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2.1 A CIÊNCIA DA ADMINISTRAÇÃO

2.2. A INFORMÁTICA PÚBLICA ESTADUAL EM PERNAMBUCO

Em relato institucional no site da Agência de Tecnologia da Informação (ATI), a informática pública do Estado de Pernambuco teve um momento histórico quando da criação do Centro de Prestação de Serviços Técnicos de Pernambuco - CETEPE, em 28 de junho de 1969, através do Decreto-Lei nº 42. No tempo em que o mercado de Informática no Nordeste ainda estava incipiente, Pernambuco ganhou proeminência quando passou a sediar uma das primeiras empresas estaduais de processamento de dados, prestando serviços à máquina pública da região.

Após cinco anos, o CETEPE passou a ter importância destacada, sendo considerado um dos melhores centros de processamento de dados do Brasil. Seu crescimento foi bastante rápido e, com a mesma velocidade, também foi atualizada a sua infra-estrutura operacional. Paralelamente, com a implementação da automação de serviços com o uso da Informática, coube também ao CETEPE promover a reestruturação organizacional do Governo do Estado, com ênfase na racionalização dos processos e otimização do uso de recursos, conforme estabelecido no Decreto nº 12.732, de 16 de novembro de 1987.

Em 07 de agosto de 1990, foi efetuada a fusão do CETEPE com a Empresa de Fomento da Informática do Estado de Pernambuco – FISEPE, como disposto na Lei nº 10.467, mantendo o foco no desempenho de atividades de TI.

43 Através da prestação de serviços aos diversos órgãos/entidades da Administração Pública Estadual, estabeleceu-se um real conhecimento dos processos e estruturas administrativas setoriais que, além da interação e troca de experiências com as empresas filiadas à Associação Brasileira de Empresas Públicas Estaduais de Informática (ABEP), deram à FISEPE as condições necessárias para desempenhar o papel de integradora e operadora da informática pública no Estado de Pernambuco. Atuando durante 14 anos, a FISEPE contribuiu, decididamente, através do uso dos recursos tecnológicos, para o aprimoramento dos processos de atendimento e serviços prestados pela máquina pública à Sociedade.

Com uma nova visão estratégica – a utilização da TI como impulsionador do crescimento econômico do Estado e da qualidade de vida do Cidadão –, o Governo lançou as bases para um novo Modelo de Informática, criando, através da Lei Complementar n° 049 de 31 de janeiro de 2003, a Agência Estadual de Tecnologia da Informação – ATI com a finalidade de suceder a FISEPE.

O novo modelo definiu o papel da ATI com base em três importantes vetores: a) Informática de Governo - uso da Tecnologia de Informação – TI pela administração publica estadual como plataforma para a gestão e administração governamental, produção e prestação dos serviços públicos; b) Economia Digital - relações entre o Governo do Estado de Pernambuco, Centros Tecnológicos e a Iniciativa Privada voltadas para a promoção e desenvolvimento de empreendimentos econômicos baseados na tecnologia da informação e comunicação; e, c) Conhecimento e Educação em TI - relações do Governo do Estado de Pernambuco com a área acadêmica, entidades de fomento e centros de pesquisas e tecnologia para formação de capital humano e disseminação e uso do conhecimento nas tecnologias da informação e comunicação.

Para a consolidação das diretrizes do Sistema TI, o Sistema Estadual de Informática de Governo – SEIG foi instituído, através da Lei n° 12.985, de 02 de janeiro de 2006, tendo por finalidade a formulação da política pública na área da informática do governo: o planejamento, a coordenação, o controle e a execução das atividades a ele relacionadas, no âmbito da Administração Direta e Indireta do Poder Executivo Estadual.

O Sistema SEIG foi concebido visando maximizar o alcance de resultados obtidos pela Administração Pública Estadual, através do uso intensivo e adequado da TI, objetivando a melhoria continua da eficiência, eficácia e efetividade das ações

44 públicas, possibilitando o acesso digital dos cidadãos e organismos da sociedade aos órgãos e entidades governamentais bem como aos serviços públicos prestados. O modelo adotado tem seu funcionamento baseado em duas premissas: gestão coordenada e operacionalização descentralizada e, neste sentido, estabeleceu como fundamentos o compartilhamento e a interoperabilidade dos ativos de TIC, procurando administrar a complexidade e garantindo a segurança das integrações entre os diversos órgãos e entidades do governo estadual, destes com outros órgãos e níveis de governo, com outros poderes públicos, com entidades não-governamentais e instituições privadas.

Como órgãos operativos setoriais do modelo SEIG, foram designados os Núcleos Setoriais de Informática - NSI, alocados às diversas Secretarias de Estado, e as unidades de informática (NI) existentes nas autarquias, fundações, empresas públicas e sociedades de economia mista, integrantes da Administração e que tem como atribuições desenvolver, manter, dar suporte, gerenciar e operar, direta ou indiretamente, as aplicações setoriais instaladas nos ambientes computacionais respectivos.

Ressalta-se que boa parte dos entrevistados, situados na SEFAZ-PE, são oriundos da ATI, desenvolvendo suas atividades em projetos necessários à total integração do modelo SEIG nesta secretaria.

A evolução interna da informática na SEFAZ-PE, órgão atendido pela ATI, foi uma das mais rápidas e bem estruturadas, apesar de inicialmente sua única fonte de informação serem os sistemas corporativos, que produziam relatórios em terminais (burros) ligados a um mainframe: este demorado processo de análise permitia a desatualização das informações e sua desconexão às necessidades da instituição.

Com a implementação de novos recursos de TI, na SEFAZ-PE, tornou-se possível trabalhar os arquivos do mainframe em computadores pessoais (PCs), tratando os dados de forma estruturada na alimentação de alguns sistemas de apoio à gestão dos departamentos.

A partir de 1998, pode-se dizer que as ações implementadas, através da aquisição de equipamentos e ferramentas de TI, possibilitaram um aumento considerável na produtividade e atuação desta secretária no Estado de Pernambuco. A arrecadação, através da cobrança de débitos fiscais, que anteriormente era na ordem de 0,35 cresceu para 3.5 milhões de dólares ao mês nos primeiros quatro anos. Este crescimento foi oriundo de um melhor tratamento das informações

45 armazenadas, que culminaram, finalmente, na inserção de um datawarehouse (DW) e ferramentas de pesquisa, estabelecendo um novo conceito de business

intelligence (BI) para o departamento de TI, usuários e clientes, e hoje é

compreendido como regra de sua estratégia. (ATI – Disponível em:<http://www2.ati.pe.gov.br/web/site-ati/historico>. Acesso em: 25 de julho de 2010)