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CONTEXTO HISTÓRICO DA LEGISLAÇÃO PREVIDENCIÁRIA

A SEGURIDADE SOCIAL

A Segunda Guerra Mundial causou grandes transformações no conceito de proteção social. Territórios devastados, trabalhadores mutilados, desemprega-dos, órfãos e viúvas, tudo isso mostrou ser necessário o esforço internacional de captação de recursos para a reconstrução nacional, para o socorro dos feridos, desabrigados e desamparados e, ainda, para fomentar o desenvolvimento; acon-tecimentos totalmente diversos dos que levaram ao surgimento do seguro social.

O seguro social nasceu da necessidade de amparar o trabalhador e protegê--lo contra os riscos do trabalho. Era necessário um sistema de proteção social que alcançasse todas as pessoas e as amparasse em todas situações de necessi-dade, em qualquer momento de suas vidas.

Em 1940, na Alemanha, Hitler determinou à Frente de Trabalho a elaboração de um programa que criasse pensões por velhice e invalidez para todos os alemães em atividade. Em 1941, o governo inglês, empenhado na reconstrução do país, formou uma Comissão Interministerial para o estudo dos planos de seguro social e serviços afins, então existentes, e nomeou para presidi-la Sir William Beveridge.

A Comissão foi incumbida de fazer uma proposta para a melhoria do setor.

LEGISLAÇÃO PREVIDENCIÁRIA

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

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O resultado dos trabalhos da Comissão foi apresentado ao Parlamento em 1942. O Plano analisou o seguro social e os serviços conexos da Inglaterra pós--Segunda Guerra Mundial, análise que abrangeu as necessidades protegidas, os fundos e as provisões. O seguro social já não atendia às necessidades sociais, por-que era limitado apenas aos trabalhadores vinculados por contrato de trabalho com certa remuneração quando em serviços não manuais (BEVERIDGE, 1943).

Sir William Beveridge entendeu ainda que o seguro social já não levava em conta as responsabilidades com a família para os trabalhadores manuais e concedia benefí-cios diferentes em situações em que eram os mesmos gastos necessários das pessoas doentes e das desempregadas. Ou seja, não importava a função que a pessoa ocupava para que ela tivesse o seguro social. Quanto às contribuições, Beveridge entendeu que as distinções também não tinham lógica dentro do sistema (BEVERIDGE, 1943).

Beveridge percebeu que a principal conclusão de seu trabalho foi a de “que a abolição da miséria requer uma dupla redistribuição das rendas, pelo seguro social e pelas necessidades da família” (1943, p. 13). São suas palavras:

O seguro social, completamente desenvolvido, pode proporcionar a segurança dos rendimentos; é um combate à miséria. Mas a Miséria é apenas um dos cinco gigantes, que se nos deparam na rota da recons-trução, e, sob vários aspectos, o mais fácil de combater. Os outros são a Doença, a Ignorância, a Imundície e a Preguiça (1943, p. 12).

O citado autor ainda destacou o papel do Estado, por meio de políticas públi-cas que garantissem a proteção social em situações de necessidade. Influenciou muito a legislação social que se seguiu na Europa e na América, influência que atualmente ainda se faz presente nos sistemas de seguridade social.

Em 1944, foi realizada a Conferência da Organização Internacional do Trabalho (OIT), na Filadélfia, que resultou na Declaração de Filadélfia, que adotou orientação para unificação dos sistemas de seguro social, estendendo a proteção a todos os trabalhadores e suas famílias, abrangendo rurais e autô-nomos. Essa declaração foi um passo importante na internacionalização da seguridade social, porque ficou expresso que o êxito do sistema dependeria da cooperação internacional.

Contexto Histórico da Legislação Previdenciária

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

Em 1948, a Declaração Universal dos Direitos do Homem previu o direito à segurança, consagrando o reconhecimento da necessidade de existência de um sistema de seguridade social. Posteriormente, em 1952, a 35ª Conferência Internacional do Trabalho, da OIT, aprovou a Convenção n. 102, que recebeu o nome de “Norma Mínima em Matéria de Seguridade Social”.

A Convenção n. 102 é o resultado de estudos de especialistas da OIT, que, de início, tiveram a incumbência de elaborar um convênio que tivesse duas secções: uma que estabelecesse uma norma mínima, um standard de seguridade social; e outra, uma norma superior, que desse proteção a todas as necessidades. O objetivo do estabelecimento desses dois tipos de normas era viabilizar a participação de um grande núme-ro de Estados, que ficariam compnúme-rometidos em implantar os padrões mínimos de seguridade social, sem, contudo, descuidarem-se de seguir o exemplo de países mais avançados no implemento de modernas téc-nicas de proteção social. Entretanto, a norma superior foi separada e sua aprovação ficou sem definição de prazo, restando aprovada a nor-ma míninor-ma pela Convenção n. 102 (SANTOS, 2004, p. 156).

Contudo, nem todas as nações tinham condições econômicas de implantar a proteção mínima estabelecida pela Convenção n. 102, mas o padrão mínimo ficou garantido ao menos a uma parcela da população dos países signatários.

Outros tratados internacionais foram celebrados, de modo que a passagem do seguro social para a seguridade social decorreu da intenção de libertar o indivíduo de todas as suas necessidades com a finalidade de desfrutar de uma existência digna.

A Segunda Guerra Mundial trouxe inúmeras mudanças para o ambiente de trabalho. Uma delas foi a Seguridade Social. Com relação a essa seguridade, nos dias atuais, pode-se dizer que ela acompanha a evolução da sociedade?

Além disso, podemos garantir que conseguiremos ser atingidos por essa se-guridade quando dela necessitarmos?

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