• Nenhum resultado encontrado

CAPÍ TULO

2 5 CÍ RCUL OS DE CONTROLE DE QUALI DADE

Fl eur y e Fi scher ( 1987, p. 183) afi r ma m que o movi ment o dos CCQ se ori gi nou no Japão no perí odo do Pós- Guerra e cost u ma ser r el aci onado à péssi ma quali dade dos pr odut os j aponeses naquel a época, o que corr obor a a defi ni ção dos mes mos aut or es sobr e o assunt o - " o movi ment o do CCQ é co mument e associ ado á busca pel as e mpr esas e m mel hor ar a quali dade dos seus pr odut os." De acor do co m Abr eu ( 1987), o CCQ chegou ao Br asil em 1971 pel as or gani zações Johnson & Johnson, Vol ks wagen e Embr aer, sendo o paí s, pi onei r o f or a do Japão, j unt a ment e co m a Cor éi a e Tail ândi a.

Ca mpos ( 1992) di z que co mo o pr ópri o no me di z, CCQ são círcul os de pessoas que pr ati ca m o contr ol e ( busca da causa de pr obl emas) da quali dade.

Segundo Abr eu ( 1987), CCQ é f or mado por u m gr upo de empr egados vol unt ári os, pert encent es a u ma mes ma ár ea de t r abal ho, que se r eúne m peri odi ca ment e par a i dentifi car e est udar t emas e pr obl emas r el aci onados co m suas ati vi dades. As concl usões de seus est udos são enca mi nhadas par a seu ger ent e ou i medi at o sob f or ma de sugest ões a ser e m i mpl ant adas (fi gur a 5).

Tipo de Equipe

Posição na Hierarquia

Baixa Média Alta

Interfuncional Equipe de MQ CCQ Força Tarefa Permanente Dentro da área funcional

Fi gur a 5 – Ações dos CCQ sobr e as sit uações de tr abal ho Font e: Abr eu ( 1987, p. 43)

Por concili ar aspect os t écni cos e hu manos, o CCQ r esponde às necessi dades or gani zaci onai s e pessoai s e se t or na u ma f or ça tr ansf ormador a par a se de mocr ati zar o conheci ment o. Suas car act erísti cas de vol unt ari edade e conti nui dade f aze m del e u m i nstru ment o si st emáti co da el evação do ní vel de educação e ci dadani a dos col abor ador es.

Na concepção de Mônaco ( 2001) CCQ é um gr upo f or mado por vol unt ári os co m u m pequeno nú mer o de pessoas que pr ocur a mel hori as e m t odos os set or es da e mpr esa.

Em su ma, gr upos de CCQ‟ s são f or mados por pessoas que de u ma úni ca or gani zação que vol unt ari ament e se r eúnem par a i dentifi car, anali sar e sol uci onar pr obl emas r el aci onados à quali dade, a mbi ent e de t r abal ho, pr oduti vi dade, mei o a mbi ent e e outr os que di ga m r espei t o à sua ár ea na e mpr esa.

Pr obl e mas Te mas

Si t uação de Tr abal ho

CCQ

- Levant a ment o de Dados - Análi se

- Alt er nati vas de Sol ução

---

--- Ger ent e I medi at o

2. 5. 1 Os obj eti vos do CCQ

Ca mpos ( 1992, p. 171), cit a os pri nci pai s f unda ment os do CCQ segundo seu cri ador e mai or di f usor, Pr of. Kaor u I shi kawa, que di z que a i déi a bási ca do CCQ, conduzi das co mo parte i nt egr ant e da quali dade t ot al nas e mpr esas é:

I - contri bui r par a a mel hori a e desenvol vi ment o;

II - r espei t ando a nat ur eza hu mana, const r ui r u m l ocal de t r abal ho al egr e e bril hant e que val ha a pena vi ver;

III - desenvol ver as possi bi li dades i nfi nit as da capaci dade ment al hu mana e per mitir a sua apli cação.

Os obj eti vos dos pr ogr a mas CCQ segundo Abr eu ( 1987) pode m ser di vi di dos e m tr ês gr upos:

I - Obj eti vos e mpr esari ai s:

a. mel hor ar a quali dade de pr odut os e ser vi ços;

b. mel hor ar os í ndi ces de pr oduti vi dade;

c. mel hor ar as condi ções de tr abal ho;

d. mel hor ar a segur ança fí si ca e hu mana;

e. mel hor ar o fl uxo de comuni cações na e mpr esa;

f. mel hor ar o r el aci ona ment o entr e ger ent es e subor di nados;

g. mel hor ar a i mage m da empr esa;

h. r aci onali zar mét odos, pr ocessos, ati vi dades e r oti nas, co mbat endo os desper dí ci os e di minui ndo cust os;

i. pr opor ci onar o apar eci ment o de novos l í der es e f ut ur os ger ent es e super vi sor es;

j. cri ar u m f ór u m de di scussão onde os col abor ador es possa m opi nar, dando suas sugest ões e expondo suas i déi as e contri bui ções.

II - Obj eti vos gr upai s:

a. pr o mover o desenvol vi ment o do gr upo;

b. val ori zar o senti ment o de equi pe;

c. pr o mover mai or i nt egração;

d. mel hor ar o fl uxo de i nfor mação na ár ea do grupo;

e. desenvol ver u m sentiment o de r esponsabilidade gr upal pel a qual idade t ot al da e mpr esa.

