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Esquema VII – Valorização Humana e Profissional

6.3 INSTRUMENTO DE COLETA DE DADOS

A entrevista individual foi a técnica utilizada neste estudo por permitir a “coleta de informações, dados e evidências cujo objetivo é entender e compreender o significado que os entrevistados atribuem a questões e situações em contextos que não foram estruturados anteriormente” (MARTINS, 2009, p. 88). Como pontuam Lüdke e André (1986), a entrevista possibilita a captação aprofundada das questões levantadas, tendo vantagem diante de técnicas de abordagem mais superficial por oportunizar a consecução de percepções pessoais, individuais do fenômeno estudado.

Embora os discursos dos sujeitos retratem um dentre vários pontos de vista possíveis e reflitam o seu modo de observar, vivenciar e analisar o seu tempo, seu momento e seu meio social, a partir da investigação dos depoimentos individuais é possível extrair o subjetivo e o pessoal deles e pensar na coletividade, pois, pelo mapeamento de práticas, crenças e valores de universos sociais, permite-se a descrição e a compreensão da lógica que coordena as relações estabelecidas no interior do grupo do qual o entrevistado participa, em um determinado tempo e lugar (DUARTE, 2004).

A entrevista foi semiestruturada, propiciando, assim, a condução do processo por meio de um roteiro pré-definido e assentindo o acréscimo de novas questões pelo entrevistador quando oportuno (MARTINS, 2009). A entrevista face a face com os servidores selecionados foi gravada, sendo garantido o anonimato dos participantes do estudo.

Foram realizadas, ainda, entrevistas com a Diretoria de Desenvolvimento de Pessoal da PROGEPE, a primeira em julho de 2014, para obter informações gerais sobre a política de avaliação de desempenho institucional (legislação vigente, mecanismos de atualização); a segunda e a terceira, em outubro e em novembro de 2014, para esclarecer questões levantadas pelos servidores entrevistados (autonomia da universidade em definir os critérios de avaliação, publicidade dos resultados da avaliação de desempenho à comunidade acadêmica, entre outros).

Com relação aos técnico-administrativos em educação selecionados, não foi possível realizar a entrevista presencial apenas com o servidor do Centro Acadêmico de Vitória por incompatibilidade de agenda entre entrevistador e entrevistado. Considerando a necessidade do término da pesquisa, a fim de se assegurar o

cumprimento do prazo para a defesa, optou-se por realizar a entrevista via e-mail, sendo garantido o esclarecimento de dúvidas entre os envolvidos.

O roteiro que deu base às questões (Apêndice B) foi ancorado no referencial teórico deste estudo. As perguntas norteadoras tiveram o propósito de verificar se a política de avaliação de desempenho operacionalizada na UFPE promovia as dimensões de retorno concebidas por Chanlat (2000; 2010). Foram feitas 7 perguntas aos entrevistados, sendo 6 delas relacionadas diretamente às dimensões de retorno definidas por Chanlat (2000; 2010), visando verificar o olhar dos servidores quanto à operacionalização das dimensões na avaliação de desempenho funcional na UFPE e 1 pergunta, de caráter geral, para averiguar se a avaliação de desempenho funcional era percebida como instrumento de valorização profissional e humana pelos técnico- administrativos em educação.

As perguntas norteadoras foram utilizadas para iniciar a entrevista ou para introduzir a abordagem de um novo tópico, guiando o procedimento, pois, por se tratar de uma entrevista semiestruturada, novas perguntas puderam ser formuladas pelo entrevistador ao longo do encontro (MARTINS, 2009).

As entrevistas foram agendadas previamente, de acordo com a disponibilidade dos servidores selecionados, tendo duração média de 15 minutos e ocorreram no local de trabalho dos selecionados no período entre 13 de outubro e 26 de novembro de 2014. Seguindo o roteiro de entrevista proposto por Richardson (2010), fez-se uma introdução explicando a natureza e o objetivo do trabalho, solicitando a permissão para a gravação da entrevista e garantindo o anonimato do entrevistado, bem como a sua liberdade para interromper e pedir esclarecimentos sobre as perguntas. Seguindo, ainda, as orientações de Ander-Egg (1972, apud RICHARDSON, 2010), uma vez feita a pergunta, garantiu-se ao entrevistado tempo necessário à conclusão do seu relato, sem apressá-lo ou interrompê-lo.

A fim de guiar a entrevista e possibilitar o alcance do objetivo geral do trabalho, foi elaborado o Quadro 1 que relaciona as dimensões de retorno, o tópico do referencial teórico e os objetivos específicos às perguntas norteadoras que guiaram o resultado desta pesquisa.

Fonte: Elaborado pela autora DIMENSÃO DE RETORNO TÓPICO DO REFERENCIAL TEÓRICO OBJETIVOS

ESPECÍFICOS PERGUNTA NORTEADORA

Experiência Vivida

5.1.1

Verificar se a avaliação de desempenho funcional valoriza as práticas e visões dos servidores sobre o trabalho que desenvolvem.

1) A avaliação de desempenho funcional valoriza suas práticas e suas percepções sobre o seu trabalho? Por quê?

Simbólico 5.1.2

Verificar se a avaliação de desempenho funcional favorece a identificação com os símbolos da cultura da UFPE e com os seus membros.

2) A partir da avaliação de desempenho funcional, que significado você dá ao seu trabalho?

História 5.1.3

Verificar se a avaliação de desempenho funcional valoriza a experiência acumulada no decorrer da vida da UFPE.

3) A avaliação de desempenho é reflexo do modo como o trabalho e as relações humanas se desenvolvem na UFPE ao longo dos anos? Por quê?

Ética

5.1.4

Verificar se a avaliação de desempenho funcional preza pela reflexão acerca das práticas adotadas pelo servidor e pela UFPE.

4) A avaliação de desempenho funcional preza e estimula a reflexão acerca das práticas adotadas no ambiente de trabalho? Por quê?

Afetividade 5.1.5

Verificar se a avaliação de desempenho funcional concede espaço ao sentimento, à emoção e ao que traz bem-estar ao servidor.

5) Você acha que a avaliação de desempenho funcional é capaz de reconhecer o sentimento, a emoção e o que lhe traz bem-estar no ambiente de trabalho? Por quê?

Ator e Sujeito 5.1.6

Verificar se a avaliação de desempenho funcional evidencia a importância dos servidores na construção e transformação da UFPE.

6) A avaliação de desempenho funcional evidencia a sua importância na construção e na transformação que a UFPE está passando? Geral 5.1 Verificar se a avaliação de desempenho funcional promove a valorização profissional e humana do servidor.

7) Para você a avaliação de desempenho funcional o valoriza profissional e humanamente?

Uma vez concluída a fase das entrevistas, o próximo passo foi a escuta do áudio gravado e a transcrição das falas, visando facilitar a análise e a identificação de informações que possibilitaram as respostas aos objetivos da pesquisa. As entrevistas receberam uma numeração correspondente à sua ordem de realização. Logo, os relatos foram numerados de 1 a 12, perfazendo o total de 12 entrevistas. No capítulo 7, que apresentará a análise dos dados, os recortes das falas dos sujeitos pesquisados serão apresentados obedecendo a numeração mencionada.