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Capitulo 2 A FUNÇÃO SOCIAL DA SOCIOLOGIA

2.1 A função da reflexividade

Na sociedade do conhecimento, encara-se o acesso ao conhecimento como um acelerador dos circuitos da reflexividade social, a promoção da cultura científica das populações é entendida como indispensável na sociedade contemporânea.

O conhecimento científico e tecnológico é hoje um dos principais geradores das dinâmicas de mudança económica, social e cultural. A ciência tornou-se um importante recurso económico, uma das bases fundamentais da decisão individual e coletiva, e um dos componentes mais relevantes do património cultural das sociedades contemporâneas, com grande influência na forma como nos vemos a nós próprios e ao mundo à nossa volta. As suas aplicações são inúmeras, contribuindo para a superação de muitos problemas e para a permanente abertura de novas possibilidades.

Esta primeira função é a de produzir conhecimentos sobre a sociedade e contribuir para um maior autoconhecimento e reflexividade na sociedade – distinga-se aqui da reflexividade na Sociologia, que é a capacidade para examinar criticamente aquilo que ela própria faz -. Para cumprir a sua função de reflexividade terá de se proceder à: Disseminação de resultados para o público e não somente em revistas da especialidade; à simplificação de linguagem e recurso preferencial a meios audiovisuais; à incorporação da Sociologia no ensino, acessível e atrativa com o intuito explícito de formar melhores cidadãos, bem como combater a ideia popular de que Sociologia é algo muito difuso e inexplicável, em vez do ensino atual assente na tónica da metodologia e das estatísticas.

Se há algo que os cientistas sabem melhor que ninguém é que o conhecimento é transitório. Quando se conhece um universo, esse mesmo universo exponenciasse em milhões de outros universos por conhecer (como o grão de areia na praia, pois cada um é único). Tratando-se do estudo do coletivo de homens, o comportamento seria previsível, na medida em que a Sociologia acumulou tantos conhecimentos acerca dos processos sociais. Contudo é de admitir que no presente cenário as probabilidades desse conhecimento ser eficaz e desempenhar a sua função social é também ele no mínimo incerto.

Certamente a própria produção de conhecimento é em si mesmo uma mais-valia, na medida em que possibilita uma reflexão,

“Somos sociedades que se pensam a si próprias. As ciências sociais nasceram para reforçar esse entendimento, criando protocolos teóricos e metodológicos com capacidade explicativa dos processos sociais. Através delas procuramos compreender, explicar e balancear o presente, e antecipar sempre que possível o futuro. Esse esforço comunica-se ao conjunto dos cidadãos e é ele próprio, em última instância, um esforço por uma cidadania mais informada” (Pinto, 2007, p.24).

Esta primeira função social da sociologia dará origem a uma maior consciencialização da própria sociedade e, que por sua vez conduzirá a uma maior capacidade cívica para

participar. A Aprendizagem coletiva para uma nova praxis social, com uma maior organização, no sentido de uma estruturação consciente dos campos de ação, é uma vantagem para a própria sociedade, na medida em que muitos problemas o deixariam de ser. Ou seja contribuir para a construção da representação da sociedade, enquanto organismo (Saint Simon apud Durkheim E., 1928 [1992]), produto da ação e não com origem natural ou divina, nem como fruto de decretos (Crozier & Friedberg, l’acteur et le système, 1977), na medida em que o autoconhecimento desenvolve a capacidade crítica (Foucault apud Miraftab, 2004) e faz evoluir a consciência coletiva da humanidade e a capacidade de intervenção dos atores (Touraine, Sociologie de l’action, 1965).

Assim, as sociedades devem conhecer-se porque não são um produto divino, nem tão pouco uma obra orquestrada pelas leis e pelo estado “para refazer uma consciência às sociedades, são as sociedades que importa antes de mais conhecer” 43(Durkheim É., 1897 (1987), p. 115), sobretudo nestes tempos em que a mudança social se tornou estonteante, torna-se preponderante que as sociedades modernas possam construir representações de si mesmas « As sociedades modernas precisam da Sociologia, porque elas são modernas, porque elas sabem que são a consequência da sua própria ação, porque o mundo se abriu, porque as culturas e as sociedades cada vez mais se interpenetram umas às outras, elas devem sem cessar conhecer-se e reconhecer-se”44 (Dubet, 2011, p. 8). Para que cumpra esta função os produtos desta (como de outras ciências) tem de ser apresentados de forma clara e simples:

O modo como são veiculados os conhecimentos é determinante para a sua disseminação, que se pretende popular, no sentido linear da reflexividade, ou seja devolver os conhecimentos produzidos à sociedade, para que se favoreça um desenvolvimento da consciência coletiva.

