• Nenhum resultado encontrado

Esquema VII – Valorização Humana e Profissional

5.2 AVALIAÇÃO DE DESEMPENHO: UM PERCURSO HISTÓRICO

5.2.1. A UFPE e a avaliação de desempenho funcional

A história da Universidade Federal de Pernambuco tem início em 1946, quando ainda detinha o nome de Universidade do Recife. Apenas em 1965, quando integrada ao grupo de instituições federais do sistema de educação do governo federal, ela recebeu a denominação de Universidade Federal de Pernambuco (UFPE, 2014a).

Hoje, a UFPE conta com 3 campi distribuídos nas cidades de Recife, Caruaru e Vitória de Santo Antão e ocupa a 10ª posição na classificação das universidades

promovida pelo Censo da Educação Superior de 2010, o qual tem como critérios de colocação a pesquisa, a inovação, a internacionalização e o mercado de trabalho (FOLHA, 2012).

No âmbito da Universidade Federal de Pernambuco, segundo informado no Relatório de Autoavaliação Institucional 2013, a avaliação de desempenho funcional do corpo técnico-administrativo é de responsabilidade da Divisão de Avaliação e Dimensionamento de Pessoal-DADP da Pró-Reitoria de Gestão de Pessoas e Qualidade de Vida-PROGEPE, sendo realizada desde o ano de 2007, tendo como instrumento regulatório a Resolução nº 06/2006 (Anexo A) (UFPE, 2014a).

A Resolução nº 06/2006 designa a avaliação de desempenho como “a verificação sistemática e formal da atuação do servidor no exercício das atribuições no cargo, no âmbito de sua área e/ou especialidade, mediante critérios objetivos” (UFPE, 2006, p. 2). Estes critérios são os seguintes: comprometimento, avalia o envolvimento do servidor em Comissões, além de seu empenho, organização e responsabilidade com o patrimônio da UFPE; qualidade, avalia a precisão e a qualidade dos trabalhos desenvolvidos; produtividade, avalia a habilidade em alcançar o nível de eficácia desejado; conhecimento do trabalho, avalia o conhecimento teórico, prático e regulamentar para o desempenho das atividades;

atendimento ao usuário, avalia a habilidade de atender ao público em geral; iniciativa e criatividade, avalia o desembaraço na tomada de decisão em situações não triviais

e, também, a proposição de novas ideias para a solução de problemas assertivamente;

trabalho em equipe, avalia a habilidade de interação com os outros e a aceitação das

diferenças em prol da cooperação; atualização, avalia a preocupação do servidor em se manter atualizado no tocante às competências técnico-funcionais; flexibilidade, avalia a reação e a adaptação a mudanças e administração de condições de trabalho, avalia a habilidade em lidar com o tempo diante de demandas excessivas (UFPE, 2006).

A partir da análise das características desejáveis no servidor, são atribuídos pontos ao desempenho em cada um dos critérios, relacionando-os aos seguintes conceitos: acima do esperado (de 8,1 a 10,0), dentro do esperado (de 7,0 a 8,0), parcialmente esperado (de 4,1 a 6,9) e abaixo do esperado (até 4,0) (UFPE, 2006). Além da atribuição de notas, o formulário de avaliação de desempenho oferece um campo em que o servidor pode sugerir cursos de treinamento e capacitação para

elaborar um plano de desenvolvimento profissional, o qual servirá de base para a disponibilização desses cursos pela PROGEPE.

Considerando o conjunto das características desejáveis, o resultado da avaliação de desempenho funcional é obtido pela média ponderada entre a autoavaliação do servidor (sendo o peso de 40%) e a avaliação da chefia imediata (com o peso de 60%) (UFPE, 2006). A partir do cálculo, o servidor é classificado como excelente contribuidor para os resultados da organização se obtiver nota acima de 8,1; bom contribuidor, se obtiver nota entre 7,0 e 8,0; contribuidor parcial, se obtiver nota entre 4,1 e 6,9 e pouco contribuidor, caso a nota seja até 4,0 (Ibidem, 2006). Caso o desempenho seja Abaixo do esperado ou Parcialmente esperado, a Resolução 06/2006, em seu artigo 10, § 6º, prevê a elaboração de um plano de ação para a melhoria da performance do servidor por meio da articulação entre a PROGEPE, o avaliador e o avaliado (Ibidem, 2006).

