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CAPÍTULO V – Apresentação/Análise dos Dados

5. A Organização da Escola TEIP

Depois de analisarmos como é que os actores entrevistados percepcionam o projecto, como é que este foi implementado e quais as parcerias estabelecidas, importa agora aqui perceber qual a organização deste agrupamento enquanto Território Educativo de Intervenção Prioritária (TEIP). Para tal importa perceber como se organizou a escola na constituição e implementação do projecto. Quais as mudanças que ocorreram ao longo dos dois anos de execução. Como é que a escola se organizou no sentido de dar resposta aos problemas evidenciados pelo projecto e qual a perspectiva dos entrevistados em relação à sua organização e mudanças ocorridas com a sua implementação. Não esquecendo que, tal como se pode ler no Despacho Normativo n.º 55/2008 de 23 de Outubro, os Territórios Educativos de Intervenção Prioritária II visam promover o sucesso educativo “das crianças e jovens que hoje se encontram em situações de risco de exclusão social”. Tendo como objectivos centrais: “A melhoria da qualidade das aprendizagens traduzidas no sucesso educativo dos alunos; O combate ao abandono escolar e às

saídas precoces do sistema educativo; A criação de condições que favoreçam a orientação educativa e a transição da escola para a vida activa”.

Ainda segundo o Despacho Normativo nº55/2008 de 23 de Outubro, a concepção e organização do projecto educativo deve atender a algumas prioridades, sendo a primeira:

“a) Promoção de condições para a promoção do sucesso educativo e escolar das crianças e dos jovens com vista a prevenir a retenção, o absentismo e o abandono escolar, através da diversificação das ofertas formativas, designadamente o recurso aos percursos curriculares alternativos, planos de recuperação, cursos de educação e formação e cursos profissionais”.

Através da análise ao projecto Alfa, um dos problemas evidenciados por este são as “Taxas de insucesso superiores à média nacional na maior parte dos anos de escolaridade” (Projecto Alfa, 2009:24). Mesmo nos discursos proferidos pelos entrevistados (E01, E02, E03a, E03b e E04) podemos verificar que para estes o sucesso educativo é uma das bases fundamentais da constituição do TEIP sendo referido por um entrevistado que a escola também influencia o sucesso/insucesso dos seus alunos, não sendo, contudo, a única responsável. É referida a questão do absentismo e abandono escolares evidenciando o facto de no caso do agrupamento analisado, a questão do abandono não ser muito problemática e se circunscrever a alunos provenientes de outros países ou de minorias étnicas como os ciganos.

Portanto, não se pode imputar o insucesso apenas a um, a um sector, não é? De funcionamento da escola, portanto. A escola certamente tem, tem a sua cota parte de responsabilidade na forma como se organiza e como funciona, enfim, pode contribuir para reduzir para, enfim, funcionando melhor, prestando melhor atendimento aos alunos, portanto pode contribuir para que o insucesso seja mais reduzido e o abandono. Mas não só, não é? Tem a ver com questões ligadas às famílias, não é? Ao funcionamento das famílias também, e à própria administração, não é? À própria...e às políticas educativas, não é? Portanto, desde características das famílias, funcionamento da escola, políticas educativas, portanto, aí acho que chocam as causas e os factores que influenciam o, o sucesso, não é? (E01, [16])

No que concerne ao insucesso associado às taxas de retenção e reprovação, verifica-se uma evolução significativa nomeadamente no terceiro ciclo. Tal facto,

segundo o entrevistado E01, deve-se à criação de percursos escolares alternativos, como a criação dos Cursos de Educação e Formação (CEF) e Educação e Formação de Adultos (EFA), contudo, segundo o mesmo entrevistado ainda há muita coisa a fazer. “O terceiro ciclo evoluiu bastante, claro que também tem a ver com a criação de CEF’s, não é? Outras alternativas para os alunos, portanto, currículo diferente para os alunos” (E01, [18]). Verificaram-se a criação de alternativas escolares diferentes para os discentes além dos CEF, como se verifica no plano anual de actividades a “Diversificação da oferta formativa/ Implementação dos CEF Tipo2 de Fotografia, Electrónica e Informática, do EFA Escolar B3, do EFA Secundário e do Curso Ser em Português. E Depois?” tendo como um dos seus objectivos “Promover o sucesso escolar” (PAA, 2009:9).