III - Obj eti vos i ndi vi duai s:

a. pr o mover o cr esci ment o pessoal , pr ofi ssi onal e co mo i nt egr ant e de u ma equi pe, de cada circuli st a;

b. desenvol ver seus ní vei s moti vaci onai s, pr omovendo condi ções par a u ma parti ci pação ati va, consci ent e e vol unt ária;

c. desenvol ver o senti ment o de co-r esponsabilidade pel a quali dade t ot al da e mpr esa;

d. desenvol ver o sentiment o de ci dadani a e r esponsabili dade pel o cr esci ment o econô mi co e soci al de seu paí s.

Abr eu ( 1987) afi r ma ai nda que dest a manei ra, o obj eti vo r eal das ati vi dades de CCQ consi st e e m mel hor ar, r esol ver pr obl e mas exi st ent es dent r o da ár ea de tr abal ho, co m a parti cipação de t odos, poi s que m mel hor conhece o t r abal ho são as pr ópri as pessoas que o execut a m, dando i déi as, pl anej ando por si mes mo as ati vi dades, execut ando, verifi cando os r esul t ados da mel hori a e senti ndo- se sati sf eit as, cri am u m ambi ent e sadi o e har môni co, consegui ndo fi nal ment e l ucr os e vant agens par a t odos.

2. 5. 2 Met odol ogi a do CCQ

Em r el ação aos aspect os met odol ógi cos dos t r abal hos co m CCQ, Abr eu ( 1987) afi r ma que os vári os especi ali st as nor mal ment e pr opõe m u ma met odol ogi a uni f or me par a o f unci ona ment o dos cír cul os, fi cando as vari ações por cont a das peculi ari dades da estrut ur a e dos r el aci onament os que exi st em nas e mpr esas. Est a met odol ogi a deno mi na- se Met odol ogi a Cl ássi ca de Funci ona ment o dos CCQ, e basei a- se na i déi a de que os CCQ f unci ona m co mo u m el e ment o de auxili o aos ger ent es, est udando oport uni dades de mel hori a e pr obl e mas, negoci ando a i mpl ant ação das opções sugeri das e consi der adas váli das par a a r esol ução dest es pr obl emas. Est a met odol ogi a di vi de- se e m dez et apas:

1. i dentifi cação dos t emas;

2. sel eção dos t emas;

3. negoci ação co m os ger ent es;

4. pl anej ament o das ações;

5. l evant a ment o dos dados;

6. análi se dos dados;

7. el abor ação das alt er nati vas de sol ução;

8. r eco mendação aos gerent es;

9. i mpl ant ação, t est es e aj ust a ment os;

10. el abor ação do r el at óri o fi nal .

Ent r et ant o, par a o desenvol vi ment o de uma análi se mai s compl exa é necessári o que se uti li ze al guns i nstr ument os que per mit am u ma pesqui sa mai s efi ci ent e, o r egi str o de dados, be m co mo seu tr at ament o e análi se.

Abr eu ( 1987) afi r ma que exi st em di ver gênci as ent r e os especi ali stas na ár ea, e m f unção da i dentifi cação dos cha mados "i nstr u ment os cl ássi cos de CCQ", devi do ao uso por al guns, de el e ment os de O&M - Or gani zação e Mét odos, e t a mbé m de

t écni cas de cri ati vi dade. Mas co mo pr ef er e o aut or consi der ar- se-á apenas aquel es utili zados i ni ci al ment e pel o Pr of. Kaor u I shi kawa no desenvol vi ment o da met odol ogi a. São el es:

i. hi st ogr a ma;

ii. di agr a ma de Par et o;

iii. di agr a ma de I shi kawa seqüenci al e;

i v. di agr a ma de causa e ef eit o.

A i dentifi cação dest es quatr o i nstr ument os cha mados cl ássi cos, par a a análi se e sol ução de pr obl emas nos CCQ não quer di zer t odavi a, que não se possa l ançar mão de out r os r ecur sos met odol ógi cos. Deve- se, a partir da sel eção do t e ma a ser tr abal hado, i dent ifi car quai s as vari ávei s envol vi das, par a ent ão sel eci onar mos a f err ament a que mel hor se adapt a par a seu est udo e análi se.

2. 5. 3 Resul t ados esper ados através de trabal hos co m CCQ

Os t r abal hos co m os Cí r cul os de Cont r ol e de Quali dade pot enci al ment e, quando be m conduzi dos, pode m ger ar r esul tados e m tr ês esf er as dif er ent es:

I. par a os f unci onári os: mel hor es condi ções de t r abal ho, mai or ní vel de conheci ment o, despertar par a a cri ati vi dade e i novação, apr ender a t r abal har e m equi pe, parti ci par da sol ução de pr obl emas de sua ár ea, desenvol ver a aut o-r eali zação e a aut oconfi ança, mel hor i a da quali dade de vi da, mai or sati sf ação no tr abal ho;

II. par a a e mpr esa: mel hori a da quali dade dos pr odut os e ser vi ços, oti mização do apr ovei t ament o dos r ecur sos, mel hori a da co muni cação na e mpr esa, desenvol vi ment o de r el ações har môni cas entr e chefi a e f unci onári os, desenvol vi ment o de u ma consci ênci a par a a quali dade, mai or i nt egr ação entr e os f unci onári os;

III. par a a soci edade: pessoas parti ci pati vas e vol t adas ao be m co mum, pessoas mai s consci ent es e i nfl uent es, pr odut os e ser vi ços co m mai s quali dade, e mpr esa mai s sóli das.

CAPÍ TULO 3