A Resolução nº 06/2006, determina, ainda, que o avaliador oriente os colaboradores quanto aos critérios avaliados, dando-lhe ciência dos conceitos e permitindo-lhe a negociação em caso de discordância (UFPE, 2006). O servidor que discordar de suas notas pode interpor recurso dirigido, em primeira instância, ao Reitor e, em segunda instância, ao Conselho Universitário.

A avaliação de desempenho na UFPE é efetuada anualmente por meio do formulário eletrônico disponibilizado para o próprios servidores e chefias imediatas através do Sistema de Informações e Gestão Acadêmica - SIG@. O formulário de avaliação de desempenho dos técnico-administrativos em educação (Anexo A) é o mesmo para todos os níveis (apoio, intermediário ou superior).

A avaliação de desempenho funcional para progressão por mérito ocorre em duas etapas, contemplando um período total de 18 meses, sendo a primeira etapa aquisitiva correspondente a 9 meses (etapa A) e os 9 meses seguintes (etapa B) concernentes à progressão com mudança no padrão de vencimento, desde que o desempenho seja satisfatório (UFPE, 2014a). Havendo o desempenho satisfatório, ou seja, se a média ponderada das notas for acima de 7,0, a progressão por mérito ocorre a cada 18 meses de exercício e percorre os 16 padrões prescritos na Lei nº 11.091/2005, com cada progressão ampliando o salário em 3,6% em relação ao padrão imediatamente anterior. Assim, os servidores atingem o último padrão de vencimento decorridos 30 anos de exercício.

Conforme a Diretoria de Desenvolvimento de Pessoal da PROGEPE, em entrevista realizada em outubro de 2014, não se promove o acompanhamento da avaliação de desempenho dos servidores que ultrapassam 30 anos de exercício, haja vista não ser mais possível a sua progressão na carreira. Além disso, os ocupantes de cargos de chefia são avaliados enquanto técnico-administrativos e não na função de gestores.

A Diretoria de Desenvolvimento de Pessoal da PROGEPE, ainda em entrevista de outubro de 2014, informou que a política de avaliação de desempenho deve observar fielmente o disposto no Decreto nº 5.825/2006 e no Decreto nº 7.133/2010 (BRASIL, 2006; 2010), não tendo a Universidade autonomia sequer para definir os critérios a serem mensurados.

O programa de avaliação de desempenho visa fornecer indicadores para propiciar o desenvolvimento de pessoal da UFPE; diagnosticar carências de conhecimento, habilidades técnicas e comportamentais para promover programas de capacitação e aperfeiçoamento; possibilitar ao servidor o conhecimento de seus pontos fortes e fracos a fim de corrigir suas deficiências; aferir o mérito para progressão, entre outros (UFPE, 2006).

Embora implantada em 2007, até a conclusão deste trabalho, a política de avaliação de desempenho dos servidores técnico-administrativos em educação da UFPE não passou por uma análise de acertos e erros. A Diretoria de Desenvolvimento de Pessoal da PROGEPE, em entrevista concedida em julho de 2014, confirmou que a atualização e a revisão deste instrumento é importante e constitui uma de suas metas, contudo, até aquela data, não havia uma previsão para sua efetivação.

Em 2013, Lira, Aguiar e Amorim publicaram um estudo acerca da percepção dos gestores sobre o processo de avaliação de desempenho dos servidores técnico- administrativos em educação da UFPE. Nesta pesquisa, mais de 70% dos gestores destacaram que o objetivo principal da avaliação de desempenho era o aperfeiçoamento individual e institucional; informaram serem imparciais em suas avaliações; declararam a concessão de feedback aos colaboradores e a consideração de suas opiniões e sugestões no dia a dia do trabalho (LIRA, AGUIAR, AMORIM, 2013). No entanto, o estudo de Lira, Aguiar e Amorim (2013), apontou desconhecimento acerca da Resolução nº 06/2006 e mesmo da legislação básica relativa à avaliação de desempenho, constatando a necessidade de se promover a

capacitação desses avaliadores a fim de que a avaliação de desempenho cumpra efetivamente sua proposta.

No próximo capítulo, será abordada a metodologia utilizada para a estruturação deste trabalho.

6PERCURSOMETODOLÓGICO

Neste capítulo, é detalhado o percurso metodológico que norteou o estudo da visão dos servidores técnico-administrativos em educação acerca da política de avaliação de desempenho operacionalizada na Universidade Federal de Pernambuco.