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apresentação e análise dos dados

4.3. Componente técnica

4.3.1. Acesso à plataforma

De acordo com os dados obtidos a partir do registo automático de dados realizado pelo Blackboard, e também pelo que tivemos oportunidade de observar durante as sessões presenciais28, percebe-se que praticamente todos alunos acederam de forma regular à

plataforma e exploraram as diferentes áreas da mesma.

Constatou-se ainda que, inicialmente, muitos alunos quando tentavam aceder à plataforma digitavam de forma incorrecta o endereço da mesma. Tal situação deveu-se, principalmente, ao facto de estarem habituados a digitarem os endereços Internet começando com a sigla WWW. No entanto, como o URL da plataforma não contemplava esta sigla29,

levou a que muitos alunos se tivessem enganado várias vezes na digitação do mesmo. Ao detectar-se a ocorrência frequente deste erro, optou-se por se sugerir aos alunos que adicionassem o URL aos favoritos para que, dessa forma, pudessem facilmente aceder ao site da plataforma, sem que para tal tivessem a necessidade de voltar a digitar o endereço da mesma. Conforme registado na Grelha de Observação, à medida que iam decorrendo as sessões, a ocorrência deste tipo de erro foi sendo cada vez menos frequente, como se pode confirmar pela tabela 4.8.

Digita correctamente o endereço da

plataforma? Sim Não

1ª Sessão 9 15 2ª Sessão 18 6 3ª Sessão 22 2 4ª Sessão 24 0 5ª Sessão 24 0 6ª Sessão - -

Tabela 4.8 - Digitação do endereço da plataforma (n=24)

Após a primeira sessão de explicação acerca do uso do Blackboard, praticamente todos os alunos passaram a identificar, facilmente, os campos onde deveriam introduzir os dados necessários para acederem ao espaço virtual da disciplina. No entanto, muitos revelaram dificuldades em memorizar a palavra-chave, visto que esta não tinha sido seleccionada por eles

28 Recorde-se que, nas sessões presenciais, só foi possível observar exaustivamente o trabalho de 24 alunos. 29 O endereço da plataforma é http://elearning.ua.pt

mas sim fornecida pela equipa de suporte ao e-Learning da Universidade de Aveiro. Apesar de lhes ter sido fornecido um documento em papel com os dados de acesso, a partir da segunda sessão a maioria não trazia consigo essa informação e muitos já não se recordavam da palavra- chave. Com efeito, durante as sessões presenciais, foram frequentes os pedidos para que a professora recordasse novamente as passwords. No entanto, e de acordo com os dados registados na Grelha de Observação, o número de ‘esquecimentos’ foi reduzindo de sessão para sessão, tal como ilustra a tabela 4.9.

Esquece-se frequentemente da

palavra-chave? Sim Não

1ª Sessão - - 2ª Sessão 15 9 3ª Sessão 10 14 4ª Sessão 3 21 5ª Sessão 2 22 6ª Sessão - -

Tabela 4.9 - Esquecimento da palavra-chave (n=24)

Ainda a este propósito, refere-se que um aluno chegou mesmo a admitir este problema durante a entrevista:

“Acedi à plataforma sempre que precisei, a não ser quando me esquecia da password.” [EN10].

Fazendo ainda referência a outro aspecto mais técnico ligado à utilização do Blackboard, os registos no Diário de Bordo evidenciam que a maioria dos alunos não tinha por hábito ‘encerrar’ a sua sessão quando terminava a exploração da plataforma:

“De um modo geral, tem-se verificado que são poucos os alunos que encerram a sessão no final da exploração do Blackboard. A maioria fecha o browser directamente e não utiliza a opção de terminar sessão.” [Registo do Diário de Bordo].

Apesar de terem sido alertados para a importância deste procedimento para que realmente se desconectassem do sistema, durante as sessões presenciais, sobretudo nos dias em que o grupo 2 tinha aulas, na mesma sala, a seguir ao grupo 1, verificou-se que a maioria dos alunos não desligava os computadores e muitos deixavam mesmo o browser aberto com a sessão iniciada, ou então fechavam o browser sem encerrar a sessão.

