• Nenhum resultado encontrado

FORMAS DE PAGAMENTO DE SALÁRIO

ADICIONAIS TRABALHISTAS

FORMAS DE PAGAMENTO DE SALÁRIO

Apesar de vermos o salário comumente sendo pago mensalmente ao empre-gado, essa não é a única maneira de se enxergar juridicamente o pagamento, dessa maneira, apresento a você as maneiras que o ordenamento jurídico com-preende como forma de pagamento de salário.

Remuneração

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

Salário por tempo

É aquele pago em função do tempo, no qual o trabalho foi prestado ou o empre-gado permaneceu à disposição do empreempre-gador, ou seja, a hora, o dia, a semana, a quinzena, o mês, excepcionalmente um tempo maior.

Esse tempo atua também não apenas como critério para o cálculo, mas para a entrega do dinheiro. Sendo assim, o mensalista é aquele que recebe o salário uma vez por mês, o quinzenalista é aquele que recebe a cada quinzena, e sema-nalista é o que recebe o salário toda semana. Quanto ao horista, não há o mesmo critério. O tempo, nesse caso, funciona apenas como unidade de cálculo.

A remuneração por tempo apresenta alguns problemas, são eles: i) é impreciso, porque remunera da mesma forma qualquer classe e quantidade de trabalho, tanto o trabalhador mais ativo, hábil, como o incapaz, ambos recebendo a mesma coisa;

ii) é injusto, não só porque remunera igualmente esforços desiguais, como também porque, se o trabalhador aumenta o esforço, o empregador beneficia-se com um preço de custo diminuído, sem que o trabalhador participe dessa vantagem; iii) não favorece o rendimento, porque o trabalhador não tem interesse no resultado.

Salário por produção

É aquele calculado com base no número de unidades produzidas pelo empregado.

Cada unidade é retribuída com um valor fixado pelo empregador antecipa-damente. Esse valor é a tarifa. O pagamento semanal, quinzenal ou mensal é efetuado calculando-se o total das unidades multiplicado pela tarifa unitária.

Dessa forma, uma empresa que fabrica calçados pode remunerar o trabalhador pelo número de pares que executa, prefixando uma tarifa para cada sapato. O salário mensal será a soma da produção realizada.

Todavia, há críticas em relação a essa forma de pagamento, pois uma das maiores dificuldades são os cálculos dos salários por produção e dos demais pagamentos do empregado baseados nos salários, como férias, indenizações, afastamento do empregado em geral, dentre outros. Ressalta-se ainda que essa forma de pagamento força o trabalhador, que, para ganhar mais, exaure suas for-ças e nunca atinge um valor suficiente.

ADICIONAIS TRABALHISTAS

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

U N I D A D E III 80

Com a reforma trabalhista de 2017 essa forma de salário não tem mais como garantia de que o empregado nao receberia menos do que o piso salarial ou o salário mínimo. Esse é um dos pontos que vem sendo discutido com relação a inconstitucionalidade da reforma e vem sendo solicitado seu cancelamento.

Salário por tarefa

Salário por tarefa é aquele pago com base na produção do empregado e sua vanta-gem reside na economia de tempo. O empregado ganha um acréscimo do preço da tarefa ou é dispensado quando cumpre as tarefas do dia ou do restante da jornada.

Salário em dinheiro

O salário deve ser pago em dinheiro, em moeda de curso forçado. O objetivo principal do pagamento em dinheiro é evitar o pagamento em vales, cupons, bônus ou ainda o pagamento em moeda estrangeira, entre outros.

Todavia há exceção: se a obrigação tiver que ser cumprida no exterior, não será vedado o pagamento do salário em moeda estrangeira. A conversão deverá ser feita tomando por base a taxa de câmbio vigente na data da contratação, apli-cando-se daí em diante os reajustes legais ou convencionais.

Salário em utilidades

Essa forma de pagamento irá decorrer do contrato ou do costume. O art. 458 da CLT permite o pagamento em utilidades, ou seja, além do pagamento em dinheiro, o empregador poderá fornecer utilidades ao empregado, como alimen-tação, habialimen-tação, vestuário ou outras prestações in natura.

Para configuração da utilidade, dois critérios básicos são necessários: i) habitualidade, que inclusive será indicada no art. 458 da CLT. Se a utilidade for fornecida uma vez ou outra, eventualmente ou provisoriamente, não será con-siderada salário in natura; ii) gratuidade. O salário-utilidade é uma prestação fornecida gratuitamente ao empregado. A utilidade não deixa de ter um aspecto

Remuneração

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

de compensação econômica pelo trabalho prestado, ainda que seja fornecida gratuitamente. Havendo cobrança da utilidade pelo empregador, deixará de ter natureza salarial a prestação fornecida ao empregado.

Se a utilidade não fosse fornecida, o empregado teria que comprá-la ou despender numerário próprio para adquiri-la, mostrando que se trata realmente de um pagamento ou de um ganho para o trabalhador, uma vantagem econômica. Todavia, o salário-uti-lidade deve ser fornecido gratuitamente ao empregado, pois se a utisalário-uti-lidade for cobrada não deverá se falar em salário. Não representa salário-utilidade o fornecimento de bebidas alcoólicas ou drogas nocivas – art. 458, parte final, da CLT (BRASIL, 1943).

Os vestuários, equipamentos e outros acessórios fornecidos ao empregado e utilizados apenas no local de trabalho para a prestação de serviços não serão considerados como salário. Se o uniforme não é usado apenas no emprego, ou se o veículo é usado também nos finais de semana e férias do empregado, repre-sentando vantagem concedida pelo trabalho e não apenas para o trabalho, serão considerados como salário in natura.

Dessa forma, com base no § 2º do art. 458 da CLT, é possível distinguir entre a prestação fornecida pela ou para a prestação dos serviços. Se a utili-dade é fornecida pela prestação dos serviços, terá natureza salarial. Decorre da contraprestação do trabalho desenvolvido pelo empregado, representando remu-neração. Tem caráter retributivo.

Ao contrário, se a utilidade for fornecida para a prestação de serviços, estará descaracterizada a natureza salarial, como ocorre com os equipamentos de pro-teção individual, que servem para ser utilizados apenas no serviço.

Salário-Condição

É o pagamento feito pelo empregador ao empregado, em decorrência do contrato de trabalho, sendo dependente do estabelecimento de condições específicas que devem ser cumpridas pelo trabalhador. São espécies de salário-condição: adicio-nais (horas extras, noturno, periculosidade, insalubridade, por tempo de serviço, transferência etc.), prêmios, gratificações ajustadas. Poderá deixar de ser pago desde que o serviço não seja prestado de acordo com a condição.

ADICIONAIS TRABALHISTAS

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

U N I D A D E III 82

Se a condição estabelecida for permanente, o salário não pode ser reduzido ou suprimido. Se a condição é temporária, no término do período, cessa o direito ao pagamento do salário-condição, salvo se houver habitualidade no pagamento, que passa a ter natureza salarial, incorporando-se ao salário.

Documentos relacionados