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A infância e seus significados: marcas e memórias da constituição dos

A infância se constitui na trajetória dos professores colaboradores como um espaço marcante para a vida de cada um e é repleta de características singulares e de diversidade de

histórias. Acredito que a infância assume um papel primordial na construção da identidade enquanto processo inicial de construção de sentidos a partir da socialização primária.

Dubar (2005) refere-se à infância como a primeira construção identitária realizada pelo sujeito enquanto ato de pertencimento e/ou de referência para o grupo ou contexto em que os mesmos vivem. As experiências narradas pelos professores bacharéis retomam os significados da infância que lhe são marcantes, muitas vezes sem muitos detalhes, mas vivências que os emocionam, tocam e os provocam em suas narrativas.

Compreendo que os professores colaboradores expressaram em suas narrativas atos de pertencimento e referências contextualizadas à sua família e às experiências e visões de mundo que os cercavam. Esses atos e referências são enaltecidos como uma forte produção de sentidos que foram reproduzidas e/ou rompidas ao longo de toda a trajetória dos sujeitos, de forma pessoal ou mesmo profissional.

Esses atos de pertencimento e referências socializadas na infância construíram um arcabouço de características singulares para cada sujeito em seu processo biográfico de construção de identidade. Essas características foram carregadas como marcas pessoais e valores dos sujeitos ao longo de sua vida e inconscientemente reproduzidas nas diversas instâncias das relações sociais e, ao mesmo tempo, reconstruídas e ressignificadas pelas experiências.

Cada professor trouxe em suas narrativas características diferentes desse processo de socialização e de produção de atos de pertencimento e de referências da infância, alguns de maneira mais aberta e outros de maneira mais tímida. Acredito que a maneira que cada um narra a sua infância não significa maior ou menor produção de sentidos atribuídos por eles, ao contrário, o próprio ato de narrar de maneira diferente pode representar características pessoais do sujeito construídas na infância, reconstruídas e reproduzidas na vida adulta, portanto, representa a sua singularidade.

Uma marca narrada em toda a trajetória do professor Miguel, por exemplo, é o sonho de infância de ser um Paleontólogo. Esta experiência que cerca toda sua narrativa remonta a uma série de referências da infância que foram marcantes a ponto de, previamente, constituir- se enquanto um ato de pertencimento profissional. O sonho, produzido por um contexto histórico e social e, ao mesmo tempo, permeado pela subjetividade do professor Miguel, construiu um processo de socialização que não sofreu uma ruptura clara ao longo de sua trajetória, mas o sonho de infância foi reconstruído e ressignificado. Miguel materializou seu sonho em realidade.

Apesar do professor Miguel não explicar uma origem certa para essa vontade, ele cita o filme Jurassic Park como uma referência. A dimensão do ―sonho‖ na constituição da identidade profissional do professor Miguel, atrelada a essa referência, remete a uma estrutura social caracterizada por elementos midiáticos e mercadológicos que se perpetuam no cotidiano dos sujeitos como configurações culturais e assumem processos de legitimação de uma sociedade de mercado.

Essas estruturas sociais às quais o professor Miguel atribui significado em sua infância são de um sonho impulsionado pela referência de um filme, relaciona-se a uma conjuntura social que permeou o processo de socialização, profissional e pessoal, do colaborador em sua infância.

Diante dos pressupostos de Dubar (2005), o processo de socialização na infância do professor Miguel pode ter sido intermediado por um processo estrutural da sociedade permeado pelo contexto das atribuições que as crianças e adolescentes, naquela conjuntura geracional, tinham em relação a si, em relação aos outros e, consequentemente, em relação às profissões.

No caso do professor Miguel, os sentidos dessas atribuições construídas na infância permaneceram ao longo da sua trajetória sem que houvessem processos de rupturas completos, mas sim contextos que construíram e reconstruíram, mais tarde, a trajetória profissional do sujeito, sem que as atribuições e marcas profissionais do ―sonho‖ fossem perdidas neste processo.