Considerando, agora, o horário em que os alunos tiveram mais facilidade em aceder à plataforma, e recorrendo aos dados apurados através do Questionário Final, verificou-se que a grande maioria (78%) referiu ter mais facilidade em aceder-lhe no horário coincidente com o da aula, seguindo-se o horário da tarde compreendido entre as 14h e as 18h e entre as 18h e as 24h, ambos com 31,7% (gráfico 4.4).

2,4% 31,7% 31,7% 17% 17% 78% 0% 10% 20% 30% 40% 50% 60% 70% 80% 90% 100% No horário coincidente com o da aula Entre as 8h e as 12h Entre as 12h e as 14h Entre as 14h e as 18h Entre as 18h e as 24h Entre as 24h e as 8h

Gráfico 4.4 - Horários em que os alunos tiveram mais facilidade em aceder à plataforma (n=41)

Observando agora a figura 4.1, verifica-se que os dados registados pelo Blackboard corroboram as respostas obtidas no Questionário Final. Com efeito, o período compreendido entre as 11 e as 17 horas, durante o qual decorreram as sessões presenciais para ambos os grupos, surge como sendo o período do dia com maior número de acessos à plataforma.

Quando inquiridos sobre a razão que levou a grande maioria dos alunos a aceder à plataforma no horário coincidente com o das aulas da disciplina, as razões encontradas prendem-se sobretudo com a dificuldade de acesso à Internet noutros locais que não na escola, tal como confirmam as transcrições das entrevistas realizadas:

“Eu se tivesse Internet em casa talvez não tivesse vindo durante o horário da aula. Preferia trabalhar ao meu ritmo em casa, mas como só tenho acesso à Internet ao fim de semana tinha que aproveitar o horário da aula.” [EN1].

“Eu acho que muitas pessoas não têm acesso à Internet em casa e depois fica complicado conseguirem aceder à plataforma. Podiam aceder na escola sem ser no espaço da aula, mas os centros de informática são pequenos e estão sempre ocupados o que complica bastante. Nas aulas pelo menos todos conseguíamos ter um computador para nós, o que facilitava o nosso trabalho.” [EN3].

“Eu acho que isso aconteceu porque nós tínhamos mesmo necessidade de aceder à plataforma e de estarmos actualizados em relação à matéria e porque muitos de nós não tínhamos acesso em casa ou então só tínhamos ao fim-de-semana, tínhamos de aproveitar esse horário.” [EN5].

Apesar da maioria das justificações revelar que a falta de acesso à Internet em casa conduziu a que muitos alunos acedessem à plataforma na escola e no horário da aula, para outros este parece não ter sido uma condicionante:

“Embora os alunos pudessem não vir à aula, quando eram as sessões a distância, os alunos aproveitavam pois a maioria não tem acesso à Internet fora da escola. Eu muitas vezes não vim, pois tenho Internet e fazia as tarefas em casa.” [EN2].

“Muitos colegas, visto serem de fora, não têm acesso a computador e Internet em casa, por isso é normal que aproveitem a hora da aula, que é a hora que eles têm disponível para aceder à plataforma. No meu caso tinha acesso em casa e foi a partir de lá que acompanhei a disciplina e

mantinha-me actualizada.” [EN6].

Outros referiram, ainda, que o facto de terem de se deslocar à escola para assistirem às outras aulas os incitou para acederem à plataforma neste espaço:

“Se calhar porque temos uma grande carga horária no curso e como estávamos na escola para as outras disciplinas, aproveitávamos para vir naquela hora porque assim dedicávamos esse tempo à aula, mas também acedi fora das aulas em casa e no centro de informática.” [EN7].

Com efeito, estes dados vêm, de certa forma, corroborar os obtidos através do Questionário Final, no qual 68,3% dos respondentes declararam aceder semanalmente à plataforma a partir da escola e 31,7% assumiu fazê-lo diariamente a partir do mesmo local (gráfico 4.5).