Criaram-se os desdobramentos de turmas, o Gabinete de Mediação e Orientação Escolar e os apoios educativos também com vista à melhoria do sucesso escolar.

Tivemos uma resposta organizacional a problemas de insucesso em determinadas turmas, em que havia desdobramentos, por exemplo em determinadas disciplinas, em que tinha apoio de outro professor dentro da sala de aula, ou em que o aluno era retirado dali, vinha cá para fora e vinha dar aquela matéria num contexto diferente para não perturbar a turma e por outro lado fazer as aprendizagens com outro professor. Portanto são recursos que são, que são, hum, disponibilizados sob o ponto de vista organizacional, criando mai, outras mais-valias. Ou então outras respostas, ou então em termos deeee mais ao nível de direcção de turma, hum, ou então também a questão da, da, da equipa da GMOE, da, da, da, da equipa de técnicos não é? (E04, [96])

Indo de encontro à segunda prioridade prevista pelo Despacho Normativo nº55/2008 de 23 de Outubro em que se prevê a “Criação de modalidades flexíveis de gestão do currículo e dos programas disciplinares e não disciplinares de modo a actuar precocemente sobre o risco de abandono e insucesso e a avaliação da progressão dos alunos para as competências definidas de fim de ciclo ou nível de ensino”. No regulamento interno, encontra-se como uma das competências do director de turma a promoção do dialogo entre “... professores, delegado de turma e representantes dos encarregados de educação, com vista à elaboração de um projecto curricular de turma, onde podem constar estratégias de diferenciação

pedagógica e adequação curricular destinadas a promover a melhoria das condições de aprendizagem e a articulação escola-família” (RI, 2009:12).

Outra medida adoptada pelo agrupamento foi a organização da escola por anos de escolaridade, ou seja, procurou que cada professor, dentro do possível, só leccionasse um ano de escolaridade facilitando deste modo a comunicação entre todos os docentes do mesmo ano. Esta organização permitiu também uma maior comunicação dos diferentes casos dos alunos entre os directores de turma do mesmo ano de escolaridade. Foi necessária, para esta organização escolar, a criação das equipas de coordenação de ano. No regulamento interno pode ler-se que uma das suas competências é “d) Desenvolver a articulação na planificação das actividades lectivas, bem como nas de complemento e enriquecimento curricular e apoio educativo, de modo a prevenir a repetência e a promover o sucesso escolar” (RI, 2009: 13).

Criaram-se, também, os Projectos de Desenvolvimento Educativo (PDE) que contribuíram para a articulação curricular proporcionando o sucesso educativo e a aproximação entre a escola e a comunidade.

Os PDE promoveram o sucesso escolar dos alunos através da realização de actividades em articulação com o currículo de várias áreas curriculares, proporcionaram momentos de interacção entre a escola e a comunidade, incentivaram o desenvolvimento da cidadania e contribuíram para o crescimento da auto-estima dos alunos. Os professores, responsáveis por clubes de natureza científica, entendem que é notória uma melhoria do sucesso dos alunos com dificuldades de aprendizagem nas disciplinas afins. (Relatório Alfa, 2010:12)

A terceira prioridade evidenciada pelo Despacho Normativo nº55/2008 de 23 de Outubro é:

c) Fixação de áreas de intervenção e medidas que possam dar resposta às necessidades especificas identificadas nas escolas, designadamente nos seguintes domínios:

i) Ligação ao mundo do trabalho por via da cooperação entre escolas e organizações de trabalho, de forma a incluir nos processos pedagógicos aprendizagens relativas às profissões e aos contextos do respectivo exercício:

ii) Educação para a saúde, desporto escolar e os apoios educativos especiais, educação para o empreendedorismo e contacto com estruturas e sítios de interesse patrimonial e cultural;

iii) Identificação dos mecanismos de acompanhamento de projectos de estudo e formação;

iv) Dotação em pessoal docente e auxiliar, profissionais de orientação profissional,, de orientação escolar e apoio tutorial, mediadores com a comunidade;

v) Segurança e prevenção da violência, acompanhamento de actividades dentro e fora da escola;

No que concerne a esta prioridade, já verificamos que o domínio i) é satisfeito através das parcerias estabelecidas e analisadas no subcapítulo anterior.