O professor Miguel narra poucos detalhes sobre a sua família, mas acredito que esta posição não significa que ele não atribui significados a ela em sua trajetória. O colaborador se mostrou tímido e receoso quanto a assuntos mais pessoais na entrevista, que também sugere características pessoais do sujeito. Suponho que, num contexto de família classe média no qual cresceu, Miguel tenha alimentado e socializado o seu ―sonho‖ enquanto processo relacional na infância que possibilitaram sua materialização.

Enquanto para o professor Miguel a referência mais marcante de sua infância foi esse sonho, para os demais colaboradores a atribuição dos sentidos da infância foram, principalmente, construídos no âmbito familiar e nos contextos relacionais, históricos, econômicos e sociais que as experiências familiares tornaram-se referências, tanto para o âmbito profissional quanto para a construção de valores, posições e características pessoais as quais veremos a seguir.

A professora Alice narra sobre as suas características pessoais na infância, se retratando como aquela aluna boa e obediente. A sua referência é o contexto relacional da

família, pois ela conta sobre a influência que o pai e a mãe dela tiveram para que ela fosse bem nos estudos. Os pais de Alice, prezavam por acompanhar e incentivar a filha a estudar.

Este valor atribuído aos estudos é um processo de socialização familiar em que Alice constrói e reproduz sentidos em sua trajetória, reconstruindo-os nos diferentes contextos. Conforme Dubar (2005) o processo de socialização não é solitário e a professora Alice expõe a experiência de seu pai, que a ajudava com a Matemática, e a mãe, que a ajudava com a leitura. A colaboradora constrói seus juízos e valores aos estudos enquanto ato de pertencimento à sua própria família.

Uma marca narrada pela professora Alice que ela considera como a melhor lembrança da infância é a leitura completa do primeiro livro. Ao narrar esta memória lembrando até do nome do livro, Alice atribui forte significado a esse processo de valorização dos estudos na família e o fato desta lembrança estar viva na memória retrata o seu elo com o presente, com o sentido que ela atribui a essa leitura como uma marca no presente e de como ela valoriza o estudo e a leitura no presente, carregando essa postura em sua trajetória.

Até certo ponto, assim como Alice, a professora Sophia também atribui significados às relações familiares como cerne de um processo de socialização de grupo que valoriza os estudos em sua trajetória na infância. Afinal, a colaboradora é filha de um Doutor em Física e uma mãe Mestre em Geografia e também seguiu a carreira acadêmica. É um processo socialmente construído em sua trajetória, talvez de forma inconsciente, pois Sophia afirma que em certo momento não dava valor aos estudos dos pais, mas em outro momento, ela atribui essa importância a eles, em um processo de idas e vindas.

Diante dos pressupostos de Dubar (2005), a professora Sophia vivenciou um processo de socialização atrelado a um contexto cultural do grupo familiar que construiu sua identidade primária na infância, voltada para um teor acadêmico. A colaboradora, mesmo que inconscientemente, seguiu a mesma característica acadêmica em sua trajetória profissional, com suas singularidades de área, de tempo e de posições pessoais.

Além do atributo acadêmico narrado pela professora Sophia em sua infância, outras duas marcas culturais são enaltecidas em seu processo de socialização primária. A primeira é o contato com as artes, a música e a pintura, atribuídos pelos significados construídos nas viagens e nos contextos culturais da própria formação acadêmica dos pais; afinal, a convivência e o acesso a esses elementos culturais foram propiciados pelo contexto do lugar onde a família se encontrava e das experiências vividas em áreas nobres do Rio de Janeiro e São Paulo, além de terem vivido no exterior por certo tempo. Essas marcas culturais se

constituem como atos de pertencimento aos grupos aos quais os pais de Sophia pertenciam e, consequentemente, a colaboradora também se inseriu.