O estilo de escrita também ajuda na forma como suscita interesse, no entanto se a linguagem deve ser acessível, também não deve cair no outro extremo, a Sociologia não faz nem romances, nem jornalismo (Boudon & Bourricaud, 2002). A ciência deve ser construída sobre factos sólidos, resistentes à interpretação, revelando o “óbvio”, mas apresentando prova de facto, dai se distinguir do jornalismo e do romance. A linguagem acessível não vai eliminar a cientificidade dos conhecimentos transmitidos, não será por aí que se perde a erudição, haverá antes uma democratização.

A utilização de linguagem encriptada deve-se, frequentemente, à insegurança quanto à natureza do seu objeto de estudo. Exceção magistral feita a Talcott Parsons, considerado o

43

« Pour refaire une conscience aux sociétés, ce sont les sociétés qu’il importe avant tout de connaitre »

44 “les sociétés modernes ont besoin de sociologie parce qu’elles sont modernes, parce qu’elles savent qu’elles

sont la conséquence de leur propre action, parce que le monde s’est ouvert, parce que les cultures et les sociétés se frottant de plus en plus aux autres, elles doivent sans cesse se connaitre et se reconnaitre »

fundador da Sociologia abstrata contemporânea, ou o último dos clássicos, não obstante o seu hermetismo literário, teceu um contributo fulcral para a Sociologia moderna ao isolar o átomo de análise do trabalho sociológico no unit act. No entanto a nuvem de ilegitimidade científica que paira sobre a Sociologia, desde o seu início e tendo em conta que também é a ciência mais subjetiva das ciências, por ser um homem a estudar os homens, exige dos investigadores uma afirmação tenaz e rígida quanto aos métodos e técnicas utilizados, este é o fantasma que a todo o custo se tenta afastar. É deste modo que a preocupação exacerbada com a metodologia, por vezes mais do que com o próprio objeto de estudo, bem como a utilização de escrita encriptada mais não esconde que a insegurança e o receio do julgamento exterior tornam os seus trabalhos “pesados” e de difícil leitura, nada atrativos ao comum dos cidadãos, considerados como uma cacofonia ininteligível: isolando deste modo o seu árduo trabalho, que não cumpre assim a primeira função de transmissão dos resultados, tornando-se quase ininteligível o discurso sociológico.

Uma das vertentes da produção científica é a teoria, que num crescendo se vai construindo a partir da prática e vice-versa. “A teoria é discutível, a experiência convence” (O'Connor & Seymour, 2011, p. 45). Como produto da atividade científica, também ela deve ser sujeita à reflexividade. A necessidade de conceitos abstratos é fundamental ao trabalho científico, na medida em que reelaboram e unificam a realidade permitindo uma abordagem objetiva, no entanto esta atitude por parte dos sociólogos faz com que a teoria produzida perca reflexividade social e fique restringida ao mundo académico e erudito. A teoria é algo muito abstrato, um arquétipo da realidade e a linguagem utilizada para a veicular é por vezes demasiado complexa e erudita, o que torna difícil a sua compreensão. Deste modo é frequente aos cientistas tornarem o seu valioso trabalho inacessível ao público,

“Onde muitos teóricos erram é em tornar as suas ideias inacessíveis por, deliberadamente ou inadvertidamente utilizarem desnecessariamente vocabulário complexo ou gramática densa. A minha crença é que os teóricos deveriam encorajar ativamente as pessoas a ler – e portanto criticar – o seu trabalho, e que a necessidade de comunicar deveria ser predominante nas suas mentes”45

(Scott, 1995: p.xiii).

