, com as demais actividades organizacionais, desencadeiam-se por intermédio de acções de gestão, sustentadas na informação que é assegurada pelo IST da organização.

No sentido de facilitar o entendimento de cada um dos processos que compõe o grosso das actividades físicas, vai proceder-se à apresentação detalhada das diversas tarefas afectas a cada um deles.

Figura 3.15 - Modelo dos Processos Físicos do Comércio Electrónico.

O Aprovisionamento. Este processo engloba um conjunto de tarefas

desenvolvidas no sentido de zelar pelo acondicionamento das matérias, ou produtos, que alimentam a produção e as vendas. As tarefas típicas do processo de aprovisionamento são:

Recepção das mercadorias (matérias primas, subsidiárias ou

produtos acabados);

Acondicionamento das mercadorias em condições ideais, por

forma a evitar a sua deterioração.

Controlo dos stocks de acordo com os valores pré-definidos para

nível mínimo, nível máximo e nível de reaprovisionamento. O controlo de stocks socorre-se, por norma, de modelos estatísticos, no sentido da determinação dos valores ideais para os diversos níveis de stocks. As principais variáveis, a ter em atenção na definição dos níveis de stocks, são os prazos de validade das mercadorias, os preços, o tempo de reaprovisionamento e, por ventura, as restrições em termos de espaço físico dos armazéns.

Manutenção dos espaços e demais equipamentos logísticos

utilizados no aprovisionamento. As tarefas de manutenção podem estender-se, inclusivamente, às mercadorias, sempre que estas necessitem de cuidados especiais, ou de intervenções pontuais, que sejam necessárias para garantir o seu estado de conservação. I & D Aprovisio- namento Distribuição Actividades Físicas IST Produção Logística Gestão Actividades Virtuais

Devoluções de mercadorias que apresentem defeitos na fase da recepção, ou que se venham a deteriorar no decorrer do período de aprovisionamento, desde que cobertos por prazos de garantia.

O Aprovisionamento mantém relacionamentos muito próximos com os processos de abastecimentos, produção, vendas e distribuição.

A Produção. As tarefas inerentes ao processo de produção dependem da

grandeza e complexidade da fabricação. A fabricação é a tarefa básica de um qualquer processo produtivo e pode ocorrer de diferentes formas [Faure 1991]:

Produção de pequenas séries, em que se exige uma grande

flexibilidade e versatilidade, ao nível da estrutura produtiva.

Produção em massa de artigos estandardizados, em que as

actividades de concepção se sobrepõem às necessidades de controlo, privilegiando-se, a este nível, a especialização das tarefas.

Produção continua, em que os processos produtivos integram

um elevado nível de automatização e onde a funcionalidade dos equipamentos e o abastecimento de matérias primas assumem particular realce.

Para além da fabricação, o processo produtivo pode integrar, também, algumas das tarefas básicas do aprovisionamento, tais como: a recepção das matérias primas e subsidiárias ao processo de fabrico e o acondicionamento dos produtos em vias de fabrico ou produtos acabados.

Os processos produtivos mantém relacionamentos privilegiados com o aprovisionamento, distribuição, vendas e investigação e desenvolvimento.

A Distribuição. A noção de distribuição reveste-se de alguma

abrangência e complexidade. A distribuição pode definir-se de diversas maneiras, de acordo com diferentes perspectivas. No campo semântico, a distribuição começa por ser entendida como sinónimo de comércio interno, ou seja, o conjunto de operações pelas quais os produtos são repartidos num quadro nacional [Rousseau 1997]. Na óptica dos produtores, a distribuição é o conjunto de estruturas e meios que lhes permitem atingir os consumidores, fazendo-lhes chegar os produtos. Na perspectiva dos distribuidores, a distribuição é o sector da actividade económica que assegura uma função essencial, entre produtores e consumidores, permitindo que os primeiros coloquem os seus produtos junto dos segundos, em condições e quantidades diversificadas. Por sua vez, para os consumidores, a distribuição é essencialmente o comércio retalhista, ou seja, o elemento final da cadeia que coloca à sua disposição os produtos e serviços que pretendem adquirir.

Passando dos conceitos empíricos para os teóricos, necessariamente mais trabalhados, referem-se as definições de Alain

Cotta, focalizada na vertente logística “Distribuição é o conjunto de operações que permitem encaminhar o produto da fase final da fabricação para a fase do consumidor” [Cotta 1978], e de, Levy e Weitz que, por sua vez, definem a distribuição “Retailing” como sendo “O conjunto de actividades de negócio que acrescentam valor aos produtos e serviços vendidos aos consumidores, para seu uso pessoal ou familiar” [Levy e Weitz 1996].