0% 10% 20% 30% 40% 50% 60% 70% 80% 90% 100% Nunca 0% 39% 51,2% 61% 73,2% 63,4% 51,2% Quinzenalmente 0% 2,4% 14,6% 7,3% 0% 0% 0% Semanalmente 68,3% 36,6% 9,8% 7,3% 0% 7,3% 0% Diariamente 31,7% 4,9% 0% 2,4% 0% 0% 0% Na escola Em casa Em casa de amigos ou familiares Em locais públicos gratuitos Em locais públicos pagos No local de trabalho Noutro(s) local(ais)

Gráfico 4.5 - Locais e frequência de acesso à plataforma (n=41)

De facto, e tal como já foi referido anteriormente, não podemos esquecer que apenas um número reduzido de alunos disse possuir acesso à Internet a partir das suas casas. Tal pode justificar, por um lado, os 39% que assumiram nunca ter acedido a partir de casa e, por outro lado, pode explicar também a baixa frequência de acessos diários a partir deste local (4,9%). Verifica-se, contudo, um aumento no que respeita aos acessos semanais a partir de casa (36,6%). Esta situação talvez possa estar relacionada com o facto de que, apesar da maioria dos alunos pertencer ao distrito de Viseu, a sua residência habitual não era na cidade onde se encontravam a estudar e, como tal, apenas durante o fim-de-semana se deslocavam a suas casas, onde aí, alguns referiram possuir acesso à Internet.

Um estudo levado a cabo por Gomes [2004], já referido no ponto 2.3.1.2 do capítulo de enquadramento teórico, realçou também que, o facto de vários participantes estarem limitados às instalações da escola onde trabalhavam para poderem aceder à Internet, parece ter sido um aspecto determinante do espaço e do tempo dos acessos ao site de apoio ao curso que frequentavam. Ainda a este propósito, referem-se os resultados de um estudo realizado por Oliveira [2005] que também revelaram que a maioria dos alunos acedeu ao ambiente de e- Learning da disciplina a partir dos computadores existentes na sala de aula. Nessa experiência, e tal como aconteceu no presente estudo de caso, o facto da maioria alunos não ter acesso à

Internet em suas casas parece ter sido um factor que contribuiu para os poucos acessos ao ambiente virtual da disciplina a partir desse local.

Relativamente aos problemas técnicos, o gráfico que se segue (gráfico 4.6) ilustra a ocorrência dos principais problemas sentidos durante o estudo no que respeita ao acesso à plataforma. Verifica-se, assim, que 75,6% referiu a falta de tempo como sendo o principal problema durante o período em que a disciplina funcionou na modalidade de b-Learning. Destes, 41,5% disseram ter sentido este problema frequentemente e 34,1% esporadicamente.

0% 10% 20% 30% 40% 50% 60% 70% 80% 90% 100% Nunca 14,6% 68,3% 63,4% 43,9% 61% 31,7% Esporadicamente 34,1% 14,6% 19,5% 31,7% 17,1% 41,5% Frequentemente 41,5% 2,4% 0% 7,3% 4,9% 17,1% Sempre 0% 0% 0% 0% 0% 0% Falta de tempo Inapetência por este tipo de tecnologia Inacessibilidade da plataforma Lentidão no acesso à plataforma Esquecimento do ‘nome de utilizador’ Esquecimento da ‘palavra-chave’

Gráfico 4.6 - Problemas no acesso à plataforma (n=41)

Tal como se pode observar no gráfico anterior, a lentidão da rede durante o acesso ao Blackboard foi referida por 31,7% dos alunos como tendo sido um problema frequente. No entanto, 43,9% referiu nunca ter sentido este tipo de problema. De salientar que a maioria dos alunos não revelou a inapetência por este tipo de tecnologia (68,3%), assim como não apontou a inacessibilidade da plataforma como tendo sido um problema a considerar (63,4%).

Com efeito, os dados registados na Grelha de Observação vêm corroborar os dados obtidos através do Questionário Final, na medida em que, apesar da grande maioria (61%) afirmar nunca se ter esquecido do nome de utilizador para aceder ao Blackboard, o mesmo não aconteceu em relação ao esquecimento da palavra-chave, onde respectivamente, 41,5% e 17,1% assumiu ter tido este tipo de dificuldade esporádica ou frequentemente (gráfico 4.6).

Por fim, um aluno apontou o facto de não ter conseguido abrir correctamente um ficheiro como tendo sido a principal causa de dificuldade encontrada:

“Talvez a maior dificuldade, foi uma vez que guardei um exercício e levei-o para casa e não tinha o programa instalado e apareceu tudo em código. De resto não tive mais nenhuma dificuldade de maior.” [EN4].