A segunda marca cultural é relativa às atribuições existentes no processo relacional da professora Sophia com os pais. Ao caracterizar a sua infância enaltecendo que seu pai era russo e sua mãe era cubana, Sophia atribui significados a um processo de relação que a constituiu com um temperamento forte, de uma pessoa que elogia pouco porque foi criada em um processo de relação familiar que exigia mérito e que tinha poucos elogios.

Acredito que o processo de socialização na infância e, em especial no contexto familiar, constrói significados que ficam presentes em toda a trajetória dos sujeitos, principalmente no que tange a um conjunto de características pessoais e valores atribuídos na relação com a família. Esses significados, obviamente, podem ser construídos e reconstruídos com o tempo e os demais processos de socialização, mas estão enraizados nas posições dos sujeitos diretamente ou indiretamente.

Além da professora Sophia, outro exemplo disso é o professor Davi que, além de relatar que era uma criança muito quieta e tímida, características que, acredito, o levaram a dar poucos detalhes sobre suas relações familiares, atribuiu significados à sua infância por meio da música e da influência que a mãe dele teve neste processo de socialização.

Esse processo de socialização com a referência da mãe, além de incluí-lo em um ato de pertencimento a um grupo familiar por meio da característica cultural da música, constituiu elementos para um conjunto de características pessoais do professor Davi, no qual ele relata a disciplina, a autonomia e a determinação como claros reflexos de sua relação com a música e, consequentemente, com seu grupo familiar.

No caso do professor Arthur, a família e o contexto familiar se consolidaram de maneira circunstancial como alavanca para uma ruptura nos processos de socialização de seu grupo. Considerando o papel importante dos pais e familiares em sua trajetória, Arthur narra a sua postura resistente ao contexto e às particularidades em que viveu as experiências de sua infância e adolescência.

Arthur não consegue identificar o motivo que o levou a lutar contra as adversidades da vida no campo, mas ele atribui sentidos à intensidade de sentimentos em relação ao estar na escola, ao estudar e ao conseguir se satisfazer estando ali. Para Dubar (2005) os elementos cognitivos e subjetivos dos sujeitos perpassam os processos de socialização e se relacionam de maneira diferenciada com as estruturas sociais dos grupos.

Mesmo em um grupo familiar e social em que a escola e o estudo não se constituem como uma experiência social e cultural reproduzida ou que os grupos atribuem sentidos, o

professor Arthur narra a sua resistência, fruto de um elemento que ele próprio desconhece, mas relacionado ao sentimento de poder mudar, de querer mudar e de não se identificar com aquele contexto para a vida toda.

Os pais de Arthur, dentro de suas possibilidades sociais, culturais e econômicas, ajudaram no que puderam e, sobretudo, sabiam que o filho fazia aquilo para mudar de vida, para ter outro caminho. O reconhecimento dessa característica dos pais na narrativa do professor Arthur expõe que o colaborador não fala apenas das dificuldades que passou, sobretudo realiza um processo de reflexão sobre o contexto em que viveu e de que sua família, dentro de suas possibilidades, humildemente contribuíram para a mudança de vida que Arthur viveu.

Vi Arthur narrando essas experiências com os olhos cheios de água, em um exercício de reconhecimento do outro, de sua família em sua superação. Mesmo com um processo de socialização pautado por uma superação repleta de mérito, que de fato dele é, o colaborador não abre mão de um conjunto de características pessoais de humildade, que suponho trazer da vida no campo, e que é refletida em sua postura ao narrar sobre sua história.

Esta emoção exposta pelo professor Arthur ao narrar suas experiências na infância, mostra como esse processo de ruptura o marcou e envolveu principalmente os sentimentos do colaborador. Diante dos pressupostos de Dubar (2005), esses sentimentos dimensionam o processo de construção da identidade para si no confronto para o outro, para a estrutura social do grupo em que viveu e para a identidade ao qual visava.