Relativamente ao domínio ii) , passaremos a analisar a área da educação para a saúde. No caso deste Agrupamento, segundo uma entrevistada (E04), sempre contou com um projecto de educação para a saúde, contudo, após a implementação do projecto Alfa, este passou a ser mais institucional.

Olhe, conseguimos, hum, também é... nem lhe sei dizer muito, porque é assim, as coisas mudaram muito desde há dois anos para cá, de há um ano e tal para cá, não é? Portanto mesmo esta, o projecto de educação para a saúde, nós sempre tivemos um projecto de educação para a saúde cá na escola, mas agora está mais institucionalizado. Perde-se em certa medida, porque há certa, quer dizer eles tentam impor, eles tentam impor, nós temos uma noção muito grande que eles tentam impor aquilo que sabem fazer, e às vezes o que eles sabem fazer não tem a ver com as nossas necessidades. (E04, [120])

Verifica-se a intervenção de uma forma generalista por parte dos técnicos de saúde sem identificar ou procurar conhecer primeiro os problemas específicos do Agrupamento e desta forma tentar dar-lhes uma resposta adequada.

Por outro lado, verifica-se a necessidade de acesso a determinadas especialidades médicas e para as quais o Agrupamento não tem encontrado as respostas desejadas.

Deu a conhecer a dificuldade que têm sentido no atendimento, atempado, por parte dos Serviços de Pedopsiquiatria do Hospital de S. Marcos. Propuseram que esta questão fosse abordada em termos da Equipa de Saúde Escolar, a nível da escola, mas a reunião foi adiada não havendo ainda data prevista para a mesma. Há, no entanto, uma necessidade premente de encontrar forma de agilizar o acesso a este serviço e consequente resolução dos processos que dele dependem. (A2, 2009:1)

Em termos de relação da saúde com o sucesso educativo, verifica-se um esforço por parte da escola na resolução dos problemas evidenciados, nomeadamente nas questões do sono, da higiene e asseio, da pediculose e da alimentação. Existem diversas actividades previstas pelos planos anuais de actividades com vista à promoção da saúde. Regista-se também a elaboração de desdobráveis sobre estas temáticas e que podem ser distribuídos pelos Encarregados de Educação sempre que os Directores de Turma o considerem necessário.

O trabalho desenvolvido pelas Animadoras e pela Técnica de Educação nas questões alimentares e comportamentais também revelou resultados positivos como podemos ver no relatório do projecto. “As Animadoras e Educóloga foram uma peça essencial na modificação comportamental dos alunos em termos alimentares e tempos recreativos, funcionando as actividades desenvolvidas como forma de prevenção de reincidência de comportamentos ou aparecimento de novos casos” (Relatório Alfa, 2010:25). As Animadoras foram também importantes para o rastreio de situações problemáticas e para o apoio a alunos com dificuldades de aprendizagem: “dando apoio, juntamente com os docentes, aos alunos com dificuldades de aprendizagem; realizando o despiste de situações problemáticas a diferentes níveis (alimentação, comportamento, …) e alertando os docentes para os mesmos. Contribuíram também para a dinamização dos espaços escolares” (A2, 2009:1-2).

Foi criado o Gabinete de Informação e Apoio ao Aluno (GIA) que cujo objectivo era “tornar-se um espaço com a função de disponibilizar aos alunos informação e apoio no âmbito da educação para a saúde, no que se refere, à prevenção de consumos e no apoio psicossocial e nutricional e para a educação sexual” (Regulamento GIA, 2010:2). Este gabinete tinha como metas “Melhorar o estado de saúde global dos jovens; Desenvolver o sentido de responsabilidade de cada um na promoção da saúde da comunidade; Contribuir para que toda a comunidade escolar aprenda a gerir a saúde de modo informado, consciente, responsável e autónomo” (Regulamento GIA, 2010:2). Alguns dos objectivos gerais previstos pelo GIA são:

Fomentar o desenvolvimento de estilos de vida saudáveis; Promover a auto responsabilização dos jovens pela sua saúde; Sensibilizar a comunidade escolar para a importância das medidas preventivas visando o melhor estado de saúde física, mental e social; Sensibilizar os diversos elementos da comunidade educativa para a necessidade da Educação para a Saúde, fomentando a sua participação activa e envolvimento; (Regulamento GIA, 2010:2-3)

A título de conclusão deste domínio não podemos esquecer que a escola é um local onde as crianças passam grande parte do seu dia por isso “o bem estar é importante não só para a saúde, mas também para a aprendizagem” (Projecto Alfa, 2009:31), pelo que “humanizar a escola é importante para que todos os que a habitam se possam aí sentir bem, fazendo dela um locus de promoção de saúde e de aprendizagem” (Projecto Alfa, 2009:32).