Também Giddens concorda neste ponto, ao afirmar que “ Não somente os sociólogos estão propensos a afirmar o óbvio, como têm a tendência de vestir o que têm a dizer numa

45 Where many theorists have gone wrong is in making their ideas inaccessible by, deliberately or inadvertently,

using unnecessarily complex vocabulary or dense grammar. It is my belief that theorists should actively encourage people to read –and hence to criticize – their work, and that the need to communicate should be uppermost in their minds”

terminologia que parece negar aos agentes a liberdade de ação que sabemos que temos” 46 (Giddens, 1987, p. 3).

A forma como comunicamos os conhecimentos alcançados é mais ou menos eficaz quanto o interesse que sustentam, este não se compadece de interrupções constantes para referências bibliográficas, na apresentação dos trabalhos seria meritório contemplar duas versões, uma cientifica respeitando todos os critérios académicos e uma outra, simplificada na apresentação e na linguagem, mas com a informação pertinente e de interesse para os cidadãos, sobretudo quando se dirige a um público que não é especialista.

Como no caso desta tese com componentes produzidas em sede profissional, numa equipe multidisciplinar de arquitetos, urbanistas, geógrafos, engenheiros e políticos. O estilo de escrita profissional é igualmente válido, mas é infinitamente mais prático e objetivo no sentido em que se trata de uma intervenção necessária, num contexto real, dirigindo-se a um público laico. A sua componente prática é feita de informações, deliberações e ações, aqui o mundo académico é algo muito distante e tudo tem de ser traduzido e simplificado, com os seus próprios constrangimentos, trâmites e potencialidades que o trabalho num Município representa. Sob pena de sermos ignorados, por pretensiosismo, e o nosso trabalho escamoteado, por muito necessário que este seja. Já basta a atitude geral de que

todos são sociólogos, qualquer um faz este trabalho (um arquiteto pode muito bem fazer um

diagnóstico social?!); enquanto profissionais tudo tem de ser sucinto, fundamentado e apresentado de um modo simples e prático, privilegiando o visual, com quadros, gráficos e pouco texto. É grande esta dicotomia, uma luta perene e sempre alerta, para revelarmos a nossa utilidade, não perdendo a cientificidade dos processos, mas garantindo a compreensão por parte dos outros dos produtos que concebemos.

Tal como a questão tem vindo geralmente a ser colocada, promover a cultura científica das populações com um carácter informal também suscita entre os cientistas sociais algumas questões criticas, sobretudo no que se refere à linguagem a utilizar. Augusto Santos Silva (2008) alerta acerca das razões a acautelar. Para este autor o contributo da Sociologia para a sociedade é:

“A Sociologia, ciência das relações que fazem e transformam as estruturas sociais, contribui para a ação social e as suas instituições com conhecimento (…) No dia em que aceitarmos as demandas de “simplificação” do discursos científico e de “aplicabilidade” ou “relevância utilitária” da investigação – seja para a eficácia social do investimento público ou privado nesta ciência, seja para o alargamento da sua base ou audiência social, seja para o uso dos instrumentos e resultados sociológicos nas ações de progresso, desenvolvimento,

46 “Not only are sociologists prone to state the obvious, but they tend to dress up what they have to say in

transformação ou emancipação de populações dominadas ou desfavorecidas – nesse dia teremos recuado décadas na evolução da nossa ciência” (p. 218)47

.

