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A MOBILIZAÇÃO PARA A CONSTRUÇÃO DO CURSO MÍDIAS NA

2. O CURSO MÍDIAS NA EDUCAÇÃO NO CONTEXTO DA REELABORAÇÃO

2.1. A MOBILIZAÇÃO PARA A CONSTRUÇÃO DO CURSO MÍDIAS NA

Para chegar à idealização da proposta do curso Mídias na Educação, duas ações foram realizadas em anos anteriores a sua construção, que influenciaram diretamente em sua elaboração: a criação, em 1995, do Programa TV Escola e, em 2000, o curso de extensão, a distância, TV na Escola e os Desafios de Hoje.

Assim, em 2005, com as discussões em torno da convergência de mídias, da TV Digital, a SEED entendeu que o contexto daquele momento, não permitia mais ter, em sua estrutura, cursos isolados de seus programas (como TV Escola, Proinfo, por exemplo). Ou seja, o curso TV na Escola e os Desafios de Hoje, por exemplo, não atendia mais às necessidades dos professores com relação à formação continuada para a utilização pedagógica das TIC. Dessa forma, era necessário criar um novo programa contemplando a integração das diferentes TIC, consequentemente, possibilitando a integração dos programas do MEC voltados para o uso das tecnologias como recurso didático. Acreditamos que por causa da chegada dos computadores às escolas públicas, mas também por falta de reestruturação da TV Escola – pois a maioria de seus equipamentos se encontrava danificado, principalmente, as antenas parabólicas e, dessa forma, não havia possibilidade de fazer a recepção dos programas e gravá-los para utilizar com os alunos – os professores não tinham mais interesse em participar do curso. Por isso, entendemos que a questão esteja relacionada não somente a convergência de mídias.

De acordo com esse contexto, surgiu o curso Mídias na Educação. Para elaborá-lo, a SEED fez uma mobilização no sentido de que não ocorresse a centralização numa IPES, somente, e lançou o convite às IPES que quisessem não só participar da produção dos materiais (conteúdos por módulos), bem como da implementação do curso. Ao todo, 44 IPES aderiram ao chamado da SEED. A participação tem se dado da seguinte forma:

Quadro nº 01: IPES participantes do curso Mídias na Educação

AÇÃO QUANT. UNIVERSIDADES PARTICIPANTES

Participou somente na produção de conteúdo

01 Universidade do Vale do Itajaí (UNIVALI)

Participam na implementação

19 Universidade Federal do Acre (UFAC)

Universidade Federal do Amazonas (UFAM) Universidade Federal do Amapá (UNIFAP)

Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia (UESB) Universidade Federal de Goiás (UFG)

Universidade Federal do Maranhão (UFMA) Universidade Federal de Ouro Preto (UFOP)

Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS) Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT) Universidade Federal do Pará (UFPA)

Universidade Federal da Paraíba (UFPB)

Universidade Federal de Campina Grande (UFCG/PB) Universidade Federal do Piauí (UFPI)

Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ) Universidade Federal de Rondônia (UNIR)

Universidade Federal de Roraima (UFRR)

Universidade Federal do Rio Grande (FURG) Universidade Federal do Tocantins (UFT)

Produziram conteúdo e participam na implementação

14 Universidade Federal de Alagoas (UFAL) Universidade Federal do Ceará (UFC) Universidade de Brasília (UnB)

Universidade Federal de Montes Claros (UNIMONTES) Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE) Universidade Federal do Paraná (UFPR)

Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) Universidade do Estado do Rio Grande do Norte (UERN) Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia Sul-rio- grandense (IFSul) – campus Pelotas

Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) Universidade Federal de Santa Maria (UFSM) Universidade Federal de Sergipe (UFSE)

Universidade de São Paulo (USP)

Fonte: Revista Linhas Críticas – UnB

Essa decisão da SEED permitiu a realização de um trabalho colaborativo entre as IPES.

Após o Projeto Básico do curso Mídias na Educação ter sido apresentado numa reunião da UniRede, as IPES que fizeram adesão para a elaboração dos módulos e implementação do curso, organizaram-se em grupos, de acordo com a distribuição dos módulos. Assim, começou o processo de elaboração de 900 horas de conteúdos educacionais com aprofundamento nos blocos temáticos do curso: impressos, TV, informática e rádio – cada bloco temático foi de responsabilidade de um grupo de IPES. A construção do material didático (conteúdo do curso) foi coordenada por cinco IPES: UFC, UFGRS, USP, UFAL e UFPE. Essas IPES foram escolhidas por já apresentarem domínio na utilização do ambiente virtual de aprendizagem e-proinfo – desenvolvido pela SEED – bem como já vir realizando projetos em parceria com o MEC.

O processo de construção dos módulos adotado pelas IPES foi bastante dinâmico, pois trabalharam em seus respectivos grupos, na maioria das vezes, utilizando lista de discussão e fóruns. Porém, algumas reuniões presenciais foram necessárias com a intenção de manter a unidade dos módulos. Na primeira reunião de cada grupo, alguns pontos foram acertados, como os padrões estéticos e formais dos módulos, os temas que seriam tratados em cada um deles e o cronograma para as futuras reuniões presenciais. O trabalho colaborativo das IPES envolvidas foi um grande desafio no processo de construção do curso. A maior preocupação dos professores e especialistas em tecnologias e linguagens midiáticas, que formavam as equipes das IPES, era organizar os conteúdos dos módulos de maneira que pudessem formar os professores para utilizar as TIC como suportes da aprendizagem.

Com relação aos padrões estéticos e formais, queremos destacar que dos seis módulos do Ciclo Básico, apenas o Módulo Introdutório (o Integração de Mídias na Educação) e o Módulo Gestão de Mídias seguiram o mesmo padrão estético definido no Projeto Básico do curso Mídias na Educação. Os módulos correspondentes as quatro mídias fugiram ao proposto, o que consideramos prejudicial para os cursistas, especialmente, aqueles que têm poucos conhecimentos em informática, pois cada módulo apresenta uma forma diferente de navegação.

Outro aspecto que merece destaque, nessas reuniões, foi a troca de experiências entre IPES de todo o país. Muitos relatos de experiências bem sucedidas, de iniciativas bastante criativas de formação de professores faziam parte desses momentos presenciais. De acordo com Neves e Medeiros (2006), a forma como foi planejado todo o curso pressupõe um novo jeito de conceber a formação continuada: uma verdadeira construção colaborativa.

2.2. PREMISSAS BÁSICAS PARA A ELABORAÇÃO DO CURSO: A PEDAGOGIA