• Nenhum resultado encontrado

ESCOLARES EUROPEUS DURANTE AS DÉCADAS DE 1980 E DE

Grelha 1 A organização interna dos Manuais Escolares

Legenda

A – Introdução B - Índice

C - Apresentação do ME ao aluno

D - Apresentação de ficha de avaliação diagnóstica

E - Apresentação das ideias básicas que recordam os últimos conteúdos do nível de escolaridade anterior F - Abertura de Tema

G - Abertura de Unidade H - Texto de autor h.1. - Extenso h.2. - Sintético

I - Fornece dados de natureza temporal J - Fornece dados de natureza espacial

L - Apresentação de biografias de personagens históricas referentes ao PE daquele nível de escolaridade M – Bibliografia

SIM NÃO

61

Para uma leitura da correspondência das siglas dos ME apresentadas na grelha, consultar o Anexo 1.

H Organização interna do Manual Siglas Manuais A B C D E F G h.1. h.2. I J L M MF1 MF2 MF3 MF4 MF5 MF6 MF7 MF8 MP1 MP2 MP3 MP4 MP5 MP6 ME1 ME2 ME3 ME4 ME5 ME6 ME7 MGB1 MGB2 MGB3 MGB4 MI1 MI2 MI3 MI4 MH1 MH2 MH3 MH4 MSU1 MSU2 MSU3 MA1 MA2 MA3 MA4 MS1 MS2 MS3 MS4 MFI1 MFI2 MFI3 MFI4 MR1 MRO1 MRO2 MRO3 MPO1 MPO2 MPO3 MPO4 MHU1 MHU2 MHU3 MHU4 MRU1 MU1

Começamos, então, a nossa análise dos ME a partir da verificação da existência ou não de páginas dedicadas à introdução, ao índice, à apresentação do ME ao aluno, à ficha de avaliação diagnóstica, às ideias básicas que recordam os últimos conteúdos do nível de escolaridade anterior, à abertura de Tema, à abertura de Unidade Didáctica e, finalmente, à apresentação de bibliografia.

Relativamente às páginas de introdução, a maioria dos ME não apresentam essas páginas (em 62 ME, apenas 14 o fazem). Os países que dedicam páginas a introdução no ME são sobretudo Portugal, Espanha e Roménia, seguindo-se em quantidade de ME, a França, a Alemanha, a Suécia, a RDA e a Hungria.

O Índice aparece nos ME de todos os países em estudo. Mas, pelo contrário, as páginas de apresentação do ME ao aluno apenas surgem em alguns países, com grande destaque na maioria dos ME franceses e portugueses, mas também em alguns ME da Itália, da Holanda, da Alemanha, da Suécia, da República Democrática Alemã e da Roménia. Ora, a fraca existência deste tipo de páginas no ME constitui um indicador de falta do primeiro instrumento de fomento da autonomia no aluno na utilização do seu ME, pois são as páginas que ajudam o aluno a conhecer melhor o seu ME que lhe facilitarão um melhor trabalho com este. É, igualmente, curioso verificar que a avaliação diagnóstica e as páginas de apresentação das ideias básicas que recordam os últimos conteúdos do nível de escolaridade anterior não aparecem nos ME de todos os países, com excepção de Portugal. Quanto às páginas de abertura de Tema e às de abertura de Unidade, praticamente todos os ME estruturam-se em torno do Tema e/ou da Unidade Didáctica.

Em síntese, os países que apresentam uma organização interna do ME mais completa do ponto de vista dos vários momentos do processo ensino-aprendizagem são os da Europa Ocidental, sobretudo Portugal, Espanha, França e Itália, começando por procurarem garantir o desenvolvimento da autonomia do aluno com uma das primeiras etapas metodológico-didácticas do ME através das páginas de apresentação do ME ao aluno e a estruturação dos conteúdos em torno de Temas e de Unidades, seguidas das páginas de desenvolvimento dos conteúdos.

O texto de autor das páginas de desenvolvimento dos conteúdos apresenta variabilidade entre as duas décadas: normalmente, o texto caracterizado como extenso foi mais desenvolvido nos ME dos anos de 1980, com destaque para Portugal, Espanha,

Inglaterra, RDA, Roménia, Polónia, Rússia e URSS; o texto sintético encontra-se mais na década de 1990, constatando-se que os países que acabamos de referir apresentam nesta década uma mudança na estrutura do texto de autor com base em critérios de essencialidade. Importa também referir que há países que mantêm o mesmo critério para o texto de autor nas duas décadas. São os casos da Itália, da Holanda e da Alemanha que permanecem com um texto de autor extenso nas duas décadas em análise; pelo contrário, a França, a Suécia, a Finlândia e a Hungria apostam nos anos de 1980 e nos de 1990 num texto de autor sintético. Desta forma, conclui-se que, por um lado, sobretudo alguns países da Europa Ocidental e da Europa de Leste construíram os seus ME na década de 1980 com textos de autor extensos e que essa tendência alterou-se, em muitos países, para textos sintéticos durante a década de 1990; por outro lado, a Europa do Norte destaca-se na elaboração de textos de autor sintéticos nas duas décadas. Importa, ainda, salientar os países que mais se evidenciaram na extensão do seu texto de autor - a Alemanha e a República Democrática Alemã.

Quanto ao tratamento do tempo e do espaço nos ME, analisado do ponto de vista da posse ou ausência de documentos que trabalhem estes aspectos, tais como barras e frisos cronológicos, cronologias e mapas, a tendência maioritária é a existência de mais documentos de natureza espacial nos ME do que documentos de natureza temporal. A primeira impressão com que também ficámos relativamente à qualidade desses dados é que os mapas têm normalmente mais qualidade na apresentação da sua informação do que os frisos ou barras cronológicas e cronologias, quer pelo seu tratamento gráfico com cores bem distintas na representação da legenda, quer pela selecção de informação aí representada. As barras e frisos cronológicos existem em número muito menor no ME do que os mapas e normalmente não destacam de forma muito apropriada a informação em termos gráficos, por exemplo notando-se falta de utilização de diferentes cores para evidenciar diferentes períodos ou aspectos de natureza económica, social, política ou cultural.

Os ME que oferecem mais informações de natureza temporal são os de França, Portugal, Finlândia, RDA, Roménia e um pouco, os da Holanda, Alemanha, Hungria e Polónia. Quanto aos dados de natureza espacial, estes estão presentes praticamente em todos os ME analisados, excepto em situações pontuais em que há uma ausência destes no conjunto dos ME analisados de cada país. Por exemplo, a Espanha, a Roménia, a Polónia e a Hungria são os países que apresentam apenas um ME que não possui

documentos de natureza espacial. Para os casos da URSS e da Rússia, os seus ME também não têm documentos ligados ao tratamento do espaço.

A apresentação de biografias de personagens históricas é muito descurada dos ME. O país que possui maior número de ME que apresentam este tipo de informação é Portugal, em 3 ME dos 6 analisados. A seguir vão surgindo os seguintes países hierarquizados por ordem decrescente segundo o número de ME com biografias: a Finlândia e a Polónia com dois ME em cada um destes países e a França, a Alemanha, a RDA, a Roménia e a Rússia com apenas um ME para cada país.

Finalmente, em relação ao último item de investigação desta categoria de análise dos ME, verifica-se uma total inexistência de apresentação de bibliografia em todos os ME analisados. Esta ausência não nos permite apreciar se a bibliografia seleccionada para a elaboração do ME era actualizada na época ou não.