EIXO IV AVC com hemiparesia esquerda EIXO V AGF
SESSÃO 1 Adquirir conhecimentos sobre o envelhecimento em geral Envelhecimento
“Envelhecimento a diminuição orgânica e funcional não decorrente de acidente ou doença que acontece inevitavelmente com o passar do tempo.”
Aspetos biopsicossociais do envelhecimento
Envelhecer é um processo dinâmico, habitualmente lento e progressivo, mas individual e variável.
Envelhecimento biológico: resulta da vulnerabilidade crescente e de uma maior probabilidade de morrer, a que se chama senescência.
Envelhecimento social: relativo aos papeis sociais apropriados às expetativas da sociedade para este nível etário.
Envelhecimento psicológico: definido pela autorregulação do indivíduo no tomar de decisões opções, adaptando-se ao processo de senescência e envelhecimento.
Demências
A Demência de tipo Alzheimer é a forma mais comum de demência. Inicialmente pode surgir com sinais de perdas de memória, sendo capaz de se lembrar nitidamente eventos de muitos anos passados, e não se lembrar de acontecimentos recentes, podendo seguir diferentes cursos em diferentes pessoas. Além da deterioração cognitiva, pessoas que sofrem de demência, assinalam distúrbios emocionais relacionados com o seu estado e a evolução. As reações mais típicas são, depressão, ansiedade, agressividade e apatia. A Demência Vascular, provocada por acidente vascular cerebral, é provocada por lesão dos vasos sanguíneos que irrigam o cérebro. É mais lenta nos estadios iniciais, mas as perdas cognitivas aceleram com a progressão. O padrão de deterioração cognitiva neste tipo de demência é imprevisível, porque a área do cérebro que é afetada e a sua extensão difere de pessoa para pessoa.
Modificações psíquicas com o envelhecimento. Afetividade
Redução geral dos impulsos; redução da esfera de interesses; desligamento dos objetos mais afastados; reforço de ligação aos objetos mais próximos; insegurança; irritabilidade; depressão; memórias d e emoções e afetos.
Caráter
Acentuação dos traços prévios; cautela; precaução; rigidez; resistência à mudança; intolerância; poupança; avareza; desconfiança; pudor físico; pudor psíquico.
Caraterísticas mais estáveis
Interesses dominantes; atitudes; valores; estilos de vida. Comportamentos do idosos face à doença
Pessimismo; egocentrismo; chamadas de atenção; atitudes incompreensíveis. Atitudes das famílias
Maior tolerância à doença; atraso nas consultas; rejeição quando inválidos ou muito dependentes; ambivalência quando internados; projeção das culpas próprias sobre o pessoal.
Sentimentos e atitudes dos profissionais
Desinteresse; desmotivação; frustração profissional; organicismo; fatalismo; impaciência; irritação; atitude disciplinadora.
SESSÃO 2
Estratégias para cuidar do idoso em processo demencial. Atitudes mais corretas
Adaptar-se às insuficiências; falar devagar e claro; simplicidade; exemplos corretos Respeitar as suas defesas
Respeitar as suas bizarrias; compreender as suas mentiras, negações e confabulações Comunicar abertamente
Conversar frente a frente, deixar expressar dúvidas e receios; esclarecer com tato; respeitar a personalidade; respeitar a sua identidade e o que a suporta: nome (Sr, D., Sr. Eng., Sr. Dr, etc.); respeitar o passado, roupas, memórias, objetos, etc.; respeitar o seu pudor físico e psíquico; respeitar os desejos, vontades, projetos e iniciativas.
Aproveitar o que ainda pode fazer
Hábitos e automatismos; não fazer tudo no seu lugar; compreender a lentidão; ajudar com discrição.
Reeducar na medida do possível
Higiene, alimentação, excreções; marcha e ocupações; encorajar; incutir confiança. Comunicação verbal e não verbal
Verbal: a linguagem usada deve ser simples e concreta
Não verbal: refere-se a linguagem dos gestos, expressão facial e corporal Como proceder
Empatia
É a habilidade para compreender as emoções das outras pessoas. Competência para entender as emoções das outras pessoas. Ver o mundo através dos olhos dos outros. Competências para tratar os outros de acordo com a suas respostas emocionais.
