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CAPÍ TULO

2 4 A FUNÇÃO DUPLA DO TRABALHO

Todas as or gani zações t ê m duas f unções – sua f unção di ári a ou trabal ho de r oti na e sua f unção de aperf ei çoa ment o ou t rabal ho de aperf ei çoament o. O mét odo

tr adi ci onal t ayl ori st a de or gani zar o t r abal ho e m u ma e mpr esa i ncl ui a di vi são de t ar ef as entr e os f unci onári os r esponsávei s pel o ser vi ço di ári o e os ger ent es r esponsávei s pel o aperf ei çoa ment o na f orma e m que o ser vi ço di ári o é r eali zado, conf or me fi gur a 1.

Os si st emas da qual i dade obj eti va m desenvol ver, a capaci dade hu mana at r avés da uni fi cação do ser vi ço di ári o co m o ser vi ço de aperf ei çoa ment o. A abor dage m da gest ão da quali dade t ot al vi sa a uni r as f unções do t r abal ho di ári o e do t r abal ho de aperfei çoa ment o e m cada ní vel dentr o da e mpr esa e e m cada uni dade de tr abal ho, de modo que possa ocorr er uma r eação r ápi da à mudança.

Sabi no ( 1997) ci t a que, e m u m a mbi ent e de mel hori a contí nua, t odo i ndi ví duo assu me a r esponsabili dade pel a quali dade do pr ocesso pr oduti vo e pel a co mpetiti vi dade da or gani zação.

Fi gur a 1 - Divi são tr adi cional do tr abal ho Font e: Adapt ado de Shi ba ( 1997, p. 185)

Fi gur a 2 - Uni fi cação do tr abal ho di ári o e o tr abal ho de aperf ei çoa ment o Font e: Adapt ado de Shi ba ( 1997, p. 186)

Di ári o Aperf. Di ári o Aperf. Di ári o Aperfei ç. Funci onári os Ger ent e Tr abal ho Di ári o Aperfei çoa me nt o

A uni fi cação do t r abal ho di ári o e do t r abal ho de aperf ei çoa ment o na e mpr esa é a i déi a da f unção dupl a do t r abal ho no qual t odos e m u ma e mpr esa f aze m doi s tr abal hos, di ári o e de aperf ei çoa ment o, a fi m de sati sf azer os cli ent es (fi gur a 2).

Segundo Ca mpos ( 1992), o t r abal ho de aperf ei çoa ment o é buscado no tr abal ho di ári o e quase se mpr e envol ve a descobert a de coi sas novas. O pr ópri o tr abal ho de aperf ei çoa ment o é r eali zado mai s ef eti va ment e se é utili zado e m u m pr ocesso be m defi ni do.

Fi or elli ( 1998) afi r ma que par a concili ar o t rabal ho di ári o e as ati vi dades de mel hori a contí nua, deve m ser est abel eci dos u ma si st emáti ca capaz de al t er nar perí odos de mudanças i nt ensas, co m perí odos de pl anej ament o dest as mudanças cha mados pel o aut or de " perí odos de paz". O bal anço entr e tr abal ho di ári o e aperf ei çoa ment o vari a dependendo de onde se encontr a na hi er ar qui a de u ma e mpr esa. A fi nali dade da quali dade t ot al é au ment ar as ati vi dades de aperf ei çoa ment o de t odos se m co mpr o met er a pr oduti vi dade gl obal .

2. 4. 1 Equi pes e trabal ho de equi pe

Equi pes e t r abal hos de equi pes são u m component e f unda ment al da f or ma co mo a mel hori a contínua se desenvol ve.

Ca mpos ( 1992), di z que o t r abal ho e m gr upo par a a r esol ução de pr obl e mas é u ma concepção ori gi nal de Masl ow, par a at ender às necessi dades bási cas soci ai s, do ego e de aut o-r eali zação.

Uma di sti nção ent r e gr upos e equi pes de t r abal hos se f az necessári a. Moscovi ci ci t ado por Mônaco ( 2001) di z que u m gr upo t r ansf or ma- se e m u ma equi pe quando passa a pr est ar at enção a sua f or ma de at uar e pr ocur a r esol ver os pr obl emas que af et am seu f unci ona ment o.

Magi nn ( 1996) consi der a u ma equi pe u m gr upo de pessoas t r abal hando j unt as par a ati ngi r u ma met a e m que t odos acr edi t am, a qual seri a di fí cil ou at é mes mo i mpossí vel de ser ati ngi da por pessoas tr abal hando sozi nhas.

Consi der ando- se que equi pes e t r abal ho e m equi pe são part es f unda ment ai s na gest ão da quali dade t ot al, essa deve encor aj ar pr áti cas que per mi t a m às equi pes f unci onar ef eti va ment e.