Para o domínio iv) analisaremos a Acção Tutorial. A constituição dos Professores Tutores foi mais uma medida adoptada pelo Agrupamento tendo em vista a persecução das metas do projecto Alfa. A Acção Tutorial surge como um complemento ao da Direcção de Turma ou de Professor Titular, podendo o tutor ser ou não o Director de Turma. Cada tutor teria a seu cargo três alunos, no caso dos 2º e 3º Ciclos, e no caso do 1º ciclo foram atribuídos dois tutores para 32 turmas. Deveria trabalhar directamente com os alunos e com as famílias fazendo uma articulação com o “Gabinete de Mediação e Orientação Escolar, com as estruturas de orientação educativa e com as instituições parceiras da comunidade” (Projecto Alfa, 2009:32). A Acção Tutorial propendia atender a diversos domínios, nomeadamente: comportamental, cognitivo, pessoal e social. Foram realizadas sessões semanais de frequência obrigatória e os alunos abrangidos pela tutoria poderiam ser dispensados nos casos em que se notassem melhorias significativas.

Esta iniciativa destinava-se a:

Promover a integração de cada aluno na escola; Ajudar cada aluno a construir um projecto pessoal de aprendizagem; Prevenir a desorganização do percurso escolar dos alunos; Definir orientações para a intervenção do Conselho de Turma ou/e de estruturas especializadas; Procurar resposta para as solicitações de cada aluno/família e dos professores; Promover a divulgação dos programas de orientação vocacional dos alunos. (RI, 2009:54-55)

Em termos de percepção da implementação desta acção, denota-se que os entrevistados revelam que de facto houve trabalho desenvolvido no sentido de dar resposta aos problemas através da interacção com a família e com a comunidade. Sendo mesmo referido que “Tudo aquilo o que os tutores podem fazer fazem, não é?” (E01, [100]). É ainda destacada esta acção como tendo sido algo positivo para o Agrupamento com a implementação do projecto

Hum, a pergunta que me faz, eu acho que o que possa ter melhorado efectivamente tem a ver com, primeiro, hum, a questão das tutorias, acho que os tutores, às vezes são o director de turma, outras vezes não são, não é? Mas tem mais aquele tempinho para estar com os miúdos e acaba por envolver também os pais, hum, mais nessas actividades sobretudo, hum, porque há coisas que se vão revelando, há trabalhos que é preciso fazer e que contam com a colaboração dos pais e portanto, os pais acabam por ser chamados mais vezes cá à escola. (E02, [54])

Relativamente ao domínio “v) Segurança e prevenção da violência, acompanhamento de actividades dentro e fora da escola;” (Despacho Normativo nº55/2008 de 23 de Outubro). Podemos evidenciar duas vertentes, por um lado o trabalho desenvolvido pela Escola Segura através das actividades de sensibilização para o uso seguro da internet, por outro o trabalho desempenhado pelas Animadoras na mediação de situações de conflito. No caso da Escola Segura já foi referido no subcapítulo anterior. Relativamente às Animadoras, estas fazem um trabalho de mediação de conflitos dotando os alunos de capacidades de resolução de problemas. “A mediação de conflitos, fazem também esse trabalho em algumas turmas, não é?” (E03a, [225]). Além de desenvolverem actividades com os discentes, proporcionando uma maior aproximação entre a escola e a família. São também fundamentais na detecção de problemas dos alunos e no seu encaminhamento, quer para o Gabinete de Mediação e Orientação Escolar, quer para o Professor Titular. Permitem, assim, um acompanhamento mais próximo, directo e rápido ao aluno, prevenindo e evitando situações problemáticas. “Tanto a nível individual de algumas situações pontuais que vão surgindo como também a nível de grupo, há nalgumas turmas em que elas o fazem não é? Portanto têm

um trabalho ali muito, muito abrangente que conhecem praticamente... todos os meninos, não é? E que mais facilmente identificam as situações” (E03a, [229]).

