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A E SCOLA B ÁSICA / J ARDIM DE I NFÂNCIA DO F ALCÃO

3. C ARACTERIZAÇÃO DO CONTEXTO EDUCATIVO

3.2. A E SCOLA B ÁSICA / J ARDIM DE I NFÂNCIA DO F ALCÃO

Após caracterizar o AEC, sublinhando as suas especificidades e os princípios orientadores que delas advêm, é tempo de conhecer de forma mais pormenorizada a instituição de ensino onde foi desenvolvida a Prática Educativa Supervisionada na vertente do 1º ciclo, a saber, a Escola Básica/

Jardim de Infância do Falcão.

A escola encontra-se situada junto ao Bairro do Falcão, um bairro menos problemático, classificado pelos moradores do Bairro do Cerco como tendo um

«ambiente social» «muito bom» e «bom»6. Para além de situada numa zona mais calma, considera-se também que está estrategicamente localizada (relativamente perto da Via de Cintura Interna) o que, juntamente com a agregação do JI do Falcão 2 com a EB/JI do Falcão (no ano letivo de 2013/2014), faz desta a escola do 1º ciclo do Ensino Básico com o maior número de alunos, cerca de 230. Estes alunos estão distribuídos por quatro turmas de Educação Pré-Escolar, duas turmas de 1º ano, uma turma de 2º ano, duas turmas de 3º ano e também duas turmas de 4º ano.

A EB/JI do Falcão, que foi edificada em 1975, tendo entretanto sofrido remodelações (a última em 2007), possui, atualmente, quatro salas para a educação pré-escolar e sete salas para o 1º ciclo, que se distribuem por dois

6 Estudo desenvolvido pela socióloga e docente da Faculdade de Letras da Universidade do Porto Paula Guerra, intitulado "Contextos de vivência no bairro do Cerco do Porto: Cenários de pertenças, de afetividades e de simbologias", disponível em http://www.aps.pt/cms/docs_prv/docs/DPR4628c6cc864eb_1.pdf (consultado em 11 de junho de 2015).

edifícios, tendo um deles dois pisos. Todas as salas de aula, à exceção de uma (que era um gabinete de atendimento até o número de alunos exigir mais uma turma), são amplas e iluminadas naturalmente, o que lhes confere uma aparência recente. As mesmas estão equipadas com um lavatório, vários quadros em cortiça para exposição de trabalhos, um quadro branco e um computador. Apenas quatro destas salas possuem quadro interativo, destinando-se às turmas de 3º e 4º anos de escolaridade.

O edifício principal dispõe de uma biblioteca e de um refeitório, e integra, ainda, uma unidade de apoio especializado para a educação de alunos com multideficiência e surdocegueira congénita. Em torno da escola existem enormes espaços ao ar livre, mas a grande maioria deles é apenas ocupada como local de passagem, sendo que nos intervalos todos os alunos do 1º ciclo ocupam uma parte muito reduzida do recreio.

Para além do tempo letivo, a escola disponibiliza serviços de acolhimento, de manhã, e prolongamento, de tarde, bem como Atividades de Enriquecimento Curricular na área da Música, Desporto e Inglês.

3.2.1.

A turma do 3º A

O ensino Foi na turma do 3ºA que foi desenvolvida a Prática Educativa Supervisionada, uma turma atualmente composta por 23 alunos, 15 rapazes e 8 raparigas, todos eles com idades compreendidas entre os 8 e os 9 anos.

Importa referir que no início do ano a turma era composta por 22 alunos, sendo um deles em meados do 1º período transferido por motivos familiares.

Entretanto, quase no término da Prática Educativa neste ciclo, a turma recebeu dois alunos, um deles transferido de um colégio na Maia e outro vindo do Brasil.