Contudo, diante de tantos sentidos construídos a partir das narrativas dos colaboradores, acredito que o dimensionamento dos processos de socialização vividos na infância se constituem como marcas conjunturais da identidade dos sujeitos que envolvem os sentimentos provocados no âmbito subjetivo; os valores produzidos e reproduzidos como ato de pertencimento aos grupos; as referências sociais, culturais e econômicas que possibilitam a resistência ou a ruptura da identidade construída na infância; e o desenvolvimento de características de cunho subjetivo e cognitivo – traços da personalidade – que se relacionam à individualidade dos sujeitos em seus atos e posições.

Compreendo que esta conjuntura de elementos que produzem sentidos a partir da infância dos sujeitos se configure como parte do processo de constituição da identidade dos professores bacharéis e, principalmente, como elementos construídos em suas trajetórias que se articulam com a sua constituição enquanto docentes formadores de professores, com seus atos de pertencimento à docência e com sua mobilização de conhecimentos para a formação de professores.

Com isso, justifico este eixo temático enquanto uma das minhas produções de sentido para esta narrativa da pesquisa, pois os elementos que os sujeitos trazem de sua infância e das características pessoais dela construídas são carregadas e reconstruídas ao longo de toda a trajetória, mas se fazem presentes como marca da relação entre o presente e o passado dos sujeitos em seu processo de construção da identidade.

4.2 A trajetória para a profissão: dualidades, rupturas, conflitos e interesses

Neste eixo de significado proponho refletir acerca das trajetórias narradas pelos professores colaboradores que os levaram aos seus respectivos cursos e áreas de formação, suas referências nas experiências vividas e as circunstâncias pessoais, profissionais, sociais, culturais e econômicas que marcaram a vida dos professores e suas escolhas conscientes e não conscientes.

Acredito que este aspecto do processo de constituição da identidade profissional problematiza os interesses, os conflitos, as rupturas e as dualidades vividas pelos professores bacharéis nos processos de socialização, seja em sua vida pessoal ou em contextos sociais que os levaram à sua formação inicial, produzindo seus próprios sentidos em relação à profissão e seus atos de pertencimento iniciais ao curso e/ou a profissão adotados pelos professores bacharéis.

Conforme os pressupostos de Dubar (2005) e Roldão (2005), a identidade profissional relaciona-se diretamente com a trajetória e a identidade social dos sujeitos. Portanto, considero neste eixo temático que o processo biográfico dos interesses e contextos que levaram os sujeitos às suas formações iniciais constitui-se como um aspecto da constituição profissional situado historicamente em sua trajetória.

Estes processos e atos de pertencimento são reconstruídos com o processo de socialização institucional e social na formação inicial, na pós-graduação e nas experiências pessoais e profissionais que os sujeitos vivem, que tocam e marcam sua memória e que os constituem como sujeitos historicamente dimensionados aos seus contextos.

Contudo, avalio que este processo de construção dos primeiros atos de pertencimento profissional se constitui como um momento de produção de significados transitórios na vida dos sujeitos, repletos de incertezas, de sentimentos e de interesses. Essa transição ocorre, diante das narrativas dos colaboradores, na reconstrução dos processos de socialização vividos na infância, contextualizados por circunstâncias geracionais e históricas que marcam os caminhos que os sujeitos decidem tomar enquanto ato de pertencimento profissional.

Essa reconstrução, por sua vez, é transitória porque os processos de formação inicial, de pós-graduação e de formação continuada estabelecem novos contextos em que serão articulados elementos profissionais e pessoais que reconstroem as identidades dos sujeitos nos experiências relacionais e de conhecimento. Ao mesmo tempo, as marcas dos processos anteriores se mantém vivas ao longo da trajetória, o que discorrerei no próximo eixo de significado.