Se bem que esta posição nos pareça extremada face às questões epistemológicas defendidas anteriormente, não nos restam dúvidas que a ciência contribui para a sociedade com conhecimento e a forma como este é produzido é que a distingue enquanto ciência, pois são mobilizados competências e estratégias de elaboração de conhecimentos que vão para além dos saberes comuns, das tradições culturais e das práticas técnicas, é de facto a metodologia que lhe confere cientificidade, esta questão é indiscutível! Defendo sim que este não deve ser o cerne da preocupação, mas sim o do objeto em si e da forma como ele é abordado. Como diz o Professor Doutor Firmino da Costa “Falar de Sociologia de uma maneira simples e direta não significa divulgar uma qualquer versão superficial, empobrecida ou ultrapassada deste domínio de conhecimento. Pelo contrário. Exige chegar rapidamente às questões fundamentais e trata-las com precisão” (Costa, A.F., 1992, p.7). Não é a produção do conhecimento sociológico que seria popularizada, a cientificidade dos procedimentos não é colocada em causa e nunca se deverão descurar os critérios e formação rigorosos que lhe estão subjacentes. O que se pretende transmitir, dar conhecimento à população, ao simplificar a linguagem e cativar públicos são sim, os resultados que essa ciência produz, não o processo que se utilizou! Traduzir os conhecimentos produzidos para uma linguagem que todos compreendam, assim como já se faz com as outras ciências (biologia, química, física, História e até na matemática…). Há que democratizar o acesso ao conhecimento, na medida em que como já se referiu, uma sociedade mais informada é uma sociedade melhor preparada para as mudanças, para a gestão coletiva da ação social e para melhorar a sua capacidade homeostática. Parecem- nos exagerados os escrúpulos que impedem a concretização desta função e que mais não disfarçam que os receios epistemológicos sobre o cariz científico daquilo que se produz nas ciências sociais, certamente por ser o homem o seu objeto e os cientistas serem homens iguais àqueles que se estudam. Mais uma vez me pergunto, será que ao fim de 200 anos de produção científica, de abertura dos paradigmas à incerteza, ainda se justificam estes pruridos?!

Publica-se muito pouco fora do circuito das revistas científicas, ou seja o que se produz dirige-se aos congéneres, “a maioria dos trabalhos publicados não são lidos, nem por estes” (Ingrid e Staffan Höjer, Strategic issues in writting a paper, conferência doutoral ISCTE, 10/10/14), exceção se os artigos forem publicados na internet, ai sempre há mais hipóteses de surgirem na pesquisa sobre os assuntos e de se tornarem conhecidos e úteis para alguém. Infelizmente a Sociologia ainda é uma ciência encerrada sobre si mesma, em que

47 Esta postura foi alvo de grande discussão com o meu colega de licenciatura Carlos Silva, actualmente director

os cientistas se citam a si mesmos ou a outros seus conhecidos, embora por vezes dada a pertinência e conjugação de ideias este facto seja inevitável.

A outra questão, também já referida, prende-se com os conteúdos da grande maioria destes estudos, certos temas abordados ajudam a quê? Não querendo ferir suscetibilidades, não irei exemplificar, mas para que servem certas pesquisas, a que adiantam ao bem-estar da humanidade, são estéreis, redundam num mero exercício metodológico, não é mesmo de todo assim que a Sociologia se poderá afirmar como útil e interessante, enquanto for refém da sua torre de marfim, na prática não servem para nada, nem ajudam a ninguém. A boa Sociologia não é forçosamente a oficial, como nos recorda Francois Dubet na sua obra, à

quoi sert vraiment un sociologue (para que serve verdadeiramente um sociólogo?), afirma o

autor que “ A sociologia perde assim a sua criatividade, torna-se numa acumulação rotineira de raciocínios, de teorias e de métodos, uma espécie de acumulação maníaca, um discurso repetitivo ao comentarem-se a si mesmos, da qual a consequência será a de fechar a porta aos espíritos mais originais.”48 (2011, p. 45). Atingiu-se o limite do absurdo autista e urge a intervenção cientificamente informada nos problemas reais da nossa sociedade.

Também Saint Simon considerava que o conhecimento científico deveria de iluminar o progresso do espirito humano. No entanto julgava que não era a academia a produzir os espíritos mais iluminados, pois os mais independentes são frequentemente escamoteados do seu seio. Uma vez que não se circunscrevem aos ditames e pruridos instituídos, mas são guiados pelo amor à humanidade e ousam abordagens e perspectivas inovadoras. São de facto estes que contribuem para o progresso do conhecimento e da humanidade,