Com base nas definições apresentadas, a distribuição é entendida no contexto do trabalho em curso como “O conjunto de processos de natureza comercial que acrescentam valor aos produtos e serviços transaccionados, e que, são responsáveis pela deslocação dos mesmos, desde o produtor ou intermediários até ao consumidor final, em condições ideais e competitivas”.

A definição apresentada realça alguns aspectos fundamentais relacionados com uma noção de distribuição, que se pretende moderna e consentânea, com as actuais exigências dos mercados.

Deste modo, a distribuição deve ser encarada na óptica de um serviço de valor acrescentado a prestar ao cliente e que, por esse mesmo motivo, acrescenta valor ao produto transaccionado, devendo ser prestado em condições ideais, de rapidez e comodidade, e a preços competitivos.

Pelos motivos enunciados, facilmente se poderá depreender que a distribuição assume um papel de grande importância no seio de um qualquer sistema comercial. Contudo, a instalação de uma máquina de distribuição acarreta custos bastante elevados, pelo que, os sistemas comerciais, deverão sempre equacionar a possibilidade de proceder à subcontratação, total ou parcial, do referido processo. As tarefas básicas, que compõe o processo da distribuição, são:

Embalagem ou acondicionamento dos produtos;

Expedição, transporte ou deslocação dos produtos;

Entrega do produto;

Cobrança do valor correspondente ao preço do produto e

serviço de entrega;

Devolução dos produtos.

A funcionalidade do processo de distribuição depende, em parte, do

relacionamento que mantém com as vendas, abastecimentos,

aprovisionamento ou, na ausência deste, com a produção.

Para finalizar a descrição das actividades ditas “Físicas”, associadas ao comércio electrónico, falta referir os processos de investigação e desenvolvimento de novos produtos e/ou serviços. A integração do referido processo, no âmbito das actividades físicas, fica a dever-se, não tanto à sua natureza, uma vez que estes, por norma, incorporam bastante tecnologia, mas, sobretudo, no que refere à sua filosofia.

No âmbito do comércio electrónico, os processos de investigação e desenvolvimento podem assumir duas posturas distintas, ou seja: uma postura puramente comercial, que enfatiza a vertente do desenvolvimento de novos produtos ou uma postura inovadora, mais consentânea com as questões relacionadas com os aspectos tecnológicos.

A filosofia inovadora é assegurada, no âmbito da arquitectura proposta, pelos processos de IST. Assim sendo, interessa, tão somente, a este nível, observar os processos de I&D, de acordo com a sua filosofia clássica, ou seja, a investigação e o desenvolvimento de novos produtos ou serviços. Os processos de I&D são um garante da competitividade das organizações e os primeiros responsáveis pela diferenciação dos produtos, ou serviços, no seio dos seus mercados alvo. A diferenciação é um factor básico de competitividade e pode obter-se por via da inovação, do preço, da marca e, ainda, pela incorporação de novas funcionalidades em produtos de serviços comercializados.

Os processos de investigação e desenvolvimento, como o próprio nome indica, podem segmentar-se em:

Investigação. As tarefas associadas à vertente da investigação prendem-

se, sobretudo, com a análise das características e dos factores competitivos dos mercados, tendo em vista a concepção de produtos ou serviços inovadores que vão de encontro às necessidades latentes ou existentes, e, para os quais, ainda não existe uma resposta adequada ao nível do mercado. A investigação deve atender também às questões que se prendem com a melhoria das funcionalidades e performances dos produtos comercializados pela empresa, devendo, deste modo, prestar grande atenção ao histórico competitivo dos produtos.

Desenvolvimento. As tarefas relacionados com o desenvolvimento estão,

por norma, mais vocacionados para os aspectos produtivos que conduzem à obtenção dos serviços, ou produtos acabados. A análise do processo produtivo, quer em termos de fabricação, quer em termos de recursos, pode permitir uma redução substancial nos custos de produção. A incorporação de meios e equipamentos mais funcionais no processo produtivo, bem como a obtenção de matérias primas de melhor qualidade, ou a preços mais competitivos, podem ser factores determinantes, na redução dos custos de produção e na melhoria da qualidade dos bens fabricados.