Diante dessas reflexões, argumentarei neste eixo sobre as referências narradas pelos professores colaboradores neste processo de pertencimento profissional, as marcas dos contextos familiares e sociais que influenciaram nos interesses dos sujeitos e dos sentimentos envolvidos com as áreas de atuação dos mesmos.

Na narrativa do professor Miguel é evidente que a marca trazida da infância do sonho de ser paleontólogo permanece como a principal referência para os atos de pertencimento socializados no processo transitório. No entanto, a circunstância familiar e geracional do final de sua adolescência contextualiza uma redefinição temporária de seu ato de pertencimento profissional.

Miguel, que passou no vestibular aos 16 anos, expõe em sua narrativa o conflito que viveu e o levou a essa redefinição de interesses por conta da sua idade e dos sentimentos relativos à sua família, pois poderia estudar longe dela. Esta redefinição, que não suscitou na desistência de seu sonho, causou uma crise de dualidades e interesses na sua trajetória profissional.

A decisão pelo curso de Ciências Biológicas pelo professor Miguel foi feita segundo os significados que ele atribuiu aos sonhos de infância, no entanto, as dualidades do contexto de formação que vivenciou o forçaram a uma crise do sonho frente à realidade do curso em que estava. Seja pela não identificação com os pares, pois os colegas eram muito mais velhos, pelo não pertencimento à proposta de uma Licenciatura, por aquele contexto geográfico e institucional não possibilitarem a ascensão do sonho ou pelo conflito narrado com uma professora da Psicologia da Educação.

Todos estes significados experienciados no processo de socialização do professor Miguel reconstruíram o sonho de infância e redimensionaram os atos de pertencimento profissional do colaborador para uma decisão consciente e planejada. Ou seja, acredito que neste processo o sonho deixa de ser uma referência da infância e passa a ser um processo de formação profissional consciente, em reconstrução e reprodução, mas que não abandona a marca de infância construída na memória.

Já no caso da professora Alice, a construção dessa trajetória transitória mantém em confronto elementos familiares, a referência de um professor, interesses pessoais pelo curso de Matemática, um contexto socioeconômico e geográfico que circunstanciou o processo e uma posição socialmente construída de não querer ser professora.

Ao narrar as suas experiências sobre este momento transitório a professora Alice atribui significados aos seus pais, a importância conferida aos estudos e a referência a um professor que contribuiu para um processo de socialização que potencializou os seus interesses pessoais pela Matemática. Essa referência do processo de socialização constrói um ato de pertencimento a partir das experiências que tocaram Alice em seus contextos.

O ato de não pertencimento à docência, neste momento transitório de sua trajetória, é consciente e fruto dos processos de socialização vividos no curso de magistério. Para aquele momento, Alice reproduz a influência do pai e, suponho, do contexto vivido por eles de que a docência seria uma alternativa caso ―não desse certo‖ (Professora Alice). Essa reprodução é historicamente constituída em sua trajetória e não é estática, mas sim transitória.

Esse interesse pela área de Matemática se constitui com um processo articulado de socialização desde a infância, com a referência do pai, com o sentimento e afinidade construídos socialmente pela área e permeados por um contexto de não pertencimento momentâneo à docência e inclui, também, circunstâncias geográficas de localização e condição socioeconômica da família que possibilitaram que a colaboradora realizasse seu curso em São José do Rio Preto. Todos esses significados que constituem a identidade da professora Alice são transitórios, pois reconstruídos posteriormente por outras experiências e processos de socialização.

De modo semelhante ao de Alice, o professor Davi narra suas experiências sobre esse momento transitório a partir dos significados construídos na infância e reconstruídos pela referência de uma professora e também o redimensionamento de suas afinidades com a área de Química no ensino médio com o contexto socioeconômico da família e as circunstâncias geográficas da cidade de Ribeirão Preto frente ao mercado de trabalho.

Da infância, a narrativa de Davi atribui à característica disciplinada da responsabilidade da formação musical que teve como o elemento que ele via sendo