Devolver este sentimento é essencial para um bom relacionamento interpessoal. Compreensão
Coloque-se no lugar do idoso. Isto é, tenha em conta que o idoso dá muita importância aos pormenores, por muito insignificantes que estes possam ser para si. Portanto, atente sempre na forma como comunica com ele, evitando juízos críticos e desvalorização do que o idoso pensa e sente.
Como proceder
Manter a normalidade, tratando o idoso com dignidade e respeito. Em virtude de ser uma doença de longo prazo, é importante a manutenção da vida quotidiana, que se irá adequando de acordo com a progressão do quadro demencial.
Manter a comunicação, de forma tranquila, clara e simples, utilizando frases curtas e objetivas. Tocar o doente delicadamente ao falar e chamá-lo pelo nome, são atitudes importantes. Atente sempre para a comunicação não verbal, sua e do idoso. Inicie sempre a comunicação identificando-se. Faça só uma pergunta de cada vez e aguarde a resposta. Procure acompanhar a mensagem e não a palavra que pode não ser correta. Não espere resposta corretas ou cumprimento adequado de orientações e sobretudo, nunca fale do paciente na sua frente, porque normalmente compreende mais do que pode expressar.
Estabeleça rotinas, com o objetivo de substituir o processo de organização do pensamento que está comprometido. Procure desenvolver as mesmas atividade , da mesma forma, diariamente às mesmas horas. A fuga à rotina provoca estados ansiosos no utente.
Procure auxiliar a memória do idoso, colocando em locais acessíveis e visíveis calendários com letras e nomes grandes, relógios, placas de identificação de locais com figuras (quarto, wc, roupeiro). Arrume as roupas na ordem em que serão vestidas e anexe-lhes um cartão de identificação do idoso com o nome, endereço, telefone e o diagnóstico, de forma a protege-lo, no caso de ele se perder na rua. Não altere a posição dos móveis e pertences em casa.
Procure preservar a independência do idoso, permitindo que ele realize sozinho as atividades que consegue. Estimule a sua participação noutra tarefas. Nunca o apresse e valorize as suas realizações. Diminua as tarefas que ele não consegue realizar sozinho e substitua-as quando isso for estritamente necessário.
Evite situações de confronto, e evite deixa-lo confuso, simplificando situações e tarefas. Quando surgirem situações de confronto, procure conversar calmamente, sugerir outra opções, sair do local e regressando posteriormente quando provavelmente o idoso já esqueceu o que aconteceu.
Evite crises não apressando. Não o exponha a ambientes estranhos, rodeado de pessoas, mesmo que sejam conhecidas.
Mantenha o bom humor, mesmo que pareça impossível. É de fundamental importância para a saúde mental do cuidador.
Promova a segurança ambiental propiciando um ambiente livre de riscos de queda, livre de objetos potencialmente perigosos (facas tesouras, ou substâncias tóxicas como lexívia). Mantenha vigilância constante sobre o idoso.
Quando ocorrer agitação noturna, procure identificar e solucionar a causa. Não o restrinja fisicamente. Se o problema subsistir avise o médico.
Quando apresentar delírios e alucinações, procure as causas (medicação, infeções ou sombras). Procure tranquiliza-lo. Não adianta tentar racionalizar.
Na vigência de perguntas repetitivas, lembre-se que ele esquece que já perguntou, pelo que repete a pergunta. Responda sempre calmamente e ignore depois de certo tempo.
Se perder ou esconder objetos, ele pode acusá-lo de roubo. Não se aborreça nem tente argumentar logicamente. Descubra os esconderijos dele pois ele mesmo os esquecerá. Habitue-se a vasculhar o lixo antes de o deitar fora.
Quanto à higiene, permita que ele a faça sozinho enquanto conseguir e siga sempre a mesma rotina. Se ele não se lembrar do procedimento, inicie-o e depois permita que le
dê sequência. Substitua os fechos da roupa por uns mais fáceis de usar (velcro). Lembre o idoso de ir ao wc e mantenha aporta identificada. Cestos do lixo podem causar confusão, evitá-los é recomendável.
Comportamento social inadequado pode ocorrer com frequência, expondo idoso e cuidador, como arrancar a roupa em público, expor e manipular os genitais ou aparecer sem roupa. Dirija-se a ela calmamente, pois provavelmente não tem consciência do da sua atitude. Distraia-o e leve-o para outro ambiente.
Em caso de necessidade encaminhar para o enfermeiro, psicólogo, psiquiatra ou clínico geral.
ANEXO 2