De acor do co m Shi ba, Gr aha m e Wal den ( 1997), a abor dage m da gest ão da quali dade t ot al t em o i nt uit o de f or necer mét odos de não cri ação de conflit os, f azendo- o de t r ês f ormas: f or necendo às equi pes u ma mi ssão cl ar a, exi gi ndo que o pl anej ament o sej a baseado e m f at os co mpr ovados, e f or necendo pr ocessos padr ão par a anali sar os f at os e al cançar o consenso. Segundo os mes mos aut or es, tr adi ci onal ment e havi a doi s ti pos de gr upos de tr abal ho e m co mpanhi as j aponesas:

a. f or ça t ar ef a: cuj a estrut ur a er a or gani zada pel o superi or, os membr os er a m sel eci onados pel a ger ênci a, os pr obl e mas a r esol ver er am r el aci onados ao t r abal ho, por é m i mpost os, e a dur ação do t r abal ho conf or me a dur ação da t ar ef a;

b. i nf or mal : sua estr ut ura er a or gani zada de f or ma vol unt ári a, me mbr os er a m vol unt ári os, os pr obl emas a r esol ver não er a m necessari ament e r el aci onados ao t r abal ho e abert os e a dur ação do t r abal ho er a contí nua enquant o o gr upo exi sti sse.

Par a ocupar u ma posi ção i nt er medi ári a entre a For ça Tar ef a, mui t o rí gi da e tr adi ci onal , e a Equi pe I nf or mal , mui t o fl exí vel f oi cri ado u m t er cei r o t i po de equi pe de tr abal ho, cha mado de Ci r cul o de Cont r ol e de Quali dade ( CCQ), cuj a est r ut ur a é f or mada por vol unt ários, t odos os t r abal hador es t r abal ha m no mes mo gr upo, os pr obl emas a r esol ver são r el aci onado ao t r abal ho, mas aut o-sel eci onado e a dur ação do tr abal ho é conti nua enquant o o grupo exi stir (fi gur a 3).

Shi ba, Gr aha m e Wal den ( 1997) afi r ma m ai nda que o obj eti vo f oi est abel ecer u m gr upo de t r abal ho que t r abal he conti nua ment e no aperf ei çoament o r el aci onado ao ser vi ço, col ocando j unt o t odos os me mbr os de u m gr upo de modo vol unt ári o par a o desenvol vi ment o i ndi vi dual e mút uo.

Ti pos de Gr upos de Tr abal ho e m Co mpanhi as Japonesas

Est r ut ur a Me mbr os Pr obl e mas a resol ver

Dur ação do trabal ho

For ça Tar ef a Or gani zado pel o superi or

Sel eci onados pel a ger ênci a

Rel aci onado ao tr abal ho, mas

i mpost o

Dur ação da t ar ef a

Ci r cul o CQ Vol unt ári os Todos os tr abal hador es no

mes mo gr upo

Rel aci onado ao tr abal ho, mas aut o- sel eci onado

Tr abal ho contí nuo enquant o o gr upo

exi stir

I nf or mal Vol unt ári os Vol unt ári os Não r el aci onado ao tr abal ho e

abert o

Tr abal ho contí nuo enquant o o gr upo

exi stir

Fi gur a 3 - Ti pos de gr upo de tr abal ho e m co mpanhi as j aponesas Font e: Shi ba ( 1997, p. 191)

A Gest ão da Qual i dade Tot al por sua vez, desenvol veu t r ês ti pos de equi pes:

a. equi pe de mel hori a de quali dade – MQ: equi pes de mel horia de quali dade são mai s f r eqüent e ment e constituí das par a execut ar u ma t ar ef a de aperf ei çoa ment o r eati vo, embor a equi pes de MQ ocasi onal ment e se vol te m a t ar ef as pr oati vas;

b. equi pe i nt erf unci onal - equi pes i nt erf unci onai s pode m sati sf azer múl ti pl as exi gênci as das f unções das or gani zações. Os pri ncí pi os de tr abal ho são pr ati ca ment e os mes mos, i ndependent e do ti po de equi pe;

c. ci r cul o de quali dade, ou cír cul o de contr ol e de quali dade – CCQ: os CCQ são f r eqüent e ment e f or mados por i ndi víduos que passa m a mai or part e de seu t e mpo t r abal hando de acor do co m os padr ões est abel eci dos e deri vado do model o j aponês.

Fi gur a 4 - Posi ções das equi pes dentr o da hi er arqui a da co mpanhi a Font e: Shi ba, Gr aha m e Wal den ( 1997, p. 192)