O professor titular reforça o Plano de Atividades da Turma (PAT), ao considerar satisfatório o aproveitamento, apesar de realçar a existência de vários alunos muito interessados e curiosos. Contudo, ao nível do comportamento e das atitudes, existem alguns elementos perturbadores, capazes de criar conflitos e agitação indesejada. No documento acima

mencionado, de entre estes comportamentos inadequados, é dado realce ao incumprimento das regras de diálogo, às intervenções inoportunas, à falta de trabalho individual e em silêncio, à falta de concentração e à indisciplina no recreio. Por forma a combater estas dificuldades, foram observadas algumas medidas, como a definição e registo das regras de comportamento, bem como a distribuição de tarefas semanais, a eleição de um delegado de turma e a auto e heteroavaliação diárias do comportamento (quer dentro da sala de aula, quer no recreio), através do preenchimento de um quadro em turma.

Apesar de nenhum dos alunos ser repetente no 3.º ano de escolaridade, quatro ficaram retidos no 2.º ano. Estes quatro alunos foram referenciados para o apoio educativo, tendo-se juntado a eles, ao longo do ano, mais três. De acordo com as dificuldades ou com os atrasos na realização de algumas tarefas, estes alunos têm, semanalmente, de forma individual ou em pequeno grupo, apoio com um professor fora da sala de aula. Importa ainda realçar que não existe na turma nenhum aluno com Necessidades Educativas Especiais (NEE), embora o professor titular tenha referido o acompanhamento psicológico de dois alunos por défice de atenção e concentração.

Mais de metade da turma (16 alunos) beneficia do apoio dos Serviços de Ação Social Escolar (SASE), sendo que quatro alunos possuem escalão B e os restantes escalão A, o que denuncia dificuldades económicas.

A leitura atenta do PAT permite também auferir que dos 23 alunos que constituem a turma, apenas seis vivem com os pais, sendo que os restantes vivem apenas ou com pai ou com mãe ou com outros familiares (avós ou tios).

Ao longo de toda a Prática Educativa Supervisionada, mas, essencialmente, no período inicial destinado à observação, foi evidente a relação sólida e segura que existe entre o professor e os alunos, vendo-o, a grande maioria, como um modelo, o que pode ser reflexo desta desestruturação que existe nas suas famílias.

Para além da caracterização dos alunos, o preenchimento das Grelhas de Observação (anexo 1) permitiu também a caracterização do espaço físico da sala de aula. Neste âmbito, importa salientar que a sala é ampla, ventilada e iluminada naturalmente, possuindo uma das quatro paredes totalmente preenchida por janelas, o que a torna num espaço agradável e com as condições necessárias para a aprendizagem. As mesas estão dispostas em três filas, estando os alunos organizados em pares, sendo que esta disposição foi

definida pelo professor cooperante, tendo em conta as características e necessidades de cada aluno. Ao longo do ano letivo, o professor cooperante foi fazendo alterações pontuais à planta da sala de aula e uma a duas vezes por período fez a alteração total da disposição dos alunos, com o intuito de promover relações interpares saudáveis e diversas.

A sala está, ainda, equipada com um lavatório, o que permite o desenvolvimento dos projetos “Saúde oral” (administração tópica de flúor) e

“Mundo a Sorrir” (lavagem diária dos dentes). Também é de destacar o facto de esta ser uma das quatro salas da escola equipadas com quadro interativo, recurso que é utilizado pelo professor cooperante diariamente e de formas diversificadas. Para além dos projetos acima mencionados, a turma está envolvida em outros de interesse, que abarcam diferentes áreas curriculares e com os quais existiu a oportunidade de colaborar. O projeto “Crescer a Ler”

consiste em visitas semanais à biblioteca da escola para assistir à leitura de uma história e para entrega/ requisição de livros. Os alunos anseiam a chegada do dia e partilham as suas leituras com colegas e com professores, pelo que é evidente o interesse do projeto e o envolvimento dos estudantes no mesmo.

Também é de destacar a participação no projeto “Os pequenos Einsteins”, que pretende desenvolver o gosto pelo estudo experimental das Ciências Naturais, com a visita de um cientista e a realização de uma pequena experiência semanalmente. Realce, por fim, para o projeto “PmatE”, que aplica as tecnologias no desenvolvimento de conteúdos, com vista à promoção do sucesso escolar e da cultura científica, envolvendo, para tal, os alunos num concurso nacional de conhecimento.