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Amanda Azevedo Flores

A primeira referência bibliográfica que se tem sobre a Ginástica Laboral (GL), primeiramente conhecida como Ginástica Laboral Compensatória, encontra-se em um manual editado na Polônia, em 1925, denominada como ginástica de pausa destinada a operários. Posteriormente, outros países como Holanda e Rússia aderiram também a essa modalidade.

Segundo Candotti & Pressi (2005), no Japão, a Ginástica Laboral teve origem em 1928, com os funcionários dos correios. Ainda sobre esse relato, Leite e Mendes (2008), acrescentam que a GL teve a sua obrigatoriedade consolidada no Japão, onde os oito minutos de ginástica laboral preparatória consistiam na primeira tarefa do dia para o trabalhador realizar e executar, de forma obrigatória e remunerada.

A GL, no Brasil, foi trazida por executivos nipônicos, em 1969, nos estaleiros Ishiksvajima, onde, ainda hoje, é praticada por diretores e operários. Posteriormente, em 1978, no Rio Grande do Sul, foi implantado o projeto de Ginástica Laboral Compensatória (GLC) por professores e acadêmicos da FEEVALE (Federação de estabelecimentos de Ensino Superior em Novo Hamburgo – Rio Grande do Sul), em conjunto com o SESI, porém não houve êxito, terminando, sua aplicabilidade, nesse local, em novembro de 1979.

A Ginástica Laboral é um programa de atividade e exercícios físicos aplicados no ambiente de trabalho, durante o horário de expediente com a finalidade de melhorar a saúde do trabalhador, promovendo o bem estar e evitando lesões por esforço repetitivo ou sintomas osteomusculares.

Há muitos conceitos sobre Ginástica Laboral. Vejamos alguns deles: Lima (2005), a define como um conjunto de práticas físicas, elaboradas a partir da atividade profissional exercida durante o expediente, que visa compensar as estruturas mais utilizadas no trabalho e ativar as que, não são requeridas, relaxando-as e tonificando-as. Para Candotti & Pressi (2005), a Ginástica Laboral entende-se como uma atividade física, realizada durante o expediente de trabalho, que visa ao desenvolvimento do ser humano com intuito educativo.

As atividades desenvolvidas durante a Ginástica Laboral consistem em atividades de curta duração, ou seja, de 05 a 15 minutos, de pouca exigência física (Ex: alongamentos, relaxamento, recreação e consciência corporal no ambiente de trabalho), sendo todas desenvolvidas no próprio local de atividades do funcionário.

Segundo Verderi (2001), essas atividades podem ser basicamente:

 Ginástica Preparatória ou de Aquecimento realizada antes de iniciar o trabalho, as quais são executadas para preparar as estruturas que serão solicitadas durante as tarefas dentro da empresa;

 Compensatória ou de Pausa, que são atividades realizadas em pequenos intervalos durante o expediente. Esta tem o objetivo de compensar as estruturas que estão sendo utilizadas no processo produtivo, diminuindo as tensões do trabalho repetitivo, posturas erradas, proporcionando ao indivíduo condições de perceber seu corpo, suas condições físicas e psicológicas;

 Ginástica de Relaxamento ou Final de Expediente, que são atividades realizadas ao término das atividades do funcionário dentro da empresa, tendo por objetivo maior aliviar a sensação de cansaço e tensão muscular, e proporcionar uma integração social no ambiente de trabalho. As atuais políticas de recursos humanos das mais variadas empresas existentes no mundo inteiro defendem a boa condição de saúde de seus trabalhadores como um fator de produtividade, e incentivam investimentos em programas de promoção e prevenção da saúde. Percebe-se que nas empresas que adotam a prática de ginástica laboral os trabalhadores passam a executar suas atividades com mais qualidade e disposição. E, conseqüentemente, se previnem dos riscos de Distúrbios Osteocusculares Relacionados ao Trabalho – DORT e Lesões por Esforços Repetitivos – LER.

A nomenclatura adotada LER/DORT tem a finalidade de melhor identificar um conjunto de formas clínicas que podem ser adquiridas ou desencadeadas na atividade ocupacional. O primeiro termo a surgir no Brasil, na década de 80, foi as LER – Lesões por Esforços Repetitivos. Através de estudos constatou-se que esse termo era insuficiente para designar não só as formas clínicas, que começaram a aparecer por conseqüência de atividades ocupacionais, mas também por se tratar de um mecanismo de lesão único e abrangente.

A partir da década de 90 foi adotado o termo DORT – Doenças Osteomusculares Relacionadas ao Trabalho, ampliando os mecanismos de lesão, não só restrito aos movimentos repetitivos, mas que também circunscreve formas clínicas peculiares a algumas atividades ocupacionais. Segundo Oliveira (2000), “essas doenças ocorrem nos tendões, músculos, nervos, fáscias e ligamentos, isoladamente ou associadamente e atingem principalmente membros superiores, região escapular e pescoço, e são associadas às atividades desempenhadas no seu trabalho”.

Por fim, destaca-se que o programa de promoção da saúde do trabalhador deve ser criado com o objetivo de abordar e minimizar as possíveis deficiências do indivíduo e de seu posto de trabalho. Com isso, a GL tem papel importante na qualificação da qualidade de vida do trabalhador, minimizando assim, a baixa produtividade e, na maior parte das vezes, melhorando as atitudes comportamentais, bem como os conscientizando sobre a importância de se manterem saudáveis, ajudando, inclusive, nas mudanças de vida.

REFERÊNCIAS

CANDOTTI, Cláudia Tarragô e PRESSI, Ana Maria Steffens. Ginástica Laboral, Editora Unisinos-São Leopoldo RS, 2005.

LIMA, Valquíria de. Ginástica Laboral: Atividade Física no Ambiente de Trabalho. – 2.ed. – São Paulo: Phorte, 2005.

MENDES, Ricardo Alves e LEITE, Neiva. Ginástica Laboral: princípios e aplicações práticas. – 2. ed. rev. e ampl. – Barueri, SP: Manole, 2008. OLIVEIRA, José Manuel Caladode. Aspcectos Ergonômicos e sintomas Osteomusculares em um setor de Transporte de Pacientes- Maqueiros. Curitiba, 2014. Disponível

em,http://repositorio.roca.utfpr.edu.br/jspui/bitstream/1/3531/1/CT_CEEST_XXV III_2014_17.pdf, acessado em 22 de set. às 02h35.

VERDERI, Érica. Programa de Educação Postural. Ed. Phorte, São Paulo, 2001.

ALAVANTÚ PRA TU, ANARRIÊ PRA EU… VAI TER SÃO JOÃO,