Finalmente a última prioridade, prende-se com a articulação entre a escola, a família e a comunidade, tal como se pode ler:

d) Articulação estreita com as famílias e a comunidade local que promova a sua efectiva participação na vida escolar, através do desenvolvimento de actividades de âmbito educativo, cultural, desportivo e de ocupação de tempos livres, quer de crianças e jovens inscritos na escola quer no desenvolvimento de actividades de educação permanente, disponibilizando recursos ou equipamentos para o conhecimento, a promoção da aprendizagem ao longo da vida, o acesso dos adultos ao processo de RVCC e ainda outras actividades de desenvolvimento comunitário em parceria com outras entidades tais como autarquias locais, associações de pais e IPSS. (Despacho Normativo nº55/2008 de 23 de Outubro) Sendo a família essencial na formação/educação dos jovens, a escola percebeu que também era necessário intervir nesta área. Verificou-se que muitos dos progenitores eram analfabetos o que se reflectia nos alunos. Também se verificou a existência de emigrantes com poucas competências em termos da língua portuguesa. Foi então criado um curso de português para emigrantes que se designou: “Ser em Português. E Depois?”, foram criados cursos Educação e Formação de Adultos (EFA) e foi criado o Centro de Novas Oportunidades (CNO) com vista à certificação das competências, permitindo o acesso ao processo de Reconhecimento Validação e Certificação de Competências (RVCC) por parte dos pais.

Que eles não precisam de ter, hum, ser grandes senhores, só precisam de ter sensibilidade para com os filhos, no fundo é promover essa sensibilidade e a parte humana com, a nível familiar, e depois o outro aspecto que nós também temos conseguido, hum, mais ou menos conseguimos mais ou menos, agora, pronto vai, a penso que mesmo por exemplo esta história do CNO, na, na, na escola do lado de lá, na secundária, o facto de existir o cento das novas oportunidades virado para a certificação de competências, hum, para o RVCC, hum, que vai em certa medida ajudar, porque eles podem dar resposta aos problemas detectados no percurso escolar dos miúdos desde os pais. Portando dos, nos pais associados ao percurso escolar dos miúdos mais assim, para lhes dar qualificação, portanto com qualificação em termos escolares. Portanto um dos objectivos era precisamente a formação e a qualificação dos elementos adultos dos agregados familiares, portanto, de maneira a que aumentar os níveis de competências e qualificações das famílias, foi aquilo que eu lhe dei como exemplo, portanto lhe fui transmitindo ao longo desta, desta, desta conversa não é? [...] e vai analisando situações que têm a ver com o papel da família, com a, o, a, o facto de os pais

não, a escola não é que educa, quem educa tem de ser a família, e as, o, a, quem educa tem de ser a família a escola é parceiro só na educação. (E04, [166]) Verificou-se, ainda, que muitos dos progenitores não possuíam competências parentais, por isso a escola procurou também intervir neste nível, dotando os pais de conhecimentos e ferramentas necessárias para o apoio os seus educandos. Mostrando os recursos existentes na escola, como é que os alunos os podem utilizar, qual a importância da escola para a vida activa. Intervindo também em questões relacionadas com a saúde e encaminhamento das situações quando tal se verificou necessário.

Temos que ensinar às famílias e transmitir às famílias e mostrar a importância da escola para a vida dos seus filhos, hum, o disponibilizar os recursos para que a família, pode não saber ler nem escrever, mas se souber, se tiver capacidade, e competências parentais para ser capaz de dizer aos seus filhos que a escola tem este recurso, tem uma sala de estudo, produz blogs, tem plataforma moodle, tem não sei quê, tem não sei que mais, “tens dúvidas vais à sala de estudo, tens aulas de apoio e tens que ir”, e ta, ta, quer dizer, no fundo, que a família se sinta informada para poder actuar junto dos seus filhos, pressionando-os a utilizarem aquilo que a escola lhes disponibiliza. No fundo é o que acontece aqui, é o que nós podemos fazer, e depois podemos também, através de, por exemplo, os serviços de saúde, encaminhando casos complicados para os serviços de saúdo, pressionando para que os miúdos tenham uma certa consulta, portanto também temos essa vertente. Hum, sempre que é necessário, por exemplo, imagine situações que são identificadas e que tem que ser acompanhadas pela, pelo, ao nível da saúde, na parte de saúde mental, com, são encaminhadas, e sendo TEIP