“Tal será a estrada que seguirá o génio quando ele for colocado numa posição de independência, enquanto o espirito académico continuará a seguir uma contrária; o espirito académico tenderá sempre a conservar as opiniões que ele admitiu, vendo-se como o depositário da verdade; ele atacará a si mesmo a sua infalibilidade se ele mudasse de opinião. Ele continuará a gritar à heresia e a tornar-se intolerante, em vez de dar um passo atrás ao proveito das luzes e da felicidade da humanidade. Com que ferocidades as academias perseguiram os homens de génio quando combateram as suas opiniões! (…) Percorram a história do progresso do espirito humano, vós vereis que quase todas as suas obras-primas são devidas a homens isolados, muitas vezes perseguidos. Quando de facto os académicos, eles estão quase sempre adormecidos nas suas poltronas, e quando eles escreveram, não foi senão a tremer e para produzir fracas verdades. A independência pode só alimentar o amor pela humanidade e o desejo de glória, que são os dois potentes motores

48 “la sociologie perdrait allors son creativité, devriendrait une accumulation routiniére de raisonnements, de

théories et de méthodes, une sorte d’accumulation maniaque, un discours se répétant et se commentant lui- même… dont la conséquence sera de fermer la porte aux esprits le plus originaux »

que agem sobre os homens de génio. O académico é um escravo.”49

(Saint Simon & Rodrigues, 1802 (1832), p. 9).

Tenhamos em atenção a distância temporal em que foram escritas estas palavras, embora pertinente, esta crítica não é atualmente inteiramente válida, dado todo o investimento feito nas Universidades e nas condições para a pesquisa que foram criadas, bem como o benefício da dúvida e abertura que é dado aos estudantes mais ousados de provarem a validade dos seus trabalhos.

A função da reflexividade do conhecimento deu azo a um texto extenso, porque a popularização dos produtos científicos é bastante polémica, pois embora desejada, receamos pela sua banalização e perda de referências científicas. Por exemplo para a execução do 2º objetivo desta tese: a criação de uma publicação de disseminação dos conhecimentos de diferentes disciplinas e mesmo de saberes populares; a questão fulcral com que nos debatemos é a de garantia da validade do conhecimento a publicar, terá de haver uma equipe editorial a verificar tudo, não nos pudemos demitir da responsabilização do que é publicado, seja em relação aos plágios, seja à veracidade do conteúdo dos artigos, pois não basta remeter essa responsabilização para os autores. Não é de facto isto o que se pretende, pois daqui sairia uma publicação cientifica, mas também não se pretende enganar ninguém?! Esta é uma questão a pesquisar, procurando boas práticas e soluções, há anos que dura o dilema e nada acontece.

Neste início do séc. XXI, à semelhança do séc. XVIII, os tempos são de mudanças estruturais profundas na sociedade, então (iluminismo) como agora compete à Sociologia ter um papel, para além daquele que já proporciona na reflexividade das sociedades, mais imediato e interventivo nas dinâmicas sociais atuais. Enquanto mediadora entre a população e o poder, mas sobretudo enquanto agente de mudança, aplicando os conhecimentos que desenvolveu durante o seu longo período de maturação científica, visando a efetiva melhoria do Bem-Estar das populações. E cumprindo desta forma as 3 funções desta ciência, a

49 “ Telle sera la route que suivra le génie quand il sera placé dans une position indépendant, tandis que l’esprit

académique continuera à en suivre une contraire; l’esprit académique tendra toujours à conserver les opinions qu’il a admises, se regardant comme le dépositaire de la vérité; il attaquerait lui-même sa prétendue infaillibilité s’il changeait d’opinion. Il continuera à crier à l’hérésie et à devenir intolérant, plutôt que de faire un pas rétrograde au profit des lumières et du bonheur de l’humanité. Avec quel acharnement les académies ont persécuté les hommes de génie quand ils ont combattu leurs opinions ! (…) Parcourez l’histoire des progrès de l’esprit humain, vous verrez que presque tous ses chefs-d’œuvre sont dus à des hommes isolés, souvent persécutés. Quand on en fait des académiciens, ils se sont presque toujours endormis dans leurs fauteuils, et quand ils ont écrit, ce n’a été qu’en tremblant et pour produire de faibles vérités. L’indépendance peut seule alimenter l’amour de l’humanité et le désir de la gloire, qui sont les deux puissans moteurs agissant sur l’homme de génie. L’académicien étant esclave. »

reflexividade dos conhecimentos produzidos, a de mediadora entre a população e o poder e finalmente na condução da mudança social.